O sexo muda as pessoas. Ou melhor a sexualidade é que muda. Não é sobre a sexualidade de gosto que eu estou falando, sabe? Ou ser um ninfomaniáco enlouquecido. Ou daquela que diz respeito à ser homo ou hetero, mas a sexualidade de se descobrir como um ser sexual, um ser capaz de obter e proporcionar prazer.
E isso muda as pessoas.
Agora que jeito melhor de fazê-lo, se não através de novos ares, novos olhares, novos toques e novas falas? Parece que são coisas um pouco distantes uma da outra, mas a veradde é que a cidade implica no grau de liberdade. Implica em quem somos como seres sexuais e interpessoais. E é por isso que o sexo está diretamente relacionado à cidade.
Quem somos e o que fazemos em uma cidade e uma jornada, é capaz de nos trazer confiança, de nos fazer sentir à flor da pele e seguros de si. Seja por uma sensação meramente carnal e primária como o sexo, seja pela certeza de ter conquistado nossa auto-independência e nosso auto-prazer. A sexualidade, no caso.
Mas o prazer de "comer" é maior que o de ser "comido" e a sexualidade é muito mais do que o ato em si. Pouco importa o que você anda fazendo, o que importa é quem você se transforma depois que o faz. É seguro, é certo de si, é rígido, é fiel, é romântico, é sério, é certo, é banal? A sexualidade tem dessas coisas e se as coisas são como Freud relacionava, nosso comportamento transpira sexo, mas quanto de nós transpira sexualidade?
Mudar de cidade pode fazer essas coisas, voltar à cidade também e como estamos em total e completa transição podemos mudar de lado e de opinião o quanto quisermos. As pessoas mudam. Se transformam, ligam e desligam seus interesses de acordo com o ambiente, ligam e desligam seus desejos de acordo com seus anseios e seus anseios estão diretamente conectados a sexualidade. Repare, o que temos de sexualidade, muitas vezes não temos de sexo e o que temos de sexo muitas vezes não temos de sexualidade, o equilíbrio emocional e racional do ter e o do ser é o mais dificil de alcançar e é algo que nenhuma cidade pode proporcionar, só aquela que construimos ao nosso redor
O sexo é sim, capaz de mudar alguém, mas a descoberta de si mesmo é mais capaz ainda. A cidade ajuda nisso, inspira isso e instiga isso. Ela que nos faz pensar que somos mais, que podemos mais e que ganhamos mais. Se a cidade não é mais capaz de fazê-lo, então ela não é mais sexual e não devemos mais ficar ali. Pode ser por um tempo, uns anos, umas décadas ou para sempre. Não importa.
O que importa é você. Como se sente e o que isso te faz sentir.
E nunca "Sex and the City" fez tanto sentido...
*Para Amanda e todos os meus amigos em transição
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