Passamos por aquelas vilinhas e praticamente nos sentimos presos em uma chuva de papel verde e amarelo. De repente todo mundo expoe uma camisa da seleçao e as vendas e bulgigangas verde&amerela praticamente tripla.
Mas talvez o mais interessante na Copa seja o falso nacionalismo. É o unico periodo em que todo mundo ama e idolatra o seu país (é claro que existem aqueles que torcem para outras seleçoes e aqueles que nao torcem de maneira alguma), mas a hipocrisia de tirar aquela bandeira surrada de dentro do baú ou mesmo de pintar a cara e relembrar o hino nacional é interessante de notar, pelo seu comportamento peculiar, ou melhor pelo comportamento peculiar que causa nas pessoas.
Beija-se o escudo do time e se grita enlouquecido quando fazem gol. Até quem nao entende nada de futebol, de repente fica viciado no assunto e parece ser um mestre nisso. Todo mundo parece emocionado!
Isso tudo com data marcada para começar e para terminar.
Para se ter uma ideia, os jogos de futebol conseguem mais pontos de audiencia que o tao popular Jornal Nacional ou a tao querida novela das oito (que começa as nove) e tudo isso so tras a copa para dentro da programaçao, todo mundo querendo um pedaço a industria futebolistica.
Ate entrevista com o Ganso tah valendo!
Aos poucos, até o maior de todos os anti-futebol se envolve no clime, acompanha os jogos e agenda este topico entre os seus topicos de conversa (nem que seja para criticar).
Comparo a copa (ou o que ela se tornou ao meu ver) como um daqueles reality shows em que o publico nao pode decidir quem vai ganhar, mas se envolve tanto que se apaixonar perdidamente por algum personagem, torcendo loucamente para ele ganhar so que, ele ganhando ou perdendo na nossa vida pratica, nao muda absolutamente nada!
Adoramos, na verdade o fato de fazermos parte de algo maior que nós, quero dizer, acharmos que fazemos parte disso, so por sermos daquela naçao.
Este nao é um discurso recente, muito pelo contrario, a diversao como forma de desviar a atençao de outrém, existe desde que um sistema politico hierarquico se montou. Lembramos do nosso professor de historia ajeitando os oculos e explicando sobre o "pao e circo" em Roma.
Da decada de 70 lembramos da seleçao estrelar, mas ignoramos o Governo de Médici, tal como estamos no momento de ignorar qualquer assunto que esteja modificando nossa vida, de verdade.
Mas porque será que fazemos isso?
Fazemos por que de 4 em 4 anos somos estrelas, somos cabeça de chav, somos reconhecidos mundialmente. De 4 em 4 anos nao precisamos pedir licença para sermos o numero 1 e mais ainda, sentimo-nos especiais e importantes. Todos os olhos estao virados para nós e ao inves de plateia do mundo, somos o palco.
Nos orgulhamos de nossos meninos que jogam bola, enquanto nossos meninos sonham em crescerem e se tornarem novos Pelé, Zico, Tafarel, Ronaldos e Robinho.
Mas assim como é fugaz a copa, é fugaz que esse desejo persiste e sao poucos os que seguem fieis ao seu desejo, e sem algo que prova-se realmente valioso na Copa sao os sonhos que sao construidos.
No que diz respeito a isso, digam o que quiserem sobre a empolgação do esporte nessa era corporativa, onde atletas super bem pagos esperam ter tratamento de rei.
Mas ainda há algo tão unificante sobre o esporte na sua forma mais pura.
Quando os atletas se superam e tocam a grandeza e fazendo isso nos lembram que também temos grandeza dentro de nós
Nenhum comentário
Postar um comentário