Estilo Nota 10: Lojinhas brasileiras que eu amo II!!


Dando continuidade à série de posts sobre lojinhas brasileiras que moram no meu coração, trouxe mais cinco de uma lista "xigante". Ainda na pegada de lojas conceituais, que estão ligadas ao estilo romântico/retrô, a maioria dessas lojas tem produção própria, fazem por encomenda, entregam com amor e têm coleções lindas de viver!

Tutu Sapatilhas


Sobre: Com produção própria, a Tutu Sapatilhas nasceu em Curitiba e tem um ar meigo de sapatilhas de balé, mas com um toque de originalidade da criadora da marca. Particularmente, adoro a variedade de modelos e cores, além do fato de ser produção artesanal e dos sapatinhos serem super confortáveis. Alguns modelos lembram a marca Repetto e aí que amo mais ainda!
Lá Vende: sapatilhas, oxfords, botinhas e outros modelinhos lindos de sapato.
Dinheiros: A partir de R$100,00, mas sempre rola promoção.
Encontra: Na loja física (Alameda Dr. Carlos de Carvalho, 1211 C Loja (em frente à Praça da Espanha), No site, na fanpage e no instagram

Andreia Brondi


Sobre: Também com uma proposta artesanal e de manufatura própria, o Ateliê da Andreia Brondi tem tanto modelo lindo e estampa graciosa que a gente fica apaixonada! Todas as roupas tem um estilo retrô e romântico, mas com um ótimo caimento e com propostas para o dia a dia. Os modelos são de criação da blogueira Natany Toffolo, do Nasci na Época Errada e fazem minha paixão toda a vez que eu visito o site deles.

A essa altura do campeonato temos certeza que conseguimos expressar a importância de criarmos laços na nossa vida. É sobre isso que a Coleção Laços se trata: amar nossa família, amigos, professores, nossos companheiros de estimação... Não somos ninguém sozinhos. E ficamos muito felizes pela aceitação que vocês nos deram a cada vez que a gente postava nossas inspirações para essa coleção. Foi lindo, e conhecemos algumas histórias maravilhosas nesses meses. Como uma forma de agradecimento à todos nossos seguidores criamos um concurso cultural, onde vamos presentear uma das nossas seguidoras com o vestido da foto. Na próxima postagem estarão todas as instruções pra que vocês participem. Esperamos que gostem 🌸 Ativem as notificações pra não perder a próxima postagem 🎀 📷 Fotografia: @janainamoura_
Uma publicação compartilhada por Andreia Brondi Store (@andreiabrondistore) em
Lá Vende: saia, vestido e blusas
Dinheiros: No outlet da loja você encontra peças a partir de R$60,00, mas na coleção atual os preços estão a partir de R$75,00
Encontra: Na Loja online, na fanpage, no youtube com uma série bem legal de costura para iniciantes e no instagram.

Cuplover


Sobre: Desde a concepção da coleção, até a entrega das peças, a Cuplover faz um mimo atrás do outro. As coleções são todas baseadas em coisinhas que amamos (tipo Harry Potter, A Bela e a Fera, Amélie Poullain...), são confeccionadas com evidente carinho e a marca é embasada no slow fashion. Cada peça é uma preciosidade, sério mesmo!
Lá vende: Vestidos, Saias e Blusas
Dinheiros: Da coleção passada você encontra peças a partir de R$120,00, da atual a partir de R$170,00

Virgínia Barros


Sobre: Com um estilão de artesanal e de proposta autoral, os sapatos feitos pela Virgínia Barros tem um acabamento lindo, temáticas interessantes e são muito confortáveis. Só para você ter uma ideia, os sapatos vêm com certificado de garantia e tem como objetivo ser uma peça há mais no estilo da pessoa que a usa e não apenas um calçado qualquer. Não conheço a parte de bolsa da loja, mas parece ser tão bacana e bem feita quanto a de sapato.
Lá Vende: Sapatos, Roupas, Bolsas e Acessórios.
Dinheiros: Garimpando na promoção você tem peças de R$90,00 para cima.
Encontra: Na loja física (Av. Cristóvão Colombo, 63 - Funcionários, Belo Horizonte), No Site, Na Fanpage  e no instagram.

Você Combina


Sobre: Num estilo mais de loja de departamento, Você Combina tem peças bem variadas, feitas especialmente para o público Plus Lindo. Eles têm uma diversidade de modelos e estilos que merece atenção, atendendo da pessoa mais básica, à mais "perua", sendo que o foco é de roupas para o dia a dia.
Lá Vende: Calça, macacão, short, blusas e vestidos
Dinheiros: A loja está sempre com promoções e você encontra peças a partir de R$29,00.

Vocação

Uma série que surpreende pelo enredo que flui, com personagens envolventes e uma forte humanização da própria existência. Esta é Call the Midwife.

Eis que eu descobri no Netflix essa série e não consegui largar! Lançada pela BBC em 2012, Call the Midwife é baseada nas memórias da enfermeira Jennifer Worth, uma inglesa que trabalhou na comunidade urbana de Poplar, área extremamente pobre no leste de Londres, que recebeu todo o tipo de gente no pós segunda guerra, especialmente desempregados, imigrantes e ex militares. 
Determinada em fazer um bom trabalho, Jennifer Lee (Jessica Raine), ao lado de outras enfermeiras, Trixie (Helen George), Cynthia (Bryony Hannah), Chummy (Miranda Hart); das freiras do Lar de Nonato e do médico Patrick Turner (Stephen McGann), se dedica em desenvolver ações de saúde pública, sendo que o carro chefe é do cuidado às futuras mamães e seus bebês.
Seguindo esse mote, era bem provável que a série tivesse algumas temporadas, mas que eventualmente chegasse a uma espécie de marasmo, especialmente porque todos os episódios giram em torno de nascimentos, doenças e hospitais, no entanto a narração e o enredo se desenvolvem de modo tão intimista, sobre as personagens e suas próprias vidas, que deixa a série com um ritmo cada vez mais envolvente. Nos episódios de 50 minutos (em média) acompanhamos o dia a dia na comunidade, bem como percebemos as mudanças sociais que aconteceram naquela região, durante aquele período.

Também vamos nos tornando amigos e entusiastas de cada uma dessas pessoas, desenvolvendo verdadeiro apreço por elas, de modo que torcemos, acreditamos e realmente queremos que eles encontrem a felicidade na vida. Interessante que, como a série se foca no Lar de Nonato vários personagens aparecem, saem de cena, reaparecem e seguem em frente, sendo esse o local onde, ao que tudo indica, se encontram verdadeiramente. Temos freiras que largaram o hábito, enfermeiras que se tornaram dona de casa, policiais que se casam com enfermeiras, mulheres que se descobrem na profissão e a seguem para sempre, assim como descobrem um novo caminho para seguir. É verdadeiramente tocante como esses indivíduos se inserem nos seus respectivos enredos e ainda engrossam o caldo de uma história maior, tornando a série ainda mais densa.

O tom que Heidi Thomas (criadora e roteirista) conseguiu construir para a série é realmente marcante, com o auxílio, do que imagino ser, uma brilhante reflexão sobre momentos de uma vida dedicada à saúde de outros. Cada episódio mostra uma parte a mais de cada personagem e a cada nova temporada, somos surpreendidos com o que pode acontecer nesse local, fora que é de cair o queixo a qualidade do design de produção e dos figurinistas, que vão complementando a narrativa com o visual e deixando tudo ainda mais bem construído e alinhado. Ao invés de uma série dramática e pesada, com tons de tristeza, ao contrário e na voz da madura enfermeira Jenny (Vanessa Redgrave) temos reflexões tocantes, engraçadas e comoventes sobre a vida e tudo que a cerca.
Como está aos moldes das séries britânicas, não temos muitos episódios por temporada, mas com certeza temos muita classe, beleza e sutileza em ressaltar como o ser humano ainda pode ser maravilhoso, bondoso e realmente humano.

Documentários que amamos - parte I

A minha relação com docs começou mais profundamente quando eu decidi fazer uma especialização sobre o assunto em 2014. Até ali, eu achava que documentários eram meio chatos e que tratavam de assuntos que a gente via "todo dia" nos telejornais, só que com mais tempo. Logo tinha uma certa restrição sobre, mas uma das coisas mais bacanas sobre o conhecimento é que a gente se surpreende com o que aprende, e o que encontra no caminho, de modo que acabei percebendo que documentários podem ser tão diversificados quanto filmes ficcionais, assim como podem abordar as mais variadas histórias, sejam elas de um personagem específico, um fato, ou mesmo sobre um sentimento. 
Nossa, isso realmente tá interessante!

Caçando pelo Netflix, eu acabei descobrindo títulos muito interessantes, alguns até que ganharam prêmios, como o Oscar, Cannes, Berlin e É tudo verdade!
Por isso, decidi fazer uma série aqui no Mesa, com vários docs, facilmente encontrados, de diversos cantos do mundo! 
Vamos lá?

05 - To Be a Miss


Sobre o que é? O documentário de Edward Ellis, Flor Salcedo e Aaron Woolf explora a indústria de misses da Venezuela, desde a sua história, como se mantém e ainda acompanha três moças que tem o sonho de representarem o país em concursos de beleza mundo a fora. 
O que se destaca? Assistir a esse doc veio de um interesse particular que eu tenho de concursos de misses, especialmente o Miss Universo, porque sempre acreditei que a miss escolhida é sempre uma forma da gente vê o que está acontecendo no mundo, ou seja, que é uma decisão bastante política, no entanto essa minha hipótese sempre batia de frente com a quantidade absurda de vezes que a Venezuela levou a coroa para casa. Nesse doc a gente entende, então, o motivo disso acontecer com certa frequência e como as pessoas desse país levam a sério concursos de beleza. Dá quase uma  sensação de embrulhamento no estômago o quanto isso "tá errado", já que essas meninas são levadas a fazerem inúmeras intervenções cirúrgicas, competirem por patrocínio, emagrecerem absurdamente, entre outras situações, que eu vou deixar vocês verem para saberem.

04 - The Hunting Ground


Sobre o que é? Esse doc aborda como as universidades norte-americanas tem acobertado crimes sexuais que acontecem em seus campi, de modo a fingir que eles não acontecem e muitas vezes tomando o lado do agressor, ao invés de defender a vítima. 
O que se destaca? Não apenas a música de Lady Gaga, Till it happens to you, mas a forma como dados se misturam como relatos e a luta dessas moças para que os crimes sexuais sejam publicamente reconhecidos e combatidos. O documentário mostra uma extensa pesquisa e tem por objetivo chocar e espantar com a nossa suposta ideia de que está tudo bem nesses lugares, ou que eles são, realmente, um antro de perdição. 

03 - Audrie & Daisie


Sobre o que é? Retaliação online, ciberbulling e abuso sexual. Nesse documentário conhecemos várias histórias de adolescentes que sofreram algum tipo de abuso relacionado ao sexo e que, ao se defenderem, foram rechaçadas por colegas de escola e até a própria comunidade que vivem. 
O que se destaca? Se alguém ainda tem dúvidas de que existe a cultura do estupro, deve ver esse doc, porque ele discute isso de modo amplo, sem extremismos e com uma perspectiva que tenta não fazer uma exposição exagerada, nem das vítimas e nem dos envolvidos. 

02 - Amanda Knox


Sobre o que é? Um crime que chocou a Itália (e o mundo) nos anos 90 e foi confusamente resolvido, indiciou Amanda Knox como culpada. A moça, então, foi inocentada e depois indiciada novamente, só para ser inocentada de novo. Cheio de confusões e bifurcações, a morte de Meredith ainda permanece um mistério, de modo que muitos ainda acreditam que Amanda teve algo a ver com o acontecido.
O que se destaca? Os depoimentos e cenas de arquivo do caso vão se entrelaçado, de modo que temos uma montagem de um caso de assassinato que não se manteve em sigilo durante a investigação policial, apenas, mas que envolveu civis, anônimos, profissionais da mídia e até a gente, que lá pelas tantas começa a pensar sobre o que poderia ter acontecido naquela noite. Respostas não são entregadas de bandeja e em alguns momentos o ritmo do filme lembrou o clássico documentário The Thin Blue Line (1988), onde são apresentadas várias versões e várias intenções, de modo que somos nós que elencamos as ideias.

01 - A um passo do Estrelato


Sobre o que é? Ganhador do Oscar de Documentário em Longa Metragem de 2014, esse filme investiga sobre o mundo dos Backing Vocals. Mulheres e Homens que trabalham com grandes artistas conhecidos e idolatrados, mas que, muitas vezes, não conseguem o estrelato para si, ou mesmo não o querem. 
O que se destaca? Recheado de momentos musicais, somos inseridos em um mundo "desconhecido", mas que carrega grandes artistas, muitos deles responsáveis por uma musicalidade de uma época, ou mesmo que ditam o ritmo dos cantores e bandas que eles trabalham. Também é interessante perceber como nós os reconhecemos de alguma forma, mesmo que não seja de maneira direta.

Gostou da primeira lista da série? Tem algum Doc para indicar? Deixa um comentário!

Era uma vez...mais uma vez

O que faz de um filme um clássico? Mais ainda, o que torna uma história tão inesquecível a ponto da gente sempre ter como referência? Essas perguntas me acompanharam por boa parte do início da minha vida acadêmica, principalmente naqueles momentos em que escrevia um artigo, me aventurava em uma monografia, ou resolvia pesquisar a fundo algo. Nesse caminho, fui percebendo que clássicos se tornam clássicos por inúmeros motivos, mas talvez o principal deles seja a universalidade e humanidade intrínsecas em suas narrativas
Histórias que tem uma ligação com quem somos como humanos e nos constituem como seres capazes de amar, odiar, se apaixonar, ter coragem e enfrentar barreiras. E de histórias assim, a Disney tem de sobra, sendo uma das mais recentes a versão em animação de 1991, de A Bela e a Fera.

Idade, como vocês já devem suspeitar, não tem exatamente a ver diretamente com a ideia de clássico, embora muita gente confunda uma coisa com a outra. Afinal, 26 anos nas costas é um tempo considerável, mas não é tanto tempo assim, principalmente se compararmos com outros tantos clássicos. No entanto, A Bela e a Fera de 91 conquistou esse espaço, sendo, inclusive um dos únicos filmes de animação a concorrer ao Oscar de Melhor Filme. 
Mas então, você deve estar se perguntando, o que esperar do filme live action que invadiu as telas de cinema nesse final de semana, já que a animação foi tão incrível assim?
Para começo de conversa, acho interessante ressaltar que não é de hoje que a Disney tem feito o movimento de transformar seus clássicos de animação em versões live action, vide Malévola, Cinderela, Mogli, e os projetos que ela já deu confirmação de que serão realizados, como Mulan, Aladin, O Rei Leão, entre outros (veja esse vídeo do Imaginago e fique por dentro). Segundamente, também é relevante dizer, que essas versões em live action têm trazido aspectos novos e interessantes para as histórias já consagradas, fosse com a sofrível Malévola, que veio contar a história d'A Bela Adormecida sob a ótica da vilã, fosse com Cinderela, que acertou a mão lindamente na hora de contar um pouco mais sobre o príncipe (que na animação mal falava alguma coisa). E agora, somos levados a um protagonismo digno de ambos Belle (Emma Watson) e Beast (Dan Stevens), em que sabemos um pouco mais sobre o passado desse homem torturado, porém cabeça dura, e sua maldição.

Sempre me perguntei também, porque os personagens masculinos dos filmes das princesas acabavam sendo esquecidos, até Aladim poucos desses "príncipes" falavam algo, se quer tinham uma evolução de personalidade. A Bela e a Fera era o único que a Fera ia evoluindo, mas mesmo assim, não era suficiente.
Não na minha opinião.
E dessa vez foi realmente marcante ver como esse personagem foi se transformando, evoluindo e se construindo para nós, com calma e sua verdadeira natureza vai aflorando, conforme Belle se aproxima e vai dando espaço para se deixar envolver, não necessariamente romanticamente, mas pessoalmente, por esse ser privilegiado financeiramente, de humor interessante e que está disposto a compartilhar com ela conhecimento, uma biblioteca, uma viagem mágica e o sonho de encontrar o seu lugar no mundo.
Digna de uma versão contemporânea (mesmo que ambientada no final do século XVIII), A Bela a Fera fala de questões como a homossexualidade (é sério isso), feminismo e o respeito pelo diferente, mesmo que nenhuma dessas menções sejam panfletárias e tomem todo o espaço da trama. Na verdade, é interessante como a escolha de trabalhar com tudo isso com naturalidade foi feita. 

Os enredos ganham tempo para se desenvolver mais, de modo que compreendemos porque a vila é retrógrada, como se dá o fascínio de Lefou (Josh Gad) por Gaston (Luke Evans) e porque diabos o Gaston é tão freneticamente idolatrado naquele lugar. Os adorados objetos vivos do castelo foram digitalmente construídos com lindeza e entre um Lumière (Ewan McGregor) apaixonante, uma Sra. Potts (Emma Thompson) mãezona e um elegante Cogsworth (Ian McKellen), ficamos envolvidos com seus dramas e é impossível não entender como Belle resolve ficar e ajudá-los.
Sobre o elenco, realmente eles dão um show a parte! A história ganha pulso com uma Emma Watson que personifica os valores de Belle, dando ênfase à sua energia, inteligência, determinação e coragem, enquanto Luke entrega um Gaston enervante e bruto, machista até o último fio do cabelo. 
Ademais, o filme segue a mesma linha de figurinos lindos, mas mais ligados às questões históricas, assim como fez em Cinderela, da mesma forma que preserva cenas com uma fotografia idêntica à animação. Falando nisso, as músicas são uma mistura da versão da Broadway, com canções inéditas, dando ao filme um ritmo próprio, mesmo que em conexão direta com as expectativas de fãs e à metasimbologia, que eu falei mais sobre aqui.
De clássico para clássico, A Bela e a Fera cumpre o que se propõe e vai além, traçando um caminho para resgatar um passado (não tão distante), enquanto lança-se em busca de se tornar uma referência futura, dessas que a gente lembra, inevitavelmente. 
Bravo! 

Amadurescência

Entregando um álbum coerente às investidas dos últimos anos, Divide de Ed Sheeran mostra com maestria, novamente, porque o cantor ganha cada vez mais espaço e se consolida com força nas raízes musicais.

Quem acompanha o Mesa, sabe da admiração que esta que vos fala cultiva pelo trabalho do ruivo Ed Sheeran e sabe também que a relação que temos passa por uma identificação potente com as histórias que ele conta em suas músicas, da mesma forma que a idade tem muito a ver. Ed e eu temos uma diferença de apenas três meses, logo, separados por um oceano de realidades distintas, compartilhamos questões dos 20 e tantos anos.

Welcome to the new show
I guess you know I've been away
But where I'm heading, who knows?
But my heart will stay the same

E não é só comigo que essa aproximação acontece. Suas canções pessoais e íntimas, sobre sua vida, suas frustrações e reflexões sobre o amor e família, acabam ganhando o mundo, porque é como se Ed nos contasse uma confidência e nas suas entrelinhas nos encontrássemos com os ocorridos. Afinal de contas, quem nunca precisou escolher entre amor e carreira? Ou precisou de despedir de um ente querido? Ou se encontrou em um momento de 'salto', em que precisava decidir se pulava, ou não?

One friend left to sell clothes One works down by the coast One had two kids but lives alone One's brother overdosed One's already on his second wife One's just barely getting by But these people raised meAnd I can't wait to go home
Dessa vez, não apenas se focando em romances e paixões fugazes, como fez muito em X, Ed se concentra na amadurescência. Nos pensamentos ao redor de ter chegado em um lugar privilegiado, que o fez retornar ao passado. Não apenas o seu próprio, através de músicas como Castle on the hill, Eraser e Supermarket Flowers; mas vai atrás de sua história pela sua família, refletindo sobre o que a formou, como na deliciosa canção Nancy Mullligan
Nas suas falas sobre o amor romântico, seu álbum se divide desde paixões do passado, amores arrependidos, novos e excitantes relacionamentos, formam uma seleção que mistura essas sensações através dos ritmos e das letras. O passado, como New Man é cantado em ritmo acelerado, quase numa discussão em busca de uma explicação, ao passo que em Happier ouvimos um lamento sincero (que eu não pude deixar de lembrar de Nina Nesbitt), com arrependimentos, porém uma real vontade de se sentir feliz pelo outro.
I was holding her hand, her hand was holding mine Our coats both smell of smoke, whisky and wine As we fill up our lungs With the cold air of the night I walked her home then she took me inside To finish some Doritos and another bottle of wine
Enquanto isso, a iminência de descobrir alguém novo e suas diversas complexidades animam a coletânea, trazendo canções com movimento e que quase dão vontade de dançar (com certeza serão as músicas que vamos pular enlouquecidamente em seus shows), como a já adorada Shape of you, Galway Girl e Barcelona.
Como sempre faz, Ed também recita sobre sua própria carreira, sobre o que quer fazer daqui para frente e sobre o que espera que as pessoas compreendam. Em tom confessional, Save Myself encerra o álbum quase como se confirmasse a tal da "crise dos 20", enquanto mostra que passado, presente e futuro se cruzam para construir aquilo que se é e aquilo que se espera ser. Se para muitos o divã serve de amparo, para Ed sua música salva a ele mesmo e é capaz de mudar o mundo, seja essa constatação uma ideologia romântica, ou uma certeza, vinda das multidões que se movem com o que ele tem a dizer.
Life can get you down so I just numb the way it feels Or drown it with a drink and out of date prescription pills And all the ones that love me, they just left me on the shelf, no farewell So before I save someone else, I've got to save myself And before I blame someone else, I've got to save myself And before I love someone else, I've got to love myself

Clique na imagem e ouça o álbum completo

Dois passos à frente

Quem é Madeleine Elizabeth Sloane? Essa é, provavelmente, uma das perguntas que mais inquietam durante o filme Armas na Mesa. E "por quem é esta mulher?", entenda que não é apenas o literal, mas algo que abrange uma série de aspectos que não dizem apenas respeito a ela, no momento em que essa história é contada, mas que trata de um todo fascinante e ainda assim, misterioso. 

Fiquei pensando muito sobre a melhor época para postar sobre esse filme. De fato, temos ótimos filmes sobre a figura feminina, suas conquistas e o feminismo como um todo, mas como esse foi um dos filmes mais recentes que me chamou atenção também por esse aspecto, acho que vale a data comemorativa dessa postagem, bem como o ressalto de como essa Ms. Sloane é impressionante.
Sim, porque o que vemos ao longo de pouco mais de duas horas, são pistas de um passado não revelado, impressões de uma crença não clara, traços de uma índole (no mínimo) duvidosa e uma capacidade sem limites de nos surpreender, principalmente por incorporar um estilo woorkaholic crônico, de um meio, basicamente, dominado por homens, o lobby.
Já na cena inicial temos uma câmera frontal, que encara Sloane (Jessica Chastain) nos desafiando a entrar fundo em uma narrativa de poder, interesse, subversão, esperteza e chantagem, em que um projeto de lei para que a compra de armas seja mais rígida, movimenta as discussões no congresso norte-americano. Sloane, então, entra na disputa, mas num grupo a favor, formado por lobistas éticos e que não estão acostumados a usar de tudo e qualquer 'arma' para conseguir algo. É nesse embate de princípios, então, que Sloane se destaca.

Não é apenas uma questão de anti-heroísmo, é uma personagem complexa e que não dá muitas respostas. Seu comportamento, sempre no limite do moral, nos deixa espaço para fabular sobre a sua história e tentar humanizar suas características frenéticas de convencimento, manipulação e descaramento, mesmo que o filme deixe claro que, tentar entender Elizabeth Sloane, é o mesmo que tentar entender os laços políticos pelas aparências
Superficial e impreciso.
E se Sloane é uma incógnita, deve tudo à Jessica Chastain (dessa vez esquecida pela academia), que entrega uma atuação consistente e impressionante, não dando espaço para que vejamos muito além do que ela permite nos mostrar, sendo que nós assumimos o papel de um cúmplice aos moldes do que ela prega no filme inteiro: fazendo parte de um plano maior, o qual não se sabe que faz, até que já está dentro. Não é a primeira vez que Jessica rouba a cena e faz uma personagem que se insere em um meio machista e assume a liderança, impondo respeito com trabalho, eficiência e uma dedicação que beira o fanatismo (veja A Hora mais Escura), no entanto o que Sloane tem de diferente de Maya é uma sordidez marcante e, que, ao mesmo tempo, envolve.

Além da atuação particularmente espetacular de Chastain, também temos elementos que marcam Armas na Mesa como um filme que não deve passar despercebido, entre os quais se destacam: a Direção de Arte, construindo um ambiente de eterna competitividade, subjugação de valores, ética questionável, corrupção constante e tudo isso de colarinho branco, enquanto brinca com brancos e pretos, mostrando que nem tudo é branco e preto. E o roteiro, que é amarrado de modo a nos conduzir por surpresas constantes, construindo uma tensão inerente e ao mesmo tempo não evidente, em que todas as ações, todos os gestos e todos os diálogos têm relação e são importante em algum ponto, seja no caso do lobbing, seja na própria existência de Sloane. O ritmo acelerado exige atenção, no entanto, cada informação é importante e muitas vezes pode nos pegar ainda mais desprevenidos, por não termos nos aprumado. Mais do que um filme sobre ter malícia e concentração (porque nada é exatamente o que parece ser), é um filme sobre tentar antever os movimentos.

Depois do Piloto - 10

As séries da vez são bem ecléticas, mas todas do Netflix. Tentei variar bastante no gosto e dar uma chance à séries que não costumam me agradar...dito isto, vem ver o resultado:

Santa Clartia Diet


Assim, quando eu vi que teria Drew Barrymore eu pensei: "Bom, não deve ser tão ruim, afinal de contas é a Drew..." só que achei a série bem ruim. Os personagens são blah, o enredo é monótono e fora o fato de Drew sempre ser associada à risadas, não vi nada de realmente bacana na série. Pelo primeiro episódio não me prendeu e digo mais, acho difícil que eu continue assistindo, só no caso de querer uma série rapidinha, afinal de contas, os epis têm em média 30 min.
Vergonha Alheia da Drew fazendo esse papel...

Crazy Head


Então, a história de duas mulheres meio loucas, empunhadas de machados, revólveres, tacos de beisebol e afins, lutando contra demônios (sejam eles reais, ou frutos da sua imaginação) parecia até interessante, mas ali pelo meio do primeiro episódio eu dormi. Apaguei segura de que a história não me convenceu e os personagens não fizeram nem cosquinha. It's a no-no na minha lista.
Lilia Cabral me representando vendo essa série...

Haters Back Off!


Tinha certeza de que iria adorar a série, além de episódios curtos, fala de internet, celebridades instantâneas e pessoas comuns que ganham notoriedade. Só que não foi isso que rolou! A série tem um humor que, particularmente, não me atinge, fazendo com que eu ficasse a maior parte do piloto com a sobrancelha levantada e me perguntando "wtf?!"  Com certeza não darei continuidade.  

Simplesmente...

Café para Ouvir #14

Neste último mês eu resolvi montar uma playlist misturando músicas recentes, com algumas mais antigas e que eu estava com saudade de ouvir. Tem Ed Sheeran, The Chainsmokers, Lifehouse e músicas de três dos filmes concorrendo ao Oscar, de Moana, La La Land e Estrelas Além do Tempo.
Ótima ouvida ;)

01 - Shape of you - Ed Sheeran
02 - How Far I'll Go - Auli'i Cravalho (Moana)
03 - Drive - Oh Wonder
04 - Over my head (cable car) - The Fray
05 - I choose you - Sara Bareilles
06 - Team - Lorde
07 - Another Day of Sun - La La Land Cast (La La Land)
08 - Paris - The Chainsmokers
09 - Close - Nick Jonas feat Tove Lo
10 - Shower - Becky G
11 - Yoga - Janelle Monáe feat Jidenna
12 - Save Me - Hanson
13 - Agora eu quero ir - Anavitória
14 - You and Me - Lifehouse
15 - Runnin' - Pharrell Williams