Eu adoro personagens humanos. Adoro suas camadas, personalidades complexas, dramas existenciais e suas perspectivas falhas. Adoro que eles, muitas vezes, são almas torturadas (às vezes com razão, as vezes não) e acho o fato de eu conseguir me identificar com eles, imensamente inspirador.
Eu me enxergo neles de algumas e muitas formas. Nas crônicas de qualquer vida, na geração que tem tudo, na índole duvidosa, errática e nas incertezas febrís que envolvem tão fortemente o ser contemporâneo.
São personagens que me arrebatam, me enroscam e me emocionam. Por vezes me tiram o ar e até me deixam sem chão, porque também, assim como eu, eles tem mais dúvidas do que certezas, mais solidão do que presença.
Mas não sei, já tem um tempo que eu to sentindo saudade da ilusão. Dos personagens mais planos, mais óbvios, mais tolos. To sentindo falta de uma história de amor, com amor, com entrega, amor descontrolado, desenfreado, sem razão de ser e com um contrato bem claro: eu te amo, você ama. Vamos ser felizes!
Sinto falta da fantasia pura, da mágica incrível, sem mentiras, apenas o velho 'abracadabra'. Sinto falta das inocências, da história que te pede nada mais do que tempo para ela ser contada e nada mais do que sonhos para ela ser compartilhada.
A impressão que eu tenho, é a de que as coisas estão tão, brutalmente reais, que temos presenciado uma sociedade cada vez mais angustiada. Cada vez mais humana.
E enquanto me debruço mais sobre a primeira história que me aventurei de escrever, que não tem nenhuma mitologia, nenhuma magia e nenhum ser encantado; mais vejo como Annaliz continua a sua busca em Praga por si mesma e por, quem sabe, alguma fantasia num mundo que tá faltando tanto isso...
Quero mais fantasia em 2016...
Um comentário
Aquelas, fiota, nesse janeiro, vou fazer a resenha do seu livro, prometoo!
Então, eu não sei se concordo contigo nessa de querer personagens mais planos. Pra mim, é o que eles têm se tornado ao longo do tempo... porém, e com outra definição, sinto falta meio que da mesma coisa que você: da intensidade. Hoje o que eu percebo é que parece ser muito difícil ter sentimentos transcendentais, então as pessoas racionalizam tudo, porque sentir é fraqueza ou porque simplesmente a época não pede isso. Então sinto falta desses personagens de cunho moderno que problematizavam essas coisas e tinham algo a passar por meio das suas trajetórias, o que já não acontece...
Mas, também, sei lá, tem muita coisa boa sedo produzida =). Acho que é uma questão de olhar para o lugar certo, como diz o Ítalo Calvino: "perceber no meio do inferno o que não é inferno e dar-lhe espaço".
Eita, empolguei aqui e falei nada xD
Mas curti o post =D
Bjo!
Postar um comentário