A segunda estrela a direita - Parte IV

Pensei de que forma poderia escrever uma carta e assim participar de blogagem coletiva do grupo Tagarelando, o qual faço parte. Então fiquei considerando as coisas que queria dizer para mim mesma e as coisas que gostaria de fazer, assim como o que gostaria de perguntar para mim mesma daqui a alguns anos. A dúvida também estava em com qual idade eu gostaria que eu mesma pegasse para ler isso aqui.
Então lembrei de uma pequena série de posts que eu fiz chamada A segunda estrela a direita. Essa série teve três posts (post 1, post 2, post 3) e entre notas pessoais, eu usava o tema de Peter Pan (The Second Star to the Right) para falar um pouco sobre mim mesma, certos medos, reflexões e afins. Como o blog acabou tomando uma outra forma, acabei deixando esses posts caírem no esquecimento, mas com o tema acima, acho que está mais do que na hora de revisitá-lo.
Logo, a minha proposta de Uma carta para o meu eu do futuro é uma revisão das coisas que eu escrevi há 4 e 3 anos, fazendo as prospecções para daqui a 5 anos, quando eu estarei com 29 anos. 

Uma carta para o meu eu do futuro*
Imagem do Tumblr
Alô Ana, tudo bom? Por onde você anda? Espero que esteja em algum lugar entre o Camboja e Moçambique, ou perambulando através do Expresso Oriente, não esquecendo de descer em Praga. Afinal de contas, você sempre quis conhecer esses lugares e agora chegou aquele momento, o de tirar o ano sabático que você se prometeu ao abrir aquela poupança aos 22. Lembra?
Em todos os lugares você continua procurando pela segunda estrela a direita, sonhando em conhecer a Terra do Nunca, não? Espero que tenha encontrado em algum lugar, porque isso daria um filme! Falando em filme, como anda a sua empreitada cinematográfica? O Festival ainda existe né? E agora está mais concorrido do que nunca, espero. 
Sabe, estava relendo aqui aquelas reflexões que escrevi (ecrevemos) aos 20 e aos 21 anos. Engraçado como tanta coisa aconteceu de lá pra cá, então só posso imaginar o que aconteceu daqui praí. 29 é uma daquelas idades que você sempre acreditou ser decisiva para enteder a si mesma e ao mundo, lembra? Você dizia que seria aí, entre os seus 29 e 30 anos que se permitiria a aventura de seguir por estradas não conhecidas e se permitira se perder pelo mundo. Dar a volta ao mundo. 
Viver todas aquelas aventuras que você via nos filmes, talvez encontrar alguém, mas talvez não. Hoje, aos 24 isso não é tão importante assim. Você acabou de se tornar especialista e agora vai começar o mestrado. Falando nele, valeu a pena, né? Você está dando aula, conhecendo pessoas incríveis e passando pra frente todo o conhecimento que adquiriu e ven adquirindo? 
Aos 24 você ainda lutava com essa necessidade de ser perfeita, mas morando sozinha você descobriu que as coisas não são exatamente assim. Espero que esse auto-conhecimento tenha apenas crescido e se tornado ainda mais forte, pois a cobraça demasiada te levava a loucura há alguns anos. Aqui eu peço pra você não esquecer que foi um processo achar o meio caminho entre o que você queria ser, o que estava se tornando e o que você realmente era. 
Uma criança adulta. 
Um Peter Pan.
Continue procurando a segunda estrela a direita, não esqueça que ela ainda brilha ai dentro. E entre polaroids, malas, copos de café, carimbos no passaporte, bolhas nos pés e mochila nas costas você se lembre de quem importa e finalmente descubra a resposta.
Daquilo que ainda não sei qual a pergunta.

Ensaio Recall

Em um ensaio fotográfico, que eu admito não saber para onde foi (uma vez que encontrei as fotos no 9gag), alguns atores incorporam seus papéis mais marcantes. Vale dizer que, segundo o 9gag, eles mesmos quem escolheram os personagens. O legal desse ensaio, é que os atores não usaram nada além de um objeto para tentar indicar os personagens os quais eles estão fazendo referência, de modo que, se você não assistiu algum desses filmes, pode ter dificuldade de identificar todos.
#FikDik de que pelo meio tem Harry Potter, Matrix, Coração Valente, O Senhor dos Anéis, O segredo dos inocentes e muitos outros.
E aí? Identificaram todos?

Heterotopia* Animada

Rebordosa
re.bor.do.sa 
sf (re+bordo+oso, no fem) 1 Alarido, gritaria, conflito, confusão. 2 Barulho, pancadaria, arruaça. 3 Admoestação, censura, reprimenda. 4 Situação desagradável, contingências difíceis. 5 Doença grave. 6 Reincidência de moléstia.

Rê Bordosa
1. Mulher de, aproximadamente, 40 anos. Alcoólatra, ególatra, sem noção e ninfomaniáca. 2. Personagem de quadrinhos, criada por Angeli, que fez muito sucesso entre 1970 e 1987. 3. Assassinada por seu criador.

Afinal de contas, "do que estamos falando", você deve se perguntar. Estamos falando do curta-metragem em animação Dossiê Rê Bordosa, dirigido por César Cabral, que pretende investigar os motivos e motivações que levaram Angeli assassinar Rê Bordosa

Conforme já falamos anteriormente, Rê Bordosa foi uma personagem de quadrinhos, criada por Angeli durante a década de 70. Desbocada e desprovida de bom senso, Rê era conhecida por suas loucas aventuras e total desprendimento quanto a amarras sociais e convenções, de modo que era adepta do sexo casual, de drogas e muito mais. Para completar, a personagem encerrava as tais loucas aventuras, na banheira de casa, tomando um vinho e curando a sua ressaca moral, enquanto filosofava sobre si mesma e sobre sua vida e motivações.
Durante o período em que as suas tirinhas foram produzidas, Rê fez muito sucesso, até que foi subitamente assassinada por seu criador e nunca mais redesenhada por ele. O que o curta metragem procura, então, é dá uma explicação do motivo deste "cruel" assassinato e ainda imergir na mente do "sanguinário" Angeli.
Rê e Angeli se encontram pela primeira vez
Para tal, César criou um produto original e muito interessante, construindo um falso documentário, em animação e em cima de um levantamento de entrevistas reais sobre a personagem e seu criador. Ele vai além, trazendo as personagens da ficção, como a própria Rê Bordosa, Bob Cuspe e Bibelô para contracenarem com os entrevistados: Angeli, Laerte, Marcia Aguiar e Paulo César Peréio. Assim, todos os personagens foram transformados em bonecos de massinha, estilo A Fuga das Galinhas, mas mantendo um desenho bastante caricaturado e que, evidentemente, buscava no traço de desenho do próprio Angeli a inspiração para que eles ficassem contextualizados. O trabalho foi todo desenvolvido sob a égide do stop motion, que basicamente consiste em bater 24 fotos para compor um segundo, sendo que a diferença entre cada uma dessas fotos são movimentos milimetricamente modificados que, postos juntos, formarão um movimento fluído. Além disso, eles se utilizaram da técnica de goma de mascar, criada por Walt Disney, onde as bocas se movimentam apenas com os fonemas principais, de modo que, não importante em qual língua o filme seja dublado, sempre parecerá original, fora que é muito menos complicado na hora de juntar as imagens aos áudios.

Mas passando sobre essas questões mais técnicas e curiosas (pelo menos para essa que vos fala), o que o Dossiê Rê Bordosa tem de tão interessante, assim? Especialmente para uma geração que, como a minha, ainda não tinha ouvido falar dessa personagem, até se deparar com o curta. Bom, César Cabral foi responsável por criar um documentário que, na verdade, não é documentário, com uma rica estética e narrativa envolvente, que, longe de parecer algo bem chato (como algumas pessoas tendem a pensar sobre documentários), na verdade é divertido e consegue transpassar, até para quem não conhece, a riqueza da personagem.
César traz elementos do documentário tradicional, de programas investigativos, como Linha Direta e ainda brinca com o lado escandaloso que envolveu o caso de Rê, ao trazer falsas matérias com uma narração em off quase que sensacionalista, expondo todo o drama da forma como a morte da personagem aconteceu, assim como brinca com a edição, construindo Angeli como um criminoso a sangue frio. Todos os depoimentos foram deliberadamente editados para que o 'autor do crime' fosse pintado como um sádico e também um hipócrita, que cria uma personagem com um modelo feminino que ele mesmo despreza.
Dos questionamentos, ainda restam dúvidas: Foi um crime passional? Foi porque Rê estava ofuscando a fama de Angeli? Ou talvez fosse porque ele simplesmente cansou dela? Ao final, parece que todas as respostas são afirmativas, ao mesmo tempo em que não, e esse é um dos grandes divertimentos aqui.
Para quem não sabe, Dossiê Rê Bordosa ganhou diversos prêmios e reconhecimentos, tanto no Brasil, quando no exterior. Aqui você encontra todas as informações sobre o curta metragem. E se você quiser assistir ao curta, basta dá o play aqui embaixo e se deliciar com 16 minutos de Rê Bordosa.

*Heterotopia é um conceito de Michel Foucault, autor da contemporaneidade, que nomeia desta forma a junção de dois mundos possíveis em um mundo possível (ou vice-e-versa), tal como César construiu em seu falso doc em animação, quando colocou personagens fictícios e reais, em um terceiro mundo, onde eles poderiam conviver.  

Séries para as suas férias - Parte II

Voltando aqui com dicas para as suas férias, tenho aqui mais cinco indicações de séries que tiveram uma sobrevida pequena, porém são ótimas para esse período em que você quer aproveitar ao máximo a folga e ainda assim consumir alguma cultura pop bacana e que te distraia. Sendo assim, aqui vão mais algumas indicações para você se divertir:

05 - Reunion

A história acompanha vinto anos da vida de seis amigos: Samantha, Carla, Craig, Will, Aaron e Jenna.Cada episódio corresponde a um ano de suas vidas, começando a partir do ano de 1986 durante a graduação dos 6 amigos na cidade de Bedford, Nova York. Cada episódio também intercala com os momentos atuais, quando o Detetive Marjorino investiga a morte de um dos amigos no dia da festa de 20 anos de graduação, em 2006. Deixando todo mundo morrendo de curiosidade, essa excelente ideia acabou sendo cancelada antes do seu fechamento completo, no entanto é uma diversão interessante, se você considerar que é possível brincar de detetive e levantar as suas próprias ideias sobre a identidade do assassino. A linha da série é mais ou menos similar à The Nina, sitada no post passado, mas as relações são ainda mais escandalosas.
Quantas temporadas e episódios? 1 temporada, 13 episódios.

04 - Don't trust the b**** in apartment 23 

A comédia da vez é a divertidíssima Don't trust the b*** in apartment 23, ou simplesmente, Apartment 23. Nesta série acompanhamos June e Chloe, duas mulheres completamente diferentes que, por um ironia do destino, acabam convivendo no mesmo apartamento. Chloe é, de fato, uma bitch, mas não pelas razões que achamos no começo e acontece também, que ela é melhor amiga do ator James Van Der Beek (o eterno Dawson de Dawson's creek) - que na série interpreta ele mesmo - e os dois colocam a certinha June nas mais diversas confusões. Por ser um sitcom os episódios são bem independentes entre si, o que não significa que não sofremos quando a série foi cancelada. ;/
Krysten Ritter, a Chloe da série já foi protagonista de um super post aqui sobre o seu estilo nota 10.
Quantas temporadas e episódios? 2 temporadas, 11 episódios
Atualmente a série está disponível no Netflix, mas para quem não tem Assista online

03 - Lie to me

Uma das séries mais interessantes dos últimos anos, infelizmente não teve uma sobrevida que deveria. A proposta era ótima, mas o problema foi que ela caiu um pouco na mesmice, o que fez com que fosse cancelada na terceira temporada e deixou muita gente órfão. A série acompanha as investigações de uma equipe especialista em detectar mentiras. Nela, a gente aprende que as mínimas expressões e gestos podem dizer se alguém está mentindo, omitindo (sim, eles explicam a diferença na série), trapaceando e mesmo outro sentimento qualquer. A polícia contrata o Dr. Cal e sua equipe para agir como polígrafos humanos. 
Quantas temporadas e episódios? 3 temporadas, 38 episódios
Atualmente a série está disponível no netflix, mas para quem não tem, Assista online.

02 - Birds of Prey

Baseada nas heroínas da DC Aves da Rapina (Canário Negro, Oráculo e Caçadora), a série deixou saudades profundas nessa que vos fala, porque depois dela, nunca mais tentaram fazer outra com heroínas. Basicamente, para quem não sabe, as Aves de Rapina são um grupo feminino, habitante de Gotham, que foi originalmente montado por Barbara Gordon (exatamente, a primeira Batgirl), depois que ficou paralítica por conta de um ataque do Coringa. Babs reune, então, Helen (a filha do Batman com a Mulher Gato) e a Dinah Redmond (que na série é a filha da Canário Negro oficial e do Arqueiro Verde). Elas são defensoras de Gotham, contra o crime, então você pode esperar bastante porrada, suor, babado e confusão. Acredito que um dos motivos da série não ter feito tanto sucesso, esteja no fato de que o Batman quase não aparece e dos heróis mais conhecidos do mundo DC o único que faz uma aparição é o lindo-maravilhoso-incrível Asa Noturna. Mesmo assim, para quem se interessa, mesmo que minimamente pelo mundo DC, é uma ótima pedida.
Quantas temporadas e episódios? 1 temporada, 13 episódios

01 - Tru Calling

Assim como na vez passada, a série que mais me deixou saudade dessa lista vem em primeiro lugar. Tru Calling conta a história de Tru, uma estudante de medicina que acaba indo estagiar no necrotério. Até aí, tudo bem, afinal de contas, catalogar gente morta não tem muito mistério mesmo; só que Tru descobre que tem um dom: os mortos que não deveria ter morrido ainda, pedem ajuda à moça, que revive 24horas desse dia e tenta mudar o rumo das coisas para aquele morto. Assim ela precisa cumprir a sua missão no mundo, apenas com as informações que colhe dos mortos na mesa da necropcia e ainda aproveitar para tentar consertar alguns erros da sua própria vida. Com um roteiro incrivelmente bem escrito, ainda não sei porque a série não agradou os espectadores norte-americanos, mas posso dizer que ainda sofro pela falta de final que ela acabou recebendo, por conta do abrupto cancelamento.
Sim, é mais uma série com a Eliza Dushku.
Quantas temporadas e episódios? 2 temporadas, 26 episódios.

Estilo Nota 10 - Nina Nesbitt

Quem ouve a voz fofa da Nina Nesbitt consegue imaginar direitinho qual o estilo que usa e como se coloca dentro do mundo da moda. Se você não conhece, nem a Nina, nem o estilo dela, então está na hora de, não só conhecer, como se inspirar!
Para quem não sabe, Nina é ex do lindo Ed Sheeran (que falamos sobre aqui) e inspirou algumas das músicas mais queridas do ruivinho, como "U.N.I", "The man", "Nina" e "Wake me up". As fontes oficias dizem que ela mantiveram a amizade e até gravaram algumas músicas juntos. 
Mas vamos parar de fofoca e partir para o que interessa: a moda de Nina!
E para entrar no clima, dá o play!

Na maquiagem, Nina usa e abusa do gatinho tradicional + batom vermelho. É quase uma marca registrada da moça, sendo, inclusive, o visual que ela costuma usar em seus clipes musicais. O cabelo loiro e usado meio bagunçadinho, o que dá a ela um look do tipo "vim de busão pra cá e a janela tava aberta". 

Nina parece preferir peças soltinhas, leves e com um quê de boho urbano, de modo que ela é facilmente vista usando chapéus fofos, tiaras com flores, jardineiras, jeans surrado e camisetas soltinhas. Diria que no street style ela é uma bela mistura de boho com grunge e alguns toques indies.


No tapete vermelho as coisas não parecem mudar muito. A diferença é que ela prefere usar vestidinhos de corte reto, estilo Twiggy para ficar um pouco mais formal, mesmo assim as influências que são suas assinaturas permanecem.


Confira mais looks da fofa e conta pra gente o que você achou. Já conhecia a Nina? 


Flórida 104

Não é só dos badalados parques temáticos que Orlando fez a sua fama. Como uma cidade voltada para o lazer, que é, lá você encontra diversos tipos de passeios e divertimentos variados, para aqueles que já foram algumas vezes à cidade. Aqui selecionamos alguns passeios interessantes:

Legoland

Parque voltado para crianças de 2 a 12 anos, mas que atrai os olhos e a atenção de adultos que cresceram entre as peças clássicas. Como as suas atrações são mais voltadas para o público infantil, ela é basicamente organizada em playgrounds, carrosséis aquáticos, aviões, cinema 4D, fábrica de peças de lego e show pirotécnicos. Até mesmo as montanhas-russas são leves, destacando-se as: Technic Test Track, Flying School e a Coastersaurus. 
Para os adultos, a Cypress Gardens é um jardim botânico, à beira de um lago. Dá para relaxar o dia todo aproveitando a vista, a brisa e ainda olhar os pequenos se divertindo.

Ripley’s Believe it or not! Orlando Odditorium 

O museu curioso de “Acredite se quiser” mostra diversas excentricidades, como uma cabeça humana encolhida, o menor carro do mundo, um painel gigante de Jimi Hendrix feito com 8,5mil cartas de baralho. Este museu é encontrado em várias partes do mundo, mas a filial de Orlando é uma das maiores.

Wonderworks 

Que tal se divertir em uma casa ao contrário? Bom, se você passar pela frente da Wonderworks com certeza vai ficar curioso para ver o que tem dentro e o que tem é um centro de lazer indoor, com brinquedos que simulam catástrofes naturais e uma montanha russa virtual que pode ser criada pelo próprio visitante. Se você está com crianças é uma excelente pedida. www.wonderworksonline.com

Celebration 

Para quem ainda não cansou do Mickey e sua turma, vai se apaixonar pr essa cidade projetada por Walt Disney, que tem uma arquitetura fofa, baseada nos anos áureos da Disney. Ali você encontrará diversas praças, lojas, hotéis e restaurantes interessantes.

Praias

Existem várias praias interessantes perto de Orlando, entre elas a famosa Cocoa Beach (adorada por praticantes do surf) e a St. Petersburg Clearwater, onde os visitantes podem aproveitar suas águas calmas e mornas.

Vida Noturna

Para quem não dispensa uma boa nightlife, Orlando oferece de tudo um pouco e sempre com um toque de cidade cosmopolita. 
Entre as danceterias destacam-se a The Beachman (www.thebeachman.com), Vain (www.vainorlando.com) e a The Social (www.thesocial.org). Se a sua pedida é bar, então não deixe de passer pela Church Street e visitar lugares como Blue Martini (fica no Mall at Millenia) e o Icebar, um bar de gelo que você bebe um drinque enquanto ‘aproveita’ a temperatura abaixo de zero do local.
Destaque para o Pointe Orlando, um shopping situado na International Drive que se diferencia mais pelos bares e casas noturnas, que pelas lojas em si. Se você está pensando em se aventurar, aproveite para jantar bem e depois aproveitar o B.B King Blues Club, uma casa de shows que apresenta o melhor do blues em vários shows imperdíveis. 

City Walk

Um complexo de lojas e gastronomia da Universal Orlando Resort, que fica entre os dois parques principais da marca. Ali você encontra excelentes opções de lazer, como o show do Blue Man Group, o Hard Rock Café (que é a maior filial da rede no mundo). Lá você pode aproveitar para curtir os restaurantes temáticos, como NBA City, Nascar Sports Grille, Bubba Gump entre outros. Se o seu negócio é casa noturna, não pode deixar de visitar Bob Marley – a tribute to freedom, The Groove, Hard Rock Live e o Rising Star

Downtown Disney

Área dedicada ao entretenimento e atrações imperdíveis, o Downtown Disney abriga o show fixo do Cirque du Soleil, La Nouba, que entre trapezistas, contorcionistas, acrobacias e mágicas, contam uma bela história que envolve todos os espectadores. Na House of Blues você aproveita o melhor do rock e do blues, acompanhado de jantar.
No marketplace você encontra a World of Disney, a maior loja dedicada à produtos Disney no mundo; a Legoworld, onde tudo que você quiser encontrar da Lego, você vai achar aqui; e Harley Davidson, loja dedicada à essa marca. Para jantar tem o Planet Hollywood e para quem quer aproveitar e dar uma volta aérea, não pode perder o Characters in Flight, um balão de ar quente que sobre até mais ou menos 120 metros e te dá uma vista privilegiada de todo o Downtown.

Entre o Real, o Virtual e a Vaidade

Partindo de uma das coisas que mais nos causam incômodo: nossas hipocrisias; o filme Homens, Mulheres e Filhos, se constrói sobre uma narrativa que se entralaça para dentro de si, ao mesmo tempo em que consegue, de modo quase brutal, ao mesmo tempo em que quase trivial, mostrar situações que poderiam sim, acontecer pertinho de casa.

O mesmo diretor de dois filmes queridos meus, Juno e Amor sem Escalas, Jason Reitman, constrói um filme homônimo ao livro de Chad Kultgen, onde o mote o qual a história se desenrola é a forma como as pessoas se relacionam e como esse relacionamento tem sofrido mudanças por conta das redes sociais e tecnologias móveis. Partindo disso, é que somos levados entre diversos personagens que desfilam suas próprias psicoses contemporâneas, entre elas a necessidade de fazer parte, de ser famoso, de se diferenciar e de ser sempre melhor do que se é, mesmo que só por fora.
A voz de Emma Thompson nos guia através da uma narrativa irônica, à lá Discovery Channel, como se quisesse garantir o nosso olhar sobre a história como se fossem uma espécie que carece ser observada com essa distância de documentário animal, uma vez que precisamos ver que tudo aquilo é digno de notabilidade. Tudo aquilo é digno de espanto. Até mesmo, digno de asco.
Somos confrontados por espelhos distorcidos, que gritam na nossa cara: "estão vendo o que está acontecendo? Somos hipócritas, somos infiéis, somos inseguros e olha o que estamos fazendo com os nossos filhos! Olha o que estamos nos tornando!".

E é assim mesmo, com personagens extremistas, que tem misturadas suas ânsias pessoais (de homens e mulheres) com as de seus papéis dentro do núcleo familiar, que a história ganha corpo. Na mãe superprotetora (Jennifer Garner), na mãe superpermissiva (Judy Greer), no garoto que se considera um nada e sem razão de existir (Ansel Elgort), na menina que sofre de anorexia (Elena Kampouris) e no casal que sofre de problemas sexuais (Adam Sandler e Rosemarie DeWitt). Esse desfile de personagens dão a tônica de feira de vaidades, o qual o filme constrói o seu discurso, só mostra, de modo extremo, o que temos feito com as nossas relações e nossas vidas (de aparências). Será que em meio a isso tudo, uma relação de verdade pode surgir?
Destaque para a interface digital aprimorada de A rede social, que conecta os mundos real e virtual de modo importante e decisivo na narrativa. 

Palmas para Ansel Elgort, que consegue transmitir de modo ímpar esse vazio do mundo com tanta gente e tanta informação, onde, cercados por tudo isso, ainda nos sentimos pequenos e sozinhos. Adam Sandler é digno de notoriedade também, uma vez que se destaca em um personagem beirando a auto-piedade, mas que é, definitivamente, um adulto. Afastando-se dos personagens cômicos que ele está habituado a fazer.

Séries para as suas férias - parte I

Para muitos dos meus leitores, as férias estão chegando, por isso trouxe aqui uma listinha de cinco séries de TV que, se você ainda não viu, pode aproveitar as férias para conhecer (e ficar viciado.). Para este post especial, eu escolhi cinco que tiveram algumas poucas temporadas, assim você consegue assistir tudo, sem ficar com aquela sensação ruim de que gostaria de ter mais tempo para assistir, ou na expectativa que comece a nova temporada. 

05 - The Nine

Um assalto acontece em uma manhã. Nove pessoas são feitas de reféns. O roubo era para durar apenas cinco minutos, mas logo tudo o que os dois assaltantes menos queriam acontece, quando o SWAT é chamado. Duas pessoas acabam morrendo. Agora esses nove sobreviventes precisam superar os eventos, entender o que aconteceu e seguir em frente, e nós, como espectadores desse grupo de histórias, nos vemos perdidos entre fragmentos de lembranças, que misturam o antes, o durante e o depois de modo nada convencional. Compreendemos assim, que nada é o que parece ser nesse drama policial, cheio de reviravoltas e momentos de tensão. 
Trata-se de uma série de mistério e reconstrução de um crime que transcende o fato de ter sido um assalto a banco, chegando à complexidade humana e mostrando que as coisas podem ser bem diferentes do que se pensa.
Quantas temporadas e episódios? 1 temporada, 13 episódios




04 - Outsourced

Ao terminar o seu curso de gerenciamento de call center, Todd Dempsey descobre que a empresa Mid America Novelties (uma empresa que vende, através de um catálago, diversas bobagens como luvas de espuma, vômito falso, calcinha comestível e etc) mudou o seu call center para Mumbai na Índia, para onde ele terá que se mudar. Lá, ele conhece diversas figuras como Rajiv, Madhuri, Manmeet, Asha, Gupta, Charlie e Tonya. Personagens que ajudam a série a se desenvolver e ganhar fôlego para contar uma história de comédia, sem que caia em clichês, preconceitos e racismo. Todos os personagens que trabalham para o call center são representações de castas hindus, no entanto eles não se firmam nesse discurso para criar as histórias e sim no fato de que Todd é um estranho nessa cultura fascinante, porém completamente diferente da norte-americana e que para fazer um bom trabalho, ele mesmo precisa superar certas ideias pré-concebidas. Vale muito a pena se divertir com esses personagens!
Quantas temporadas e episódios? 1 temporada, 22 episódios.
Assista Online



03 - Dollhouse

Sejam bem-vindos à Dollhouse, uma empresa onde pessoas, chamadas de "bonecas" (dolls) servem para diversos cargos, funções e finalidades, desde ser um acompanhante sexual, um assassino de aluguel, um companheiro de faixada e muito mais. E eles são ótimos nesse trabalho, principalmente porque são pessoas que tiveram suas personalidades e existências apagadas do mundo, através de um computador. São pessoas que podem, por isso, receber qualquer tipo de conteúdo, desde muscular, habilidades sociais, de linguagem, memórias construídas e muito mais. A nova pessoa pode ser o que quiserem que ela seja e é nesse mundo que conhecemos Echo, interpretada por Eliza Dushku. A série teve apenas 2 temporadas, foi cancelada, mas teve até que um desfecho interessante. Por ter essa pegada de sci-fi, acabou não agradando tanto o grande público, que esperava algo mais parecido com Buffy, a série que Eliza fez e que lhe rendeu mais notoriedade.
Já vou avisando que Dollhouse é uma daquelas séries que vão se enrolando em si de tal maneira que você se encontra cada vez mais imerso nesse mundo maluco e ao mesmo formidável criado pela série.
Quantas temporadas e episódios? 2 temporadas, 26 episódios.
Assista Online



02 - Bomb Girls

Com uma qualidade excepcional, elenco interessante, figurino lindíssimo (falamos aqui) e personagens incríveis, Bomb Girls já foi o protagonista de um post completo aqui e retorna à minha lista de séries que você não pode perder nas suas férias! A série acompanha a vida de quatro mulheres de idades diferentes, backgrounds diferentes e enredos diferentes, mas que trabalham em uma fábrica de munições, a Victory Munitions, e é neste ambiente que as suas histórias se encontram e é possível acompanhar o que cada uma delas tem a acrescentar à narrativa. Ambientada nos anos 40, durante a segunda guerra mundial, a série tinha tudo para cair em certos clichês de feminismo forçado, mas ela conseguiu se desvencilhar e trazer um enredo coeso, interessante e realmente excelente. Se você gosta de figurinos antigos, séries históricas e dramas bem construídos, não pode perder essa excelente série!
Quantas temporadas e episódios? 2 temporadas, 18 episódios.
Assista Online



01 - Pushing Daisies

Já falamos sobre essa série aqui, justamente porque é uma das minhas favoritas e porque eu acho que quem ainda não teve a oportunidade de assistir não sabe o que está perdendo! 
Nessa comédia, meio policial, Ned um confeiteiro de tortas, que ainda criança descobre que possui um dom bem interessante. Tudo que ele toca e está morto volta a vida, porém esse dom tem algumas péssimas pegadinhas, uma delas é que se o ex-morto não voltar à morte em 1 minuto, aleatoriamente, outra pessoa (ou ser vivo) morre em seu lugar. A outra pegadinha é que, se Ned tocar novamente no morto-vivo esta pessoa morre de novo e dessa vez é para valer. A partir disso, alguns eventos levam o tímido rapaz a reviver o grande amor da sua vida e entre dramas pessoais, um ótimo elenco e um visual de tirar o fôlego a série era uma das mais interessantes que já passaram na televisão! 
Quantas temporadas e episódios? 2 temporadas, 22 episódios. 

Doces acordes íntimos

Com letras simples, melodias calmas e uma deliciosa combinação de doce com salgado, Leighton Meester mostra uma face quase inesperada em seu primeiro álbum, Heartstrings.

Quem não lembra da it girl Blair Waldforf da série de tv Gossip Girl? Bom, se você se lembra, com toda certeza lembra da intérprete da personagem, a morena Leighton Meester. E também, se você se lembra, deve ter em algum canto da sua obscura memória a vaga lembrança da participação que a moça fez na música Good Girls Go Bad, da banda Cobra Starship. Peço que você se lembre disso, porque quando essa parceria foi lançada, logo depois Leighton lançou a baladada Somebody to Love e todas as expectativas recairam sobre a hipótese de que a moça lançaria um álbum e de que essas músicas seriam ao estilo pop eletrônico. Só que a história ficou em banho maria.
E assim permaneceu até quando algumas músicas vazaram. Coisa pouca, coisa "estranha", uma vez que não fazia o estilo que as pessoas esperavam a moça. Logo, foram desconsideradas e colocadas em escanteio, como uma espécie de prévia equivocada. 
No mês passado, no entanto, Leighton (finalmente) lançou o seu primeiro álbum. Heartstrings

O álbum é uma verdadeira e deliciosa coletânea de músicas delicadas e que foram gravadas com uma banda ao vivo no estúdio, fato que dá ainda mais a atmosfera intimista ao cd, que realmente parece ter sido gravado durante uma reunião de amigos, entre os quais um deles canta muito bem e outros três tocam instrumentos.
Por se tratar de um álbum nesse estilo, muitos fãs foram pegos de surpresa, inclusive alguns acharam que essa não é a verdadeira Leighton, mas particularmente penso que não seria ela se a mesma fizesse um trabalho multimilionário, cheio de batidas, auto-tunes e esquemas que fizesse o trabalho todo muito mecânico e artificial. Ao contrário disso, Heartstrings é quase uma representação do eu vulnerável e sensível dela, falando de perto, quase como uma confidência entre amigos. O trabalho, justamente por ter essas notas extremamente particulares, foi lançado pela própria gravadora de Leighton, a Hotly Wanting Records. Ouça abaixo o álbum completo:

Para completar o pacote, ela ainda lançou um clipe para o seu primeiro single e homônimo do cd, que também segue essa linha íntima e pessoal. Sinceramente, gente, estou impressionada e deliciada com a beleza do trabalho dela. Fui pega de surpresa com o tom das músicas e fiquei maravilhada com a possibilidade vocal da moça que, apesar de não ter nada de diferente ou espetacular, é tão bem usada que percebemos que ela sabe o que está fazendo. 
Destaque para as músicas: "Heartstrings", "Run away", "Dreaming", "Sweet" e "Entitled".

Sobre o tempo, o espaço e zonas de conforto*


Se tem uma coisa que o tempo e o espaço influenciam mais do que filme de Ficção Científica, é a nossa vida. A forma como olhamos para ela, a forma como a interpretamos e principalmente, a forma como queremos levá-la adiante. 
Quando você se toca disso, pode se permitir encarar mais coisas de frente. Coisas como, limitações, medos, frustrações, fiascos e outros desafios que, inevitavelmente, irão aparecer e sim, te deixar louco, triste, desmotivado e, eventualmente, sentindo-se muito pouco.
Mas o que, novamente, o tempo e o espaço te ajudam a perceber é que praticamente nada na vida é permanente. Onde você mora, quem você conhece, quem você ama, o que você presa, suas metas, e assim por diante. Tudo pode mudar num piscar de olhos e você precisa estar preparado para isso. E mesmo se não estiver, não esquenta, o tempo e o espaço vão se encarregar de te levar pra frente, mesmo que isso signifique ter que se desfazer de algo/alguém, de um lugar ou de um conforto.
Por sinal, sair da sua zona de conforto é o que torna tudo isso real. Plausível. 
Só quem já saiu de casa, cortou o cabelo de um modo completamente inesperado, parou de roer as unhas, assistiu um filme que achou que ia odiar, comeu algo que nunca imaginou comer, preferiu ficar só, ao ter um namorado chaveirinho; só quem se permitiu saltar, sem saber se iria conseguir chegar do outro lado (numa clara referência ao episódio "The Leap" de How I Met Your Mother) sabe o que é sair dessa zona de conforto e, melhor de tudo, conquistar algo que não esperava, ou mesmo aquilo que mais queria de modo tão intenso que doía. 
E só quem teve que voltar, sabe como é entristecedor o sentimento de regressão. Mas se tem uma coisa que eu tenho aprendido cada vez mais intensamente, é que, de repente o mundo muda, você muda com ele, ele gira e as coisas se transformam. Numa maré de azar, vem uma de sorte, se assim você quiser chamar, e num momento de queda, vem a levantada. Mais alto, mais certo, mais maduro. É hora então de respirar de novo e dizer "Here we go again"! E se tiver que levantar a bandeira branca que seja algo momentâneo, que seja passageiro. Só por agora. Nunca para sempre.

Não quero fazer desse post um texto de auto-ajuda, a não ser que se considere que ele é bem o que eu espero estar acontecendo na minha vida (auto) e que serve de reflexão para este tal momento (ajuda), mas se ele tiver algo a ver com você, então que seja de alguma serventia para lhe trazer mais do que uma simples leitura. 

*Mais um texto reflexivo, não só para mim, mas para Lora e Maddie.

I am. I will.

Primeiramente eu gostaria de falar com você. Sim, você que, assim como eu, acompanhou cada pedacinho de divulgação desse filme. Que aguardou ansiosoo por qualquer novidade, seja ela em vídeo, em fotos, em tuites, em app...você que conseguiu o suado e disputado ingresso de pré-estréia e se sentou entre tantos outros fãs (além de alguns perdidos), em uma sessão lotada, se sentindo importante e confidente dessa revolução. Um verdadeiro tributo. É para você que eu escrevo esses apontamentos sobre "Jogos Vorazes: a esperança - parte I". É para você que eu escrevo, pois é bem possível que você discorde de mim em alguns pontos, justamente pelo seu lado fã, um lado que quase me dominou e que quase me fez acreditar que esse filme é, como uma adolescente que sentou ao meu lado durante a sessão disse: "o mais fodástico até agora!".

Sim, querido fã. Eu discordo. Mas antes de você fechar a sua janela e me levar como traidora, deixe-me dizer que não estou dizendo que o filme é ruim. Que não vale a pena. Que foi um marketing enganoso. Não estou falando isso. Apenas, e por mais que me aperte o coração dizer isso, eu esperava mais!
Já está mais calmo, fã? 
O que eu quero dizer com "esperava mais", você deve estar se perguntando. Vamos lá.
Quero dar início aos apontamentos, afirmando categoricamente que se trata de um filme tecnicamente bom. A cenografia nos ambienta dentro desse mundo rígido e cinza dos militares do D13, também ficamos inebriados com as imagens externas e aqueles bosques, lagos e belas paisagens que se encontram nos momentos de desenvolvimento psicológico de Katniss. Também é impossível não deixar de falar da história em si, que é o que nos conquista em primeiro plano. O fato de se tratar de uma crítica social, um futuro distópico e ao mesmo tempo que clama por esperança. A história não é, de modo algum denegrida neste filme e o mérito de que os filmes estão fazendo jus ao livro continua, assim como anteriormente. As belas sequências das insurgências que eclodem como resposta às propagandas do D13 são sabiamente elencadas e lindamente filmadas, usando recursos de primeira. Definitivamente, é um filme que cumpre o seu papel.
Mas também é aí que ele me perdeu.
Sim, porque nós acompanhamos uma série de histórias baseadas em sagas literárias que tiveram a sua última parte dividida em duas, de modo a ter mais tempo para explorar, tanto as suas nuances narrativas, quanto suas vantagens econômicas. E isso não é nada ruim, até porque para você e para mim, querido fã, sabemos que temos mais tempo par usufruir dessa tão adorada trama. Porém em Jogos Vorazes, fiquei com a sensação de que essa primeira parte poderia ter sido reduzida, resumida e o livro todo poderia ter sido adaptado em um só filme de 3h, do que um o filme meio arrastado de 2h15 que acompanhamos. 

Arrastado, mas rápido. Como assim?
Bom, ele prima por tomadas alongadas, justamente para mostrar essa confusão psicológica da personagem, em não saber muito bem para que lado seguir, quem confiar e se tem condições de ser esse símbolo de uma revolução promovida em Panem, contudo, ao mesmo tempo em que as cenas são alongadas, quase não temos a noção de dias correndo, tempo passando e todas as transições acontecem de modo muito brusco (perceba, essa era a proposta do filme, não estou dizendo que a montagem ficou ruim). Esses recursos acabam deixando a gente com a impressão de que a história dessa primeira parte foi breve, que não houveram grandes momentos e que, como falei, o último livro todo poderia ter sido traduzido em um filme.
Seguindo a diante, as partes que mais me agradaram no filme, foram as partes que mais me agradaram no livro. Esse jogo midiático inteligentíssimo abordado de modo muito intenso na obra original e tratado com destaque na película, reforça o trabalho anterior feito (e acompanhado aqui) pela Lionsgate, que reforça o fato de que o filme nem começou e nem vai terminar nele mesmo. Há aqui uma sinergia midiática e publicitária que está sendo mantida pela franquia, de modo que aqueles que se dispuseram a acessar e a aproveitar tais recursos, se encontraram em uma posição privilegiada, não apenas de participantes dessa revolução, mas também como um verdadeiro "tributo". 

Agora, 'esteje' avisado que se você está indo ao cinema para ver uma guerra civil generalizada e de escalas farônicas, vai perder o seu tempo, já que o que se trabalha nesta obra são duas coisas: 1 - a entrada de Katniss de cabeça nessa revolução e a sua luta pessoal em decidir se esse é o melhor caminho a seguir; 2 - o gatilho, ou melhor, a flecha inicial de todo esse movimento contra-ditatorial, que viemos falando tanto por aqui, durante o pré filme.
Por ser um filme que se atém ao resgate dos Vitoriosos e à essa guerra midiática que falamos, os persoangens, tanto os que já conhecemos, quanto os que passamos a conhecer agora, não tem tanto espaço para se sobressaírem. Se você parar para pensar, fã, no seu coleguinha que nem é tão fã assim, parece para você que ele ficou tão encantado com Cressida e companhia, quanto você? 
Jen Law continua, habilmente, com a sua Katniss de faces independentes, quase frias e esquivas, mas que se mostra uma verdadeira heroína, vívida e beirando o altruísmo. Gostaram tanto do olhar dela na câmera, que marcou lindamente a segunda parte da história, que finalizaram o filme de modo semelhante. 
Philip Seymour Hoffman - What a guy! Ele encarna novamente o marketeiro de primeira e que compreende de modo decisivo como uma guerra midiática pode ser muito mais importante do que uma guerra em si. Ele manobra a revolução para ganhar desenhos precisos e sua atuação extrapola o brilhantismo. Com toda a certeza fará muita falta na parte II.
Julianne More me provou que era a melhor escolha para Alma Coin, apesar de eu estar um pouco temerosa com ela no começo, penso que ela conseguiu transitar entre os dois extremos que poderia cair (do bem e mau) e nos trouxe uma presidente consistente, interessante e crível, mas que com certeza tem os seus esqueletos no armário.
Effy (Elisabeth Banks) e Haymitch (Woody Harrelson) continuam como dois dos personagens mais interessantes e complexos da saga, mesmo que, entre discursos inflamados e uma série de explosões, eles não tiveram tanto destaque nessa parte, é de certo que eles são decisivos para o desenvolvimento de Katniss e a sua entrada na revolução.
Inclusive, a figura do herói que, além de altruísta, está à frente de uma revolução de proporções nacionais, foi deixada muito a segundo plano, para que você compreenda quem é a pessoa por detrás do Tordo. Essa pessoa, que entende depois de um tempo que, na verdade, está sendo manipulada emocionalmente e vendida como um peão bonito o suficiente par ser a cara estampada nos cartazes a favor da revolução. E isso vai além do que foi mostrado nesse início, espero que seja resgatado na segunda parte. Assim como um detalhe que eles, apenas tatearam nesse momento, que é o famoso "os fins justificam os meios" somado à ideia de "dois pesos, duas medidas", onde, para desmontar um regime ditatorial, os "mocinhos" tiveram que se aliar a outro regime, com tantas regras quanto, porém que discursa sobre uma vontade de democracia e igualdade. É importante se perceber que o discurso de união, tratado por Snow, é tão animador e bonito quanto o de mudança de Alma, mas o de Snow não tem mais tanto peso, porque essa realidade já é conhecida. O que garante que se o levante for bem sucedido, Alma não será uma ditadora também?
Bem e Mau não existem de modo maniqueísta, quando falamos do ser humano.

Para finalizar esses apontamentos, trago a célebre frase de Katniss "I am. I will". Esse filme está no I will. Espero que o segundo seja I am. 

Para além das Estrelas

Com um elenco genial, direção de arte primorosa e uma história cheia de reviravoltas e sacadas inteligentes, Interestelar marca presença nos cinemas e envolve com suas quase 3h de duração, dentro de uma história tocante, forte e bem amarrada.

Quando o primeiro trailer de Interestelar saiu, fiquei com aquela sensação meio embrulhante no estômago de que estava frente a um filme marcante. Não pelo óbvio motivo que você deve estar pensando: é o mais novo filme de Cristopher Nolan (diretor de A Origem, a última trilogia do Batman e O homem de aço). Mas porque fazia um tempo que não me deparava com um filme Sci-Fi, de enorme orçamento, mas que conseguia ir além do fato de ser um Sci-Fi e ter na Ciência e Tecnologia os seus motes principais. O primeiro trailer, para quem não viu, ou não lembra, quase não mostra cenas do filme, mas se firma em buscar explicar o que, de fato, norteia esta obra de Nolan, que é a natureza humana. (assista ao primeiro trailer aqui)
Começar esse texto deixando isso bem claro é importante, pois tudo o que leva os personagens a serem o que são e a tomarem as atitudes que tomaram, perpassa por essa questão. Quem somos como humanos, essa raça inteligente, surpreendente e empreendedora; mas também destruidora, mesquinha e egoísta, é o que determina o nosso futuro no planeta terra, segundo Cristopher e Jonathan Nolan, que assinam o roteiro. Um futuro um tanto quanto desanimador, onde a população mundial sofre com a falta de comida, pois quase todas as plantações foram destruídas por uma praga e por enormes tempestades de areia. A de milho é a única que parece sobreviver a ambas, por isso vários homens e mulheres deixam as suas profissões para se dedicarem ao cultivo desse alimento. Que é o caso de Cooper (Matthew McConaughey), um brilhante engenheiro espacial, que odeia a vida que leva atualmente, mas se mantem ali, a fim de ter condições de cuidar de seus filhos e sogro. A vida segue sendo sobrevivida por este grupo de personagens, até que uma série de eventos que parecem sobrenaturais passam a acontecer e Murph (Mackenzie Foy), que ainda representa o lado curioso de seu pai, os leva a descobrir uma missão espacial atrás da Nova Terra.

Não vou entrar muito no enredo, porque acho que é importante que as pessoas se deixem surpreender pela história, simplesmente porque é uma história que, além de bem amarrada, usa de recursos perspicazes para explicar certos eventos e situações que poderiam parecer forçados ou imaginativos demais. A relatividade do tempo e a gravidade, são elementos muito bem explicados e importantes para o desenvolvimento da trama, então fique atento ao assistir o filme. 
Importantes também, são os atores e atrizes que ajudam a contar todas essas reviravoltas de modo genial. Matthew se consolida mais uma vez como o excelente ator que é, trazendo uma atuação forte, sincera e expressiva, de modo que seu diálogo com a câmera se torna nossa principal fonte de informação e até mesmo de aflição, em alguns momentos. Anne Hathaway brilha como Dra. Brand e se sobressai neste elenco, basicamente masculino, assim como as duas Murphs, Mackenzie Foy e Jessica Chastain, que, respectivamente, se desvencilha completamente de um papel medíocre (Mackenzie foi filha de Bella e Edward Cullen na saga Crepúsculo); e continua sendo uma das minhas atrizes favoritas da atualidade. Prevejo indicações e também reconhecimentos para esse povo.

Vale dizer que além da fotografia primorosa, da trilha tocante e dos efeitos visuais de excelência, o filme ganha muito ritmo graças a montagem, que é particularmente impressionante, por conseguir deixar um filme de quase três horas flúido, ritmado e bem elencado. É interessante notar, tambémm, como eles brincam com a estética de documentário em algumas partes do filme, ao inserir depoimentos e vozes em off. 
Com claras homenagens ao 2001: uma odisséia no espaço de Kubrick, Interestelar não pode e nem deve ser resumido a uma comparação desta obra, isto porque tem uma luz própria que, como aconteceu com 2001, ganhará seu espaço e poderá até se tornar um clássico da Ficção Científica do século XXI.  

Com toda a certeza é um filme para se ver no cinema!

Lovers gonna love

Quebrando todos os recordes, deixando todo mundo ansioso e ainda mostrando porque ela é uma das artistas mais reconhecidas e adoradas da sua geração, Taylor Swift corre ótimos riscos com o seu novo álbum, "1989".

Às vésperas de fazer 25 anos, Taylor Swift está em todas as paradas de sucesso! Sua carreira está mais estável do que nunca, seus fãs mais fiéis e sua criatividade rolando solta. Com músicas autorais, cheias de tiradas inteligentes e sonoridades pop like, "1989" é, como um todo, um fenômeno. Seguindo a proposta que, desde o começo deixava claro o seu abandono às raízes country, "1989" é uma coletânea gostosa de ouvir e que comprova o feeling que a artista tem, tanto de mercado, quanto de experiências musicais. A ideia de optar por um pop mais presente, mostra que em "Red", conforme a gente tinha comentado aqui, ela apenas estava testando até onde poderia ir sem causar uma comoção exagerada por parte dos puristas e sem causá-la uma má fama de pensar apenas nos dólares, ao abandonar o country de forma bastante evidente.
"Red", que só tinham umas três músicas do antigo gênero ao qual a moça se enquadrava, deu muito certo neste sentido, abriu caminho para que a menina mostrasse o quanto tinha se tornado uma mulher e o quanto suas novas músicas (e mistura melódicas) tinham a ver com esse momento, onde "1989", apesar do título retrô, é um álbum modernoso e cheio de nuances, como Taylor tem feito com maestria desde o começo de sua carreira.
Carreira que a gente tem acompanhado desde o início aqui no Mesa e para escrever sobre este novo cd da loirinha, reli o que já tinha dito sobre "Fearless", "Speak Now" e "Red". Deu para observar, de fato, um caminho cheio de onludações e de auto afirmações, mas o que mais me chamou atenção foi que o caminho de Taylor foi e está sendo também, um caminho de brilhantismo e grandes obras. "Fearless" continua sendo o melhor trabalho dela, na humilde opnião dessa que vos fala, mas o que "1989" tem de especial é algo que só o tempo poderia dar à Taylor: maturidade.
Maturidade musical, principalmente, para estabelecer parcerias pesadas e muito boas na hora de escrever suas canções. Sim, uma das marcas da moça é a sua autoria criativa, perspicaz e sincera, que em seus primeiros álbuns, principalmente, assinava sozinha as músicas; mas o que a maturidade musical talvez tenha-a levado a perceber, é que com parcerias suas músicas poderiam ir de ótimas para excelentes, então ela se cercou de ótimo co-autores que dão um tom, além de mais maduro, mais denso em suas canções. O que acredito ser uma sobreposição muito interessante, se levarmos em conta que o pop, como gênero musical, é muitas vezes visto como som adolescente. 
Se ouvirmos "1989" despretenciosamente perceberemos ser um álbum de camadas dançantes, mas que não levam a serem "dançáveis" de fato, isto porque fica claro que, como Taylor costuma fazer desde o começo de sua carreira, suas músicas são para serem cantadas junto com ela e não para servirem hino de balada. Ponto pra ela que considerou isso muito bem, dosando o pop, o eletrônico e não errando a mão. 
Ouça o álbum completo abaixo:

Entre as canções, o já badalado "Shake it Off" está lá pelo meio do cd e no grupo maior nem é tão importante assim, se destaca por ter sido escolhido o primeiro single, mas a beleza da obra se esconde em faixas não tão badaladas assim, como "Blank Space", "All you had to do was Stay", "Out of the woods", "Wildest Dreams", "Clean" e a levinha "How you get the girl". Prevejo "Welcome to New York" se tornando uma espécie de hino para os aventureiros de tumblr e revolucionários de facebook, mas é nesta letra que encontramos uma das partes mais legais da inteligência lírica de Taylor, e eu cito:
"Like any great love, it keeps you guessingLike any real love, it's ever changingLike any true love, it drives you crazyBut you know you wouldn't change anythingAnything, anything"

De modo algum 1989 para mim parece ser a obra prima de Taylor Swift, mas com toda a certeza está entre os melhores álbuns do ano e, como sempre, ela merece aplausos e salvas pelas experimentações e por continuar fazendo músicas que falam tão diretamente com as pessoas que ouvem. 


28/10 - II


Há dois anos eu postei aqui no Mesa, um pequeno post fazendo uma breve introdução da história do cinema de animação, especialmente falando sobre Walt Disney e as suas obras. Este ano, em comemoração, novamente, ao Dia Internacional da Animação, quero compartilhar com vocês uma listinha de 10 filmes de animação (nacionais, internacionais, longa e curta metragens) que, se você ainda não viu, está mais do que na hora ;)

10 - Alice in Cartoonland (Walt Disney Studios)

Considerado uma das primeiras tentativas bem sucedidas de brincar com a mistura animação/live action (a série Fora do Tinteiro também foi muito bem sucedida nesse caso, mas a premissa era diferente), a série de curtas Alice in Cartoonland leva uma menininha de carne e osso, para um mundo novo feito todo de cartoons. Alice in Cartoonland teve em torno de 30 capítulos, hoje no Youtube é possível se ver quase todos.  

09 - Ed (Hype Studio)

"Ed viveu tantas vidas, que nunca viveu a sua". Esta foi a mensagem que passou pela minha cabeça, quando terminei de assistir ao curta-metragem Ed, vencedor do Festival de Audiovisual de Belém deste ano, além de ter faturado em sua lista diversas outras honrarias de mostras e festivais especializados. O curta metragem gaúcho "brinca" com a premissa de um mundo infantilizado para contar uma história deveras pesada e adulta, o que resulta em um trabalho, no mínimo, belo. Além disso, incomoda, levanta questões a se pensar e surpreende.

08 - Steamboat Willie (Walt Disney Studios)

Primeira aparição oficial de Mickey Mouse e o primeiro curta-metragem em animação com som sincronizado. O curta, de 1928, foi responsável, não apenas para alavancar os estúdios Disney, mas também para apresentar ao mundo, aquele personagem de animação que marca gerações, tornou-se sinônimo de magia e infantilidade, e que hoje é um dos principais e mais importantes personagens já feitos na animação.


07 - Muragens (Andrei Miralha - diretor)

O curta-metragem paraense Muragens é um dos curtas mais interessantes em animação da produção brasileira atual, uma vez que usa como BG algo não tão usual, como um muro de cemitério, além de conseguir universalizar uma proposta extremamente regional, que é a de recontar o que acontece num dia inteiro neste muro, através de seus personagens e momentos. Da animação, vem a possibilidade de aumentar ainda mais um mundo real e da realidade, a inquietação de observar esse dia a dia.

06 - O Mágico (Sylvain Chomet - diretor)

 É o primeiro longa animado do diretor desde As Bicicletas de Belleville (2003), o Mágico encanta a todos que assiste pela história delicada, porém bastante crítica de um ilusionista das antigas que precisa se adaptar e readaptar atrás de um público sedento de novidades barulhentas e dinâmicas. Com uma premissa muito mais realista, o filme conta uma história de adultos, num formato que (ainda) é visto como infantil, mesmo assim não perde em nada (nem sei porque perderia) ao fazê-lo. Também surpreende, aos desavisados da força desse gênero, como a animação pode ser utilizada como um auxílio de mensagem.

05 - Branca de Neve e os Sete Anões (Walt Disney Studios)

O longa metragem de 1937 foi o primeiro longa de animação de Hollywood e, por muita gente, considerado o primeiro mesmo, justamente porque os anteriores não conseguiram ser tão divulgados, muito menos se manter conhecido até os dias de hoje. Nesta animação, Walt, que ainda era vivo, queria contar a sua própria versão do conto clássico A pequena Branca de Neve, dos Irmãos Grimm e, sem querer, acabou dando início a um estilo de narrativa que é seguido pela companhia do Mickey até hoje. Vale ver, também, para conferir como as técnicas se alteraram e se transformaram de lá, para cá. (link sem alteração)

04 - Uma história de amor e fúria (Buriti Filmes)

Com um título que é capaz de resumir muito bem do que se trata, esse longa em animação brasileiro, passeia pela história do Brasil através dos olhos de um ser imortal, que precisa se manter assim para lutar contra as forças de Anhangá, que se manifesta das mais diversas formas. Além de passear pelo passado, o guerreiro tupinambá também precisará ir para o futuro, onde a guerra é pela água. O longa, que prima por um traço que lembra HQ, já esteve presente em diversos festivais, inclusive festivais especializados no gênero, ganhando reconhecimento e muitos prêmios.

03 - Shrek (DreamWorks)

O adorável ogro Shrek não é apenas uma mostra do trabalho de outros estúdios internacionais, além da Disney e sua capacidade de produzir grandes obras, mas também é uma obra para todas as idades, tendo uma essência, eu diria, até mesmo adulta. Shrek foi capaz de encantar profundamente o público, muito mais pela sua capacidade de identificação através do seu bom humor, irreverência e até mesmo ousadia, quebrando um pouco o protocolo do que se é esperado de um filme com seres animados, especialmente com um quê de contos de fada.

02 - Toy Story (Pixar/Disney)

Toy Story fez história, como sendo um dos primeiros (digo assim, pois há controvérsias sobre qual foi o primeiro, propriamente dito) trabalhos digitais na animação. Além de ter apresentado ao mundo a possibilidade de uma estética diferente, Toy Story marcou infâncias ao contar de modo delicioso e interessante, a história dos brinquedos vivos Wood, Buzz e companhia. Também foi um dos primeiros trabalhos de parceria que rolou entre a Pixar e a Disney, mostrando como pode ser bom unir duas empresas com estéticas e ideias semelhantes, em prol de um objetivo.

01 - Mulan (Walt Disney Studios)

A história da heroína chinesa, que vai para o exército no lugar do seu pai e acaba salvando a China inteira é a minha favorita, não só porque tem como foco algo muito maior do que uma história de amor, mas também porque é detentora de técnicas de animação primorosas, misturando as já usadas no período, em 2D, como também as digitais em 3D a partir de softwares inovadores (principalmente nas cenas de guerra, com muitos personagens e com cenários rebuscados). Mulan transita perfeitamente entre os clássicos disneyanos e o que viria a seguir, graças ao digital.