Esse mês fui à Puc passar uma prova na graduaçõa e eis que, depois de um tempão, eu resolvi ligar o app Pokémon Go!. A minha curiosidade era, tanto de ver se ainda tínhamos Pokémons no pedaço (porque a Puc era um aglomerado desses bichinhos), quanto porque, de repente, bateu um saudosismo esquisito e eu tava torcendo para achar um Vulpix (que tinha me escapado numa das várias incursões anteriores - me julguem).
Daí uma coisa me ocorreu, enquanto eu me percebi sendo a única pessoa que andava e parava, e fazia caras e bocas para quando um Pokémon escapava da pokebola: realmente a febre passou.
Não que eu já não estivesse percebendo isso, na verdade todo mundo já percebeu que o boom do app já ficou para trás e que agora ele ficava naquele canto meio obscuro do celular das pessoas, que antes caminhavam quilômetros atrás de um Pikachu; mas foi naquele momento que eu comecei a refletir o tragicômico disso tudo.
Quantas pessoas que decretaram o "fim do mundo", causado pela "alienação" de uma "geração" que fica de cabeça baixa, capturando seres "inexistentes"?! Quantas pessoas que ecoavam aos sete ventos como eram advogados contra o Pokémon Go!?! Ou aqueles que aclamavam que o aplicativo seria a "nova" fronteira digital, e que nada seria o mesmo depois da sua criação?! Quantos não foram aqueles que apostaram suas carreiras acadêmicas pesquisando a interação que o jogo causava (ou deixava de causar)?! E quantos foram eles que acreditavam piamente estarem à frente de uma revolução?!
Pois é, muita coisa a gente afirma no calor do momento. Na hora da febre. E muitas vezes essas afirmações podem se voltar contra nós e até nos pegar pelo pé, uma vez que, como tudo que depende do ser humano, elas podem mudar de repente. E realmente mudam com força!
Tendência chega e vão na mesma velocidade com que novas ideias são postas em práticas, ou mesmo iniciadas. Muitas delas, inclusive, já têm a intenção de serem passageiras e fugazes. Coisas de momento mesmo, e se estabelecem como aquilo que não podemos perder de vista, até que algo melhor ou maior ou mais brilhantes surja. E isso inclui nossas relações, nossas opiniões, nossos dramas, nossas questões, nossos ídolos e até nossas vontades.
Para mim, isso é complexo demais, por passar pelas minhas pesquisas e pelo meu pessoal, mas sinceramente me deixa com a sensação de que podemos descartar qualquer coisa. E se nada é durável, porque os Pokémons também seriam?!
Mas é aí que está! Eles vão continuar lá. À disposição. Prontos para serem capturados. Prontos para batalharem por nós e prontos para fazer uma caminhada conosco. Em algum lugar entre as realidades que nos inserimos, que interagimos e que existimos. Como pixels eles são moldáveis e podem estar em qualquer lugar, inclusive ali, aqui, acolá. Permanecem como dados na atmosfera de acesso e estarão para sempre onipresentes, mesmo que não mais acessados, não mais procurados. É, uma metáfora realmente serve por aqui...
P.S - ainda estou à procura de um Vulpix...
Nenhum comentário
Postar um comentário