Café para Ouvir #16

Playlists bombando no spotify do Mesa e dessa vez tem Bethânia, Demi Lovato, Edinho, James Bay e até Spice Girls. 
Aperta o play e curte com um cafezinho!

01 - Era pra ser - Maria Bethânia
02 - Thief - Ansel Elgort
03 - No Promises - Cheat Codes feat. Demi Lovato
04 - What do I Know? - Ed Sheeran
05 - Game of Survival - Ruelle
06 - Chifre não é asa - Thayná Bitencourt
07 - Telegrama - Zeca Baleiro
08 - The Wind - Yusuf feat Cat Stevens
09 - Don't want it back - Sabrina Carpenter
10 - Hold on - Colbie Caillat
11 - Stay right where you are - Ingrid Michaelson
12 - Need the sun to break - James Bay
13 - Never give up on the Good Times - Spice Girls
14 - Teach me Tiger - April Stevens
15 - We know the way - Moana OST
16 - Sua Cara - Major Lazer feat Anitta & Pabblo Vittar

Boss(y)

Desbocada, Descontrolada, (um pouco) Desmiolada, mas muito Determinada. Esses são alguns dos adjetivos que descrevem a protagonista de Girlboss e a forma como Britt Robertson deu vida à Sophia Amoruso, na série original da Netflix, baseada na vida e no livro da própria Sophia.

Estando com tudo nos últimos anos, Britt tem aparecido cada vez mais nos radares dos produtores de Hollywood, ao ter se atrelado a filmes um pouco mais "fora da curva" e ter feito personagens interessantes, complexas e bastante intrigantes. Com a Sophia da série Girlboss, não foi diferente. Com uma pegada que passa longe das comédias românticas, essa série faz uma releitura da história de Sophia Amoruso, uma super respeitada fashionista e dona de uma das lojas mais bem sucedidas da história do e-Bay, a Nasty Gal, que ela criou com 23 anos. Releitura é a palavra certa, porque, com o aval da própria Sophia, Kay Cannon (A Escolha Perfeita e Como ser Solteira) deixou a imaginação fluir e assinou o roteiro de uma série cheia de momentos intensos, viradas especiais, mas com uma mensagem muito importante para os dias de hoje: "Ei, tudo certo errar, falhar, desde que você levante a poeira e tenha coragem de seguir em frente!".

E que em frente! Se no primeiro episódio somos embalados por uma Sophia (Britt) totalmente avoada, sem perspectiva de um futuro e sem entender muito bem como chegar à vida adulta, no caminhar da primeira temporada a personagem cresce, aprende, apanha, luta e percebe que é vivendo a vida que a gente percebe o que fazer dela, mesmo que demorem anos para isso. 
Para quem não conhece, Sophia Amoruso começou uma loja no e-Bay, revendendo roupas vintage, re-estilizadas para a contemporaneidade. Apesar do seu estilo pessoal ser uma mescla de décadas passadas, algo que foi lindamente transmitido na série, as roupitchas que a moça vendia iam desde um prom dress cafonérrimo que ganhou uma nova vida; até uma jaqueta punk rock dos anos 80, estilo biker, com contas. Com um bom gosto que impera, Sophia passou de lojinha no e-Bay, para uma super loja online, até ter pontos comerciais disputadíssimos em LA e tudo isso em 7 anos! Um recorde e, de fato, uma história notável, especialmente para uma pessoa que comia pão do lixo (isso não é metafórico).

A série assim, vai na ascensão (e talvez queda) da Nasty Gal, enquanto traz em foco diversas questões dos 20 e tantos anos, que estão começando no mercado de trabalho e que estão à procura de um espaço que lhes pertença verdadeiramente. Nesse sentindo, Girlboss enche a mão, retratando de um jeito inteligente e perspicaz a busca de si próprio, o amadurecimento e a caminhada que vem com tudo isso, enquanto é sonorizado por músicas de diferentes épocas, sendo a playlist no Spotify um dos maiores presentes dessa série. 
Os sons transitam pelos anos e ajudando a contar a história, enquanto acrescentam algo mais, nos ligado às sensações da personagem, bem como aos eventos. Algo que também auxilia a ideia de que a série, apesar do nome sugestivo, não é apenas para garotas, mas se expande para todo um universo que tem a ver com idade, tem a ver com geração e tem a ver com a vida. 
P.S - Queremos uma Segunda Temporada, tá, Netflix?!
P.S 2 - Queremos mais RuPaul na segunda temporada também, tá, Netflix?!

Heroína Inata

Com a realeza de uma princesa, a dureza de uma guerreira e o respeito que uma personagem clássica e importante merece, o filme de estreia da Mulher Maravilha nas telonas traz todos os elementos que a DC tinha errado a mão, vira-os ao contrário e entrega um dos melhores (quiçá o melhor) filmes de super heróis dos últimos anos.

Talvez um dos maiores problemas ao fazer histórias de origem seja ter que lidar com o conhecimento e a expectativa públicas, acerca de como essa narrativa será contada. No caso de Mulher Maravilha é seguro dizer que essas tais expectativas foram superadas, mostrando a história de Diana com a atenção suficiente para aqueles que não conheciam de onde a personagem veio e com o esmero de entregar ao fã da personagem ótimos efeitos, batalhas épicas e uma personagem condizente com a que acompanhamos desde o seu início, e reafirmando: "Não se engane, a mulher maravilha não é apenas um 'tapa buraco' para o público feminino, é um alicerce indispensável para o universo inteiro da DC e também por isso, precisava de um filme a sua altura."
Insha'Allah!
Estávamos clamando pela entrada definitiva das heroínas protagonistas no cinema e é preciso dizer que a espera valeu muito a pena, ao ver como elas têm potência, têm força, têm ritmo e, principalmente, tem regência suficiente para carregar duas horas nas costas, com tranquilidade e sem bagunçar o cabelo.

Outra questão que deve ser destacada é o alinhamento do filme com os anteriores desde Homem de Aço, que dá aos diretores responsáveis pelos longas uma liberdade autoral um pouco maior que a fórmula pasteurizada (mas que continua funcionando (será?)) da Marvel. É preciso dizer esse quê autoral causou muita estranheza em filmes como Batman vs Superman, Esquadrão Suicida e até o já citado Homem de Aço, o que não quer dizer necessariamente que são filmes ruins, apenas que não deram tão certo para o grande público, quanto poderiam ter dado
Sobre essa questão, eu gosto de pensar que eles andavam testando a mão para encontrar um lugar que se encaixassem com os seus heróis (que particularmente acho que são bem melhores que os da Marvel), sem usar um modus operandi específico e respeitando o que esses personagens tem de melhor, que são as suas próprias histórias e a profundidade de suas personalidades.
Não sei quantos de vocês chegaram a acompanhar uma saga de algum dos personagens da DC, mas todos eles são extremamente complexos, com histórias intricadas, dramas existenciais e muito envolvidos no que faz um herói ser um herói, sendo esta, talvez, a verdadeira essência (ou tentativa de essência) dos filmes da DC.

E isso foi lindamente alcançado em Mulher Maravilha, que além de ter dado espaço para a história se desenvolver, deu a Gal Gadot o sacramento de ser a escolha ideal para a personagem, mostrando as diversas facetas de uma mulher maravilhosa (com o perdão do trocadilho) e que tem como principal arma os seus princípios, a crença no amor e a sede de justiça!
É de se aplaudir Patty Jenkins, que anteriormente dirigiu o excelente Monster e que agora deu conta de uma história de super heroína, sem cair em armadilhas de gênero feminino, tantas vezes confundido com os chick flics da vida, uma direção que só melhora com um roteiro consistente, que entrega diálogos perspicazes, tão interessantes quanto os efeitos especiais, ou o figurino reestilizado do clássico short-fralda (lol) dos anos 70 e muito mais sofisticado (convenhamos).
Agora a gente espera...espera com um super hype pela Liga da Justiça, espera com esperanças de que a DC tenha encontrado o seu campo e espera também que não caiam em formuleta boba. Bora lá, tem muito mais DC para explorar, incluindo dois filmes que eu já estou completamente ansiosa, o da Batgirl e do Asa Noturna
Vem DC!
Vem com tudo!!