Volta Triunfal

[review sem spoilers]
Na noite passada eu terminei de assistir a série do YouTube Red Cobra Kai e devo dizer que concordo com o que estão dizendo, de ser uma das melhores séries (até então) que estrearam esse ano.


Numa expansão do mundo de Karatê Kid, que é um dos grandes sucesso da sessão da tarde, Cobra Kai acompanha os dois grandes personagens, Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka) 30 anos depois do torneio que Daniel venceu Johnny e, aparentemente, mudou tudo na vida deles e das pessoas ao seu redor.
A série tem um ritmo bem descontraído e conta uma narrativa até que simples, mesmo que faça um movimento importante, invertendo significativamente a lógica maniqueísta do filme de origem. Talvez essa inversão tenha a ver com o episódio de HIMY em que Barney explica porque Johnny é o verdadeiro Karate Kid (que faz total sentido), ou talvez não, mas dessa vez temos mais do que o vilão e o mocinho, de modo que outras nuances desses personagens são exploradas, especialmente Johnny, que era o simples e babaca bully.

Os atravessamentos de outros personagens do filme, como os respectivos senseis, as figuras paternas e maternas e Ali, foram determinantes para quem esses caras são hoje e isso é resgatado continuamente, além de aparecerem de fato (ou não), através desses atores também 30 anos mais velhos, das lembranças que eles deixaram e/ou seus flashbacks do filme. Esse jogo do antes e agora é uma das melhores partes da série, que traz aquela nostalgia que quem viu e reviu o filme tanto estava querendo e ao mesmo tempo é importante para revelar uma série de outras questões que o filme não mostrou.
Com cada episódio de 30 a 40 minutos, Cobra Kai tem leveza na história que conta e introduz uma releitura dos acontecimentos do filme, através de uma segunda geração muito parecida (só que totalmente diferente) da dos anos 80. Essa geração, pelo menos na primeira temporada, é significativa para criar um diálogo com o passado também, de modo que a sua presença não é simplória e sim coloca tudo em diálogo.
Se viramos a cópia de nossos pais, é preciso levar em conta, então, quem é o pai, não é verdade?

Particularmente, ver uma série que, mesmo que beba dos anos 80, não permanece apenas nele é gratificante, simplesmente porque isso indica que ela não vai se perder em si e muito menos ficar obsoleta daqui uns anos. Mais ainda que tem personagens que já fazem parte do imaginário da cultura pop, assim como das nossas lembranças infantis/adolescentes sendo resgatados lindamente!
Karatê está de volta e parece super estiloso, viu?! 

*Cobra Kai está disponível no Youtube, os dois primeiros episódio são gratuitos e os oito seguintes são pagos. 

Um comentário

Monique Dieli Chiarentin disse...

Eu só assisti o remake de Karatê Kid, aquele com o filho do Will Smith, mas preciso ver logo os filmes originais e quem sabe assistir essa série também!

Inclusive, indiquei seu post nos Links do Mês lá no blog!

Beijos
Inverno de 1996