Diferentemente do último filme dos Vingadores, que falamos sobre aqui, o reboot do Quarteto Fantástico realmente se deixa debruçar sobre os personagens, construíndo reinterpretações mais longas e destrinchando cada um dos integrantes, na tentativa de fazer algo mais substancial. Talvez não tenha funcionado, exatamente, mas é, definitivamente, um tiro numa direção que reformula o estilo Marvel dos últimos anos.
Tá, o filme não é tão fantástico assim (desculpa, não resisti ao trocadilho). Na verdade, você deve imaginar (corretamente) que o motivo que me levou ao cinema atende pelo nome de Miles Teller. O meu mais novo queridinho de Hollywood é Reed Richards, o cara que se transforma num elástico humano. Bom, já que estamos falando de Miles, vale acrescentar que deu bastante tempo para prestar atenção no Mr. Richards criado por ele, e posso afirmar que esperava mais je ne sais quoi, que ele já provou saber fazer muito bem em filmes como Whiplash, That Awkward Moment, Two Night Stand e The Spectacular Now. Ok, ele traz um aspecto desengonçado e meio sem traquejo social, que parece-me bastante sólido para um Reed na idade representada no filme, mesmo assim criei expectativas que não foram atendidas, principalmente no que se trata em vê-lo num filme de ação, como um dos protagonistas e numa posição de liderança. Pelo filme ficamos com a certeza de que ele não é muito bom para esse tipo de papel...infelizmente...
Sobre os outros personagens, o politicamente ultrajado Victor (Toby Kebbell) me pareceu muito mais um psicótico, do que um narcisista, que a mim soa mais coerente com a imagem que eu havia construído do Dr. Destino. Mas posso estar equivocada, afinal não tenho a leitura das revistas deles para saber. Por sinal, tem outros vilões além do Dr. Destino nessa franquia?
Os irmãos Storm (Kate Mara e Michael B. Jordan) são tão bleh! que ainda não entendi para onde eles estavam levando as suas atuações. Sue é blasé e inexpressiva. Johnny é rebelde e tenta ser galã. Ben (Jamie Bell) poderia ter sido mais explorado, mas acabou ficando meio de lado, apenas apresentado como o bad boy, guarda-costas e melhor amigo do Reed. Ah, ele também é o cara que vira o Coisa...
É de destacar que nenhum dos atores principais se deteve às imagens anteriores, buscando por aspectos realmente únicos em seus papéis, procurando desenvolvê-los mais intensamente. Só que deu ruim! Salvo alguns pontos interessantes, o filme acabou mesmo sendo subjulgado pela construção do portal quântico, que deve ter tomado quase metade do longa, sendo provavelmente, o motivo pelo qual o diretor Josh Trank errou a mão e acabou medindo errado o uso do que tinha.
Gostei do fato de tentarem algo 'novo', mas acho que, o que o longa tem de passo para fora do círculo Marvel, tem também de pobre uso do tempo, de atores e de recursos narrativos. Falando a verdade, tudo no filme é meio flopado, talvez pelo fato de que a franquia acabou se tornando mais próxima do público adolescente, que do adulto (como ocorreu na tentativa anterior), ou talvez porque já estajamos (mal) acostumados com a fórmula de Vingadores. Afinal, ela serviu para mostrar como esses personagens podem ser interessantes e se bem administrados, os recursos cinematográficos podem ser de tirar o fôlego!
Ao final, é certo que eu não saí da sala de cinema com aquela sensação de que tinha acabado de assistir a um filmaço e sim fiquei com a embrulhante sensação de que o tempo passou meio devagar...
P.S: semioticamente, o fato do Dr. Destino ter feito a bandeira dos EUA de capa, foi bem interessante. Direção de arte arrasou nessa!
O filme Quarteto Fantástico faz parte da minha lista de 24 filmes para 2015, proposta pelo Blogs que Interagem, na categoria Super Heróis.
Um comentário
Mesmo antes desse filme ser lançado eu já não estava com vontade de vê-lo, agora que ele está nos cinemas e muitas pessoas falando que ele não é "aquela coisa", foi a que a minha vontade nem apareceu. O engraçado que o trailer do filme da a impressão de que ele vai ter bastante ação, efeitos especiais e tudo o mais. E de acordo com a resenha, ele não é nada disso.
Beijos, Gabi
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