Heroína Inata

Com a realeza de uma princesa, a dureza de uma guerreira e o respeito que uma personagem clássica e importante merece, o filme de estreia da Mulher Maravilha nas telonas traz todos os elementos que a DC tinha errado a mão, vira-os ao contrário e entrega um dos melhores (quiçá o melhor) filmes de super heróis dos últimos anos.

Talvez um dos maiores problemas ao fazer histórias de origem seja ter que lidar com o conhecimento e a expectativa públicas, acerca de como essa narrativa será contada. No caso de Mulher Maravilha é seguro dizer que essas tais expectativas foram superadas, mostrando a história de Diana com a atenção suficiente para aqueles que não conheciam de onde a personagem veio e com o esmero de entregar ao fã da personagem ótimos efeitos, batalhas épicas e uma personagem condizente com a que acompanhamos desde o seu início, e reafirmando: "Não se engane, a mulher maravilha não é apenas um 'tapa buraco' para o público feminino, é um alicerce indispensável para o universo inteiro da DC e também por isso, precisava de um filme a sua altura."
Insha'Allah!
Estávamos clamando pela entrada definitiva das heroínas protagonistas no cinema e é preciso dizer que a espera valeu muito a pena, ao ver como elas têm potência, têm força, têm ritmo e, principalmente, tem regência suficiente para carregar duas horas nas costas, com tranquilidade e sem bagunçar o cabelo.

Outra questão que deve ser destacada é o alinhamento do filme com os anteriores desde Homem de Aço, que dá aos diretores responsáveis pelos longas uma liberdade autoral um pouco maior que a fórmula pasteurizada (mas que continua funcionando (será?)) da Marvel. É preciso dizer esse quê autoral causou muita estranheza em filmes como Batman vs Superman, Esquadrão Suicida e até o já citado Homem de Aço, o que não quer dizer necessariamente que são filmes ruins, apenas que não deram tão certo para o grande público, quanto poderiam ter dado
Sobre essa questão, eu gosto de pensar que eles andavam testando a mão para encontrar um lugar que se encaixassem com os seus heróis (que particularmente acho que são bem melhores que os da Marvel), sem usar um modus operandi específico e respeitando o que esses personagens tem de melhor, que são as suas próprias histórias e a profundidade de suas personalidades.
Não sei quantos de vocês chegaram a acompanhar uma saga de algum dos personagens da DC, mas todos eles são extremamente complexos, com histórias intricadas, dramas existenciais e muito envolvidos no que faz um herói ser um herói, sendo esta, talvez, a verdadeira essência (ou tentativa de essência) dos filmes da DC.

E isso foi lindamente alcançado em Mulher Maravilha, que além de ter dado espaço para a história se desenvolver, deu a Gal Gadot o sacramento de ser a escolha ideal para a personagem, mostrando as diversas facetas de uma mulher maravilhosa (com o perdão do trocadilho) e que tem como principal arma os seus princípios, a crença no amor e a sede de justiça!
É de se aplaudir Patty Jenkins, que anteriormente dirigiu o excelente Monster e que agora deu conta de uma história de super heroína, sem cair em armadilhas de gênero feminino, tantas vezes confundido com os chick flics da vida, uma direção que só melhora com um roteiro consistente, que entrega diálogos perspicazes, tão interessantes quanto os efeitos especiais, ou o figurino reestilizado do clássico short-fralda (lol) dos anos 70 e muito mais sofisticado (convenhamos).
Agora a gente espera...espera com um super hype pela Liga da Justiça, espera com esperanças de que a DC tenha encontrado o seu campo e espera também que não caiam em formuleta boba. Bora lá, tem muito mais DC para explorar, incluindo dois filmes que eu já estou completamente ansiosa, o da Batgirl e do Asa Noturna
Vem DC!
Vem com tudo!!

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