Por essa e pela outra vida também

A novela da vez, que vêm surpreendendo cada vez mais esta que vos fala, é a das seis, Além do Tempo.

Escrita por Elizabeth Jhin, autora que me encheu os olhos em Eterna Magia (2007) -> por causa do tema Wicca, Irlanda e com uma abertura incrível; e que tentou, de verdade tentou, em Amor eterno Amor (2012) -> novela que se passava em grande parte na Ilha do Marajó (lembra?!); volta a ativa, com esses seus temas espirituais e de ligações com o cosmo, vidas passadas e afins em Além do Tempo.*

Assim, a sua nova novela parecia ser mais uma daquelas com belos figurinos, cenários e um senhor trabalho de pesquisa temporal, o qual todos sabemos que a Globo sabe fazer e que faz com retumbante maestria. No entanto, também parecia ser mais uma daquelas histórias em que o casal principal, representados por mocinhos arquetípicos, sofreria nas mãos de uma maldosa mulher e um obsessivo homem. Bom, basicamente a história era isso mesmo, sabe, Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso) se apaixonaram a primeira vista e por mais que quisessem, Melissa (Paolla Oliveira) e Pedro (Emílio Dantas) revelaram-se terríveis barreiras. 
Mas aí é que está o plot twist. Impossibilitados de viverem um grande amor naquela vida, a novela avança um século e meio atrás das revidas desses 4 personagens (e não só eles) agora, em 2015.
 

Em meio a metrôs, horários apertados e WhatsApp, a trama pode se reconfigurar, reformulando, inclusive, as relações entre os personagens e, indo além, reafirmando alquilo que eles fizeram nas vidas anteriores. Reafirmando, porque até mesmo os diálogos giram em torno de "forças" inexplicáveis que levam cada um deles a agir de uma determinada forma, mas o que chama a atenção positivamente: sem usar o sobrenatural para explicar tudo facilmente.
O que é pontualmente ressaltavel nesta empreitada, é que, ao contrário de diversas outras novelas que já tivemos na telinha, que abordam vidas passadas, nós já vimos o que aconteceu na tal vida anterior, não precisamos ficar acessando flashbacks e/ou espíritos que vem e conversam com um médium e que, de repente, fazem tudo ter sentido. Pelo caminho que a trama parece estar tomando, estamos frente a uma história nova, mas baseada completamente na anterior, que tem seus reflexos bem desenhados, mas ao mesmo tempo potencializa uma tentativa bastante interessante de trazer duas ambientações, dois destinos e claro, infinitas possibilidades.
Estou extremamente curiosa para saber o que vem a seguir!


*Elizabeth Jhin também escreveu Escrito nas Estrelas (2010), que passou completamente batido por mim.

Nenhum comentário