Numa divertida comédia que exalta a cultura nerd gamer, o filme Pixels é uma proposta bastante pipoca para o final de semana e mais ainda, um presente audiovisual para os saudosistas e remanescentes fãs dos jogos dos anos 80, feita com uma tecnologia contemporânea.
Pixels é baseado no curta metragem homônimo criado por Patrick Jean e que teve uma ideia tão interessante, que não passou despercebido pelos grandes estúdios, sendo desenvolvido com Adam Sandler, no papel principal e Kevin James, ator que parece ser grande amigo de Sandler na vida profisisonal também, uma vez que ambos estão em diversos filmes juntos. Mas enfim, não é a primeira vez que uma corporação grande decide investir em uma ideia que tinha sido feita com B.O (Baixo Orçamento), ou que tenha se popularizado por conta das redes sociais, vide a série Mortal Kombat Legacy, baseada em um fake trailer que bombou na rede.
É de fato um movimento interessante para se pensar, o de resgate de hábitos, referências e até personagens de décadas atrás, a fim de ressignificá-los e entregar num formato contemporâneo e com todo o aparato que, tanto o século XXI parece demandar, quanto o público já está habituado a encontrar.
Bom, para quem ainda não assistiu ou nem sabe do que se trata, Pixels conta a história de Brenner (Adam Sandler), um frustrado nerd e Engenheiro de Tecnologia, que aos 40 anos está num emprego ruim, vivendo uma vida medíocre, enquanto o seu melhor amigo Cooper (Kevin James) se tornou o presidente dos Estados Unidos. Numa iminente falta de popularidade, o presidente ainda precisa combater forças extraterrestres que, por alguma razão (que o filme explica) tomam a forma de videogames do começo dos anos 80, e por alguma outra razão (que o filme também explica), estão desafiando a terra para uma série de batalhas.
Não é preciso dizer que os nerds como Brenner passam a ser necessários na salvação da terra e por isso mesmo somos tomados por referências à este "mundo", com piadas bem elencadas, um pouco paspalhas, porém bastante engraçadas; entregues por um Adam Sandler que, novamente, interpreta ele mesmo (ou pelo menos é essa a impressão que temos), Kevin James, que parece estar de novo sendo Eric, do filme Gente Grande; e o muito cotato Peter Dinklage, ator que brilha em Game of Thrones e mostrou a sua veia cômica, ressaltando algo que não tem, absolutamente nada a ver com a sua altura.
Vale dizer que, para quem conviveu (mesmo que minimamente, como é o meu caso) com os arcades, bate uma saudade de guardar um dinheiro para ir aos fliperamas e torrar tudo na boba tentativa de bater os recordes dos nomes escritos com 3 a 5 letras. Hoje, quando paro para analisar tudo isso do ponto de vista da comunicação, chego a conclusão que o game também se tornou uma experiência de imersão, onde "se colocar no papel do personagem e não querer morrer" é o mote central de gráficos hipermodernos e missões estrambólicas.
É...se formos pensar pela ótica da nostalgia total, diremos que "bons tempos eram esses, de jogos para o passar o tempo e simplesmente aroveitar o seu aspecto lúdico e imaginativo..."
Mas não é esse o caso, certo? Pixels exalta esses jogos, mas se pararmos para pensar, vamos perceber que dificilmente o foco do filme poderia ter sido alcançado, com todos os seus efeitos visuais de tirar o fôlego e seus efeitos sonoros que sempre dão a impressão de que estamos dentro de games retrôs; com a técnologia de três décadas...
O filme Pixels integra a minha lista de 24 filmes para 2015, proposta pelo Blogs que Interagem, na categoria Comédia.
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