Mais lidos de 2012

2012:

01 - Especial Sobre Bonequinha De Luxo
02 - Sobre O Congelamento Dos Contos De Fada
03 - Ela Voltou A Ser Popular
04 - Imortalidade É Um Clichê
05 - Tudo Colorido
06 - Rebeldes Sem Causa, Mas Com Voz
07 - Oswald, The Lucky Rabbit
08 - Vingando As Boas Histórias
08 - Vorazes Por Uma Novidade
09 - Cheias De Cliques
09 - De Queridinho À Príncipe Negro
10 - Então Sou Uma Amélia

Posts mais lidos de 2011


01 - Faíscas
02 - Leyton E O Cometa
03 - Os Sapatos Perfeitos - Parte II
04 - De B. Para S.
05 - Sombrinha Vermelha
06 - Os Sapatos Perfeitos
07 - FNO
08 - Siempre - Only - Tu - You
09 - Você Existe?
10 - Demetria

Download - TCC

Como prometido, o link para quem quiser baixar o meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) já está disponível aqui no blog. E não se esqueça: se for baixar e usar algo, cite e dê os créditos ;)

Download de "E se não morreram, vivem até hoje": as experiências moderna e contempoânea em Branca de Neve.


Outros trabalhos acadêmicos, só clicar aqui.

Contos de Fada para adultos e crianças

Em 1812 Wihelm e Jacob Grimm lançaram uma série de compilações das histórias da tradição oral alemã, intitulado "Contos de Fada para adultos e crianças". Graças a essas compilações, histórias como Branca de Neve, Cinderela, A Bela Adormecida e Chapeuzinho Vermelho puderam chegar a ainda mais lugares do mundo, sendo readaptadas para as mais variadas línguas e com as mais variadas versões.
Hoje chama atenção a homenagem que o Google fez, colocando um doodle com a historinha da Chapeuzinho, mas talvez o que mais chame a atenção sejam os resultados da pesquisa que aparece logo depois. Muitas delas falam da importância dos Irmãos Grimm, como se tivessem sido autores desses contos e até mesmo os vitimiza, como se eles tivessem sofrido uma espécie de esquecimento por conta das adaptações feitas pela Walt Disney e por elas terem ganhado mais destaque. Porém, queridos, gostaria de chamar-lhes atenção para algumas coisas, as quais neste dia de comemoração, muitos parecem ter esquecido: 
1 - As histórias dos irmãos Grimm, na verdade não pertencem a eles. Estas histórias, muito provavelmente, nem mesmo vieram da raíz alemã. Algumas se tem registro de terem viajado milhares de quilômetros até serem compiladas por Wihelm e Jacob. A exemplo de Cinderela, que, pasmem, tem estudos que afirmam ser da tradição oral chinesa; ou O príncipe sapo, que parece ter vindo da África.
2 - Os Irmãos Grimm não eram poetas, eram linguístas que pretendiam fazer um registro da língua alemã da época, considerando suas influências e modificações. Tanto que essas histórias eram registradas da mesma forma em que eram contadas, respeitando a oralidade.
3 - A primeira versão do livro (que faz aniversário este ano) é na verdade uma compilação de histórias sem edição, que não só pretendia trazer versões infantis, mas servir de registro do que se passava de geração para geração. Apenas nas versões seguintes que os Irmãos Grimm perceberam que quem mais aproveitava os contos eram as crianças, então fizeram algumas alterações nas histórias para que ficassem mais infantis.
4 - As versões de Walt Disney são exatamente isso, versões. Não é certo atribuir aos estúdios a autoria desses contos, mas é certíssimo atribuir a eles a autoria das suas próprias versões.

A verdade é que o que esses contos tem de passados, talvez pela postura das personagens, ou pela linguagem; eles tem de atuais, quando lidam com elementos abstratos, sérios e de forte apelo humano, como morte, vaidade e confiança. Sendo assim, não devem ser esquecidos, nem desconsiderados. A verdade é que poucas são as histórias que são fontes de inspiração até hoje e que já foram reiterpretadas de tantas maneiras. Sejam nos filmes da Disney, nos desenhos de J. Scott Campbell, nas séries Once Upon a Time e Grimm, ou mesmo em quadrinhos da Turma da Mônica e novelas da Rede Globo.
Depois de ter feito o meu Trabalho de Conclusão de Curso sobre o assunto, sinto-me mais próxima de tudo isso. E principalmente, sinto-me ainda mais instigada por tudo isso.
Feliz aniversário "Contos de Fada para adultos de crianças" e muito obrigada Irmão Grimm, pela inspiração.

Quem tem medo do lobo mal?

Hoje peguei o meu TCC prontinho na gráfica e ai que coisa gostosa. Se deparar com ele nas minhas mãos, o resultado de um ano de luta, dedicação e muito Walter Benjamin na cabeça. 
Bom, diferente do que, normalmente faço aqui pelo blog, vou postar algo bem pessoal meu. Meus agradecimentos do TCC.

Capa e Contra-capa do meu TCC.


Se fosse para lhes contar uma história, definitivamente teria que iniciar por onde as coisas, obviamente, começaram. Começaram lá no passado, quando um garotinho na faixa dos seus 6 anos disse para a mãe que queria uma irmãzinha. Ele bateu o pé repetindo isso tantas vezes que a mãe não teve escolha a não ser prometer que um dia ele teria. Pouco tempo depois a mãe descobriu que estava grávida e logo a expectativa estava por qual sexo teria essa criança. Era menina. E em nove meses a menininha branquinha, de cabelos arrepiados e cara redonda vinha ao mundo. E sem o irmão “pentelho” e os pais ela não existiria. Mas nesta família não tinha apenas um irmãozinho. Tinha outro. Aquele que enquanto a menininha crescia, levaria ela durante quase todo o ensino médio para a aula, aceitaria ouvir as suas músicas no som do carro e ainda a chamaria para ser madrinha do seu casamento. Não a história não para por ai, tem a mãe heroína e o pai herói. Personagens importantes dessa história e que nunca a negaram de onde vieram nem como chegaram onde estavam. A mãe inclusive ainda espera que ela escreva a sua biografia. Mas isso é outra história.
Enquanto isso, irmão “pentelho” dava conselhos, falavam de lugares, pessoas, conhecimentos e dinossauros, povoava a imaginação da menina com imagens dançantes de coisas maravilhosas e sonhos gigantescos que culminaram com a vontade dela de ser escritora. Sim, ela de fato escrevia e também tentava recriar as mesmas coisas fantásticas que imaginava em papel e caneta. E era incentivada por uma babá que apostava todas as suas fichas na menina gorduchinha, que aprendeu com ela o valor das coisas que mais importam e dos Contos de Fada. Continuou assim, tanto que decidiu em algum momento que não mais só falaria de sonhos, mas também da realidade e foi assim, apoiada por todos naquela casa, que ela fez Jornalismo.
Entre seu caminho passaram muitas pessoas que significaram bastante, não só a sua formação, como também a sua pessoa e enquanto a menina se tornava mulher, quatro amigas também. E como cinco mosqueteiras elas seguiram fiéis seus caminhos, lutando pelo que queriam e procurando sempre estar lá, umas pelas outras. A Loira, a Maddie a Vivinha e a Siamesa, sempre com ela. Também tinha o escudeiro silencioso, que foi de advogado à dentista e que nunca vai esquecer que dará tratamento de graça para a menina pelo resto da vida. Não diferente, ou assim ela pensa, de suas novas cavaleiras. Cavaleiras do Jornalismo, que embarcaram nessa loucura da informação junto dela. Jasmine, Ariel e Minnie. Três personagens da Disney que a lembrariam todo o tempo porque escolheu aquela profissão e como veria nelas as suas próprias vontades.
E o que seria da profissão sem seus mestres? Aqueles que ligam seus sonhos no mode realidade e que a ensinaram a diferença entre ser só um jornalista e ser um jornalista comunicólogo. Para a menina, agora graduanda, foi a letra R que a conduziu por caminhos práticos e teóricos, simultaneamente. Uma, sua orientadora e um, seu orientador. Uma representava muito bem o seu lado ligado ao Jornalismo, o outro o seu lado mais comunicóloga, e mesmo assim os dois se completam. Jornalismo. A ânsia de escrever, de relatar, de contar, de tratar. De apurar, de revelar e de despertar. Se pudesse descrever a sua profissão em uma palavra, ela definitivamente descreveria como apaixonante. Mas tinha a Comunicação. Seus processos, seus enlaces, suas interdisciplinaridade e possibilidades. Se pudesse descrever a sua área de estudo, ela diria amante. E quando a Comunicação se encontrava com o Cinema, aí mesmo que as faíscas rolavam.
Faíscas. E ele se descreve com essa palavra. Como um vento gostoso de uma Boa Viagem de mãos dadas na praia. É quem se precisa para o conforto, para o cafuné, para a compreensão, para o beijo. E ele esteve com ela todo o caminho, sem nunca deixa-la duvidar, nem cair. Isso não é qualquer um que faz, e quem disse que ele poderia ser qualquer um?
Ninguém nessa história o é. Todos estão com ela, lembrando-a de quem ela é, de quem ela se tornou e até onde pode chegar e assim como Walt Disney, uma das suas maiores inspirações, enquanto ela escreve essas últimas linhas de agradecimento, lembra-se que “você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo…mas é necessário ter pessoas para transformar seu sonho em realidade.” (Walt Disney).
E vocês são as minhas pessoas. Obrigada pelo sonho. Obrigada por estarem comigo me ajudando a torna-lo realidade.

Dia de (des)profissionalização

Então, ontem começou a semana profissionalizante do Se Rasgum que normalmente traz uma galera muito bacana, para falar de temas bem interessantes. Só que a abertura não foi lá essas coca-colas. Por quê?
Bom, primeiro eu acho muito importante a gente pensar um pouco sobre o que o Se Rasgum representa para Belém. Não sob uma perspectiva de "ah, mudou a vida de tantas mil pessoas!", mas sob uma visão de uma espécie de grande catalisador de música e que ainda é o maior festival de música daqui e conseguiu em poucos anos, o que muitos festivais não conseguem, que é o de se estabelecer perante a um público fiel que comparece e que acredita na organização do evento. Passou por vários problemas esse ano, isso é verdade, tiveram alguns atropelos financeiros que acabaram "diminuindo" o festival, mas só pelo fato de eles terem metido a cara e terem feito, é digno de ter noso respeito e admiração.
A questão principal desse post não é "falar mal" de fulano, cicrano ou mesmo de movimentos e organizações, na verdade é um post de indignação.

Trabalhando há dois anos com a produção de eventos acadêmicos-culturais, posso dizer que muita coisa saiu errada ontem. Talvez por ego, talvez por falta de preparo, talvez por burrice, mesmo. O que importa ressaltar aqui, é que conhecimento é coisa séria e quando tratado de forma equivocada, pode, literalmente, jogar merda no ventilador. E esse é o primeiro ponto.
O segundo é que eu observo que as pessoas acreditam que ser Social Media é você postar. É você ir lá no facebook e criar uma fanpage que enche o saco de um monte de gente, postando 24h por dia as mesmas coisas; ou ir lá no twitter e fazer o mesmo (só que em 140 caracteres). Não. Social Media é o cara que entende de métricas, é o cara que sabe fazer monitoramento de rede, é o cara que sabe para quê usar AdWords, é o cara que pensa num conteúdo específico para cada meio e, principalmente, é o cara que "não marca todo mundo numa foto, por que mesmo que ele desmarque, ele vai ter visto".
Em terceiro lugar, eu gostaria de saber o que você, bebedor de café considera que seja uma oficina. O que lhe remete a palavra oficina? Para esta que vos fala, trata-se de uma espécie de aula prática, onde é possível você enxergar tudo o que já tinha visto na teoria, aplicado em alguma ferramenta legal, uma novidade, ou mesmo uma dica. Isso que eu compreendo por oficina. Não uma pessoa vir e explicar o que é o twitter e o facebook, ressaltando suas diferenças, dizendo que na "TL do Twitter, aparecem apenas as atualizações de quem você segue". 
Então, juntando os três pontos acima eu me deparo com uma tarde perdida. 
Perdida porque, na esperança de assistir uma oficina que me trouxesse algo de novo, ou mesmo uma ideia legal, me deparei com uma "oficina" dada por um skype sem vergonha, com uma pessoa que não consegui deixar de me perguntar "quem é você e porque é você quem está falando?". O incômodo não foi porque a "oficina" foi dada pelo skype, o incômodo foi ter me sentido enganada com algo que, claramente, era improvisado e mal planejado. Quisesse fazer algo diferente, fique a vontade, mas vamos fazer direito! Hoje você já tem tantas plataformas (gratuitas) que possibilitam fazer a mesma coisa e com melhor qualidade, como o Stoodos, antes de fazer merda, conheça suas opções.
Se você tá organizando um evento, de graça ou que custe uma fortuna, precisa ser bem feito. Ponto. Isso não tem que ser discutido. Primeiro porque o evento que você prepara é o reflexo do que você, como organizador e como associação (ou qualquer outra coisa que o seja) é. Se o evento é desorganizado e mal feito, então subentende-se que assim que você é assim. Dê-se respeito. Estilo não tem nada a ver com falta de qualidade.
Ao final, onde é que estava a oficina ali? Em "lalaland"? No mundo fantástico do Fora do Eixo?
Eu nem vou entrar no mérito de discutir a segunda "oficina" (também via skype)...Mas o que eu vou fazer aqui, é dar uma colher de chá para os briguentos de plantão (que podem estar achando que também sou uma) e dar algumas sugestões para que o ano que vem a gente não se depare com as mesmas porcarias que foram apresentadas ontem:
1 - Quer melhorar o que você tá fazendo? Organize-se. Se é um cara de São Paulo que vai falar, porque não fazer um bate-papo com uma pessoa aqui em Belém, de fato mediando (e não batendo papo no Facebook).
2 - Quer fazer algo à lá Web 2.0? Conheça suas opções. Todo mundo sabe que a internet em Belém é uma tristeza. Então investe em um modem 4G, compra um hotspot ou mesmo algo básico: testa o que você quer fazer na véspera.
3 - Entenda uma coisa, se você está se propondo a discutir Social Media, suponha que todas as pessoas que se inscreveram na "oficina" saibam o que são essas plataformas. Ninguém ali precisa que outra pessoa venha e lhes dê um "tutorial" de onde clicar para criar uma fanpage. As pessoas estão procurando por opções, querendo saber quais as potencialidades das redes e como se pode usar para tirar proveito onde se trabalha.
4 - Não amiga, só porque você alimenta a fanpage da sua empresa, não faz de você um Social Media. Se quer falar com propriedade sobre o assunto, se profissionalize. Seja capaz de me explicar como posso monitorar minhas redes e falar disso com propriedade. Seja alguém que valha a pena ser escutado.
5 - Conheça. Vai atrás de cursos online, de pessoas que DE FATO tem histórias de sucesso (não que começaram dia 28 de novembro). Fique por dentro do que está acontecendo, de quem realmente faz Social Media no país e porque eles fazem determinadas escolhas. Será que funciona para minha empresa? Será que posso usar tais ferramentas? Como descubro novas funções?
As coisas não são "Olha, se você seguir pessoas legais, você vai ter uma TL legal e vai gostar do twitter", a questão é o que EU posso produzir para a TL de quem me segue. A qualidade não é de lá para mim, é ao contrário. Preocupa-me seriamente que se pense dessa maneira...
E principalmente, não é marcar todo mundo numa fotinho qualquer que você vai ter sucesso, muito menos enchendo o saco de coleguinha para curtir e compartilhar. Não. Se o cara te curte e te segue, ele tem que continuar de curtindo e te seguindo. Produz conteúdo, fala de coisas interessantes e, principalmente, se você vai marcar alguém na foto, tenha um motivo para isso. Não é só "ah, se ele se desmarcar, pelo menos ele viu", porque mais cedo ou mais tarde, ele mesmo não vai mais querer ver.

Acendendo ideias!

Definitivamente, uma das coisas mais legais que a internet possibilita pra gente é poder nos encontrarmos com tantos acontecimentos diferentes que rolam pelo Brasil e também pelo mundo. Este ano além de ser possível se inscrever online para o CLIC, também será possível assistir algumas partes da programação ao vivo
A programação do CLIC começa hoje (20/11) e vai até sexta (23/11), na Saraiva MegaStore, Shopping Boulevard, Belém - PA.

E porque todo este alarde? Bom, muitos de vocês devem ver eu propagando a ideia do CLIC, o qual faço parte, mas ninguém numa me perguntou porque eu acredito nesse projeto.
Eu acredito porque é inovador e inovar é ver uma coisa que sempre esteve na sua frente, mas que as pessoas nunca repararam e meter a cara. Sim, porque se você não fizer, ninguém vai fazer, ou alguém fazer, mas não vai ser tão bom quanto você poderia ter feito. 
Eu acredito no CLIC porque penso que existe uma mística muito chata de que eventos culturais-acadêmicos tem que ser massivos e sob temáticas batidas. Quero ajudar a quebrar com esse paradigma. 
Eu acredito no CLIC, porque já tive uma ideia do poder que ele tem. De quantas pessoas ele consegue chegar e dialogar com, talvez, o que elas procuravam. Acredito porque as coisas não são preto no branco, são coloridas e cheias de tons, cheias de nuances que talvez só precisássemos de um empurrãozinho para enxergar.
Finalmente acredito no CLIC, porque conheço o potencial de quem idealizou tudo isso, sei do que ele é capaz quando quer alguma coisa e sei que o mundo mal pode esperar para ver o que ele vai fazer em seguida.
O CLIC começou há pouco mais de um ano e já conquistou muitos espaços, já conquistou muitos entusiastas, muitos amigos e muita história para contar. Fora isso, colecionamos um conhecimento que talvez levassem anos por vias convencionais.
Mas quem quer ser convencional?
Na era da contemporaneidade a palavra de ordem parece mesmo ser misturar. Vamos brincar, vamos criar neologismos, vamos ser espertos, vamos procurar sobre o que escrever, sobre o que falar, sobre o que brindar. Vamos conhecer iniciativas vorazes e que são inovadoras. Vamos beber diretamente da fonte desse pessoal que, com muita habilidade se tornou realmente bom em alguma coisa. Vamos ficar incomodados, fazer algo e finalmente parar de, só, reclamar. Quer realmente fazer algo?

Então acenda uma ideia!

Quem é você?

É impressionante olhar o que acontece com as cantoras que começamos a acompanhar pelo falecido Orkut. Skye Sweetnam, que falei num post passado foi de flertar com o punk, a casar com ele; Krystal Meyers, que ainda vamos falar sobre, sumiu completamente e essa terceira moça, personagem principal deste post, foi de embaixadora oficial da virgindade para uma chapeuzinha vermelha bem danadinha.

Jadyn Maria é uma Porto-Riquenha que cresceu em Nashiville e agora, com 24 anos, lança um album com uma mistura de pop com hip hop. Bem a cara de seu mentor, Ne-Yo, que a adotou em sua gravadora e a incentivou a gravar músicas com Flo-Rida, Katy Perry e outros artistas já consolidados no meio.
Eu conheci Jadyn através do Orkut em 2006-2007, quando ela tinha lançado uma demo chamada "Choices". Os estilos eram melanges de pop com uma batida mais mansa que lembrava reggae e até um pouquinho de rock. Suas músicas incluiam até um cover da música "With or Without you" de U2 e uma baladinha ("Love don't love") a cara de garotas nos seus 16-17 anos. Bem diferente do que ela está fazendo agora. 
Mas a diferença de batida não é nada comparada a diferença de comportamento. Jadyn Maria cresceu cantando na Igreja e, talvez, por influência desse meio sempre cantava composições sobre o amor que espera, as escolhas que fazemos e como elas podem influenciar em nossas vidas e ainda pregava o amor de Deus. Não que uma pessoa que se vista de mini-saia e cante sobre garotas boas que se apaixonam por caras maus ("Good Girls like Bad Boys") não possam ser cristãs fervorosas, mas o problema é que, quem curtia a Jadyn em 2006, pode ser que não a curta mais, pois sua mensagem parece ter se perdido. O que a diferenciava de muitas outras garotas que cantam com hip hoppers era a sua essência, e esta caminha por ladeiras meio turvas e sem graças hoje.


Jadyn Maria ft Flo Rida "Good Girls Like Bad Boys" from Claire Carre on Vimeo.

Apesar da voz poderosa e da beleza, o que Jadyn pode acrescentar de novo no meio da indústria fonográfica? Depois da sua transformação ela se tornou mais uma pop singer, que faz caras e bocas de atrizes pornô e que canta sobre conquista, festas e caras.

Cinema.com

E para quem pensa que existe de tudo na rede, aqui vai mais uma confirmação de que isso é verdade! Uma rede social destinada aos loucos por audiovisual de plantão! 

Seu nome é Filmow e ela funciona mais ou menos como a já conhecidíssima Skoob (aquela rede dos viciados em livros), a diferença básica, é que as estrelas dessa rede são os filmes, as séries, curtas-metragens e muitos outros tipos de produtos do audiovisual (e isso inclui até os atores), não como você é como pessoal.
O funcionamento é bem simples e como o Filmow é uma plataforma integrada ao Facebook, você não precisa ficar se preocupando em preencher um monte de informações sobre si mesmo, basta logar com a sua conta do FB e começar a marcar os filmes que você: já viu, quer ver ou não quer ver. Depois disso é só compartilhar as suas opiniões com os outros.
O mais legal dessa rede é que, mesmo que se trate de um rede pessoal, onde você pode incrementar com os seus favoritos, acaba não sendo tão pessoal assim, pois o assunto são os filmes e não você, de modo que você pode encontrar pessoas muito interessantes e tão interessadas em audiovisual quanto você, de opiniões semelhantes ou diferentes; sendo que a discussão quase sempre é muito bem vinda.
página inicial do filmow
É uma ótima pedida, também, para ficar sabendo detalhes sobre algum filme que você não tem certeza se vai gostar, pois além das opiniões dos outros, você também confere toda a ficha técnica dos filmes, incluindo trailer, galeria de fotos e até preços em lojas, caso você esteja interessado em comprar.
Apesar do Filmow não ser tão popular ainda, acredito que uma plataforma dessas tem tudo para crescer, uma vez que cada vez mais as pessoas preferem compartilhar suas opiniões com a internet, sem contar que, para quem não tem um cineclube pertinho de casa, o filmow é uma ótima opção para colocar para fora o cinéfilo em você.

Manequim humana

É muito comum nos depararmos diversas vezes com histórias que nos fazem questionar nossa própria forma de viver, muitas dessas histórias habitam apenas aquele momento e não se estendem a nossa vida, pois o sentido dela só fica vivo enquanto lembramos, o que normalmente são apenas alguns minutos da nossa vida muito corrida.

Ontem me deparei com uma notícia no G1, sobre a escocesa Louise Wedderburn, uma jovem de 18 anos que possui uma doença muito rara chamada FOP (Fibrodisplasia Ossificante Progressiva), que faz com que os ossos nunca parem de crescer, de forma a invadir outras partes do corpo, como os musculos, tendões e ligamento. Os ossos crescem tanto, que chega a se formar um segundo esqueleto, o que acaba causando um travamento completo do corpo. A doença não tem cura e nem permite que a pessoa viva por mais de 40 anos, pois chega uma hora que todo o corpo trava e a pessoa não consegue, nem sentar, nem deitar, nem mesmo andar.
Só que, o que poderia ser uma história de luta contra a doença e apenas mais daqueles casos tratados à lá Discovery Channel, ganhou uma proporção interessante ao descobrirem que Louise é uma viciada em Moda. A moça coleciona roupas que estejam em alta, devora revistas e mais revistas sobre o assunto e ainda sonha em seguir uma carreira no mundo fashion como modelo.
A questão no documentário está, muito mais na luta de um corpo "imperfeito" querendo espaço num local onde a perfeição parece ser a palavra de ordem e Louise luta, não contra a sua doença, mas para convencer a todos de que merece um espaço, uma chance na moda e ser tratada como uma pessoa normal, capaz de fazer coisas "normais", ela disse: "Se eu começar a pensar nessas coisas, nunca sairia" e mesmo sendo limitada por várias partes do corpo, já travadas, Louise vai atrás do que quer, fazendo audições, books fotográficos e até trabalhando nos bastidores de grandes eventos fashionistas, como a Semana de Moda de Londres.
Uma verdadeira aula de que é necessário lutar pelo que se quer, se é aquilo que você realmente sonha!


"Eu amo tudo isso! Poderia seguir carreira como estilista, maquiadora e até mesmo trabalhar de alguma forma para uma revista como a Elle!"

28/10

Em comemoração ao Dia Internacional da Animação, achei interessante trazer para o blog um pouquinho da história desse tipo de fazer cinema que muito me encanta, e que também penso encantar a muitos.

Como devem saber, meu trabalho de pesquisa é basicamente focado na Animação de Walt Disney, mas é bem verdade que antes dele tiveram muitos outros cineastas, assim como depois a animação conseguiu se ampliar e viabilizar tantas outras formas que hoje são as mais conhecidas. Assim como outras formas, diferenciadas e não tão comuns de se fazer animação começaram a se propagar pelo mundo possibilitando misturas interessantes e até ousadas.
*É certo que a animação é tão antiga quanto o próprio fazer cinema, porém só em 1906 que o artista plástico James Stuart Blackton realizou o primeiro desenho animado, Humurous Phases of funny faces. Segundo Alberto Lucena Junior (2005), apesar deste filme ter sido uma espécie de marco inicial do cinema de animação, ele não era completamente animado, pois possuía algumas falhas técnicas que o impediam de ser.
A animação aplicada inteiramente em um curta metragem só foi possível dois anos depois com o Fantasmagorie do caricaturista francês Emile Cohl, isso sem falar de Winsor McCay que foi o primeiro a colocar humor nos desenhos animados e estabeleceu uma espécie de padrão nas histórias que eram contadas neste tipo de cinema, ou seja gags espontâneos e de caráter clássico que, não importando em que período são vistos, as piadas são compreendidas.  E esse padrão foi mantido até meados dos anos 1910, quando a procura por novos mercados fez com que os animadores buscassem novos recursos, inclusive na própria arte pictórica, o que possibilitou um crescimento técnico e visual considerável neste tipo de cinema.
É neste período que alguns dos personagens mais icônicos da animação são criados, como Popeye, Betty Boop e o Gato Félix. É neste período também que Walter Elias Disney começa a mexer com as técnicas de animação e logo se torna uma referência ao ser capaz de unir a animação com a crescente necessidade do cinema de contar uma história.
Walt Disney percebeu que as histórias ainda eram muito pobres e que isso limitava a animação às histórias bonitinhas e engraçadinhas dos personagens que já existiam. Procurando um refinamento e uma experimentação de técnicas (que incluíam o som e a cor), a animação conseguiu ganhar grande destaque na década de 30. Segundo Howard Beckeman (2003) “era difícil que algum estúdio conseguisse um trabalho como o de Disney devido ao seu cuidado meticuloso com as histórias, efeitos sonoros, música e cor”, isto sem contar com o que esperava pelo cinema no ano de 1937: o primeiro longa-metragem em animação. (Vamos falar sobre isso em outro post ;D)


E para um garoto com problemas com o pai, inocente em vários sentidos, mas genial em muitos outros, nada melhor do que criar personagens e lugares que só existiam nos seus sonhos e transportá-los para o mundo externo. Para onde “os procedimentos da câmara correspondem aos procedimentos graças aos quais a percepção coletiva do público se apropria dos modos de percepção individual do psicótico ou do sonhador.” (BENJAMIN, 1994; p. 190).

*Parte do segundo capítulo do meu TCC

Noite passada

Qual é o pior tipo de traição? Aquela traição carnal que apenas satisfaz um desejo animal que existe no ser humano, ou aquela traição que, mesmo sem qualquer toque sexual, envolve uma série de sentimentos verdadeiros e profundos? Bom, à princípio nem é isso que parece ser a discussão trazida no filme "Apenas uma noite" escrito e dirigido pela iraniana Massy Tadjedin, mas ao longo de uma análise de um casamento balançado pela dúvida e insegurança, o drama romântico que se resumiria a ciúmes, mentiras e lágrimas, ganha um final sugestivo e uma sensação de identificação humana muito peculiar.

O roteiro gira em torno do casamento de Michael e Joanna, que estão casados há cinco anos, mas estão juntos desde a faculdade. Durante uma festa do trabalho de Michael, Joanna nota uma aproximação muito intensa entre seu marido e uma colega de trabalho, Laura e pressiona Michael para que ele lhe diga se sente algo pela moça. Os dois passam boa parte da noite discutindo, até que Joanna assume que exagerou. Os dois voltam a se entender, mas Michael precisa viajar a trabalho.
No mesmo dia em que Michael viaja a trabalho com Laura, Joanna reencontra um grande amor do passado, Alex, um homem de postura galante, mas duvidosa, que mesmo depois de anos longe de Joanna, não consegue esquecê-la, por isso vive uma realidade de boemia e mulheres. A partir daí, "Apenas uma noite" nos leva em uma viagem de cortes, onde o casal principal e seus respectivos acompanhantes de uma noite nos faz questionar seus princípios de certo e errado, bem como nossos próprios princípios, em diálogos inteligentes e situações enlaçadas que chegam a ser desconcertantes de tão possíveis.
Laura é "pura e simplesmente" a femme fatale do filme, esquenta os diálogos com o centrado Michael o tempo todo e fica clara a sua intenção de dormir com ele. Enquanto isso, Joanna é insegura demais, inclusive para admitir para si mesma que está enrolada com Alex. Essas personalidades se chocam e são reveladas escancaradamente para nós, que nos identificamos um pouco com cada um deles. As personagens vão se envolvendo entre si em duas tramas diferentes, mas ligadas pela traição. Enquanto Michael e Laura se envolve pelo puro e simples desejo, Joanna e Alex tem uma história, um amor mal resolvido e a escolha de ambas as partes, que claramente parece ser motivo de arrependimento deles.  
Além disso, a ideia de que uma noite é capaz de mudar tudo, ou simplesmente não mudar nada é permanente no filme, sendo talvez o ponto principal do filme que, entre mentiras (para si e para os outros), inseguranças e questões mal resolvidas, "Apenas uma noite" nos deixa levemente incomodados, principalmente com o final, completamente aberto e sugestivo ao estilo: "Faça dele o que quiser", então o que faria dele?

Longa vida ao meu reino.



Eu sou uma princesa. Este vídeo faz parte de uma campanha publicitária feita pela Disney para reacender a chama do que é ser uma verdadeira princesa, e ainda serviou para quebrar com alguns preconceituosos que diziam que a empresa não se atualizava. Basta Olhar para as últimas produções para ter certeza de que isto não é verdade.
Eu sou uma princesa. E você?

Tradução do vídeo:
Eu sou uma princesa
Eu sou valente algumas vezes
Algumas vezes sou medrosa
Mas as vezes sou valente, mesmo estando com medo
Eu acredito em lealdade
E confiança.
Eu acredito que a lealdade é construida na confiança.
Eu tento ser gentil
Eu tento ser generosa,
Eu sou gentil mesmo quando os outros não são generosos

Eu sou uma princesa
Eu penso que defender a mim mesma é importante
Eu penso que defender os outros é mais importante
Mas estar com outros é o mais importante.
Eu sou uma princesa.
Eu acredito que compaixão me faz mais forte
Gentileza é poder
E a família é a maior ligação de todas.

Eu já ouvi que sou bonita
E sei que sou forte
Eu sou uma princesa,
Longa vida ao meu reinado.

São todos belos

Baseada na série homônima da década de 80, a nova aposta da CW para o horário nobre começou a ser exibida esta semana nos Estados Unidos: A Bela e a Fera.

Afinal, quando ouvimos falar da clássica história da Bela que se apaixona pela Fera, somos direcionados a lembrar do filme da Walt Disney Studios de 1992, porém a história deste casal inusitado é tão antiga, ou mais, que Branca de Neve (por exemplo) e também descende da tradição oral. Alguns estudiosos apontam que ela descende da mitologia russa, outros que é apenas uma reinterpretação da história grega de Eros e Psiquê. Mas é bem possível, na verdade que seja uma mistura bem sucedida das duas coisas, pois conforme estas histórias viajavam, carregavam consigo todos os ensinamentos e contextos sociais das mais diversas culturas que tiveram contato. Nunca perdendo, no entanto, as premissas de "nunca julgue um livro pela cara" e "nem tudo é o que parece ser".
A partir dessas premissas a história se multiplicou chegando aos mais diversos cantos do mundo e basicamente com as mesmas formas, o dito estranho (e as vezes impossível) amor entre a moça mais bela de todas e uma fera feia e perigosa. E entre todos esses cantos do mundo, "A Bela e a Fera" conseguiu chegar em Hollywood, onde esta história pode ser contata na grande tela e tamém na pequena. Em 1987 a empresa CBS apostou em um seriado baseado na história de A Bela e a Fera, mas que dava a ele uma pegada mais moderna, com personagens de nomes diferentes (Catherine e Vincent), sem músicas bonitinhas e na verdade visando uma relação mais de essência entre os personagens, de forma que, por exemplo, a Fera não fica "bela" no final.
A série foi um sucesso na época e mesmo depois da morte da primeira Bela, sendo substituida por outra atriz (sendo outra personagem) o enredo se perdeu, de forma que durou 4 temporadas. Destino que eu não acredito que vá se seguir para o remake de 2012.
A história não parece ter profundidade e todas as minhas perguntas foram respondidas no primeiro episódio. As personagens não são marcantes e muito menos te deixam instigados com os seus passados. A Fera não é feia, na verdade o termo "fera" está mais relacionado ao seu comportamento à lá Hulk quando está irado, sendo que não é nada difícil um amor entre eles.
A verdade é que o maior dos ensinamentos dessa história se perdeu e a série está seguindo para um lugar muito visitado por outras séries, como CSI, Bones e outras: o lado policial da força. Sendo assim aposto (e realmente posso estar enganada) de que a série vai se alongar em episódios onde a Bela precisará resolver crimes e, é claro, a Fera vai ajudar; os dois vão se apaixonar, mas vai ter todo aquele drama de descontrole e o relacionamento deles vai sendo adiado o máximo possível. O mesmo vai acontecer com o mistério dos militares que perseguem Catherine e mataram a mãe dela: vai ser esquecido até os últimos episódios, esperando que isto vá manter a série.
Pois é, fraquinha e dispensável na programação de qualquer um, "A Bela e a Fera" não está entre as minhas apostas para uma longa próspera vida, bem diferente do conto, não?! 

A pesquisa viciada

Sabe como tem gente que fala de ouvido, paladar e ponto de vista viciados? Pois é, nessa vida minha de pesquisa, muito recente diga-se de passagem, percebi que existe pesquisa viciada.

Pois é, toda pesquisa começa com uma ideia, a partir dessa ideia você começa a pensar em possibilidades para abordá-la, pesquisadores que podem te dar um suporte teórico excelente e formas de conduzir a análise para que você consiga chegar em algum lugar. O ideal é quando esse lugar ainda é desconhecido, pois aí que a pesquisa fica interessante. Fica suculenta de se fazer, te conduz de uma forma inebriante e ela mesma te faz encontrar alguma resposta, bom, as vezes nenhuma resposta, mas com certeza algo para dizer e considerações para se pensar.
O esquisito, no entanto, é que nesse pouco tempo em que posso me ver, de fato pesquisando, notei que ao contrário de se deixar levar pela pesquisa, na verdade esses "pesquisadores" já começam a análise sabendo para onde ela tem que ir, conduzem-na em uma rota de visões picotadas, enchendo de colagens de interpretações já batidas, achando que se trata de alguma novidade, ou pior que isso, achando que assim, se constroi conteúdo.
Como disse, não tenho muito tempo assim na pesquisa, nem mesmo me considero uma pesquisadora de fato, mas se tem uma coisa que já aprendi neste tempo é que acrescentar algo na bibliografia, só por acrescentar, é o mesmo que ofender os muitos outros pesquisadores (de fato) que desenvolvem um trabalho sério, coerente e que buscam novas perspectivas em uma visão já conhecida.
Já chega de artigos que tentam provar que nos Contos de Fadas clássicos as mulheres são submissas e abestadas, que não se tem um aprendizado real, pois ensinaria as meninas a desenvolverem complexos de donzelas em apuros; já chega de trabalhos que usam da psicanálise de Bettlheim para afirmar que os contos são importantes para o desenvolvimento infantil; já chega de papers que reduzem os Contos de Fadas a narrativas ultrapassadas e desqualificam as versões de Walt Disney, dizendo que elas "congelariam" o seu formato original de narrativa multável. Já deu! Tem muita coisa repetita, muita ideia compactada, muita fala reduzida a uma análise de fala fácil. Nenhum análise é fácil, se fosse não teria graça se pesquisar.
O tal do congelamento dos Contos de Fada, causado pela Walt Disney Pictures.
Colegas que pesquisam Contos de Fadas, se querem falar sobre a identidade da mulher, não falem de forma anacrônica, as versões clássicas são reflexos de seus momentos sociais e se levar isto em consideração, estes contos não estavam fazendo mais do que a sua obrigação (de educar). Se querem falar sobre psicanálise leiam o livro de Bettelheim inteiro, suas análises são densas e não dá para reduzí-las a pedagogismos simplistas. Se querem falar de Walt Disney conheçam a sua história, suas obras, suas contribuições para o gênero de Contos de Fadas, dizer que o cinema disneyano congelou essas histórias não só é um discurso de crítica fácil, como também não confere, caso contrário não teríamos as várias outras versões que se desmembraram e continuam desmembrando ao redor do mundo.
Ao final, considerem o seguinte: o ponto principal dos Contos de Fada é o ensinamento, é a moral da história, é o que se apreende dessas histórias, não as representações arquétipas de um dado período, ou o desenrolar da trama. Estes se modificam, se adaptam e sobrevivem. Sempre o fizeram e sempre o farão.

Grace, a princesa.

Já fizeram filme sobre Marilyn, sobre Katherine, sobre Betty Davis e Audrey Hepburn. Cadê algum que fale da vida de Grace Kelly? Uma princesa, uma lady, uma musa. Grace é lembrada com carinho pelos adoradores de cinema, os fashionistas de plantão e os apreciadores de uma boa história para contar.

Aos que só conhecem o belo rosto de Grace pelos filmes "Disque M para matar" e "O Ladrão de Casaca", e nunca se aprofundaram mais sobre a vida desta mulher, provavelmente não sabem que Grace se casou com um príncipe, é considerada a princesa mais bonita da atualidade e ainda por cima teve uma morte trágica em um acidente de carro.
Fora esses pontos que fizeram parte da sua história pública, Grace Kelly participou dos bastidores de tensões políticas insitadas pelo líder francês Charles De Gaulle, que criticava intensamente o fato do principado de Mônaco ter ser tornado uma espécie de paráiso fiscal. E foi neste momento que o filme Grace of Monaco, com previsão de estrear em 2014, se firma.
Por enquanto o filme tem um orçamento de 15milhões de dólares, mas já está enchendo os olhos dos cinéfilos de plantão, pois além de falar de um dos ícones da 7ª arte, ainda conta com a bela e talentosa Nicole Kidman no elenco, inclusive no papel principal. Apesar de não serem exatamente iguais, Kidman tem o mesmo tipo de beleza clássica e sofisticada que Grace possuia. A direção está por conta de Olivier Dahan, o mesmo que dirigiu Piaf, então não podemos esperar um filme sem a alta dose de dramaticidade e intesidade.
Além dos atrativos do filme em si, será interessante poder ver Grace Kelly sendo prestigiada para além de sua beleza e seus papéis no cinema, posando para fotos e recebendo prêmios. A expectativa é por um Grace cheia de vitalidade, espírito e decisão. Uma mulher que tomou as rédeas do seu país, mesmo que por trás dos holofotes e lutou para que o seu lar não fosse comprometido por um movimento político.
Sua história não pode ser esquecida e, na verdade, merece ser reconhecida. Ela tinha prestígio, tinha popularidade, era querida e admirada. Poderia ter ser acomodado, mas não. Tornou-se mais do que uma atriz que virou princesa, foi na realidade uma princesa que em algum momento foi atriz.

8 minutos

Achando que está no meio de uma simulação militar dentro de um trem, Colter Stevens não faz ideia de quem é aquela mulher que fala com ele com tanta intimidade. Ela fala algo sobre entrar para a universidade de direito e passar um tempo sebático na Índia. Fala em como ele foi parte importante naquela escolha e como ela está grata. Uma lata abre, uma mulher derrama café em seu sapato, o fiscal pede o bilhete do trem e não demora muito para acontecer uma explosão.
Inconsciência, perda de foco, morte. Tudo junto acontece com Colter, enquanto ele acorda novamente. Uma voz o recepciona de volta, Collen Goodwin e o chama de capitão. Agora sim faz sentido. Aonde ele estava?
Este é o clima que se instala logo nos primeiros minutos do filme "Contra o Tempo", um thriller de Sci-fi do ano passado que eu descobri por acaso zapeando pelos canais. 

Colter Stevens, interpretado pelo talentosíssimo Jake Gyllenhaal, é um militar preso em uma cápsula e sendo parte de uma missão ultra-secreta. Esta missão se resume em viajar para uma espécie de realidade paralela do passado, onde um trem sofreu um ataque terrorista. Ele precisa descobrir quem é o terrorista e avisar seus superiores para evitar novos desastres. Para tudo isso, ele tem 8 minutos dentro da mente de outra pessoa.
Apesar de viagem no tempo não ser lá um ponto de partida muito original, o diretor Duncan Jones conseguiu dar à temática um ar diferente, uma espécie de "A Origem" misturado com "Em Algum Lugar do Passado", trazendo o melhor dos dois filmes de uma maneira bem dosada e quase possível, já que existe uma explicação da "viagem" de Colten no tempo. 
Existem algumas lacunas que são bem comuns em filmes como este - por exemplo não sabemos o que acontece com a consciência e sentimentos do homem que é "incorporado" por Colten -o filme tem um enredo coeso, que apesar de ir nos explicando as coisas em conta-gotas e ter, basicamente dois cenários, é estimulante e nos leva a querer descobrir junto com Colten o que realmente está acontecendo com ele.
Cristina, a mulher que conversa com ele de forma íntima, exerce sobre o capitão uma atração intensa e o faz querer salvá-la em todos os momentos do filme. Apesar de ser um romance impossível para os dois (já que ambos morrem na explosão do trem), nesta realidade paralela Colten luta com todas as forças para evitar que o pior aconteça.
De forma brilhante somos levados a crer que existem mais dúvidas a serem respondidas que as perguntas apresentadas no filme e que assistir só uma vez, não é suficiente.

Último Pré-CLIC do Semestre


Comissão Organizadora do CLIC 2012realizará o 5º Pré CLIC do ano com o tema O oriente é logo ali... ou está aqui?, no dia 25 de setembro, no Espaço Benedito NunesnaLivraria Saraiva. Os convidados do bate-papo serão:
- Tárcio Galvão, bacharel em Publicidade e Propaganda pela Unama, que pesquisou o movimento Superflat, iniciado pelo artista plástico japonês Takashi Murakami no início do século XXI. O Superflat, entre outras coisas, busca criticar os vícios de consumo e o excesso de fetichismo da sociedade japonesa, seguindo a visão apocalíptica de que no futuro o mundo todo será “perdido” nos tais excessos e num fluxo de informações sem fim.
- Carlos Henrique Brandão, o DJ Masa (foto à direita), graduado em Administração e em Comunicação Social. Masa, que iniciou sua carreira em 2005, atualmente é uma referência mundial em K-pop – a música produzida na Coréia do Sul – e já se apresentou em cidades como Budapeste, Lima, Cingapura, Buenos Aires, São Paulo, Recife e Brasília. Tendo como base o K-Pop, o DJ e produtor cultural mistura músicas e videoclipes de intérpretes e bandas do Oriente e do Ocidente e ainda faz mashups inusitados, misturando ícones musicais pop como Lady Gaga e Madonna até Nirvana e Muse. Recentemente, DJ Masa ganhou destaque nacional ao fazer um mashup com trechos da novela Avenida Brasil.
A mediação do próximo Pré CLIC será de Camila Sousa, graduanda no curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Socias da UFPA, colaboradora do blog Belém Otaku, integrante do coletivo #SalaLivre e do grupo de estudos de cibercultura Realidade².

SERVIÇO
5º Pré CLIC O oriente é logo ali... ou está aqui?
Quando? 25 de setembro, 19h
Onde? Espaço Benedito Nunes, na Livraria Saraiva
Entrada franca com direito a certificado.

A arte de "estragar" uma música



Tem gente que acredita que não tem nada melhor que algo original. Uma melodia como foi concebida, a voz com que foi primeiramente gravada, ou a 1ª maneira como foi editada. No entanto com essa quantidade altíssima de versões, remixes, acapella e afins, a força do original parece um pouco, digamos, borrada.

Então, se de fato vivemos no tempo das reinterpretações, do dito, visto e copiado, talvez devêssemos nos questionar se de fato existe esse negócio de “estragar” uma música. Falo isso primeiro por que sou de Belém do Pará, a terra do Tecnomelody, que, trocando em miudos, se trata de colocar uma letra em português (as vezes com o mesmo sentido da original), com a mesma melodia, mas encoberta com a batida dançante do brega.
A verdade é que de onde eu olho, estas versões acabam tendo o poder de reviver canções há muito já esquecidas, o que pode ser muito bom, uma vez que vivemos em um período em que tudo é tão fugaz. Sem contar que reacender estas músicas nos dá algo importantíssimo: repertório, afinal de contas, como dizer que algo é repetição se não se conhece o que foi feito antes. Quem faz isso muito bem é o show de TV Glee, que apesar de reinterpretar tunes bem atuais, também visita os clássicos da música e homenageia grandes cantores que se consagraram de alguma maneira na história da música, como é o caso de Michael Jackson, Liza Minelli, Madonna e Rolling Stones. Isso sem contar das músicas da Broadway e de musicais marcantes do cinema. Glee vive de versões, mesmo assim implacou grandes sucessos em rankings mundiais, como a Bilboard.
Isso sem falar dos DJs (os de verdade, não os que apertam o play nos finais de semana), que sempre estão procurando opções e inspirações para criar um remix exclusivo, ou alguns mashups, que se utilizando daquela ideia de ser híbrido, em que uma terceira música é criada a partir da mistura de uma primeira e uma segunda. Assim, com a internet e as muitas possibilidades tecnológicas versões única são criadas e graças a plataformas digitais, com o ITunes eles podem ser vendidos e divulgados juntamente com as versões originais, ficando na responsabilidade de quem ouve escolher.


Postado por mim no Livros e Afins dia 16/07

Do (G)local

"Como sempre digo, a UFPA precisa de uma estratégia política de projeção internacional. No cenário brasileiro sempre seremos vistos como um espaço a ser colonizado. Num cenário global, temos condições de nos instituirmos como parceiros de primeira ordem, primeira grandeza."
O que ficou do curso introdutório e da palestra de Maffesoli. Obrigada pelo texto, Fabio Castro. 


Veja o post completo aqui.


Skye: the rockdoll

Uma das coisas que eu mais gostava na época do Orkut, eram as comunidades de compartilhamento musical, em que, através de um gênero musical você podia ir conhecendo muitos outros artistas, inclusive uns que estavam saindo do forno, ou aqueles que você só tinha ouvido através de uma trilha sonora que não saia da sua cabeça.
Por isso agora vou abrir uma nova categoria aqui no blog, chamada Música de Orkut, em que colocarei estes artistas que conheci nessa rede social e que, de certa maneira, se tornaram marcantes na minha biblioteca musical.
Para inaugurar esta categoria apresento para vocês Skye Sweetnam:

A inspiração dessa cantora de 24 anos vem dos mais diversos cantos do mundo. Ao mesmo tempo em que ela canta em um ritmo que mistura rock, pop e até punk, se veste como uma boneca japonesa e exagera nas cores fortes, o que inclui seu cabelo rosa chock, roupas bufantes e sua guitarra em forma de borboleta.
Skye Sweetnam começou a sua carreira mais ou menos no começo dos anos 2000, quando Billy S, seu primeiro single, implacou nas paradas canadenses e acabou indo parar na trilha sonora do filme "Meu novo amor" com Mandy Moore em 2003. Foi ai que ela foi avistada pela Disney, que a convidou para participar de alguns albuns de coletâneas disneyanas como Disney Jingle Jams e Disney Mania 4, em que cantava Part of Your World (da trilha de A Pequena Sereia).
Sua fama cresceu no gênero trilha sonora e acabou sendo um nome muito requisitado para séries adolescentes (fez a abertura de Radio Free Roscoe, The Buzz on Maggie e Wayside), além de ter feito a voz cantada de Barbie em The Barbie Diaries; sua vontade mesmo era conseguir independência musical, que só veio em 2005 com o lançamento de Noise from the basement, que tem as faixas que estouraram: Tangled up in me, Number One e Billy S, principalmente no japão, em que ficou em 5º lugar nas paradas.
Com a boa repectividade do album, Skye saiu em turnê com Britney Spears e mais ou menos nessa época ela conseguiu renovar o contrato para lançar o Sound Soldier que só foi oficialmente lançado em 2007, com os sucessos Human e My boyfriend is music.
Apesar da boa receptividade, também, deste album Skye resolveu tentar algo novo e junto com três roqueiros independentes e criaram a Sumo Cyco e agora Skye é Sever. 


Agora, por que vale a pena conhecer a Skye?
Bom, não se trata de uma cantora inovadora ou que de alguma forma mudou significativamente o mundo da música, mas que traz consigo algumas características que não passam despercebidas. Tem uma personalidade musical presente, principalmente na contemporaneidade, que se modifica como uma camaleoa e tenta estilos misturados que podem não ser tão agradáveis a ouvidos viciados.
Uma das maiores demonstrações dessas transformações é a diferença entre Noise From the Basement e Sound Soldier. Quem ouvir os dois cds vai perceber uma clara mudança do Rock adolescente, típico de filminhos High School para uma brincadeira entre Pop e Punk (e até um pouco de Rap) em que a estrela principal é o ritmo frenético que as músicas tem.
De fato, ela aposta em uma estética, tanto visual quando sonora, que flerta bastante com o K-Pop (talvez por isso tenha feito tanto sucesso no oriente) e brinca com rimas inusitadas e brincalhonas que podem, facilmente, serem interpretadas com duplos sentidos.
E ainda com a pegada experimental de sempre, dessa vez Skye (Sever) está fazendo um som mais pesado e que pode parecer, a princípio, que não combina com a sua voz, mas depois de um tempo ouvindo você entende o que ela quer dizer quando diz que seu estilo é uma mistura de Nine Inch Nails, Quentin Tarantino e Britney Spears.