Não sei dizer exatamente quando essa tendência começou, porém posso dizer que provavelmente se instensificou em meados da década de 90, com seriados/histórias como as de Buffy e Sabrina. E mesmo que tenha vindo muito depois, Crepúsculo é dono de uma grande fatia de culpa no cartório. Do que eu falo? Do preconceito que se instalou quanto ao tema de vampiros, anjos e outros seres sobrenaturais na literatura, cinema e afins. É como se, automaticamente quando falamos "vampiros", as pessoas tenham a imagem de Edward Cullen brilhando ao sol.
Só que não! |
Falo isso, pois recentemente recomecei a ler a saga "Academia de Vampiros" da escritora Richelle Mead e me deparei com um dos livros (o terceiro da saga) sem 33 páginas, entre os capitúlos 20 e 23. O ocorrido me fez entrar em contato com a editora (pois uma troca na loja não é possível pelo tempo que já comprei), perguntando como fazer para ter um livro novo. Mais tarde comentei sobre a falta de resposta da editora com algumas pessoas e quando eu revelava o nome do livro, logo o semblante deles mudavam de "puxa, que chato que ele não responderam nada!", para "Ah! Irrelevante se ainda não responderam".
Sem as 33 páginas, fica uma lacuna absurda no livro... |
Acontece, queridos, que nem toda história de vampiro é Crepúsculo! E mesmo se fosse, não é por isso que a falta de páginas num livro deva ser desconsiderada. Primeiro, porque quando estamos lendo um livro, entramos num mundo diferente e queremos realmente aproveitar o máximo possível e quando temos uma quebra como essa nos sentimos quase como se tivéssemos perdido uma parte importante desse mundo. Segundo que venho aqui interceder pelos pobres livros desprezados pelo tema, mas que são realmente bons. "Academia de Vampiros" é um desses livros, ou saga. A série "House of night" é outra. Isso sem contar com os clássicos "Drácula" ou "Entrevista com o vampiro".
Histórias como essas são boas, pelo mesmo motivo que Crepúsculo é ruim, o enredo. Os enlaces que são formados em cada momento individual, criando uma narrativa coesa; os desenhos que são traçados nas relações entre personagens, seja no romance, na família ou com a própria magia. A construção sagaz de personagens, sem exageros ou maniqueísmos. E o que torna uma história funcional é o fator humano, que em histórias como essas é o que realmente importa. A verdade é que se você tem um ser "de magia" com uma história completamente fora da realidade e sem qualquer laço realmente amarrado, esta vai ser apenas mais uma daquelas histórias. Daquelas, irrelevantes e que você talvez não consiga terminar de ler.
Defendendo "Academia de Vampiros" afirmo que apesar das capas à lá séries adolescentes, você tem uma narrativa inteligente falando de política, amizade, poder, medo e, claro, porque não poderia faltar: amor. E já que é assim, se trata de uma história complexa e boa, da qual eu recomendo e, falando das páginas que faltaram no meu livro, peço novamente à editora Agir que me respondam...preciso saber o que aconteceu, apesar de ter lido do 23 adiante...
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