Tão simples quanto bolo de aniversário

Diferente do que eu pensei que seria, o longa Cake, com Jennifer Aniston, Anna KendrickSam Worthington é um filme repleto de metáforas belas, uma excelente atuação de Jennifer e profundos desejos de redenção.

Logo no começo do longa, descobrimos que Claire (Jennifer Aniston) faz parte de um grupo de apoio a pessoas que sofrem de dores crônicas e que um dos membros desse grupo, Nina (Anna Kendrick) cometeu suicídio. Claire, que a princípio não nos deixa claro o motivo, irrita-se com a escolha da moça e ainda por cima começa a ter alucinações com ela, as quais Nina deixa evidente, não só para nós, o quanto a vida de Claire é uma droga completa. Droga, não apenas por ela ser viciada em medicamentos, mas por ter deixado uma dor física acabar com a sua própria existência, fazendo com que ela se mantenha sempre aquém das expectativas e acima de qualquer julgamento.
Cake, que também faz parte da minha lista de 15 filmes os quais eu estava ansiosa por neste primeiro semestre, faz com que sejamos ancorados num intermediário de dor e fúria da personagem, de modo que passamos a acreditar que ela está inserida em tanta desgraça e descontentamento que nem mais digna de pena é, passando a ser considerada um completo caso perdido.

Mesmo assim, ainda existe um ímpeto que busca por certa redenção em Claire, tanto é que ela permite que seu caminho se cruze ao de Roy (Sam Worthington), viúvo de Nina. Não quero dar spoilers e entrar na questão que 'te pega pelo pé' no filme, quando você acha que vai por um caminho, mas vai por outro; e sim me ater ao fato de que a discussão de perenidade das coisas é o que marca todo o envolvimento platônico de duas almas que se sentem perdidas. Entre eles há, inclusive, uma indicação de re-vida para ambos e é quando o filme passa a ganhar mais cores, mais luzes e mais respiro.
Sim, porque essa Claire vivida por Jennifer transpira um ar pesado e tem uma aura de depressão constante, a qual quase peca por uma apologia à desistência, mas que consegue cumprir o seu papel discutindo que, na verdade, é preciso ter coragem para ir além. Fora que Jen presenteia nossos olhos com uma intensa e sincera interpretação de uma mulher que perdeu uma enorme parte de si, optando pela inércia como única forma de diminuir esse sentimento.

Indo por caminhos diferentes aos que eu esperava a princípio, Cake fala de sonhos (i)realizados, esperanças (re)encontradas e da força que é, típica e completamente humana, de seguir em frente. Sempre em frente, mesmo que levantar seja a parte mais difícil de toda essa trajetória.


O filme Cake integra a minha lista de 24 filmes para 2015, do grupo Blogs que Interagem, na categoria Drama.

Um comentário

Carol Daixum disse...

Eu adoro a Jennifer e, geralmente, todos os filmes que ela faz. Esse parece meio triste, mas acho que dá para tirar lições importante. E eu adoro filmes assim, que me ensinam. Vou anotar na minha listinha, sem dúvida. :)

Beijocas,
Carol
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