Há 20 anos no ar, a telenovela, ou Soap Opera, Malhação acompanha os adolescentes e se consolida a cada ano como um dos únicos (se não for o único) programas direcionados para esse público na tv aberta.
A receita parece bem simples: arranje um cenário padronizado, dois punhados de atores iniciantes, alguns que estavam na geladeira da emissora e adicione um casal protagonista açucarado e de fácil relação com o público, mas que por séries e mais séries de acontecimentos não conseguem ficar juntos até o final da história. Para dar a liga, coloque gírias e atualidades, que falem diretamente com os adolescentes daquele período e eis que você tem a mais longa obra teledramaturga da história da TV aberta brasileira.
Mas se acalme, isso aqui está longe de ser um post sobre a fórmula de Malhação, ou um post de crítica ferina à novela. Se trata, na verdade, de uma reflexão de final de manhã sobre esses 20 anos malhando, initerrupdamente e como eles foram marcados por dramas, tantas vezes cabeludos, mas deveras relevante para os jovens brasileiros que se deixaram levar pelos enlaces desses personagens.
Vai, você também assistiu, nem que seja uma temporada...
Bom, mas você deve estar se perguntando: "tá, mas o que diabos é Soap Opera?", que apareceu aqui no post logo no começo dele. Soap Operas norte-americanas, são novelas que ficam no ar por anos e anos, justamente apostando na mudança de personagens, trama central e até cenários para continuarem se mantendo atuais. Essas Soap Operas, que podem ser consideradas os papais das séries de tv contemporâneas, foram responsáveis por enormes picos de audiência e já foram citadas em diversas obras do audiovisual, como a Days of our lives em Friends, a Soap Opera que Joey trabalhava. Deu para entender a relação direta desse estilo com a Malhação?
Pois é, e frente aos seu 20º ano, a Soap Opera criada por Emanuel Jacobina e Andrea Maltarolli já chegou a ostentar 42 pontos no ibope (na temporada da Vagabanda) e míseros 14 pontos (na sua fase de anjos e vampiros), mas se tem uma coisa que ela continua sendo, é um termômetro bastante poderoso para a emissora, que a utiliza para sentir o público e conhecer as suas tendências. Prova disso é o esforço contínuo da série (ou novela, ou soap opera...) de falar na língua dos adolescentes.
Além disso, não é preciso ir muito longe para considerar Malhação como a grande porta de entrada de novos talentos para Globo, tanto é que grandes nomes vieram de lá, sendo eles funcionários da mesma, da Record ou do SBT.
Fora todas essas justificativas que você, provavelmente, já conhecia, acho que o grande mérito de Malhação é a sua possibilidade de dar a cara a tapa, uma vez que outros horários e outros formatos de teledramaturgia não tem condições de receber muitas intervenções e/ou mudanças. E sabe que, mesmo com a formuleta descrita no início desse post, é importante lembrarmos que Malhação foi (e é) responsável por dar espaço para a discussão de pontos realmente importantes para essa fase da vida que, depois que a gente passa, dá a impressão de que nunca viveu e parecemos esquecer de quão conturbada ela foi. Todas as dúvidas, dramas e as questões existenciais...
Bem, Malhação falava a nossa língua, na nossa época em que todas essas nuances eram existentes e parece continuar falando a língua deles, nessa época.
Vida longa e deve seguir assim, malhando.
Cinco temporadas mais marcantes para essa que vos fala.
Vale reparar que o meu top 5 foram, foi na sua maioria, formado por temporadas da minha adolescência:
1 - Victor e Luisa (2003 - 2004)
Resumão: Victor, interpretado por Sérgio Marone (eterno amor de adolescência) se apaixona por Luisa (Manuela do Monte) e os dois ficam entre idas e vindas depois que o pai do rapaz morre em um acidente estranho e bastante suspeito, envolvendo o pai da mocinha. Além do casal, a temporada foi a entrada de Miuki (Daniele Suzuki), ainda tinha o Cabeção (Sérgio Hondjakoff) e o sempre caricato Maumau (Cauã Reymond). É a minha favorita porque eu estava com os meus 12 - 13 anos, começava a ser uma adolescente e tinha uma trilha sonora que adoro até hoje!
Atualmente é a temporada que está passando no Viva. #VivaMalhação
2 - Vagabanda (2004 - 2005)
Resumão: Favorita temporada de três em quatro adolescentes do começo dos anos 2000, a temporada de 10 anos do programa marcou a entrada de Marjorie Estiano nos nossos corações e contava a história de uma banda formada por Natasha (Marjorie) Gustavo (Guilherme Beringuer) e Catraca (João Velho). Acontece que o vocalista era um bad boy de primeira, até que um acidente faz o seu destino cruzar o de Letícia (Juliana Didone).
Essa temporada foi realmente marcante e é a referências para as mais recentes, com toda certeza. Além da música chiclete de Marjorie (eu posso tentar te esquecer...), tinha uma ótima trilha sonora, com personagens remanescentes da temporada de Luisa e Victor e outros novos, como Rafa (Ícaro Silva) e Cadu (Bruno Ferrari).
Essa temporada vai começar daqui a uns meses no Viva, assim que a de Luisa e Victor se concluir.
3 - Bernardo e Betina (2005 - 2006)
Resumão: Novamente uma história de amor, em que os dois se apaixonam a primeira vista, só que dessa vez o amor dos protagonistas, interpretados na trama por Fernanda Vasconcelos e Thiago Rodrigues foi impedido de ficar juntos desde o começo, por causa da Jaque (Joana Balanguer), uma ex dele que fica grávida. A história é bem clichê, mas o legal mesmo foi a química entre Bê e Betina, que eu achava linda e, vale dizer que o moço era apaixonado por cinema S2. Destaque para Urubu (Marco Antônio Gimenez) e Download (Wagner Santisteban).
4 - Ju, Lia, Dinho e Vítor (2012 - 2013)
Resumão: Sinceramente eu comecei a ver essa temporada por causa da abertura, que para mim ainda não teve nenhuma melhor (:p) e daí comecei a assistir pela metade, pouco antes do protagonista, Dinho (Guilherme Prates) ser 'convidado a se retirar da história, por questões de ibope, obrigada'. Mesmo assim, como não cair de amores por Agatha Moreira e Alice Wegmann, que deram super certo na trama, mais ainda com a entrada de Guilherme Leicam. Quem não lembra da louca Fatinha (Juliana Paiva), Bruno (Rodrigo Simas) e Orelha (Davi Lucas).
5 - Pedro e Júlia (2002 - 2003)
Resumão: Henri Castelli e Juliana Silveira marcaram a primeira vez que eu realmente parei para assistir Malhação, mesmo que no anterior eu tenha parado para ver algumas passagens da trama de Gui, Nanda e Léo. Nessa temporada, depois dos protagonistas se apaixonarem, Pedro descobre que Júlia é filha do homem que cometeu um erro médico em seu pai, impedindo o esportista de continuar a sua carreira. Júlia também passou por um senhora transformação de menina virginal e boazinha para rebelde sem causa, que causou verdadeiro reboliço nos corredores dos colégios.
Destaque para Barbara Borges, uma das vilãs mais legais da Malhação e a entrada de Cauã Reymond, que foi por causa de um concurso promovido pelo Luciano Hulk.
E você, qual a temporada que te marcou? E o seu top 5, como fica?
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