O filme Endless Love consegue se diferenciar de outras obras que falam sobre amor, auto-descoberta e realização pessoal, mas mesmo assim, não deixa de cair em certos clichês carimbados do gênero, nos lembramos de "Diários de uma Paixão", por exemplo.
Baseado na obra homônima de Scott Spencer, e remake do filme de 1981, em Endless Love conhecemos Jade (Gabriella Wilde), uma boa moça, de família rica, que depois de perder o irmão mais velho acabou vendo sua família e a si mesma se afastando do mundo e se isolando dele. Ela é tão distraída de sua própria existência, que nem nota o quanto David (Alex Pettyfer) é apaixonado por ela. Porém, depois de sua formatura no ensino médio, Jade começa a perceber o quanto sua ausência fez com que ela não construisse laços com ninguém e o quanto se sente sozinha por isso. É aí que o seu caminho se cruza com o de David, reservando aos dois uma bela e intensa história de amor.
Bom, com um caminho bastante comum nesse estilo de filme, Jade e David fazem de tudo para ficarem juntos e a personagem, inclusive, se deixa levar diversas vezes pela sensação de querer viver a vida intensamente, antes que o seu tempo de ir para a faculdade acabe. Assim, tudo acontece num verão, e quando eu digo tudo, é tudo mesmo! David se insere na vida daquela família de forma tão decisiva e intensa, que logo ficamos cientes do quanto, por causa dele, as coisa tomam um rumo diferente. Diria, então, que o mote da história é o amor como força transformadora e motriz da busca de encontrar quem realmente somos no mundo.
Além disso, a supreação dos velhos hábitos, tal como reencontrar (ou finalmente encontrar) a si mesmo, de modo a vencer medos, fantasias e situações passadas. Por conta disso, o filme começa levando-nos a crer que se trata apenas de um amor romântico, mas somos surpreendidos pelo amor nas suas mais diversas formas, como o amor de um pai com o seu filho, amor entre irmãos, amor entre amigos e, de forma bem marcante, o amor próprio.
Lembrando diretamente "Diarios de uma Paixão" diversas vezes, não conseguimos, no entanto, encontrar a força, delicadeza e intensidade de Rachel McAdams em Gabriella Wilde, que é tão sem graça que não acreditamos como David consegue colocar tudo a perder por ela. Apesar de algumas vezes você enxergar um ensejo de que pudesse vir a ser algo mais, ela continua andando de primeira marcha, mesmo quando se deixa levar pela personalidade de seu par, interpretado por Alex Pettyfer, que participou de filmes como A Fera, Sou o Número Quatro e Magic Mike.
Tem também Mace (Dayo Okeniyi), que além de ser o alívio cômico da história, é também o lado non-sense de David, que é dosado o suficiente para ironizar o comportamento do amigo, aquele amor desenfreado e a forma como toda aquela história é romântica demais.
Depois do seu final bastante clichê, ficamos com a sensação de que Endless é sim, aquilo que não acaba, não termina e não se esgota, mas não chega a ser imortal, mesmo que tenha força suficiente para o ser.
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