Eu fui wicked (de novo)


Na iminente oportunidade de ir, mais um vez, conferir o brilhante musical Wicked, eu não pensei duas vezes! Primeiro porque era certo que eu amaria, relembrando os momentos que vivi num passado não muito distante, de 6 anos atrás. Segundo, porque qualquer pessoa que seja, remotamente próxima de mim sabe o quanto eu amo esse musical e o quanto ele significa pra mim.
Terceiro que era uma chance de ver o Wicked em terras tupiniquins, falando uma língua próxima da gente e adaptando as belíssimas músicas de Sthepen Schwartz e Winnie Holzman para o português. O que é um desafio incrível, devo frisar. 
Então lá eu fui, novamente me deixar inebriar pelo belo mundo de Oz, sem pestanejar, me encantar por Glinda e Elphaba, me reapaixonar por Bock e querer dançar pelo resto da vida com Fiyero. E mesmo que desta vez eu não tenha me emocionado tanto quanto da primeira vez (que fiquei com as palmas das mãos doloridas de tanto que aplaudi) devo dizer que me enchi de orgulho e alegria me ver tão boa produção e tão incrível adaptação no Brasil.
Definitivamente como pontos altos estão: o excelente figurino, que captou a essência da versão original, sem perder o tom de originalidade que uma adptação pode e deve ter. Assim como a adaptação cenográfica que, mesmo em um ambiente de pé direito menor, palco menor e com a plateia mais próxima (lembrando que falo em referência ao Apolo de Londres), não perdeu nem um pouco do brilho e da sofisticação dali, uma vez que a ambientação foi completa e tão inebriante quanto.
Também é preciso destacar a potência vocal de Fabi Bang (Glinda), que brilha intensamente, fazendo referência à magnífica Kristin Chenoweth, mas dando o seu próprio tom à loira de Wicked. O coro cênico também dá um tom todo especial à essa adaptação, transformando as adaptações musicais difíceis em algo que cai naturalmente. Devo dizer que esperava que a maioria das traduções fossem ficar bem esquisitas, mas me surpreendi positivamente com o fato de que o sentido das músicas ficaram intactos, assim como a forma como eles encaixaram as palavras com as melodias.
Admito que me incomodou um pouco a versão de Defying Gravity, porque sou chata e acho que essa música está totalmente enraizada na minha mente como uma daqueles que são 'intocáveis', mas também contou o fato de que, no momento em que ela passa para "so if you dare to find me...", eu não me arrepiei, como quando eu ouvi Idina cantando ou Rachel, na versão de 2010 em Londres. Não sei se isso teve a ver com a tradução, ou se não senti tanta empatia pela Elphaba de Myra Ruiz, quanto senti em outras versões.

Também não fiquei enloquecida pelo Fiyero de Jonatas Faro. Apesar dele ter sido o meu crush em Chiquititas (Samuca S2), eu tenho a impressão de que ele não era exatamente a melhor opção para interpretar o malandro, porém apaixonante Fiyero. Pode ser que seja apenas uma má primeira impressão, justamente porque estava acostumada com uma voz bem mais potente e grave, mas de qualquer maneira é preciso dar o braço a torcer e dizer que o rapaz melhorou e muito na sua atuação e linguagem corporal, dançando muito bem e dando um ótimo swing ao personagem. 
Ao apagar das luzes o espetáculo faz jus a esta palavra, dando aos fãs ótimas recordações e aos que foram pela primeira vez, a constante sensação de que é possível fazer grandes produções em terras brazucas. Que bom! Mas é preciso ressaltar que, independente da língua que você assista, Wicked é longo e se você não gosta de fantasia, magia, musicias e é uma pessoa amargurada da vida, não assista. Digo isto porque ouvi alguns comentários maldosos sobre a história ser absurdamente longa. Imagina essa pessoa indo ver Os Miseráveis... -.-

4 comentários

Beatriz disse...

Oi Ana, adorei seu post! *-* Confesso que também não me emocionei tanto quanto da primeira vez que vi Wicked (onde eu comecei a chorar só de ver o teatro, hahaha) mas gostei muito da montagem brasileira.
Também estava bem preocupada com a tradução, mas achei que fizeram um ótimo trabalho e que realmente, o sentido foi mantido! (Eu só fiquei um pouco "Hm, tá faltando aqui aquela referência ao Fiyero ser ~brainless~" mas isso era coisa minha que não conseguiu esquecer as letras em inglês, haha.)
Não posso nem falar de Defying Gravity, porque foi o único momento em que eu dei aquela choradinha discreta. Mas não consegui me deixar ficar só na emoção porque, de novo tava preocupada com a tradução e muito focada em ver o que tinham feito. Mas na hora do "It's meee" não teve jeito!
E o Fiyero que eu vi foi o André Loddi. Apesar do Jonatas também ter sido meu crush em Chiquititas, já tinha simpatizado mais com o André, simplesmente porque ele me contagiou com a animação dele de fazer parte do musical, haha. E ele não me decepcionou, mas quero ver com o Jonatas também. :)
E tem gente falando que Wicked é longo? Bom, eu sou mais do que suspeita pra falar, porque toda vez que chega For Good já fico com aquela sensação de "Mas já?" haha. E por falar em Os Miseráveis, acho que vão fazer outra montagem... O que me lembra que também vão fazer outra de Rent, que também tinha a Idina. <3
Mas deixa eu encerrar por aqui que o comentário já tá gigante, haha. Beijos!!

Vestindo o Tédio

Felipe disse...

Também já havia visto em Londres e achei que as adaptações ficaram ótimas. Sobre ser longo, bom, claramente essa pessoa não vai a musicais, já que todos tem essa duração em média.
Quando fui no fim de semana de estréia, nem cheguei a ouvir a parte do "so if you dare to find me" que virou "olhem pro céu do oeste..", pois um grande grupo de pessoas já tratou de aplaudir e gritar enquanto Myra era erguida e gritava "sou eeeeuuu". Olha a empolgação da galera na minha sessão!
Em SP já vi duas vezes: uma com o Jonatas Faro e a outra com André Loddi. E pra mim, André "é" o Fyiero. Não que o Faro não esteja bem, ele melhorou muito desde Hairspray, mas o preparo vocal do André é melhor e a voz dele faz "é só dançar/dancing through life" ficar mais próxima da versão da Broadway. É mais suave e os falsetes no dueto com Elphaba no ponto. Faro realmente tem entonação mais grave como vc mencionou.
Enfim, além da sua dica sobre gostar de fantasia, uma que eu dou é pra assistir O Mágico de Oz antes se puderem, pois as referências são inúmeras e no final os comentários que ouvia eram de gente um pouco perdida por conta disso, que nem sabiam quem era Dorothy, por exemplo.

Felipe disse...

Ah, comentando o comentário da Beatriz.. você é a segunda que vejo falando que faltou a menção do "brainless" de Fyiero.
Bom, concordo que realmente não dizem com todas as letras que lhe falta cérebro, mas o sentido de que ele não pensa está lá durante a peça, mesmo que mais discretamente. Isso até chega a ser enfatizado por Glinda.
E no dueto "se eu tenho você/as long as you love me", a parte que o mesmo canta "maybe I'm brainless, maybe I'm wise" virou na adaptação "não é meu forte racionar".
Nesse caso a gente dá um desconto pra tradutora.

Monique Dieli Chiarentin disse...

Meu sonho é assistir um musical da Brodway ou qualquer outro musical, seja ele brasileiro ou não.
Deve ter sido lindo *-*

Beijos
Inverno de 1996