Não sei se você, alguma vez reparou em como são os comerciais de perfume. Bom, eu já. Reparei que são comerciais que falam sobre sensações. Falam sobre um espírito criado ali, através de tomadas cor-de-rosas, douradas ou vermelhas, uma música repaginada, com (ou sem) uma narrativa formada, criando uma memória ofativa de um cheiro, que você não sentiu. Ainda. Mas pode sentir.
Porque se o comercial cumprir o seu papel, como a publicidade "deve" ser, então você logo vai querer saber como aquele cheiro é, de verdade, mesmo sabendo que talvez a imagem ofativa que você construiu em cima dessa imagem do comercial não seja igual.
Talvez nunca seja. Quero dizer, por mais que no comercial predominem flores rosadas, sorrisos fofos e um cara que, de repente se apaixona pelo seu cheiro e PRECISA saber quem você é, pode ser que de doce o perfume não tenha nada. Pode ser que ele não tenha nada a ver com você. Pode ser que nada daquilo que você imaginou que poderia acontecer, por borrifar tal fragância atrás das orelhas, aconteça.
Cada vez mais esses comerciais estão se tornando curtas, muitas vezes até, dirigidos por grandes nomes do cinema, o que os confere um ar sofisticado, de um curta profissional, ou que poderia até anteceder aquele filme de comédia romântica que você tanto está afim de assitir. Ou até um videoclipe. Ao mesmo tempo, também são acrescentadas atrizes conhecidas, modelos de tirar o fôlego e, claro, tudo acompanhado de uma música que varia entre a melodia doce (que inevitavelmente acompanha o cor-de-rosa das flores) e uma readaptação de uma música conhecida, cantada por uma voz contemporânea.
Sim, comerciais de perfume são basicamente parecidos. Vendem um way of life que me faz o tempo todo crer que, além de possível, vai se realizar comigo cheirando incrivelmente bem.
E aí, que história você quer contar?
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