Desafio da Cápsula - III

Gente, nesse post eu vou contar para vocês como foi esse primeiro trimestre com o Armário Cápsula e apresentar as peças do próximo trimestre \o/. Então esse post vai ser dividido em duas partes, uma com o resultado do primeiro trimestre, com lições aprendidas e as minhas combinações favoritas. A outra parte vai ser dedicada à montagem do próximo Armário Cápsula, que promete ser super interessante, já que eu escolhi algumas peças que usei bem pouco desde que as adquiri. 
Então vem comigo!

Parte 3.1 - O primeiro trimestre 

Para começo de conversa, é impossível ter ideia de quanta coisa é possível aprender, resumindo o seu guarda-roupas à poucas peças por trimestre. De fato, a vida fica mais simples, você não precisa se preocupar tanto em ficar pagando cartão por ter comprado roupa, ajuda o meio ambiente e passa a ter mais consciência do que tem disponível no seu armário. 
Fora que tudo passa a render mais, já que você fica brincando de recombinar as selecionadas, para encontrar novas formas de usar uma peça que você sempre usou da mesma maneira, aí cê descobre possibilidades que te surpreendem.
Veja bem, apesar de gostar de moda, eu sempre fui muito conservadora em combinações, porque achava que cada peça "pertencia" a outra, logo, se comprava uma saia, sempre a usava com as mesmas blusas, porém, com essa experiência, eu tive que deixar de lado um pouco dessa parte de mim e aprendi que consigo ser criativa nesse aspecto.
Outra coisa que eu aprendi e que eventualmente pretendo investir mais, é em acessórios, como colares, brincos, bolsas e cintos. Percebi que uma roupa pode mudar completamente ao acrescentar um cinto de cor diferente, um colar mais divertido, um chapéu diferente, e/ou uma bolsa colorida. Acabou que a maioria dos registros dos looks ficaram sem bolsa, porque eu costumo pegar a bolsa na hora de sair de casa e as fotos foram feitas assim que eu terminei de me vestir, mas como eu comentei no post passado, eu percebi que estava repetindo muito as bolsas, justamente porque nunca investi muito nessa parte.
Bom, eu selecionei três looks de cada parte de baixo e um look com cada um dos vestidos, para vocês terem uma ideia de como eram as peças que eu escolhi (veja a lista na montagem do primeiro armário cápsula) e verem quais foram as minhas combinações favoritas. Vale dizer que a maior parte ficou de fora, afinal de contas eu tentei fotografar todos os dias, mas eu achei que esse post ia ficar muito cheio de fotos e muitas deles desnecessariamente, já que é só visualizar para ter uma ideia das outras variações.
Todos usando a bermuda estilo boyfriend comprada na Luigi Bertolli. Look 1 - camisa listrada da C&A + camiseta branca da Marisa + sapatênis de poá que foi presente da mamãe // Look 2 - camiseta do superman da Riachuelo + sapatilha preta de couro da Equipage // Look 3 - Camisa rosa e branca da Marisa + sapatilha gelo da Spatifilus.

Todos usando essa bermuda que eu comprei no brechó online Klava. Look 1 - camiseta de melancia da Luigi Bertolli + sapatênis preto da Virgínia Barros / Look 2 - camisa branca de cetim da Marisa + sapatilha gelo da Spatifilus + bolsinha da Belém Importados / Look 3 - camisa verde de alcinha da Luigi Bertolli + sapatilha gelo da Spatifilus.

Todos os looks com essa calça "tucandeira" azul que eu adquiri na C&A. Look 1 - Camisa de cetim da Marisa + sapato gelo da Usaflex / Look 2 - Camiseta branca da Marisa +  sapatênis de poá que foi presente da mamãe + mochila da Claire's / Look 3 - camiseta roxa estampada de cetim da Riachuelo +  sapatênis de poá que foi presente da mamãe + bolsinha da Thomaz Rabelo.

Todos os looks com a calça jeans modelo vintage azul marinho da Taco Jeans. Look 1 - camisa azul de poá da Banana Republic +  sapatênis de poá que foi presente da mamãe / Look 2 - cardigã lilás da J. Crew + camiseta verde da Luigi Bertolli + sapato gelo da Usaflex / Look 3 - camisa de poá da Marisa + sapatilha preta e branca da Moleca.

Looks compostos com a saia listrada da Marisa. Look 1 - camisa offwhite peplum da Marisa +  sapatênis de poá que foi presente da mamãe + cinto azul da Riachuelo + chapéu estilo panamá da Acessorize. / Look 2 - camiseta de fotografia da Marisa +  sapatênis de poá que foi presente da mamãe + bolsinha da Belém Importados / Look 3 - camiseta branca da Marisa + sapatilha gelo da Spatifilus.

Todas com a saia midi preta que eu fiz, reformando um vestido anteriormente adquirido no Magazan. Look 1 - camisa branca de cetim da Marisa + cinto do Stylus Brechó + sapatilha preta e branca da Moleca + bolsa da Forever 21 / Look 2 - camisa de poá preta da Marisa + cinto preto da C&A + sapatênis da Virginia Barros / Look 3 - camiseta de melancia da Luigi Bertolli + Cinto do Stylus Brechó + sapatilha preta da Equipage + bolsa vermelha da feirinha hippie de BH.

Looks com a sainha de poá da Marisa. Look 1 - camiseta da Lhama da Riachuelo + sapatênis preto da Virgínia Barros + Chapéu vermelho da feirinha hippie de BH / Look 2 - camisa listrada da C&A + AllStar Preto / Look 2 - camiseta do superman da Riachuelo + sapatilha preta e branca da Moleca.

Usando a saia vermelha de cintura alta da Andreia Brondi. Look 1 - camiseta roxa estampada de cetim da Riachuelo + sapatilha preta da Equipage / Look 2 - camiseta branca da Marisa + AllStar Preto / Look 3 - camisa azul de poá da Banana Republic + sapatilha gelo da Spatifilus.

Look 1 - vestido verdinho do Magazan + sapato nude que foi a mamãe que me deu / Look 2 - vestido estampado preto do brechó online Espaço The Joy + sapatilha vermelha de lacinho da Virgínia Barros / Look 3 - vestido preto flare da C&A + meia calça roxa da Marisa + sapatilha preta de couro da Equipage / Look 4 - Vestido de flamingos da Matilda + sapatilha preta de couro da Equipage + Livro A Irmandade das Olívias - a Bússola do Destino ;)

Look 1 - Vestido Amélie da Miranda + sapatilha preta de couro da Equipage / Look 2 - Vestido rosinha da Ink Gloss + sapatilha preta de couro da Equipage / Look 3 - cardigã lilás da J. Crew + Vestido de bailarina da Band Aid Rosa + sapatilha preta de couro da Equipage / Look 4 - Vestido verdinho de coroinha da Ink Gloss + sapatilha gelo da Spatifillus.

Obs:
Acabou que não usei o blazer que separei para esse trimestre. Foram meses muito quentes e mesmo quando eu precisava ir mais arrumada, acabava optando por outras opções que não envolvessem o pobre do blazer, para não derreter no busão.

Parte 3.2 - A montagem para o próximo trimestre

Vocês devem lembrar do post n1 que eu fiz sobre a montagem do Armário e quais são os passos para isso, então dessa vez eu vou resumir esses passos, para explicar a seleção de peças desse trimestre.

Levei em consideração que esse trimestre eu pretendo começar a dar aula (ainda procurando emprego, no entanto), então preciso de um conjunto de peças adequado para isso. Também quero investir mais no lado freela e captar mais clientes, então preciso também estar mais apresentável para isso. Como a minha banca de defesa do mestrado foi remarcada para março, tive que pensar num look para essa ocasião, também. Assim como é possível que no final de abril - comecinho de maio, o clima comece a esfriar, então precisei acrescentar roupinhas que pudesse colocar uma meia calça por baixo e pelo menos um casaco mais quentinho.
Além dessa parte mais prática, escolhi como objetivo desse trimestre o de usar mais peças estampadas e com cores na parte de baixo, já que no trimestre anterior eu só usei cores sólidas. Também quero investir em um lado um pouco mais adulto, sem perder o estilo romântico e retrô que construí para mim mesma.
Sobre as cores da temporada, eu selecionei como mais predominantes: marrom e preto; menos predominante: azul; Tons de ressalto: rosa, vermelho e branco.

Finalmente, as peças selecionadas foram:
14 partes de cima: blusa peplum preta; camiseta offwhite com cinto; camiseta rosa de detalhe de botão; blusa com estampa de gatinho; blusa cropped tricolor; blusa de botão salmon; blusa de crepe rosa e preta; blusa de crepe branca com renda; camisa branca de botão; blusa cinza de poá; blusa preta de mosaico; bata de poá rosa e preta; blusa preta de crepe com lacinho e camiseta rosa.
7 partes de baixo: saia preta florida preta e rosa; calça preta de algodão com estampa de lacinho; calça preta de alfaiataria; calça jeans azul clássico; saia evasê azul bebê; short preto; saia preta.
6 vestidos: vestido tricolor rosa, branco e verde; tubinho preto; tubinho azul marinho; vestido azul e roxo; vestido transpassado azul estampado com flores brancas; vestido vinho.
4 casacos: kimono vermelho estampado de flores rosas; bolero vintage grafite; cardigã rosa; casaco branco e preto.
9 sapatos: sapatilha branca; tênis rosa; oxford bege; sapatilha preta e cinza; sandália bicolor marrom e laranja; sapatilha de poá azul e branca; sapatilha rosa goiaba; mocassim azul claro; peeptoe de poá preto e branco.
Totalizando 40 peças na cápsula desse trimestre. 

Assim como no primeiro trimestre, vou registrar algumas das combinações e a evolução desse armário cápsula no instagram, então se você não me segue por lá, aproveita @mesadecafedamanha e fica por dentro do #desafiodacapsula.

Vale Conferir: O instagram da Amanda Campelo @mckaoma, que está fazendo uma série de postagens semanais sobre reaproveitamento de peças, sendo que agora o tema é Melissa. E tem também a Silvia Henz no ig @silviahenz, que já adepta do Armário Cápsula há dois anos e mostra algumas das suas ideias por lá! 

Favoritos Oscar 2017 - Bolão do Mesa

Amanhã é aquele dia tão esperado do ano, cheio de glamour, tapete vermelho, prêmios justos, prêmios injustos e muito mais! Estamos falando do Oscar, é claro, e, claro, estaremos no twitter (@oliviayale) comentando tudo, além de trazer aqui o bolão delicinha desse ano. 

Dos títulos principais, resenhamos oito, além de outros que concorreram à categorias menores e/ou específicas. A lista do Pitacos do Oscar deste ano está disponível no final desse post e como é de praxe aqui no Mesa, a gente vai dividir esse post em três: Categorias Técnicas, Categorias Coadjuvantes e Categorias Principais. Também vamos apresentar duas listas, uma com aqueles que eu quero que ganhem, na minha preferência pessoal, e aqueles que eu aposto que ganharão.
Pronto? Então vamos lá!

Categorias Técnicas

Melhor Edição de Som
Preferência: A Chegada
Aposta: Até o Último Homem
Porque? Apesar de ser um filme surpreendente, estou apostando que Até o Último Homem conquiste poucas categorias (ou talvez só essa). É realmente um filme coeso e potente, mas temos outros ótimos filmes no páreo, sendo que a minha preferência mesmo, seria que A Chegada levasse essa estatueta, já que a Edição de Som, bem como a Mixagem são elementos que contam a história, juntamente com a narrativa visual.
Vencedor: A Chegada

Melhor Mixagem de Som
Preferência: A Chegada
Aposta: A Chegada
Porque? A Mixagem de som também pode ser chamada de desenho de som, ou seja, é como o som de cada cena é montado e configurado. Diferentemente da Edição, a Mixagem não é só a captação sonora e refinamento dela, mas também o que é construído sonoramente para compor a narrativa. A Chegada dá uma aula disso e como falei em Edição de Som, ela ajuda a contar a história do longa.
Vencedor: Até o último homem



Melhor Trilha Sonora
Preferência: La La Land
Aposta: La La Land
Porque? Pessoalmente a trilha sonora original que eu mais gostei da temporada foi a de Estrelas Além do Tempo, mas como não foi indicada, estou apostando que La La Land leve essa categoria, tanto por ser um filme musical, como porque as músicas compõem a história de modo preciso. É de notar que Jackie, que também concorre a essa categoria levou ótimos prêmios nas cerimônias pré-oscars, mas todos eles ligados aos críticos, por isso não acho que leve no Oscar.
Vencedor: La La Land

Melhor Música Original
Preferência: How Far I'll Go - Moana
Aposta: City of Stars - La La Land
Porque? City of Stars é praticamente o resumo musical de La La Land e costuma ser esse o parâmetro de premiação do Oscar. Fora que os concorrentes deste ano não foram realmente significativos, de modo que acho difícil fazerem "coceira" em City of Stars, que já levou dois prêmios anteriores pra casa. Lógico que eu sempre vou torcer pra Disney, no entanto.
Vencedor: City of Stars - La La Land


Melhor Efeitos Visuais
Preferência: Mogli - o menino lobo
Aposta: Rogue One - uma história Star Wars
Porque? Bom, Star Wars tem uma boa cota de premiações nesta categoria e é lógico que, com uma história que se passa no espaço, tem vários elementos visuais importantes e uma liberdade de fazê-los com maestria, Rogue One é a aposta deste ano. Fora que é de cair o queixo a inserção de personagens ainda na juventude, bem como de atores que já morreram, digitalmente. Mesmo assim, fiquei irremediavelmente apaixonada com o que conseguiram fazer em Mogli, de modo que meu coração está com ele.
Vencedor: Mogli - o menino lobo

Melhor Edição
Preferência: A Chegada
Aposta: La La Land
Porque? Como um filme cheio de inserções oníricas e repleto de referências à musicais antigos, a edição podia ser pesada e descompensada, dando ao filme uma cadência não fluída, no entanto não é o que acontece e La La Land sustenta as suas horas de duração com uma história ritmada e suave. Já A Chegada tem a minha preferência nessa categoria, porque o filme todo brinca com a edição para misturar sonho, passado e futuro, e o faz de forma intensa, mas que faz todo o sentido no filme.
Vencedor: Até o Último Homem

Melhor Fotografia
Preferência: Moonlight - Sob a luz do luar
Aposta: Moonlight - Sob a luz do luar
Porque? Esse filme sem a fotografia que tem, ficaria comprometido. Isso porque é possível ver como a narrativa das três fases da vida de Chiron dependem das transformações que acontecem, representadas pelas mudanças dos tons de azul e roxo. Esse filme dá uma aula de imagem e isso é indiscutível. Quem pode desbancá-lo, é La La Land, que traz na fotografia de Los Angeles excelentes elementos de ambientação da história.
Vencedor: La La Land



Melhor Maquiagem
Preferência: Esquadrão Suicida
Aposta: Esquadrão Suicida
Porque? Maquiagem é uma das categorias que os filmes de fantasia, sci-fi e aventura deitam e rolam. Normalmente esquecidos pelas categorias principais, sem dúvida alguma que são lembrados e prestigiados aqui. Dos três concorrentes, Esquadrão Suicida e Star Trek são os que mais têm gabarito (pelo histórico da premiação) para levarem as estatuetas, mas o filme dos vilões da DC é o que mais me parece se destacar nesse quesito.
Vencedor: Esquadrão Suicida

Melhor Figurino
Preferência: Jackie
Aposta: Jackie
Porque? Só de pensar em Jacqueline Kennedy, a gente já faz a associação dela com moda, então não teria filme que fizesse mais exigência de um figurino requintado e bem estudado, como esse. Os figurinistas de Jackie, além de captar a essência da primeira dama, conseguiram fazer com que o vestuário dos personagens fizesse menção aos usados por ela naquele período. 
Vencedor: Animais Fantástico e onde habitam

Melhor Desgin de Produção (Direção de Arte)
Preferência: Animais Fantásticos e onde habitam
Aposta: La La Land
Porque? Outra categoria que eles costumam dar preferência para filmes mais próximos da fantasia e exigência de World Building e este ano o mais próximo disso que tivemos foi La La Land e suas incursões fantasiosas e Animais Fantásticos, que junta a magia do mundo de J.K, num ambiente de desolação de uma Nova York dos anos 30. Ambos filmes tem potência para levar para casa e eu estarei torcendo para Animais Fantásticos.
Vencedor: La La Land



Categorias Coadjuvantes

Melhor Animação em curta-metragem
Preferência: Piper - descobrindo o mundo
Aposta: Piper - descobrindo o mundo
Porque? Annie Awards é um dos maiores prêmios de animação do mundo e normalmente os vencedores de lá, são vencedores de outros prêmios. Como Piper levou o Annie de curta-metragem, então acho muito provável que ele ganhe também no Oscar.
Vencedor: Piper - descobrindo o mundo

Melhor Animação em longa-metragem
Preferência: Moana - um mar de aventuras
Aposta: Zootopia - essa cidade é o bicho
Porque? É muito comum a Disney ser a principal aposta nessa categoria e esse ano as duas maiores concorrentes são do estúdio. Kubo é maravilhoso também, mas o zumzumzum que Zootopia gerou foi  mais do que o suficiente para ele ser considerado um dos melhores filmes do ano, bem como ser coroado em diversas premiações anteriores, como o Gobo de Ouro e o Annie Awards.
Vencedor: Zootopia - essa cidade é o bicho



Melhor Documentário em curta-metragem
Não assisti a todos os concorrentes, mas as apostas parecem estar em The White Helmets.
Vencedor: The white helmets

Melhor Documentário em longa-metragem
Preferência: Vida, animada.
Aposta: O.J Made in America
Porque? Essa parece ser uma das categorias mais acirradas deste ano, colocando temas importantíssimos em discussão. Vida, Animada me conquistou pelo elemento da animação, mas também porque Owen, o protagonista, mostra como se alinhar com algo que apaixona e move (como os filmes Disney no caso dele - e no meu, em certa medida) pode nos tirar da solidão. Já O.J é o filme que se mostra próximo dos norte-americanos, que adoram (re)contar narrativas de crimes e dramas locais. 
Vencedor: O.J Made in America


Melhor Curta-Metragem (ficção)
Não assisti a todos os concorrentes, mas as apostas parecem estar em Timecode.
Vencedor: Sing

Melhor Filme Estrangeiro
Preferência: O Apartamento
Aposta: O Apartamento
Porque? Novamente um filme do iraniano Asghar Farhadi, que já foi indicado e ganhou por A Separação. Outro filme sobre um cotidiano de casal, que sofre um abalo por causa de um terceiro indivíduo, de modo que mexe, de vez, com a relação à dois, bem como com os próprios personagens. Com um elenco excelente, que entrega atuações fortes e consistentes, O Apartamento é um dos favoritos para a vida, se você estiver procurando por um filme com a dose perfeita de vida comum e dramas mais próximos ao psicológico.
Vencedor: O Apartamento


Categorias Principais


Melhor Roteiro Adaptado
Preferência: Estrelas Além do Tempo
Aposta: Moonlight - sob a luz do luar
Porque? Com 5 filmes potentes concorrendo nessa categoria, foi difícil escolher um preferido e uma aposta, porque realmente acho que todos tem chance. Moonlight me parece o favorito por ter sido adaptado de uma peça de teatro de forma tão bem articulada, enquanto que eu adoraria que Estrelas Além do Tempo ganhasse essa, porque não acho que leve outro prêmio nessa cerimônia. Dúvida cruel, viu?!
Vencedor: Moonlight - sob a luz do luar

Melhor Roteiro Original
Preferência: Manchester à Beira Mar
Aposta: Manchester à Beira Mar
Porque? Como eu fiz questão de destacar no review sobre esse filme aqui no Mesa, o que sustenta o filme, além das atuações, é o roteiro que diz tanta coisa, sem dizer muito. Tem uma potência inerente a ele e eu imagino que é o prêmio mais coerente com o filme, de todos os que concorre.
Vencedor: Manchester à Beira Mar



Melhor Atriz Coadjuvante
Preferência: Michelle Williams
Aposta: Viola Davis
Porque? A Viola realmente está chegando num patamar Meryl Streep, de que pode ser colocada em um filme fazendo a conga, que vai ser incrível. Ninguém tem mais dúvidas sobre a sua força como atriz, bem como a sua importância no meio, uma forma de sacramentar isso, será dando mais esse prêmio para ela e aplaudindo essa mulher de pé. Mesmo assim, Michelle mexeu comigo profundamente com a sua atuação em Manchester à Beira Mar, conquistando a minha torcida.
Vencedora: Viola Davis

Melhor Ator Coadjuvante
Preferência: Dev Patel
Aposta: Mahershala Ali
Porque? Mahershala está em dois filmes muito bem contados neste ano, tanto em Moonlight, quanto em Estrelas Além do Tempo, personificando personagens completamente diferentes e com aspectos muito díspares de sua atuação a serem enfatizados, a Academia deve levar isso em conta, principalmente porque conquistou o SAG e o Globo de Ouro por essa atuação. Em contrapartida, temos Dev Patel em Lion, que conquistou o Bafta (tá que o Bafta costuma puxar para os britânicos).
Vencedor: Mahershala Ali



Melhor Atriz
Preferência: Natalie Portman
Aposta: Isabelle Huppert
Porque? Bom, a Isabelle levou praticamente todos os prêmios de atuação nas premiações pré-Oscar, o que já mostra a potência de sua personagem, bem como ela tem sido recebida, ao interpretar uma mulher em busca do homem que a violentou. Do outro lado, temos uma Natalie Portman incrível em Jackie, que arrebatou essa que vos fala. 
Vencedora: Emma Stone

Melhor Ator
Preferência: Viggo Mortensen
Aposta: Casey Affleck
Porque? Sinceramente, não acho que Casey tenha gabarito o suficiente para levar essa estatueta para casa. Seu personagem, Lee, em Manchester a Beira Mar é interessante, um pouco confuso, mas definitivamente parece ter caído nas graças das premiações, já que levou quase todas que concorreu, incluindo o Globo de Ouro, Bafta e Critics Choice Awards. Viggo, que concorreu em todas essas premiações, mas só levou o Satellite Awards, tem muito mais força, na minha opinião, mas parece difícil que leve.
Vencedor: Casey Affleck



Melhor Diretor
Preferência: Barry Jenkins
Aposta: Barry Jenkins
Porque? Premiar um negro nessa categoria não é apenas um ato de merecimento (já que Barry dirigiu Moonlight de um jeito magnífico), mas também político, logo, imagino que se existe uma disputa contundente entre La La Land e Moonlight pelo posto de Melhor Filme, então é muito possível que seja essa categoria a fazer o tira-teima, dando à Academia chance de sair pela tangente, ainda se mantendo conservadora, mas reconhecendo que Moonlight é uma obra prima. 
Vencedor: Damien Chazelle

Melhor Filme
Preferência: Moonlight
Aposta: La La Land
Porque? Como eu falei no quadro sobre Diretor, imagino que eles irão premiar a direção de Moonlight, dando o prêmio de Melhor Filme para La La Land, como tem sido esperado. Como os dois filmes tocam em questões muito díspares e Moonlight está um pouco mais na curva dos assuntos delicados, penso que a Academia vá preferir o "seguro" e premiar La La Land.
Vencedor: Moonlight - sob a luz do luar


Confira as críticas de filmes que estão concorrendo neste ano:

Covardia e Coragem

Li em algum lugar, que são as grandes histórias de heroísmo que movem o mundo e que graças a elas reencontramos nosso ímpeto de seguir em frente e até em acreditar em nós mesmos. Talvez por isso que Até o Último Homem invade a gente de inspiração de forma tão profunda, porque Desmond Hoss foi essa pessoa incrível, de força e coragem inacreditáveis e capaz de salvar, sozinho, 75 homens.

Desde 1993, Mel Gibson foi implantando a sua incursão pelo papel de direção de longas metragens. Com os filmes Coração Valente e A Paixão de Cristo no currículo, o ator/diretor foi crescendo por trás das lentes e hoje, com Até o Último Homem, Gibson chegou em um ótimo patamar na direção, mostrando que aprendeu muito nos últimos anos e que realmente gosta de retratar histórias sobre grandes personagens.
Em Até o Último Homem, acompanhamos o médico militar Desmond Hoss (Andrew Garfield), que na juventude decidiu se alistar no exército, no entanto se recusava a matar outros, se quer pegar em uma arma. Subjugado pelos seus colegas, especialmente os superiores Sargento Howell (Vince Vaughn) e Smitty Ryler (Luke Bracey), Desmond sofreu preconceito por suas crenças e foi acusado de covarde, até o momento em que ele agiu bravamente, durante a Batalha de Okinawa, onde ele salvou 75 homens e passou pouco mais de 12 horas em campo de batalha resgatando qualquer um que tivesse qualquer chance de sobreviver, inclusive japoneses. Por sua coragem, ele foi o primeiro Opositor Consciente (uma pessoa que se recusa a fazer certos serviços militares por conta de suas crenças, liberdade de pensamento, ou religião) a ser condecorado.

Daí que temos um Andrew Garfield potente, de interpretação convincente e que envolve. Temos certeza da sua simplicidade, bom coração e ímpeto em fazer o que é certo, de acordo com a sua consciência, ao mesmo tempo que não duvidamos do quanto ele vê sentido nas suas escolhas e na missão que sente ter. O início do longa, que mostra Desmond e seu irmão Harold em uma relação recheada de uma violência equivocada, serve para compreendermos de onde vem as suas convicções, já que temos um pai, Tom (Hugo Weaving), que é claramente atormentado pelas lembranças do passado, e uma mãe (Rachel Griffiths) que é responsável pelo lado mais suave desse ambiente. Em meio a essa família, Dess encontra alento na religião e se apoia em suas motivações éticas e sonho de ser um médico para justificar o seu alistamento.
O elenco, realmente é um dos pontos altos de Até o Último Homem, sustentando mais de duas horas de uma história pesada, repleta de explosões, sons confusos, gritos e mortes. O destaque maior, de fato, é para Andrew, mas é evidente que outros atores brilham, como Vince Vaughn que vem de uma filmografia mais ligada à comédia, no entanto interpreta um sargento durão e exigente.

Outros pontos belíssimos nesse filme são, definitivamente, a fotografia e a edição, que trabalham com primazia para contar (mais) uma história de guerra. Com claras referências ao Resgate do Soldado Ryan e suas câmeras subjetivas, som subjetivo e personagem principal bom moço, Até o Último Homem realmente ganha força do meio para o final, quando o confronto ideológico e religioso de Dess se encontra com a realidade da guerra. Interessante como eles construíram a relação entre a recusa de se tornar violento, com o ambiente em si violento de uma guerra. 
Assim, Até o Último Homem se estabelece como um filme forte e que conta uma potente história, acalcada por uma parte técnica excelente e um elenco que sustenta a narrativa. Mel Gibson realmente se supera e surpreende com algo há mais.
Pitacos: De fato, é um filme que surpreende, principalmente a mim que não sou das maiores fãs de filme de guerra, porém tem muitos positivos. Não acredito que leve Melhor Filme, Direção ou Melhor Ator, mas tem muitas condições de ser premiado pela edição de som e edição. Os maiores concorrentes dele nessas duas categorias são: A Chegada e Moonlight, respectivamente nas categorias.
Indicações: Melhor Filme, Direção, Melhor Ator, Mixagem de Som, Edição de som, Edição

Perdas

Não é de hoje que as premiações internacionais visitam festivais com uma pegada independente para ver o que está sendo produzido e quais são os atores, diretores e visionários que devem ficar de olho. Foi o que aconteceu com o filme O Artista e também com o diretor Alejandro González Iñárritu, que depois de sua aparição estrondosa em Sundance, pegou Hollywood pela mão e fez dois filmes seguidos que lhe renderam o Oscar de Melhor Diretor (O Regresso e Birdman). Esses são apenas alguns, já que nas categorias de Filme Estrangeiro, Documentário, Curta-Metragem e Animação, essa incursão pelo lado "festivalesco" do cinema é o que, basicamente, supre a safra anual de indicados.

Daí que este ano, Manchester à beira-mar foi uma dessas apostas pesadas. Dirigido por Kenneth Lonergan (de Gangues de Nova York), o filme independente e melancólico, saiu aplaudido de pé do já citado Sundance e do TIFF, chamando atenção das premiações da temporada. Com Casey Affleck, Michelle Williams e o estreante Lucas Hedges, o filme ficou tão bem contado, que o assisti com altas expectativas, mas acabou sendo o Foxcatcher da temporada.
Manchester à beira mar conta a história de Lee (Casey), um homem que carrega consigo uma instabilidade inerente e uma estranheza perturbadora, que o torna antissocial e difícil de lidar. Lee recebe uma ligação, avisando que o seu irmão Joe (Kyle Chandler) morreu, o que dá início, verdadeiramente, à história. Até aquele ponto, não dá para entender plenamente a edição do longa, que mistura lembranças, sonhos e cenas do passado, enquanto narra o retorno de Lee, o reencontro com os seus demônios e a sua mais nova responsabilidade, que é a de tomar conta de seu sobrinho órfão Patrick (Lucas Hedges).

Trata-se de mais um filme sobre família (mesmo que não apenas), na verdade, daqueles que vão tratando de questões íntimas das relações entre irmãos, pais e filhos, e mãe e pai. É perceptível como essas relações, que no filme demoram para se tornarem claras, demarcam a personalidade de cada um desses indivíduos, bem como determinam o papel de cada um deles dentro dessa família. Interessante também, como o enredo é construído no que não é dito claramente, nos gestos, olhares e explosões repentinas, especialmente as de Casey Affleck, que entrega um personagem intenso em todas essas ações e que não fala quase nada.
Manchester à beira mar é um filme que demora para se desenvolver (e na verdade, nem se desenvolve plenamente), o passado, bem como o futuro são fabulações para que nós preenchamos, assim como a verdade por baixo de cada um desses personagens. Lucas Hedges e Michelle Williams roubam a cena, principalmente Michelle, que interpreta uma ex esposa que tenta fazer as pazes com o passado perturbador que a assombra e nos poucos momentos em que aparece, demonstra a sua extensão como atriz. Já Lucas, o estreante da temporada, entrega um jovem repleto de sonhos, vontades, popular, mas que tem uma estranha insegurança sobre si mesmo, que é preciso ser visto nas entrelinhas. Em uma atuação consistente, o jovem ator nos deixa ansiosos para ver o que fará em seguida.

Com um roteiro que brilha na sua constituição, sendo o principal ponto do filme, Manchester, na verdade, trabalha com a sutileza das suas cenas e deixa para o diretor e o elenco trabalharem as suas mensagens, de modo que tudo é feito dosadamente e com algum significado. Particularmente, achei a trilha muito óbvia e um pouco exagerada, o que não combinou realmente com a proposta do filme, mas em questão de fotografia e direção de arte, o filme mantem o tom de seus personagens e é notável como eles transmitem as evoluções das relações e as descobertas de cada uma delas.
De modo geral, não é filme mais forte da temporada, nem entrega os elementos mais poderosos, mas tem uma certa potência, além de mostrar um outro lado de Kenneth, dirigindo fora de Nova York, sendo mais internalizado, mais sutil e mais humano. 
Pitacos: Sinceramente, não acho que tenha gabarito para desbancar Moonlight e La La Land em Melhor Filme e Barry tem a minha total torcida para Direção. Apesar de este ter sido o melhor trabalho de Casey Affleck, Viggo e Denzel ainda tem chances. Michelle merecia esse prêmio, mas minhas apostas estão com Viola. Lucas é um ator jovem e que está inciando a sua carreira agora, não acho que vença de Dev e Mahershala Ali. Minhas apostas com esse filme estão em Roteiro Original, já que é este elemento que salta aos olhos no filme e que rege todo o resto.
Indicações: Melhor Filme, Direção, Ator, Atriz Coadjuvante, Ator Coadjuvante, Roteiro Original.

शेर*


Depois de Quem quer ser um Milionário, Dev Patel não parou de trabalhar. Fez O Exótico Hotel Maringold, Chappie, O homem que viu o infinito (para citar alguns) e mais recentemente Lion. Para quem viu o jovem ator britânico em Skins, saber do percurso que ele fez é interessante, porque demonstra claramente a sua inclinação em fazer papéis de personagens profundos e que tem muito a dizer. Ele cresceu com os seus personagens, amadureceu com eles e muitas vezes, esses mesmo personagens parecem ser uma forma dele manter-se próximo de seus ancestrais indianos.
Desta vez, concorrendo ao Oscar por sua atuação, Dev encarna Saroo, um indiano que aos cinco anos se perdeu do irmão mais velho e fez uma jornada de mais de 1600km de trem, passou por diversas provações, foi parar no orfanato, até que foi adotado por um casal australiano.
Baseado em uma história real e também no livro "A long way home" do próprio Saroo Brierley, Lion - uma jornada para casa, conta a história desse indiano, enquanto se debruça sobre o Google Earth em busca de algum sinal de que pudesse lhe direcionar para a vida que tinha quando criança. Sua busca levou anos e sua persistência em encontrar esse caminho é comovente, assim como a atuação do incrível Sunny Pawar (Saroo criança), que é a verdadeira estrela desse longa. 

Ao lado de Abhishek Bharate (Guddu), Sunny nos leva pela quase primeira hora do filme de modo arrebatador. O laço entre os irmãos é uma força motriz poderosa e que faz todo o sentido de ser tão presente nas lembranças de Saroo, bem como de ser o que o leva a recordar de tanto do seu passado. Fica evidente o quanto Guddu significou para Saroo e o quanto tê-lo perdido deixou o menino sem uma parte de si.
Do outro lado, temos uma Nicole Kidman (Sue) que é consistente e com jeitão de mãezona, daquelas que faz de tudo para dar o melhor e prover segurança para a sua família. Sua relação com John (David Wenham) é uma das bases sólidas de Saroo e isso fica claro. 

De modo geral, a presença de Rooney Mara, no entanto, é um pouco confusa. Fiquei pensando sobre essa personagem e cheguei a conclusão que, talvez, a intencionalidade de ela ter certo destaque, está no fato de Lucy não ter conseguido construir uma verdadeira relação com Saroo, até que ele entendesse sobre si, afinal de contas, a parte da história de jornada, Lion realmente conta uma história de descobrir o seu próprio passado, para viver o presente e seguir em frente.
Com vários momentos encantadores, embalados por uma fotografia lindíssima, Lion é no seu todo um filme coeso. Tem ritmo, tem enredo, te conquista com as atuações e te emociona com uma história que, ao mesmo tempo em que é distante, é real. Real o suficiente para você ver o quanto é preciso de sorte e determinação para sobreviver, assim como um leão. 

*Sheru, em hindi, que significa Leão.
Pitacos: Não sei se Lion vai levar alguma estatueta para casa. Com Moonlight e La La Land concorrendo para Melhor Filme; Viola Davis em Atriz coadjuvante; Moonlight novamente em fotografia; La La Land de novo em Trilha Sonora, só me resta crer que Dev leve o prêmio para casa como ator coadjuvante, mesmo que nas apostas, Mahershala Ali de Moonlight esteja em primeiro.
Indicações: Melhor Filme, Ator Coadjuvante, Atriz Coadjuvante, Fotografia, Trilha Sonora, Roteiro Adaptado.

You go, Girl!

Três mulheres, com mentes brilhantes e uma vontade tremenda de se provarem além do que estava reservado para elas naquele período. Um filme baseado em fatos reais, em mulheres reais e com lutas reais. Este é Estrelas Além do Tempo.

Em meio a corrida espacial dos anos 60, conhecemos três matemáticas negras que trabalham para a NASA. Vindas de passados diferentes, em comum, elas cultivam a vontade nacionalista de fazer parte da ida do homem para o espaço e também, de serem reconhecidas pelos papéis que desempenham nessa empreitada. Katherine (Taraji P. Henson), Dorothy (Octavia Spencer) e Mary (Janelle Monáe) se destacam entre as matemáticas da ala oeste (mais conhecida como ser a ala dos negros) e em meio a uma época de intensa segregação racial (e de gênero), essas mulheres passam para a ala leste, onde integram a linha de frente da corrida, cada uma delas em sua área de expertise.
Com uma trilha sonora caprichosa, que embala todos os momentos de modo ritmado, um figurino digno de notabilidade e uma série de atuações excelentes, Estrelas Além do Tempo é um filme sobre superação e sobre desvelar personagens escondidos (numa clara referência ao título original) de um momento tão significativo na história recente da humanidade, porque fica bem claro o quanto elas foram responsáveis pelos EUA ter tido a oportunidade de ir ao espaço. Também, serve como um reforço positivo na temporada atual, recheada de filmes pesados, com tons depressivos e auto-reflexivos. Saber de personagens reais de tal amplitude, deixam a gente sair do cinema com a satisfação de ter presenciado o reconhecimento merecido dessas mulheres.

E de fato, o grande trunfo de Estrelas Além do Tempo é trazer essas personagens fortes, destemidas e, principalmente, que não se deixam abater com as suas posições de inferioridade. Talvez o tom utilizado pelo longa seja mesmo brando, mas os temas de segregação racial e feminina ganham potência na narrativa, mostrando como eles estavam enraizados em todas as partes da sociedade, não apenas numa divisão de alas, ou de assentos em universidades, mas até mesmo nas conversas, convivência e para aqueles que não se achavam racistas. Inclusive, numa das cenas mais incríveis de Octavia e Kirsten Dunst, isso fica claro, em que Dunst diz: 
"Dorothy você pode não acreditar, mas eu não tenho nada contra você""Sim, eu acredito. Que você realmente ache que isso é verdade".

Sendo assim, sim, o tom escolhido para a história é o sutil, mas que passa a mensagem e deixa claro que é preciso se munir com as armas que se tem para lutar contra o preconceito, mesmo que essas armas pareçam singelas e não tão panfletárias quanto brandar aos sete ventos, ou subir em caixotes. Apesar do tom Feel Good Movie, acredito que ele tenha ido na questão dentro da sua proposta, que era a de exaltar as figuras de três mulheres que não foram reconhecidas pelo público e, ao mesmo tempo, mostrar que existe mais de uma forma de se lutar pelo que se acredita e pelo seu lugar no mundo.
Pitacos: Estrelas Além do Tempo concorre em três categorias, mas acredito que não deve levar nenhum para casa. Se o Oscar seguir a linha de distribuição de prêmios que tem feito nos últimos anos, pode ser que leve de Roteiro Adaptado, mas acho difícil levar Coadjuvante, por conta de Viola, em Um Limite entre Nós. Também não deve levar de Melhor Filme, com La La Land e Moonlight no páreo.
Indicações: Melhor Filme, Atriz Coadjuvante, Roteiro Adaptado

Uma vida em momentos azuis

Dividido em três atos, Moonlight conta a história de um rapaz, que poderia ser qualquer um, vivendo em qualquer país, com as mesmas questões e a mesma maneira de crescer. Atemporal e (quase) Universal, definem muito bem essa empreitada fílmica, cheia de momentos de verdadeira poesia. 

Com uma bela fotografia e edição primorosa Moonlight é um daqueles filmes que, apesar do ritmo mais lento, ganham ritmo e uma fluidez interessantes, transformando essa série de momentos da vida do protagonista, numa narrativa que merece ser assistida e apreciada. Não é um filme de final de semana, nem mesmo um filme fácil, mas tem força própria e um jeito que arrebata.
Dirigido por Barry Jenkins, acompanhamos um garoto chamado Chiron em três partes de sua vida. Separados por anos de diferença, vemos o menino apelidado de 'Lil, o adolescente Chiron e o adulto Black mostrarem suas semelhanças e suas diferenças, de modo que temos certeza de ser uma vida marcada por questões não resolvidas, traumas repreendidos e a eterna busca de quem se é. 
Talvez uma das mais interessantes abordagens adotadas em Moonlight seja a forma como as divisões dessa vida são feitas, ao mesmo tempo que conectadas. Não são apenas os acontecimentos que marcam essas mudanças, mas o próprio personagem, que nos rege enquanto ele desvela o mundo e confronta as suas inquietações de diferentes formas.

No Ato 1, a história de 'Lil (Alex R. Hibbert) é um emaranhado de referências de obras passadas, como Preciosa, Um Sonho Possível e Boyhood, acalcadas na narrativa de um menino que não se encaixa na sua própria realidade, que vive com uma mãe que o ama, mas que é relapsa e problemática, até a aparição de um guardião e que muda a vida dele para sempre. 
No Ato 2, Chiron (Ashton Sanders) se foca em encontrar quem ele é de verdade. A busca é pelo que o define como ser humano e o que ele quer ser, mas ainda sendo seriamente perturbado por questões não respondidas em sua infância. É perceptível a mudança de tratamento dele com a sua mãe (Naomie Harris, que está esplêndida nesse papel), já que ele entende, finalmente, qual o problema dela. Além disso, as questões inerentes à essa idade, como sexualidade, medo de ir embora e aflições de ser o único diferente, se encontram com traumas passados e traumas que ainda se configurarão.
Finalmente, no Ato 3, ficamos de frente com o adulto Black (Trevante Rhodes), que se tornou o espelho da única pessoa que ele realmente criou um laço e que admirou a ponto de querer ser. Black é uma amálgama de problemas estruturais e questões em aberto, mesmo que na sua aparência não seja tão claro de se ver. O que apenas mostra que sua personalidade é conflitante e suas crenças não parecem muito claras, nem mesmo para ele. Ele ainda não sabe quem é, mas uma ligação pode mudar isso...

Essa divisão no roteiro o torna interessante e nos faz querer entender mais intensamente a mente e a vida desse homem, mas compreendendo que aquela é uma vida que se seguiu e que, apesar de não aparecer diretamente, teve vários momentos tão importantes quanto aqueles. Somos convidados, até, em fabular sobre ela. Na busca por si próprio, Chiron viveu muitos momentos inesquecíveis, mas na constituição de si, apenas alguns momentos contaram e são exatamente esses momentos que o definiram inteiramente. 
Com uma forma de direção delicada e sensível, Barry acerta o tom com um filme de diversas camadas, diversas questões complicadas e vai na medida em como retratar isso na tela, já que o garoto (nas suas diversas idades) é mostrado, não só com ternura e delicadeza, mas com força e até crueldade. Em cada novo momento que desvelamos uma parte da vida de Chiron, é um novo momento que nos deparamos com a sua potência. 
Definitivamente é um filme marcante.

Pitacos: Fiquei simplesmente fascinada com a fotografia desse filme. Com tons roxos e azuis, englobando o todo, é simplesmente lindo de ver. Tem a minha total torcida para essa categoria e de direção, uma vez que é possível ver e até sentir a mão de Barry nos enquadramentos e nas escolhas de contar essa história. É possível que ganhe a de ator coadjuvante, já que Mahershala Ali está incrível nessa obra, além de ter brilhado também em Hidden Figures. Apesar da Trilha primorosa e edição incrível, é improvável que leve, ainda mais concorrendo com La La Land e A Chegada, respectivamente. É meu atual favorito para Roteiro Adaptado.
Indicações: Melhor Filme, Melhor Direção, Atriz Coadjuvante, Ator Coadjuvante, Fotografia, Trilha Sonora, Roteiro Adaptado, Edição.

Café para Ouvir - Jam #1

Ei bebedores de café, joia?
Então, desde o final do ano passado, eu resolvi que iria levar a sério a academia e fazer exercícios regularmente, comer direitinho e todo esse babado. Aí que eu descobri que quando vou pro elíptico e coloco músicas adequadas, eu rendo muito mais e consigo fazer academia sem reclamar, mas com muito suor! 

Foi aí que eu decidi montar playlists, com média de 1h30m para me acompanhar durante o treino todo. Como tem funcionado muito bem para mim, achei que seria uma boa compartilhar com vocês cada uma das playlists que eu montar com essa finalidade. Vai que elas contribuem para dar um gás na sua vontade (ou falta dela) de encarar os halteres, as esteiras e as bicicletas da vida. 
Esse é o Jam #1, de quando eu ainda estava testando a teoria, então o play tem que ser aleatório ;)
Boa playlist e ótima academia pra você!
01 - Side to Side - Ariana Grande
02 - cheap Thrills - Sia
03 - Nexto to me - Emeli Sandé
04 - Sorry - Justin Bieber
05 - Crazy in Love - Beyoncé feat Jay Z
06 - Cool for the Summer - Demi Lovato
07 - Stars - Demi Lovato
08 - Neon Lights - Demi Lovato
09 - Fire Starter - Demi Lovato
10 - Me Too - Meghan Trainor
11 - Dear Future Husband - Meghan Trainor
12 - Sim ou não - Anitta feat Maluma
13 - Bang - Anitta
14 - Deixa ele sofrer - Anitta
15 - Dame Mas - Belinda
16 - En la Obscuridad - Belinda
17 - Treasure - Bruno Mars
18 - That's my girl - Fifth Harmony
19 - Work from home - Fifth Harmony
20 - Love Myself - Hailee Steinfeld
21 - Sparks - Hilary Duff
22 - My Kind - Hilrary Duff
23 - How to be a Heartbreaker - Marina and the Diamonds
24 - Mama Do (Uh Oh, Uh Oh) - Pixie Lott
25 - Best day of my life - Pixie Lott
26 - Turn it up - Pixir Lott

Aquilo que mantemos dentro

Talvez um dos assuntos que mais chamou atenção na premiação do Oscar do ano passado, foi a manifestação contrária a um evento, onde a maior parte dos selecionados, bem como a maior parte dos vencedores era branca. Hashtags como #WhyOscarsaresowhite e #BlackOscars bombaram na rede e, muito provavelmente, isso foi um dos motivadores para que esse ano tivéssemos tantos filmes com personagens negros, dirigidos por negros e produzidos por negros em destaque, entre eles: Fences, ou como foi traduzido (muito bem, por sinal), Um Limite entre nós.

Denzel Washington e Viola Davis estrelam um dos filmes mais densos da temporada. Baseado na peça teatral homônima da Broadway, a qual deu à Denzel um Tony. Justamente ele, Denzel, além de protagonizar a história de Troy, também produziu e dirigiu o filme, assumindo um projeto quase panfletário, mas elegante, que se apoia nas atuações para marcar presença e chamar atenção.
Desde o trailer, passando pela primeira cena do filme, Um Limite entre nós já mostra a que veio. Dá o tom pesado ao enredo, deixando-o tenso e alongado, e dando aquela sensação de que não passa e não acontece até o seu desfecho. Sendo este ritmo, talvez, um dos grandes problemas do longa, justamente porque se apoia tão fortemente no texto teatral da peça, fazendo com que as cenas ficassem cênicas demais, lembrando realmente uma peça de teatro sendo gravada em vídeo. A distribuição dos atores em cena, bem como o jogo deles de trocar de lados, entrar e sair, gesticular e configurar os seus personagens, é muito bem marcado e a direção de Denzel, assim como a edição do longa, foram contidas e até um pouco sisudas, deixando o filme longo demais e com poucos momentos realmente memoráveis.

Na narrativa, não ficamos inteirados completamente do passado de Troy, mas compreendemos, desde o seu primeiro diálogo com Rose (Viola Davis) e Bono (Stephen Henderson) que existe uma insatisfação inerente em sua vida e que gere a narrativa inteira. Não compreendemos logo de cara a sua obsessão por não deixar o seu filho entrar no mundo dos esportes, ou mesmo de justificar suas poucas oportunidades de crescimento no trabalho com preconceito, por exemplo, mas conforme vamos ultrapassando o limite aparente desse personagem repleto de camadas, mais vamos nos inteirando de uma vida que se deixou contaminar completamente por frustrações passadas. Denzel gere com maestria esse personagem, mostrando que são íntimos e é apoiado por um elenco brilhante, de personagens que crescem.

Conforme o filme anda é que podemos ver a evolução dessas atuações incríveis, especialmente a de Viola Davis, que surpreende a cada novo personagem, não sendo diferente em Rose, que em apenas uma cena nos arrebata profundamente para, não só nos relacionarmos com ela, mas de compreendermos as suas questões. A Rose de Viola é carregada de significados, mostrando como concessões e pequenas partes de nós mesmos que abrimos mão, cobram um preço lá na frente. E se falamos aqui sobre a Jackie de Natalie ter essa aparente potência imagética atrelada aos seus objetivos, Rose, ao contrário, não pretendia parecer algo para os outros e sim para si mesma e essa diferença é substancial para entender a complexidade dessa personagem.
Além do conflito existente entre o casal protagonista, existe um conflito de sonhos e até mesmo de gerações, uma vez que fica evidente que Troy se recusa a acreditar, ou mesmo perceber, um mundo diferente ao que ele viveu a sua vida inteira, de modo que ao ficar de frente para seus dois filhos Lyons (Russell Hornsby) e Cory (Jovan Adepo), age no limite da inveja, do amor e da obrigação. É, de fato, uma relação bastante intensa, especialmente entre ele e Cory, com quem convive e precisa ver suas próprias escolhas refletidas nele. Essas são algumas das melhores cenas.
Ao final, a parte mais importante dessa história são as atuações, acalcadas por um roteiro de palavras pesadas, como o célebre comentário de Bono sobre as cercas que Rose tanto queria em seu quintal:
"Algumas pessoas constroem cercas para manterem os outros fora e outras constroem cercas para manterem as pessoas dentro".
Fazendo um adendo, nesse filme temos certeza que também existem pessoas que constroem cercas ao seu redor, para sobreviver, reviver e não ver.
Pitacos: Apesar do Roteiro denso, acho que a premiação nessa categoria precisa levar em consideração a passagem que é feita da obra anterior para o cinema, no caso, o que a gente viu foi um roteiro apenas transpassado para a grande tela. Particularmente, não acho que leve. Também não deve levar de Melhor Filme. Acredito que é o franco favorito de Melhor Atriz Coadjuvante, já que Viola já faturou outros prêmios nesta temporada. Tenho dúvidas se leva Melhor Ator, mas existe essa possibilidade. Ainda estou torcendo para Viggo nesta categoria.
Indicações: Indicações: Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante, Roteiro Adaptado