Café para ouvir #6

Na nossa playlist número 6 tem as músicas que mais embalaram o mês de setembro para esta que vos fala. Tem, como sempre, um pouquinho de cada coisa, mas principalmente tem músicas para se ter um dia ótimo! Todas são canções que eu ouço no bus, muitas delas pela manhã. 
Então pague a sua passagem e vem comigo!

01 -  Air - Shawn Mendes feat. Astrid
03 - Talking Body - Tove Love
04 - Good for you - Selena Gomez
05 - Ponto Final - Sandy
06 - Breath in. Breath out - Hilary Duff
07 - Marvin Gaye - Charlie Puth feat. Meghan Trainor
08 - Porta Aberta - Luka
09 - High by the beach - Lana del Rey
10 - Love Myself - Haileen Steinfeld
11 - Rumba - Anahí

Estilo Nota 10: Franjas pra que te quero!

Quando eu decidi, no começo deste ano, cortar os cabelos e fazer algo diferente nele, eu fui atrás de diversas inspirações de celebs que ostentavam um cabelo aos moldes do que eu tenho achado irresistível nos últimos tempos. Aí isso se aliou à vontade incontrolável da minha cabeleireira (Love, Pams) de fazer franjas em mim.
Veja bem, eu acho que usei franjas em dois momentos da minha vida (antes de hoje em dia), um quando eu tinha, sei lá, 10 anos, e outro aos 16 anos, quando inventei que isso seria uma boa ideia, o que na época não foi, porque eu não tinha paciência, dinheiro e ajuda do clima para manter o penteado.
Então, morar em Belém tem diversos desafios, entre os quais o calor e a umidade tornam os cabelos finos como os meus, rebeldes e bastante ousados (é, eles tem vida própria), então não bastava apenas ter franja e fazer uma escova por dia, era necessário ficar retocando e/ou usar os produtos certos para manter a franja no lugar, já que não suar, simplesmente não é uma opção.
Com a minha ida para um lugar com clima bem diferente, achei que seria a hora de aceitar a proposta (indecente) da minha hairstyler e me jogar de cabeça no estilo de cabelinho, que ela disse (e eu acredito piamente) ser a minha cara.
Agora, antes de ir pra tesoura de vez, eu e a Pâmela selecionamos alguns cabelos que eu adorei (e que tinham o elemento ~franja~) para que a minha cabeleireira fizesse o que quisesse a partir dai, inclusive podendo ser criativa com o comprimento (o que, internamente, eu agradeci por ela ter dito que o meu rosto não combina com cortes muito curtos, ufa!) e aqui estão as inspirações:

01 - Zooey Deschanel - vá que você não sabia! Lógico que a Zooey ia estar nessa lista e ainda foi a principal referência para esse corte que hoje eu ostento. Tambem pego inspirações de acessórios e modos de prender o cabelo, sem perder o detalhe do corte. É uma inspiração de mão cheia!


02 - Felicity Jones - Sim, a bela academy award nominee foi outra das minhas inspirações. Dessa vez já com um corte um pouco menos cheio de ondas e como referência de um cabelo fino, o qual o cabelo deu certo. Felicity parece, também, ter pouco cabelo, como esta que vos fala, o que é ótimo porque de vez em quando ela aparece com um penteado ou uma forma de usar o cabelo que faz ser possível eu também usar.


03 - Leandra Leal - bom, eu parti do principio que gostaria de ter um máximo de comprimento de cabelo cortado, então como o cabelo da Leandra usou um comprimento ótimo em Cheias de Charme e é bastante ondulado como o meu, achei a referência excelente e a Pâmela usou o modelo da Leandra para garantir um corte no resto do cabelo, que pudesse ficar 'chapado' e também armado, sem ficar muito curto.


04 - Gosto como o cabelo da Keira Knightley é conscientemente bagunçado. Queria algo mais ou menos por aí, que também remetesse à um clássico, podendo ser incorporado um simples coque, ou uma escova armada. Ela tem cabelos finos, então também é uma referência importante.


05 - O corte reto que a Ginnifer Goodwin usou no filme "O noivo da minha melhor amiga" foi bastante importante, porque a franja da moça é a franja que a Pâmela fez em mim, que é uma versão mais rala e que é aparada diferente no meio, aumentando conforme chega nas laterais.


Espero que essas referências tenham ajudado você, caso esteja querendo fazer uma franja para chamar de sua. Lembrando que, para quem, assim como eu, tem cabelos ondulados e não lisos, é uma boa ponderar se você vai ter acesso à instrumentos de manter a franja no lugar. Ter franjinha e sempre ficar colocando ela de lado, ou prendendo perde totalmente o foco da coisa... 
Agora é só fazer a sua e correr pro abraço! \o/

Entre bifurcações e cigarros


-Que lindo o seu cabelo. Parece um desenho meio louco, meio cheio de mar. Parece um pouco com um caminho cheio de bifurcaçõees, de possibilidades dispersas e que vão se juntando ate chegar num mesmo lugar.
-E agora você vai aproveitar para elogiar o meu sorriso? Vai dizer que todos esses caminhos do meu cabelo bifurcado te levaram para a minha boca?
-Pode ser que levem, mas eu ainda to um pouco perdido. São muitas bifurcações ainda e pretendo desbravá-las devagar...
-Mas se elas vão para um ponto em comum, como você pode estar perdido?
-Como eu poderia não estar?
-Você é adorável...e cheira como uma briza de verão...mas levemente carbonizada.
-Aceita um cigarro?
-Não, obrigada...prefiro saber sobre essas bifurcações...
-Depende...se você me der a permissão para te conquistar, talvez eu te fale mais sobre elas...
-Depende, você aceitaria o fato de eu não querer ser conquistada?
-Acho que é justo...
-Então tudo bem...
-Acho que você ficaria linda nos meus braços.
-Acho que ficaríamos lindos em uma foto. Talvez eles nem notassem...
-Eles quem?
-Eles quem veem sentido em saber disso tudo. Eles que querem saber de tudo.
-Eles...
-Sua colônia é realmente boa! Aposto que enganamos a todos se você empinar o queixo.
-Aposto que posso tirar todas as preocupações da sua mente e reverter seus erros...mas não é disso que estamos falando...
-Estamos falando de Jack & Soda. E como depois de alguns desses eu começo a me sentir em casa. Vamos dançar?
-Aqui?!
-Estamos em casa...lembra?!
-Quer mesmo?
-Dançar?
-Não, um pouco da minha colônia. Ela vai te ajudar a achar o caminho de casa.
-Mas já estamos casa.
-Sentir como se estivesse em casa, não quer dizer que o está. Quer ver a diferença?
-Não sei...
-Tenha um pouco de fé. Pode ser?
-Acho que vou querer aquele cigarro agora...

Fim parte I
*Essa parte foi inspirada pela música Cologne de Alexz Johnson.

Preto no Branco - Branco no Preto

O filme Que horas ela volta? deu o que falar nas últimas semanas por ter sido o longa metragem escolhido para representar o Brasil no Oscar de 2016. Eu, que sou dessas que gostam de dar pitaco no que vejo, não poderia deixar de dar o meu pitaco sobre o filme dirigido e escrito por Anna Muylaert.

O primeiro grande detalhe que logo chama atenção aos que são perspicazes o suficiente para pensar sobre o assunto, é que Anna é uma voz um pouco dissonante da tônica do cinema nacional hoje em dia. Não apenas pelo fato dela ser uma mulher, mas é impressionante como a diretora consegue dialogar com duas frentes que, historicamente, se degladiam, que é a do cinema autoral e o cinema de produtor. Anna transita entre as duas formas, usando recursos de uma globo filmes que é aparentemente superficial e que visa apenas o lucro, com a delicadeza e intimismo de contar uma história que traz diversas camadas e momentos.
Que horas ela volta? é, de fato, um retrato de uma situação que é recorrente nos lares brasileiros, onde uma empregada doméstica vive e convive com uma mesma família por anos a fio, a ponto de se tornar membro dessa família, ou pelo menos em tese. A grande tônica da narrativa parece se centralizar na ideia de que os papéis continuam os mesmo. Ela continua recebendo salário, morando no trabalho e sendo a doméstica. O abismo e a égide do "cada um no seu quadrado" ainda existe e esse é um dos tópicos muito bem desenvolvidos pelo filme.

Outra questão contundente é a forma como essa relação, a patrão x empregado, desenvolve em diversos formatos, sendo abordada em mais de uma instância, uma vez que Val, personagem de Casé parece se colocar em segundo plano sempre e, mais do que isso, é cheia de pudores e pré-definições de sim e não, as quais nos perdemos não sabendo se são pré-definições que partem dela, ou se partem de uma sociedade que, lá atrás, era casa grande x senzala.
O fato dela ser uma espécie de mãe para Fabinho (Michel Joelsas), mas nada para a sua filha (Camila Márdila) causa incômodo, mas não estranhamento e esta talvez seja uma das maiores dádivas da obra: conseguir escancarar uma realidade que, de tão usual, quando exposta não chega a ser estranho, muito menos incomum, mas é, definitivamente, uma espécie de cutucão bem enfático.

Regina Casé está incrivel e não parecendo em nada com a sua tentativa de  chacreza praticada no programa Esquenta. Ela tem a sutileza de trazer aspectos complementares e, ao mesmo tempo, ricos para a personagem, que tem inserções cômicas, mas que se estabelece como ordinária e por isso mesmo é incrível.
Camila Márdila, que interpreta Jessica, a filha que se recusa a viver da mesma forma que a mãe, consegue dar à história um tom bastante interessante e ser a voz que critica a tal da falta de estranhamento que falamos, sendo brilhantemente 'resumida' em uma frase: "Eu não acho que sou melhor que ninguém, mas também não me acho pior, não.".
Definitivamente é um filme para prestigiar na grande tela e com toques de Central do Brasil, Santiago e até mesmo Domésticas, Que horas ela volta? é tão brasileiramente universal, que pode, muito bem, ser um favorito do Oscar no próximo ano.

Sobre a minha paixão platônica por um certo site de textos reflexivos


Vai, você vai rir da minha cara quando eu contar esse causo. Vai rir, ou talvez se compadecer, talvez até achar que poderia ser mais engraçado do que achou que seria e pode, até, dizer pra mim que eu fiquei louca, mas não resisti. Mandei um email para o Entenda os Homens.
Não foi um email do tipo que só elogia e faz cumprimentos, longos cumprimentos, sobre como, entre todos os sites auto reflexivos, esse é o que mais se alinha ao meu.
Não.
Eu toda oferecida fui lá e me dei.
Dei de mente e ideias.
Dei de palavras e verborragias.
Dei.
Na esperança de ser percebida. Na esperança de ter um email respondido. Na esperança ~pausa para o suspiro~ de ter meus pensamentos ali também.
Pode parecer uma sandice para quem, talvez você ache que eu seja, mas para mim seria um orgasmo escrever para o Entenda os Homens, não pelo motivo torto de ter textos meus em um site com maior visibilidade, ou pela "frívola" e inesgotável necessidade de trocar ideias com outras pessoas, mas porque me sinto tão apaixonada pelo site, que não sei, no final dessa soma diária de entrar naquele site e extrair pensamentos que são compartilhados a mim, eu passei a me considerar uma espécie de peguete dali.
Peguete daquelas meio chatas, meio ciumentas, meio malucas, mas totalmente decidida em ser parte daquela vida. 
Sim, porque o Entenda os Homens tem vida própria. 
Respira sozinho, tem ideias e questões profundas de ser vivente e pensante, e ainda por cima, sempre me faz querer ler mais e ser mais.
Ser mais pessoa mesmo, sabe como é?!
Então eu fui lá e fiz.
Agi como uma peguete apaixonada mesmo, boba de paixão platônica, não correspondida, esperando apenas uma ligação para ele me dizer que me ama...
Para ele me dizer que me quer...além do corpo e da transa do final de semana...
Para ele querer ouvir de mim meus mais profundos pensamentos errantes e berrantes...da metafísica à astrologia; da pragmática ao pensamento dialético;
Ai se ele dissesse que sim...
Só que a resposta nunca veio, nunca tomamos esse café, nunca dividimos as alucinações e nem nunca soube se ele lembra do meu nome...
Será que entre tantas outras peguetes, ele sabe que eu existo?
Mas se ele dissesse que sim, provavelmente este seria o texto que marcaria o começo dessa união estável. Provavelmente este seria o momento do desabafo, o qual eu não me sentiria ainda mais louca por estar desse jeito, assim, completamente head over heels por um...site...

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Confira o meu email de peguete apaixonada:

Data: 13 de abril de 2015
Assunto: Blog, Cafés e outros clichês

Olá,
penso que é provável que essa mensagem nunca seja lida, ou que caia em intermináveis peneiras, as quais um site como este deva ter, mas precisava tentar, nem que seja sem uma resposta, jogar essa garrafa no mar. Mar aberto? Provavelmente...
Veja bem, quem quer que esteja lendo esse email, tenho certeza que você(s) recebe inúmeras observações, comentários e devaneios em sua caixa de entrada, falando sobre como o site tem um conteúdo incrível, colunistas fantásticos e assuntos de tirar o fôlego. Também entendo que devem 'pop-upar' centenas de milhões de propostas (indecentes) de parcerias, mas não mando esse email para dissertar sobre o tipo de conteúdo que você(s) deve receber, ou mesmo o teor das tais propostas. Não.
Na verdade venho com todos os clichês românticos de um fã pelo seu conteúdo, mas com a intenção de oferecer um singelo café por aqui. Veja bem, sou blogueira há seis anos e entre trilhões de abas abertas, percebo a recorrência de sorrisos carinhosos de minha parte, reflexões bem vindas e momentos que tem completamente a ver com o que eu tenho vivido, graças ao que o EOH publica. Sendo assim aqui vai: gostaria da oportunidade de escrever com vocês.
Veja bem, sofro de escritivite aguda, que basicamente se trata de uma doença crônica, sem cura, que faz com que a pessoa dê vazão aos seus pensamentos, sentimentos, opiniões sobre tudo e qualquer coisa, e questionamentos humanos através de palavras escritas. É um problema, talvez, mas também é uma dádiva, já que conteúdo é o que não falta... 
Vamos fazer o seguinte? Vem tomar um café comigo no Mesa http://mesadecafedamanha.blogspot.com e sei que pode parecer presunção me achar digna de produzir algum tipo de conteúdo para o EOH, mas novamente, vai que rola um romance durante esse café, não é mesmo?

Não sei se posso esperar por uma resposta, mas vamos fingir que ficamos noite passada, acho que não é pecado nenhum esperar por essa ligação do dia seguinte, né?!

Recomendando dos parceiros #1


O Mesa firmou umas parcerias incríveis e para tornar a troca ainda melhor, todos os meses a gente vai dar uma volta pelos blogs dos parceiros, pegando ótimos posts que tenham a ver com a proposta do Mesa para indicar para os leitores vorazes. Vale dizer que é bem complicado selecionar só um post de cada um desses blogs, porque eles todos são incríveis, mas é preciso, certo?! 
Importante acrescentar, também, que os posts não estão organizados em ordem de preferência, ou relevância, apenas estão na ordem que eu acessei aos blogs, ok?!
Para acessar o post indicado, basta clicar na palavra POST de cada indicação, ou na imagem.
Boa leitura! 

Respondendo à tag "Apaixonada por Fotografia" a fofíssima Sarah Lynn do blog Seis Mil Milhas conta pra gente, em 15 perguntas e algumas fotos fofas se prefere ser fotografada ou fotografar, como seria a sua fotografia perfeita, quando ganhou sua primeira máquina e por aí diante. A proposta é tão legal e as fotos tão lindas, que eu precisava compartilhar o post com vocês!
Foto de Sarah Lynn

A Gaby, uma das autoras do Lucidez Feminina fez um post super bacana sobre cortar o cabelo. Tá, parece 'bobagem' de menina, mas é um ato de coragem se desfazer de uma parte tão importante, especialmente se a mudança for drástica. No caso da Gaby, o resultado ficou lindo e a moça conta sua experiência capilar. 

Com pesquisas intensas e profundas sobre o que lhe intriga, o blogueiro Bernardo Schmidt está debruçado sobre a temporada de Ernesto Rossi no Brasil. Ele já fez o post da segunda parte da pesquisa e logo logo deve contar mais detalhes sobre essa lenda do teatro. 


Nesse post a querida Lady Salieri desabafa sobre séries que não deveriam ter acabado, segundo ela mesma. São 4 séries, bem a cara dela, devo dizer, que deixaram a nossa amiga com saudades...quer saber quais são?


O Repórter E convidou o músico Daniel Frazão para acompanhar a noite das seletivas Se Rasgum, festival de música que acontece todos os anos na capital Paraense. No post, o músico fala sobre os participantes e destaca os que chamaram a sua atenção. 

Meu ex orientador e fantástico mestre, Prof. Doutor Relivaldo de Oliveira integra o livro "Os antropólogos: clássicos das ciências sociais: de Edward Tylor a Pierre Clastres" e é o único representante do norte na coletânea. Relivaldo assina o capítulo sobre Geertz e quem destrincha o assunto, num excelente post, é o blogueiro Enderson.


No blog Tipo Assim, da Valéria, você encontra um pouco de tudo relacionado à moda, teatro, música, lifestyle e muito mais! O post que eu indico para vocês é um texto que mostra toda a versatilidade da moça, dessa vez falando sobre o que ela aprendeu com adoção. Para quem tem ou teve um bichinho, é de se emocionar.


Com uma proposta bem legal, a tag Old Mail Geek invadiu o Inverno de 1996, da Monique, para trazer presentinhos fofos e uma ótima história para contar. Veja o post.


Gostou? Quer ser um parceiro do Mesa também? Então clique aqui e no mês que vem você poderá estar por aqui também ;D

Ninguém é mal por ser mau 2 🍎

O filme da Disney Channel, Descendentes deu o que falar aqui no Mesa, desde o momento em que foi anunciado, passando pela escolha dos personagens e desembocando na liberação da trilha sonora, uma semana antes do seu lançamento oficial.

Para esta que vos fala, encontrar as palavras certas para falar sobre esse filme foi bastante espinhoso, porque como fã de Disney que sou, é quase impossível usar palavras que pudessem desqualificar o trabalho feito por essa companhia, mas sinceramente, é por aí que eu precisava caminhar, mesmo que de modo cauteloso. Então vem comigo, nesse caminho tortuoso, mas necessário...
Pois bem, em Descendentes descobrimos que depois que a Bela (Keegan Connor Tracy) e a Fera (Dan Payne) se casaram, unificaram os reinos ao redor, criando uma super área encantada, onde todos os príncipes e princesas do mundo pudessem viver em paz e segurança. Para assegurar isso, o casal colocou os vilões e seres indesejados (ou malvados por algum motivo) em uma ilha, a qual sob um encanto poderosíssimo, eles não poderiam sair. Tipo um apartheid mesmo! 
O twist, é que o jovem príncipe Benjamin (Mitchell Hope), filho da Bela e a da Fera resolve, como sua primeira ação após a sua coroação, dar uma chance aos descendentes de alguns vilões, para que eles optem por serem bons ou não. É assim que Jay (Booboo Stewart), Evie (Sofia Carson), Carlos (Cameron Boyce) e Mal (Dove Cameron) vão para o mundo encantado, mas com uma missão: pegar a varinha da fada madrinha e entregar para Malévola, que tem o plano de invadir o mundo encantado e troca de lugar com eles.
Ok.

Logo a primeira coisa que me incomodou profundamente nessa história foi a forma como ela se desenrolava de forma óbvia. Estava muito claro o que ia acontecer em seguida, como e porque. Também ficou muito claro (não de uma forma interessante) que apesar começarem com a musiquinha "rotten to the core" (estragado até o núcleo, em tradução livre), os quatro sempre foram bonzinhos. Eles apenas eram manipulados pelos papais, que são realmente os vilões, mesmo que em intensidades diferentes. 
Eu fiquei com a impressão que eles tentaram redimir a Malévola de alguma forma, ao escolher a incrível Kristin Chenoweth para interpretá-la, uma vez que essa Malévola convence bem mais do que q malévola desenvolvida pelo filme homônimo. Kristin conseguiu trazer os elementos inescrupulosos da personagem da versão de 40 e ainda trouxe um humor que essa atriz consegue fazer brilhantemente: um humor debochado e quase indiferente quanto ao que está acontecendo ao redor
Em contrapartida, os outros três vilões são personificações meio tortas do que esperamos deles, caindo em caricaturas pobres das características que os seus antecessores em desenho animados tinham. Eles superlativaram uma única característica e a deixaram em evidência, como, por exemplo, a vaidade da Rainha Ma, que a tornou uma espécie de mulher de plástico, cheia de botox e com o discurso fácil de ser bonita sob ser qualquer outra coisa. Bobo e irrelevante.

Os filhos das outras princesas e personagens bonzinhos são jovens atores do Disney channel, que como uma boa Malhação que a história se tornou, acabou por ficarem meio pobres e sem força própria. Não gostei nem um pouco do fato da filha de Mulan (Dianne Doan) não ser nenhum um pouco parecida com a mãe. Ela e uma boba e insegura, que vive dentro dessa realidade de uma High School norte americana clichê. O que me encanta em Mulan é, além do seu forte desconto cultural, é a forma como a personagem é dona de si é capaz de um grande feito, para salvar o outro, algo que a sua filha não herdou. Achei incoerente.
Mas vá, a ideia do filme foi o de se tornar uma High School Musical com magia, mesmo! Só que as músicas, bom, elas não são, exatamente catchy como HSM, mesmo assim nesse você também tem as Panelinhas, a Queen B., as cheerleaders, os esportes, os armários e o tal do status quo sendo contestado, que tem sido uma máxima nos filmes do Disney Channel para a TV. Eu captei essa parte e acho que a premissa é interessante, mas sinceramente, a forma como foi ambientado e até como os personagens foram colocados ali dentro foi fraca e superficial. Os meninos se destacam em "coisas de meninos" e as meninas em "coisas de meninas". 

Os quatro protagonistas que podem ser enxergados como uma espécie de respiro a todo o resto, principalmente Dove Cameron, que nos entrega uma personagem desenvolta, com um pouco mais de camadas que os seus colegas, dúbia em diversos momentos e que coloca em dúvida o que está acontecendo consigo mesma. Dove está caminhando para se tornar uma atriz cada vez melhor, principalmente por que ela quem da o tempo da história e tomou toda a narrativa para si. You go girl!
No demais, realmente, ninguém é mal por ser mau, mais ainda, ninguém e bom por ser bom. E mesmo com a pobre potência desse filme, essa mensagem ficou clara. Ufa! 
E devo dizer: que figurinos incríveis! 

A Segunda Estrela a Direita - V

Em algum, ou muitos momentos da sua vida você já deve ter se encontrado com a história do pequeno príncipe. É possível também que, como muitas vezes acontece, você não tenha sido, necessariamente, cativado pela história do dele e da sua rosa. Mas com o longa da on animation studios, talvez você veja com novos olhos essa encantadora narrativa que a cada vez que me deparo com, consegue significar coisas diferentes pra mim.
As vezes novas coisas.

Assim como O Mágico de Oz, O Pequeno Príncipe fez parte da infância de diversas pessoas, principalmente quando se para para pensar que como um bom clássico que é, se resignificando a cada nova vida que leva, a cada revisão e, bom, a cada par de olhos que são atentos o suficiente para se deixarem apaixonar.
Particularmente, a primeira vez que me deparei com a história desse pequeno príncipe eu tinha meus 12 anos e a questão que não saía da minha mente era: qual o motivo que fez o Príncipe deixar a sua Rosa e logo depois deixar a Raposa também? Até ver essa versão, eu não conseguia ver toda essa ideia de partir para se encontrar e de partir para encontrar o outro como sendo integrantes do centro da narrativa. Hoje eu penso um pouco diferente e acho que faz sentido. É provável que daqui a 10 anos eu leia isso aqui e diga: "mas que diabos eu tava pensando?! Não tem nada a ver!"

Agora olha só como são as coisas, eu comecei esse post pensando no filme em si, nas diversas cenas que me marcaram, na linda e delicada trilha sonora que inebria e na intensidade com que a sua narrativa consegue tratar de questões tão inerentes à nossa própria vida e crescimento, mas ao caminhar por essas palavras eu me pego entre devaneios, considerando que além de uma história sobre todas essas questões o que sempre me arrebata para o seu centro é a Raposa. Sei lá o motivo, mas fico retornando às perguntas: porque somos cativados? Como cativamos? Será que temos escolha à frente de alguém que quer nos cativar? 
Apesar do filme focar na questão do ser essencial e como isto se "resume" àquilo que vemos com o coração, sempre me intrigou como podemos ser responsáveis, "eternamente responsáveis" por aquilo que cativamos. Sim, porque essa relação continua sendo uma via de mão dupla...ou não? 

Nossa felicidade depende de sermos cativados pela raposa certa, ou pela Rosa certa? Existe diferença? Nossa felicidade depende de sairmos para voltarmos, ou de irmos para, talvez, nunca voltar? 
Não sei, mas como a menina sem nome do filme, passo a ter a certeza de que, além de estranhos, os adultos são esquecidos...e se esquecem daquilo que lhes é mais importante na infância: a incrível habilidade de se deixar cativar pelo mundo e essa que vos fala, espera nunca esquecer.

Semelhanças a parte

Imagine você, pegar elementos musicais que remetem à Ed Sheeran, Gavin deGraw e John Mayer. Além de traços daquele Voz e Violão bem melódico, dando ritmos misturados, desde o unplugged, tipo os covers de Boyce Avenue, passando por country e até um rock indie, à lá Belle & Sebastian. Este é Shawn Mendes.

Shawn Mendes é um cantor luso-canadense, de apenas 17 anos, que fez fama ao usar o Vine para divulgar versões covers de músicas famosas. Através do app ele acabou conquistando milhões de visualizações e seguidores em alguns meses, tornando-se conhecido pela voz potente e jeito de bom moço. Não faz muito tempo que ele fechou um contrato e conseguiu lançar o EP The Shawn Mendes EP, alcançando altas posições na Bilboard e levando a gravadora Island Records lançar o álbum completo Handwritten.
Para esta que vos fala, descobri o moço em um vídeo do youtube em que ele canta a canção original Stitches com Hailee Steinfeld e sinceramente fiquei emocionada com a letra e com a interpretação dos dois. Assim, Shawn me encantou logo de cara e me fez cruzar céus e terras (exagero, foram só alguns sites) atrás do seu 1º álbum completo e ver o que mais esse cara conseguia fazer. 
Se na hora em que vi o vídeo eu não sabia exatamente o motivo pelo qual eu tinha gostado tanto do som do rapaz, quando consegui ouvir todas as suas músicas eu já sabia porque. As influências eram das melhores!
Houve momentos em que eu tinha certeza que estava ouvindo Teddy Geiger, em outros era James Cullum e até Philip Philips, mas o que chama mais atenção é o que ele fez com essas influências. Shawn conseguiu montar um som seu, semelhanças a parte, com letras muito boas, bem românticas, mas que mostram uma maturidade que eu não esperava para um rapaz de 17 anos. Ele tem o que dizer e, mais ainda, o diz com uma excelente voz. Espero ansiosa para ver o que mais poderemos conferir desse novinho moço!
Destaque para as músicas: Life of the party (que chegou a ser n1 na Bilboard), Stitches, Aftertaste, Air e Crazy.

Um reino para chamar de nosso

A cidade é melancólica, mas recheada de cores claras e doces, desenhos engraçadinhos que abrem a imagem. Como protagonistas um casal no começo da adolescência, que por se sentirem solitários resolvem fugir. Este é o o queridinho Moonrise Kingdom, do diretor Wes Anderson.

Certo, se você leu a minha review sobre o filme O Grande Hotel Budapeste deve se lembrar claramente o quanto ressaltei certos aspectos Andersonianos, não é? Fica até complicado para mim falar de Moonrise Kingdom sem relembrar todos esses detalhes de Wes, que são muito mais do que assinaturas, são insígnias de um autor que prima, não só para boas histórias, mas por uma ressignificação de elementos tão enraizados no nosso imaginário da cultura pop cinematográfica (como é caso das cores), que causam estranhamento no filme dele. Sim, porque Wes é melancólico, triste e as vezes quase entediado; mas faz comédias. E são comédias onde tudo é perfeitamente simétrico, com cores delicadas e uma Direção de Arte que prima pela construção de cenários que mais lembram casas de boneca. 

Tudo é lindinho, menos esses personagens, que costumam ter boa índole, mas são 'misteriosamente feios' e ao mesmo tempo com traços infantilizados. São infantilizados, mas tem ímpetos de adultos. Querem ser desbravadores, amarem profundamente e encontrarem o mundo como tal.
Esse é Wes.
Mas calma, você deve estar querendo saber do que se trata o filme, né? Bom, a história gira em torno de Sam (Jared Gilman) e Suzy (Kara Hayward), um jovem casal incompreendido pela cidade onde moram e cujo o desaparecimento faz com que a pacata vila vire de cabeça para baixo. Como parece ser uma espécie de marca de Wes, a história é repleta de significantes, com cenas que acontecem fora do enquadramento e ainda tem seus personagens perfeitamente coreografados e capazes de contar quem eles são com um simples olhar.

Interessante pensar em como Anderson gosta de desenhar esses tipos de 'não lugares' em suas obras, em que o fictício e o real se cruzam de modo bastante único e nós somos levados a perceber como aquele lugar é fronteira. Fronteira de ida, de volta, de não volta e de desaparecimento. Outro detalhe bastante significativo neste filme é como esse espaço parece gigantesco perto dos personagens. É um espaço que engole e para fazer isso, Wes costuma centralizá-los em ambientes enormes, semioticamente isso tem diversos apontamentos, para mim, ele continua voltando para a questão da melancolia.
Outro detalhe que é muito significativo na película é como o sumiço de dois outsiders, faz com que os moradores saiam de suas zonas de conforto e até revelam quam são abaixo das suas máscaras. Essa questão dos outsiders é mais e mais relevante, quando percebemos que esses dois, que sempre se sentiram de fora em New England, passam a pertencer um ao outro e a uma terra abandonada e inútil. A Moonrise Kingdom. Esse lugar no não-lugar que é deles e que para os mesmos é onde devem estar. 
E de repente eles nem são tão melancólicos assim. Tudo porque tem um ao outro.


Moonrise Kingdom integra a minha lista de 24 filmes para 2015, proposta pelo Blogs que Interagem, na categoria Aventura.

Parcerias


Hey povo, tudo bom?
Olha só: o Mesa de Café da Manhã acabou de alcançar a marca de 2K seguidores no Facebook. Além disso, o blog está se consolidando cada vez mais entre os que falam de cultura pop. Então eu decidi fazer uma chamada aberta para aqueles que tiverem interesse em se tornarem parceiros do Mesa, em duas modalidades diferentes.
Se você é blogueiro: além do destaque na página de parceiros, você também terá divulgação nas redes sociais relacionadas ao Mesa e poderá aparecer na postagem mensal "Recomendado dos Parceiros". que vai começar a ir ao ar no próximo dia 15 de setembro.
Se você não é blogueiro, mas quer ser parceiro também tem espaço pra você: Sim! E você poderá ter um texto seu aqui no Mesa, na categoria "Servidos por Cafecólatras". Que tal?!
Interessou?!
Envie um email para poranacasouza@gmail.com que eu te explico tudo direitinho! Mas assim, #fikdik que as parcerias firmadas por mim são comprometidas e sérias, e como qualquer parceria que se preze, é uma via de mão dupla ;D

Aguardo seu contato!

Hey mamma, welcome to the 60s!

O conceito de juventude é tão jovem quanto o que ele significa, na verdade até meados dos anos 50 a ideia de que os jovens poderiam ser diferentes dos seus pais era considerada extravagante e até uma espécie de afronta. Essa tal de independência da juventude, foi realmente modificando-se conforme shows, moda, musicas e filmes foram direcionados para esse público em particular. Ou seja, só quanto as indústrias começaram a se apagar à esse público específico, que esse público passou a acreditar que poderia ter gostos próprios. Mesmo assim, seguir tendências, se inspirar em artistas e gostar de James Dean ainda era considerado complicado, principalmente nas famílias mais tradicionais. 
Loucura pensar em como tudo isso mudou e como muitas coisas ainda se permanecem, não é verdade?

Bom, toda essa volta (risos) para compartilhar que o filme Hairspray é do vez aqui no Mesa, justamente porque inspirou essa reflexão sobre a condição de juventude ali no final dos anos 50, início dos anos 60. O longa foi baseada no show homônimo da Broadway e nessa versão cinematográfica dirigido por Adam Shankman, um diretor e coreográfo de mão cheia, nesse estilo de filme. Sim, porque como um tapa de cores fortes, piruetas, saltos e saias rodadas, o filme é uma ode a cultura pop saturada e um pouco caricaturada daquele período, especialmente relacionada à moda, dança e música. 
Além das referências diretas aos estilos existentes naquele período e o tema da juventude, o filme toca na delicada questão do racismo nos anos 50/60 que ainda era muito forte nos Estados Unidos (ainda é forte, mas isso é outra discussão), sendo especialmente consistente e difícil de superar em cidades como Baltimore.

É perceptível a referência que o filme faz em torno da celebrização dos artistas de TV, de modo a criar imaginários em torno deles, quase como uma espécie de mundo mágico, em que apenas aquelas pessoas vivem. Logo, a busca pela fama é o que motiva os personagens, sempre na expectativa de entrar nesse mundo e, mais ainda, poder fazer parte de um grupo 'seleto' de pessoas que tem direito à diversas regalias. Para quebrar um pouco com a ideia de que tudo eram flores temos personagens prepotentes, um backstage repleto de competições internas, a evidente exclusão dos que são diferentes também norteia o filme, mesmo que de forma quase cômica, a crítica existe.
Palmas para Zac Efron, em seu primeiro filme em que ele realmente canta, encarando um galã, meio afetado e que claramente cresceu entre os holofotes, mas que tem uma boa índole. Palmas também para John Travolta, que assina o seu perfil musical e mostra versatilidade em saias e cenas românticas. Apesar do flopado Grease 2, Michelle Pfeiffer está fabulosa e mostra que sabe dançar e cantar excelentemente bem, assim como a protagonista Nikki Blonsky, que não perde em nada para as magrinhas. E o que dizer da sempre Rainha Queen?!
Vale aqui acrescentar que a trilha sonora é deliciosa! Com músicas super chicletes e interpretadas muito bem pelos atores, tais como "Lady's choice", "Nicest kids in Town", "Without Love" e "You can't stop the beat". Como um filme baseado na Broadway, que se preze, definitivamente é um filme para ouvir e, mais ainda, um super filme para querer aprender as coreografias e dançar junto! 
Para esta que vos fala, é um filme para querer copiar os figurinos também, especialmente os vestidos que Lou Ann (Kelly Fletcher) usa, mesmo que ela seja uma figurante, rss. É de tirar o chapéu como eles usaram a saturação das cores, a altura dos cabelos, de tal forma que fica até difícil acreditarmos que as pessoas tinham tempo para cuidar desses detalhes todo o santo dia!
Com menções diretas ao florescimento sexual, Hairspray é mesmo um filme para toda a família se divertir. A não ser que alguém da família não curta musicais, aí...

Hairspray faz parte da minha lista de 24 filmes para 2015, proposta pelo Blogs que Interagem, na categoria Dança.