Uma adorável comédia romântica contemporânea sobre o que precisamos, o que achamos que queremos e quem achamos que somos.
Conheça Megan (Analeigh Tipton), uma recém-formada no curso preparatório para estudar Medicina (chamado de Pre-Med. Nos EUA você não entra logo na faculdade de medicina e sim faz um preparatório antes e depois faz uma prova para entrar no curso, de fato), com 22 anos e que acabou de sair de um relacionamento de mais de cinco anos com o namoradinho do Ensino Médio. Megan não sabe o que fazer da vida, não entende como pode ser melhor do que é neste momento e embarca numa espiral de baixa auto-estima, onde o sofá se torna o seu melhor amigo. Impulsionada por Faiza (Jessica Szohr), Megan decide se aventurar numa 'one night stand' (quando dois estranhos se encontram uma vez para, única e exclusivamente, fazer sexo). É assim que ela conhece Alec (Miles Teller). E fica presa com ele por 48 horas.
Desenrolando-se a partir dai, o filme "Two Night Stand" é uma grata surpresa para quem esperava encontrar uma boba comédia romântica, uma vez que surpreende com diálogos afiados e uma total relação com a nossa geração (aquela mesma que é tratada em Boyhood, por exemplo), formada por pessoas de seus 20 e poucos anos, que não sabem exatamente o que fazer a seguir e por isso nos prendemos na possibilidade de que as coisas, apenas, dêem certo no final de tudo.
Além disso, o filme prima pela noção de que são duas pessoas estranhas, que, já que estão presas uma com a outra, decidem tirar proveito da situação juntos, com a clara intenção de evitar os seus próprios demônios. Demônios que, na verdade, ainda estarão lá, depois que eles conseguirem sair do apartamento e que continuarão lá, a não ser que eles resolvam fazer alguma coisa. Afinal de contas, não falar de algo, não faz com que ele suma.
Megan, inclusive, é uma personificação meio distorcida do quanto somos uma geração que sabe o que não quer, muito mais do que quer. Suas observações para Alec são, no começo, superficiais e tolas, mas depois que ela se deixa levar pela possibilidade de ter encontrado alguém que possa ser honesta, se agarra a isso com unhas e dentes. Sendo honesta até demais!
Miles Teller, meu novo queridinho (veja minha review de Whiplash e entenda porque) dedica à Alec uma aura delicada de um cara fofo, mas que não quer parecer fraco. Também consegue transmitir muito bem a força de um personagem que usa da comédia para se defender do mundo, mesmo que nem ele pareça perceber que faz isso.
Se você pretende assistir a essa obra, tenha em mente que duas cenas ficarão na sua mente: quando tocar essa música e quando eles tiverem essa conversa. Definitivamente é um filme para ouvir também ;)
Entre outros temas, o medo de ficar sozinho, a insegurança de precisar ser o que esperam que você seja e como é difícil se perceber como um ser único, verdadeiramente englobam o filme de forma excelente e, aquele que poderia ser um bobo filme 'pipoca', entra na minha lista de filmes favoritos e que eu vou assistir muitas mais vezes!
"Ambition is a bullshit! It's like chasing vapour!"
Eu já assistiria esse filme normalmente, mas daí achei que ele encaixava direitinho no projeto do Blogs que Interagem de 24 filmes para 2015, na categoria Comédia Romântica. Então, missão cumprida ;)
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