To sentindo falta da fantasia


Eu adoro personagens humanos. Adoro suas camadas, personalidades complexas, dramas existenciais e suas perspectivas falhas. Adoro que eles, muitas vezes, são almas torturadas (às vezes com razão, as vezes não) e acho o fato de eu conseguir me identificar com eles, imensamente inspirador.
Eu me enxergo neles de algumas e muitas formas. Nas crônicas de qualquer vida, na geração que tem tudo, na índole duvidosa, errática e nas incertezas febrís que envolvem tão fortemente o ser contemporâneo.
São personagens que me arrebatam, me enroscam e me emocionam. Por vezes me tiram o ar e até me deixam sem chão, porque também, assim como eu, eles tem mais dúvidas do que certezas, mais solidão do que presença.
Mas não sei, já tem um tempo que eu to sentindo saudade da ilusão. Dos personagens mais planos, mais óbvios, mais tolos. To sentindo falta de uma história de amor, com amor, com entrega, amor descontrolado, desenfreado, sem razão de ser e com um contrato bem claro: eu te amo, você ama. Vamos ser felizes!
Sinto falta da fantasia pura, da mágica incrível, sem mentiras, apenas o velho 'abracadabra'. Sinto falta das inocências, da história que te pede nada mais do que tempo para ela ser contada e nada mais do que sonhos para ela ser compartilhada.
A impressão que eu tenho, é a de que as coisas estão tão, brutalmente reais, que temos presenciado uma sociedade cada vez mais angustiada. Cada vez mais humana.
E enquanto me debruço mais sobre a primeira história que me aventurei de escrever, que não tem nenhuma mitologia, nenhuma magia e nenhum ser encantado; mais vejo como Annaliz continua a sua busca em Praga por si mesma e por, quem sabe, alguma fantasia num mundo que tá faltando tanto isso...
Quero mais fantasia em 2016...

15 em 2015 - Cutlura Pop


Entre amizades, beijos, abraços, projetos e estudos, 2015 me trouxe muita coisa legal da cultura pop também e como forma de homenagear isso e, também, torcer para que todos vocês se animem em conhecer essas belezuras, eu trago para vocês 15 coisas que se tornaram inesquecíveis em 2015, edição Cultura Pop.

15 - Cúmplices de um Resgate

Sim, você pode me julgar. Fica a vontade! Mas esse remake de Complices al rescate tem me arrebatado cada vez mais. Primeiro, porque é remake da novela que eu mais gostei na minha pré-adolescência. Segundo, porque tem uma elenco super bonito e bom. Terceiro, porque me lembra, em vários termos, a Chiquititas tradicional, onde crianças são crianças! Canal com todos os episódios de C1R.

14 - Leenda Productions

Eu não sou muito viciada em youtube, na verdade uso mais para ver trailers de filmes que vão sair, procurar séries antigas (ou cenas delas) e ver tutoriais de maquiagem (que eu acabo não tendo paciência de fazer tudo direitinho =P), mas os vídeos da Leenda são muito divertidos e sempre tenho tempo para vê-los, porque ela não fica enrolando e/ou só fica de frente para a câmera falando a sua opinião sobre as coisas. Com temas cotidianos, a canadense conta pra gente o seu ponto de vista com situações divertidíssimas e totalmente relacionáveis. Acesse o canal aqui.

13 - How to get away with murder

Que série é essa, gentchy?! Ser fissurada nela não é o suficiente para descrever como ela envolve, acalma, suga e depois de deixa maluco para saber o que acontecerá em seguida. Outra série que segue a linha mais humanista dos personagens construídos em camadas, HTGAWM tem uma narrativa intensa e bastante complexa, além de mexer com a nossa mente nos fazendo questionar diversas vezes o que é certo, o que é ético e o que é justo. Leia o post que falo sobre

12 - Show do Ed Sheeran

TODO MUNDO sabe que eu sou louca com esse ruivo! Então não é preciso dizer que uma das melhores 'coisas' de 2015, na cultura pop, foi, justamente, poder ficar tão próxima deste ser. Poder cantar com ele, poder me emocionar com ele e, claro, poder saber que minha admiração não é infudada. Leia sobre o show do Edinho

11 - Sete Vidas

A novela de Lícia Manzo entrou, definitivamente, para a minha lista de novelas favoritas de todos os tempos, justamente porque entre uma cena e outra que "não acontece nada", algo acontecia conosco e algo nos levava a repensar nossa própria existência. Se você não assistiu essa novela, só posso lamentar por você e desejar que um dia, você se pegue envolto nessa atmosfera existencialista e de tirar o fôlego. Leia o post que falo sobre

10 - Jaloo

Meu conterrâneo, esse rapaz tem me conquistado cada vez mais, especialmente depois de ouvir o seu álbum #1, com músicas eletrônicas, melódicas e com letras espertíssimas. Jaloo mistura rítmos, esquemas, melodias e brinca com o auto-tune. Como não amar? Conheça aqui.

09 - Shawn Mendes

E já que a gente tá falando de coisas que a gente descobre por aí, o que dizer sobre Shawn? Esse lindozo, novinho, mas que tem tanto a contar pra gente?! Suas músicas lembram a batida de outras grandes influências, como Ed Sheeran, Jamie Cullum, Ben Haenow, entre muitos outros. Já ouviu? Eu falei sobre ele aqui.

08 - Agent Carter

Desde o primeiro momento em que a vi em Capitão América, já sabia que iria admirá-la, mas não sabia que seria tanto! Em sua série homônima, a personagem Peggy Carter brilha e resignifica o espaço da mulher entre as séries de tv, dedicadas ao mundo dos super heróis. A série vai ter sua segunda temporada a partir de janeiro do ano que vem. Já estamos de olho, mas enquanto isso, vem ver mais detalhes sobre a primeira temporada.

07 - AnaVitoria

Essas duas lindezas de Tocantis entraram nas minhas playlists da vida! Com músicas autorais e também alguns covers, Ana e Vitória tem uma delicadeza sutil de cantar e encantar, o que torna todas as músicas cantadas por elas deliciosas melodias de ninar, aconchegar e amar. Vem cá conhecer essas moças e aproveite para ajudar elas a conseguir fazer o primeiro disco.

06 - Série de livros "Crônicas Lunares".

Fazia tempo que eu não pegava uma série de livros que me prendia desta forma! Estou irremediavelmente apaixonada pelos personagens, pela atmosfera e, claro, pelo Lobo! Marissa Meyer entrou para o hall das escritoras que eu to de olho e querendo adquirir novas obras. Já que puxei um pouco do saco da moça, é pedir demais que Winter seja lançado logo em português?! :D

05 - Nouvelle Vague

O movimento francês da Nouvelle Vague não é de hoje (dãh!) mas esse ano eu retomei os filmes que assistira anos atrás e, posso dizer para vocês, que delícia revê-los com os conhecimentos adquiridos na pós graduação e também acompanhando o meu orientador no estágio docência. Ter contato novamente com Truffault, Resnais, Godard e Varda me fizeram ter várias ideias para o blog e também para artigos acadêmicos, mas depois eu conto para vocês com mais detalhes ;) 

04 - The Disappearance of Eleanor Rigby

Mesmo meses depois de ter visto, eu ainda não sei muito bem como me sinto quando penso sobre esse filme. Ele mexeu comigo de tantas formas, que talvez, se você ainda não tiver visto, também se deixe arrebatar por esse filme, que foi feito em três partes. Uma contando o lado dele e o dela, uma contando o dela, e uma contando o dele. Ainda não tenho coragem pra ver as partes separadas, mas clica aqui que você vai ver o que eu tenho a dizer sobre a parte dos dois.

03 - Campanha de Jogos Vorazes

Mais significativo do que os filmes em si, a campanha da Lionsgate em torno das estreias dos filmes acabou se tornando um vício para mim. Tanto por ser o tema da minha dissertação de mestrado, quanto pelo fato de que a cada piscada que eu dava, novas informações iam surgindo e se expandindo. Que mundo lindo que eles criaram!

02 - Star Wars

Como uma força a parte das duas trilogias anteriores, este sétimo filme da franquia emociona, envolve e ainda traz lembranças ternas e queridas de uma space opera clássica. Com personagens ricos, momentos de total extase e um resgate constante do porque é uma das maiores franquias da história da cultura pop, O Despertar da Força é um dos highlights deste e de muitos outros anos que virão.

01 - Whiplash

Definitivamente foi o filme que eu mais gostei de ver este ano. É forte, intenso e não guarda palavras. Na verdade nem guarda emoções. Joga na nossa cara todos sentimentos que se pode ter a frente de uma obra como essa. Bravo! Duplamente Bravo! Veja o post sobre o filme

E você, me conta, quais as 15 coisas da cultura pop que mais te marcaram esse ano?

Mais lidos 2015

Todo ano, quando passamos pelo meu aniversário, sempre preparo uma postagem com os posts mais lidos entre aqueles 365 dias que se passaram. Assim, é um prazer compartilhar com vocês, os 10 mais lidos de 2015!

10 - Ninguém é mal, por ser mau 2

A crítica sobre o filme Descendentes deu o que falar aqui no Mesa, justamente porque se trata de um filme que foi bastante comentado durante o ano inteiro. Foi uma árdua tarefa admitir que não gostei do filme e que esperava bem mais, mas consegui e acabei desabafando também.

Na sua primeira participação aqui no Mesa, a cafecólatra Amanda Mota garantiu o nono lugar entre os posts mais lidos deste ano, que beleza! No texto a biomédica explica como o telessequestro de Peeta Mellark em Jogos Vorazes seria possível no mundo real

No quarto texto sobre o que eu observo em viagens e figurado com uma foto feita por mim, da janela do avião, eu falo sobre o medo de voar, primeiras viagens e muito mais! É um texto bastante sentimental e vai fundo na questão do motivo do avião ter se tornado tão subjugado.

Neste eu resolvi fazer uma homenagem às mulheres através de uma lista com 10 filmes sobre mulheres inspiradoras. A lista inclui mulheres reais, como Piaf, Jane Austen e Frida Kahlo, e fictícias como Katherine e Olive.

Crítica do filme live action da Ciderella. Nesse post eu falei sobre as características que o tornaram uma ótima obra, como alguns dos aspectos mais lindos foram mantidos e como esse filme pode ser o primeiro passo pra Disney resgatar a delicadeza do Era uma Vez, tão colocado de lado por causa das versões "dark".

Review sobre o longa Divertidamente. Adorei escrever sobre esse filme porque é Disney, porque é Pixar e porque é animação. Acredito que o filme será um forte concorrente na categoria de longa metragem de animação, quando a temporada de premiações chegar. Além disso, também falei sobre alguns princípios interessantes que parecem estar norteando filmes sobre ciências, que a humanização do tópico.


Nessa BC a proposta era falar sobre filmes que me fizeram chorar, podendo ser de tristeza, de alegria, de paz, de qualquer uma dessas coisas, ou outras mais. A proposta do foi tão legal, que eu precisava fazer uma coisa diferente, logo, resolvi que ia descrever o porque desses filmes terem me feito chorar entre soluços. 

Outra proposta delícia de BC do Blogs que Interagem. A minha liste tem filme dos anos 60, 80, 90, 00s e por aí vai. Entre comédias românticas, off beat dramas e muitos outros, a lista tem 15 filmes ótimos para passar o tempo, se distrair, emocionar e se apaixonar completamente, querendo ver muitas e muitas outras vezes! 

Esse veio como uma surpresa para mim, pois não sabia que o filme daria tanto caldo aqui no Mesa. Obcecado por uma raposa é o texto que fiz sobre o filme Foxcatcher, com Mark Ruffalo, Channing Tatum e Steve Carell, e nele eu falo sobre como a história é intensa e foi transportada para o longa metragem de modo sombrio, quase parado, mas bastante psicológico. Achei o filme um pouco super estimado, mas definitivamente é um filme que vale a pena assistir.


Inspirada por uma matéria que a minha mãe me mostrou, fiz essa lista de 10 filmes para comer com os olhos, porque cinema e gastronomia tem tudo a ver! Entre animações, live actions e filmes já consagrados (já que tem na cozinha o tema principal), trouxe o meu próprio toque. Vem ver!

E você, sabe me dizer qual foi o seu post favorito de 2015?

Séries para as suas férias - parte IV

Férias chegando e com ela o tempo para aproveitar e assistir séries incríveis! Como o especial que eu fiz no ano passado fez sucesso, resolvi voltar com o projeto, indicando séries que tiveram uma sobrevida curta, mas que marcaram e que podem ser ótimas para você curtir as férias na companhia de incríveis histórias!



Primeiro te convido a conferir as partes I, II e III desse especial, porque nessas partes você já tem excelentes opções.

Segundamente, vamos a nossa listinha?

05 - Britannia High

Nascida na época que High School Musical e Glee estavam bombando nos nossos corações, essa série britânica girava em torno da vida de seis jovens adultos que vão para Londres fazer um curso de verão na renomada Britannia High. Os seis cantam, dançam, atuam e desde o momento da entrada deles na academia eles são desafiados constantemente a se superar. É uma ótima série e até hoje eu não superei o seu fim. Sdds eternas da Claudinne, ou Sapphire Elia.
P.S - No minidoc sobre o projeto do Britannia a gente descobre que o Ed Sheeran e a Pixie Lott tentaram entrar para o elenco, inclusive chegando na fase final de seletiva. Mais dois motivos para amar essa série!
Quantas temporadas e episódios: 1 temporada, 9 episódios.


04 - Dance Academy

Aproveitei que a gente tá na vibe artística e resolvi indicar mais uma série que eu adorava! Dance Academy passava no Boomerang e também girava em torno dos sonhos de um grupo de jovens. No caso dessa série a dança era o foco, e com o passar do tempo a gente se encontrava com uns personagens bem interessantes e que foram amadurecendo gradualmente. Bem mais adolescente que Britannia, teve três momentos bem distintos durante as suas três temporadas, de modo que a história passou de um clichê escolar, para uma série mais intensa e profunda. Sdds eternas Abigail, ou Dena Kaplan.
Quantas temporadas e episódios: 3 temporadas, 65 episódios.

03 - The Gates

Saindo um pouco do mundo das sapatilhas, The Gates aproveitou a famosidade de The Vampire Diaries e Crepúsculo para se lançar no mundo. Pena que não rolou! Na verdade não entendi até hoje porque não funcionou, uma vez que a história era muito mais interessante que as citadas acima, mas acho que tinha a ver com a saturação do tema...enfim... The Gates conta a história de uma comunidade suburbana dos EUA, em que todos escondem um mistério. Acontece que a comunidade é formada por seres do submundo, como súcubos, vampiros, bruxas, lobisomens e por aí vai. Os mais jovens não parecem muito cientes desse detalhe, assim como o recém chegado delegado Nick Monoham. 
P.S - essa série não teve fim.
Quantas temporadas e episódios: 1 temporada, 13 episódios


02 - Camelot

Mais um série baseada na lenda do Rei Arthur, Camelot começa com a morte do Rei Uther e com a suposta subida de Morgana ao poder. Merlin fica temeroso que o futuro seja terrível, então decide transformar Arthur, um filho ilegítimo de Uther, em rei. Todos os elementos dessa histórica narrativa estão na série, Guineviere, Percival, Excalibur, Nimeuh, Lancelot e por aí vai. A série foi baseada no livro “A Morte do Rei Arthur”, de Thomas Malory e tem a incrível Evan Green como Morgana. Imperdível! 
Quantas temporadas e episódios: 1 temporada, 10 episódios.

01 - Breaking Pointe

Quando eu soube dessa série eu pensei: PRECISO! E não me arrependi nenhum pouco! A série é um reality show que vai por trás da construção do espetáculo principal anual da Ballet West, renomada academia de Salt Lake City. Eles acompanham 13 bailarinos profissionais, de diferentes backgrounds, mas com objetivos bem similares. Entre os 13 estão o casal de primeiros bailarinos, assim como os prodígios da academia; também tem os bailarinos considerados 'ok' e aqueles que nunca conseguem sair do coro cênico. Vale dizer que a série não vai no extremo como Cisne Negro e nem é romanciada como Dance Academy, então chega bem próximo de um meio termo documental. 
Quantas temporadas e episódios: 2 temporadas, 15 episódios

Fuso-Timing (ou quando não se está na mesma página)

Bruno (Caio Blat) e Amanda (Letícia Collin) se conheceram por acaso, quando o vôo dos dois, que ia do Rio de Janeiro para São Paulo, precisou fazer um desvio em Confins, por causa do mal tempo na capital paulista. Entediados, os dois se fizeram companhia, mas no dia seguinte a vida se seguiu. Será mesmo?

O filme nacional Ponte Aérea, para começo de conversa, se foca tão profundamente na vida dos dois personagens, que os contextos os quais eles vivem, os espaços e as cidades são tratados como meros cenários, o que já me deixou com o pé atrás por motivos de: se estamos falando de um relacionamento que se desenvolve a distância, os contextos deles são importantes, indo além das conversas que os personagens tem. 
Inclusive esse foi outro aspecto que me deixou bastante incomodada, pois essas conversas giram, basicamente, em torno das pré-concepções que eles tem sobre os "comportamentos" carioquês e paulistanoA impressão que dá, é que eles reforçam essas tais pré-concepções, até pela construção dos personagens, seus hábitos e necessidades. 
Sendo a cidade (ou as cidades) meramente cenários, ela se encontra ao fundo em boa parte das cenas, não significando nada e estando a frente Amanda e Bruno, que descortinam um complicado relacionamento, misturando sentimentos tortos, que eles tem um pelo outro e por si mesmo. Isso de fato turbina a história, que poderia, aliás, ser vista como uma boba comédia romântica, a qual eu esperava me deparar. É romance, mas não sei até que ponto pode ser uma comédia, ou mesmo uma história de amor romântico e quem já viu o filme acho que vai entender o que eu estou dizendo...

É nesse momento que eu acho interessante tocar num assunto que é muito adorado na área da comunicação, o chamado "contrato de leitura". Basicamente, o contrato de leitura determina previamente o que você espera ou deve esperar de uma narrativa. Isso quer dizer que, conforme você tem acesso ao que engloba uma mensagem, você monta na sua cabeça expectativas, tais como são montadas quando assistimos ao trailer de Ponte Aérea. No trailer a história é vendida como sendo a de um casal, que mora em cidades diferentes, mas que luta para ficar junto, apesar de todo o fuso-timing entre suas realidades. 
Sendo assim, a ideia que criamos em torno do filme é a de um romance. Mas como disse...não é exatamente tão simples assim, o que quebra um pouco com o contrato de leitura inicial e nos deixa num misto de frustração e realização, uma vez que eu esperava sair do filme com suspiros e no entanto saí com a sensação de que, apesar de ter sido melhor cosntruído do que uma "boba comédia romântica", o filme não me atendeu. Sei lá se você entende, mas eu queria uma boba comédia romântica, no dia em que o assisti =P

Seguindo em frente, devo elogiar os enquadramentos, que me agradaram bastante. Todas as cenas são montadas de forma tradicional e deixando implícito que somos observadores ali. Observamos o caminhar dos personagens e seus dramas sendo desvelados, conforme vemos a própria câmera passear por esses momentos, sempre numa certa distância. É como se dissesse que aqueles instantes pertencem à Bruno e Amanda.
Com um roteiro plain, sem grandes viradas, é de ressaltar os diálogos, por vezes calorosos entre os personagens, que as vezes me lembravam os meus adorados Latitudes, 500 dias com ela, Two Night Stand e até um pouco de Antes do Amanhecer. Particularmente, não fui arrebatada por nenhum dos dois personagens, como aconteceu com os casais dos filmes citados acima, mas é possível ver o ensejo de ser algo além do que foi vendido pra gente, no tal do contrato de leitura. E isso é bom.
Ponte Aérea, no final das contas, é um filme legal, com potencialidades boas e bem construído, mas não é muito mais do que isso...

Café para ouvir #7

01 - A Cidade - Jaloo
02 - Focus - Ariana Grande
03 - Rise - Selena Gomez
04 - Cravo e Canela - Anitta
05 - Tu me manques - Sheryfa Luna
06 - Barracuda - Heart
07 - When you were young - The Killers
08 - Heart made up on you - R5
09 - Selfies - Nina Nesbitt
10 - Running with the devil (live) - Alexz Johnson

Depois do Piloto 2

Dando continuidade ao projeto que visa falar sobre séries que eu só vi o piloto. Vale dizer que nos casos dessas que eu vou falar sobre hoje, diferentemente das da parte I, são séries que já tem mais de uma temporada, algumas estão até consolidadas ou finalizadas. 

Once Upon a Time in Wonderland

Particularmente eu adoro Once Upon a Time. Quando estreou me causou tanta comoção que integrou a minha pesquisa de TCC (que você pode fazer download aqui), só pra você ter uma ideia! Mas o que rolou, foi que quando assisti OUT in Wonderland eu não fui conquistada. Na verdade a coisa todo foi recepcionada por mim com muita estranheza, uma vez que achei os personagens chatos, o enredo sem brillho e por aí vai. Reza a lenda, que a série deu uma melhorada pouco antes do seu final de fato, mas essa lenda nunca me fez reacreditar que poderia mudar a minha primeira impressão.
Eu, depois do piloto de OUT in Wonderland

Alphas

Depois que terminei de ler Brilho e Centelha (minhas atuais fixações literárias, juntamente com Feita de Fumaça e Ossos) comecei a procurar por histórias que fizessem a linha Sci-Fi, sem ser muito bitolado ou cheio de futurismos psicodélicos, daí li sobre a série Alphas e a proposta me pareceu algo entre The Nine, Heroes e Sense 8. Não era. Só isso que eu tenho a dizer.
Eu querendo gostar da série...mas não rolou


Awkward

Eu tenho uma queda em formato de precipício por histórias que me lembrem, de alguma forma, Meninas Malvadas, 10 coisas que eu odeio em você, Ela é demais e todos os (clichês) High School movies do final dos anos 90, começo dos 00s, de modo que quando vi a premissa de Awkaward disse: PRECISO VER ESSA SÉRIE! E valeu totalmente a pena. Ainda não assisti mais, pois estou numa correria louca para dar conta das coisas do mestrado, mas sinceramente, estou muito cuiosa para ver o que mais vai acontecer nessa improvável e cômica narrativa.
Eu gostando da série em câmera lenta

E vocês? Viram alguma(s) série(s) só no piloto? Comentem me falando, também, se vocês já viram alguma(s) dessas séries ;)



Sobre a Mala


Tudo o que eu preciso cabe numa mala. Aquela ali. 
Uma mala preta, de estrutura rígida, tamanho médio (apesar de eu evitar admitir que prefira a de cabine, pois soa pior dizer que tudo o que eu preciso cabe em tão pouco espaço). Dá pra carregar na mão, como um par de sapatos quando os pés estão cansados.
É bom ser nômade. É bom praticar o desapego em tudo e se jogar aos planos (ou as vezes falta deles), sem medo de ser feliz. É bom, mas não posso negar o medo que bate, de vez em quando, de ouvir, num futuro não muito distante, que é preciso parar de vez em quando. Parar e desfrutar o redor, desfrutar com quem e onde estou, evitando pensar imediatamente no próximo avião que vou pegar.
Dá medo, mesmo. E quanto mais vejo e revejo o diálogo de Buenos Aires em Latitudes, mais tenho certeza de como a vida cabe numa mala. Como "por um, ou dois dias parece contete por estar de volta", com culpa por não querer voltar. Com culpa por não querer ficar, num "patético esforço de manter o controle" e fingir saber exatamente onde quer estar.
Porque talvez não queira, simplesmente, estar em algum lugar. Talvez porque queira estar em todos os lugares. Entre nuvens, luzes, voos, imagens e, bom, malas.
Mas tudo o que eu preciso cabe na minha mala. Lá tem destinos, folhas escritas, folhas em branco, canetas, ideias, sonhos, metas, arranjos, desarranjos e segredos. Mas todos eles são meus e todos eles me pertencem. Cabem também chaves de quartos de hotéis, livros já lidos, inspirações em crônicas, roupas amassadas e diversos momentos só meus. Todos eles me pertencem.
E quanto mais me identifico, mais caminho para aquele lugar de egoísmo e completo pânico de ter que carregar mais uma mala. Uma outra mala que não é minha, é maior que a minha e ter que despachá-la. 
Despachar e esperar 20 minutos até a sua chegada.
E nunca Up in the air fez tanto sentido...

Mulher Selena

Carinhosamente apelidada de Menina Selena, a cantora/atriz Selena Gomez tenta ir além dessa primeira visada, fortemente causada pela sua baby face, em seu novo álbum Revival, mostrando um lado mais maduro de sua carreira, que a gente vem acompanhando aqui no Mesa há um tempão.

Em Revival, Selena consegue se estabelecer de forma confortável no cenário do pop, com um público que a adora, mas que estava na máxima de dizer que todas as músicas da moça falavam do seu conturbado relacionamento com Justin Bieber. Bom, eu tenho minhas ressalvas e acho que a única música que eu, de fato senti um tom pessoal, antes do seu novo álbum foi em The heart wants what it wants, que inclusive lagrimei quando assisti à apresentação dela no AMA (se você não viu, clica aqui, que é linda demais). E mesmo assim, Revival trata exatamente do contrário disso. Fala de uma completa quebra com as concepções já formadas a cerca das suas músicas e suas vontades.

Selena saiu da Hollywood Records (selo que lançou os seus cds anteriores e é atrelado à Disney) e isso deu para perceber muito fortemente na forma como as músicas foram produzidas. O que eu elogiei aqui no Mesa sobre o Stars Dance, foi que a cantora já tinha, aparentemente, se inserido no meio pop dançante de balada e eu achava que ela estava "diboas" por lá, aproveitando as marés positivas de um cd bombante. Só que isso foi antes de Revival.
Para começo de conversa, Selena está realmente mais madura. Está mais sexy, tem mais atitude e isso transparesse no seu novo álbum. Esses fatores, aliados à um produtor que deixou a moça cantar -dentro da sua potência vocal, que não é enorme, e sem forçar a barra - colocando o auto-tune em segundo plano e de forma bem mais branca. Assim como a sua capa faz alusão, Selena está mais desnuda em Revival, mesmo que as sonoridades sejam familiares, é possível perceber uma nova assinatura se formando, ultrapassando a música de balada. Brava!

Para continuação de conversa, o álbum surpreende por ser todo bom. É coeso, tem ótimos momentos e até corre alguns riscos. A cada nova ouvida você gosta mais e mais das músicas, se identificando com algumas e achando outras divertidas. Também, diferente de Stars Dance (de um jeito positivo), até as músicas mais dançantes e pirantes tem letras e trazem algum tipo de mensagem, além da ferveção, do flerte e da festa.
This is a Revival...
Destaque para as músicas: Revival, Kill em with kindness (minha favorita do álbum), Hands to myslef (que pensei num videoclipe incrível, Sel, me liga!), Good for you, Sober, Rise (amo o refrão!) e Perfect.

Falta

"Eu preciso ir!", disse Olívia, enquanto encarava os olhos de decepção de José, ao passo que ele, decididamente não queria que ela fosse, ou que a despedida continuasse. Ele pensava que poderia, simplesmente beijar aquela boca de novo e pedir por mais três minutos. Mas talvez não devesse. Ela, pensava que queria que ele pedisse aqueles três minutos...

Essa é a tônica do filme (e da série) Latitudes, estrelado por Alice Braga e Daniel de Oliveira. O enredo conta a relação (ou quase isso) de Olívia (Braga) e José (Oliveira). Ambos com carreiras consolidadas: ela como editora de moda e ele como fotógrafo, eles vivem realidades nômades e praticamente sem endereço fixo, ou algo para chamar de casa. Numa dessas andanças eles se encontram e desde aí, mais sete destinos cruzam os caminhos desses andarilhos pós modernos e nós ficamos tão perdidos quanto eles, entre as mais diversas formas de entrar nessa história.
Diversas formas, porque num ineditismo digno de notabilidade, Latitudes é uma história contemporânea (e não só pelo tema de sua narrativa), sendo lançada primeiro no youtube, com oito episódios para a web, divididos nos oito destinos em que os personagens viajam, em seguida a história foi para a TNT, onde condensou os episódios de modo deslinear e intermediário a web e ao filme, a terceira plataforma, que na edição brinca com a linearidade dos destinos, ao mesmo tempo em que, conforme vamos chegando ao fim, os mistura numa edição muito mais sentimental, do que cronológica. 

Sem entregar tudo no filme, as duas versões de série trazem informações novas e pontua detalhes que podem ter passado despercebidos no formato anterior, reafirmando que a edição é a principal ferramenta para construir Latitudes
Além do seu aspecto transmidiático (que é muito apelativo para esta que vos fala) e de edição, os atores constroem personagens complexos através de olhares, sorrisos e toques. A complexidade desses personagens é explorada em círculos viciosos de ações, diálogos intensos e as suas necessidades, inicialmente animalescas e depois humanas. Alice e Daniel são dignos de aplausos, também por segurarem um enredo grande apenas entre eles, uma vez que não são presentes recursos muito maiores que suas vozes, seus corpos e alguns leçois.
Também ressalto a cautela em uso de cenários, de modo que eles viram personagens, principalmente os quartos de hotéis e os, aparentemente, inóquos lugares que dizem muito respeito a que eles estão passando e pensando, especialmente o café em Buenos Aires, a praça em Istambul e a casa em José Ignácio. 

Escrito e dirigido por Filipe Braga, o Latitudes tem um ritmo que pode surpreender aos olhos desavisados daqueles que pensavam encontrar-se frente a uma comédia romântica; isto porque não se trata de uma comédia, muito menos romântica, no sentido tradicional de chick flick. Está muito mais num lugar intermediário de uma offbeat e um drama, se focando em intensos diálogos. A estrutura narrativa do filme lembra muito Antes do Amanhecer e é possível fazer uma relação dos personagens com os do filme citado, mas talvez a diferença primordial (além da forma como a história é contada) esteja no compasso, repleto de falta de tempo, falta de espaço, falta de si, falta de casa.

"Deixa uma janela aberta!", Olívia pede antes de sair e José a encara como se não pudesse mais aguentar aquela situação. "Eu não te conheço", ele diz e nós também não. Nem ela, nem ele, porque as suas respectivas vidas são um total mistério. Temos ideia das suas psiquês, mas somos quase cegos, assim como eles, conforme se envolvem um com o outro, só conduzidos à um final completamente plausível e ansiosos por mais. 
Ainda bem que tem mais!