Porque sou dessas pessoas que, quando está animada para um filme (especialmente musical) me informo sobre absolutamente tudo que for possível se informar online, aprende as músicas e já tinha uma noção do que esperar do longa The Last Five Years, mesmo assim, o que me deparei foi com um conjunto musical delicioso e primoroso, que conta uma história de modo alinear.
Ficando em algum lugar entre os clássicos musicais e filmes contemporâneos, The Last Five Years conta a história de um casal, Jamie (Jeremy Jordan) e Cathy (Anna Kendrick), que ficaram juntos por cinco anos. Ao longo de pouco mais de uma hora e meia, somos levados a conhecer os motivos pelos quais o casal se separou, assim como ver o quão profundo e sincero era o relacionamento deles, mostrando mais uma vez que esses fatores não são os únicos para garantir que o amor perdure. Importante dizer que o filme é baseado no musical da Broadway homônimo de Jason Robert Brown, que foi inspirada no seu real casamento com Theresa O'Neill.
Com uma edição maravilhosa, o filme é todo musical e as cenas mais se parecem uma série de videoclipes desvelando uma história de amor que, como tantas outras, apesar de verdadeiras, acabam. Isso porque sentimentos podem sim, ser subjulgados por circunstâncias externas, assim como podem ser derrotados por um 'eu' que ainda não encontrou o seu lugar no mundo.
Com uma câmera participante que passeia pelos momentos vividos entre Jamie e Cathy, percebemos que não são suficientes apenas admiração, respeito e amor; é preciso, sim, se perguntar onde ficam o ego, sucesso, tempo, inveja, ambição e individualismo, numa relação que se constroi sobre a égide do amor, pelo amor, como manifestação purista.
Sim, porque se esses quesitos vão se tornando maiores e sair parece ser a única decisão a tomar, então talvez seja o caso de parar de olhar para frente, sempre pra frente, nunca pra trás ou mesmo questionar as escolhas. Na relação de Cathy e Jamie olhar para trás é sinal de fraqueza, mesmo que ele sirva de balanço para entendermos o porque, apesar de ordinária, no sentindo de comum, essa história precisava ser contada, porque é ciclo que não se fecha, uma vez que sem começo, meio e fim, é um amor que morre, mas renasce a cada nova vez que é contada.
Palmas vibrantes para Anna e Jeremy que tem uma química incrível, vide a cena do casamento! Jeremy é responsável, inclusive, por uma reinterpretação de "Shiksa Goddess" que me deixou irremediavelmente apaixonada. Endosso a campanha de vê-lo mais vezes em séries e filmes, porque o rapaz é maravilhoso! (aproveite para vê-lo em SMASH!). Anna está indiscutivelmente ótima! Cada vez mais ela se afasta de sua personagem medíocre na série Crepúsculo e se aproxima de ser uma das melhores atrizes da atualidade, fazendo personagens sólidos, bem construídos e cativantes; além de atuar ao lado de grandes nomes e ser multifacetária, cantando, dançando e atuando.
Assim, os "últimos" do título é realmente um ótimo nome para definir o que seria a mensagem do filme, tendo a ver com os anos que passaram e os últimos de uma vida a dois, sendo também os últimos momentos de uma história que poderia ser qualquer uma, mesmo que também seja apenas o início.
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