Diamante da Lua - Websérie

Oi pessoal, como comentei anteriormente com vocês, a Websérie "Diamante da Lua" é o meu primeiro trabalho do gênero e também é a primeira vez que faço algo tão abertamente online para todos lerem. Como prometido, posto aqui o prólogo e o primeiro capítulo da série, porém aviso que é uma história que está sendo escrita e postada todas as segundas apenas no Blog H&B e quem quiser acompanhá-la até o final deve conferir por lá. 
Espero que gostem ;)


Prólogo
Acordei com um solavanco. Alguém balançava meu corpo com força, enquanto sussurrava que eu precisava acordar. Eu finalmente começava a me dar conta do que acontecia, estavam me chamando para a realidade da maneira mais inadequada possível. Inadequada porque eu era quem eu era! Agora eu me deixava abrir os olhos, sonolentos e pesados, enquanto pensava na melhor forma de gritar com a pessoa que ainda me sacodia.

-Princesa, a senhorita precisa levantar! Estamos sob ataque! –gritava Marie, minha criada.

Ela tinha falado sério?! Ataque! Ataque! 
Sentei exaltada, enquanto Marie afastava os seus braços dos meus ombros. –A senhorita precisa ir para o abrigo! Sua família já deve estar lá! –Marie falava tão rápido que para mim ficava difícil até acompanhar. Eu me tocava que ela falava sério, enquanto a observava correr de um lado para o outro pegando alguns de meus mais estimados itens. –Acredito que não poderá mais voltar aqui, senhorita…-ela falava com pesar na voz. –Sentirei falta de trabalhar aqui, mas acho que a mudança é isso mesmo…
Eu ainda não tinha dito nada, até porque era difícil processar alguma coisa em meio aquele turbilhão de confusão que invadia a minha mente. Mais ainda processar a informação de que estávamos sendo atacadas e, por cima, não poderia ver meu quarto, talvez, nunca mais! Levantei-me da cama e peguei o primeiro vestido que vi pela frente, calcei o primeiro par de sapatos que vi deixados preguiçosamente da noite passada e corri com uma sacola transpassada em meu corpo.
Corri pelo caminho que conhecia tão bem dos diversos treinos de sobrevivência que eu havia feito desde que me entedia por gente. Ao fazer tal caminho me tocava que o castelo parecia maior do que me lembrava e, principalmente, meus passos pareciam mais lentos do que eu gostaria. Uma batida forte mostrou um grupo de invasores que tentavam destruir parte dos nossos portões e por mais curiosa que eu estivesse, não diminuiria o passo por nada! Tinha tido treinamentos de mais para não entender que a minha vida dependia de eu chegar até o salão dos quadros o mais rápido possível.
Alguns segundos, que mais pareciam minutos, tinham se passado quando trombei com Levon, um dos guardas mais antigos do castelo. Ele me avistou e correu na minha direção. –Princesa, por aqui! –disse ele, garantindo a minha retaguarda. Justamente por ser um dos mais antigos e estimados guardas reais, Levon era um dos únicos que sabiam onde o esconderijo da família real ficava e também era um dos únicos capazes de me deixar mais tranquila depois de um despertar tão intenso! –A senhorita vai ficar bem, precisa permanecer aqui, em segurança, até que eu venha busca-la ou mande alguém para fazê-lo. Entendeu?

-Sim, eu entendi. –respondi com os olhos apertados. –Levon…-chamei-o antes dele fechar a porta atrás de si. –Obrigada.

-O prazer é meu, alteza. Por favor, siga. –olhei novamente na direção dele, enquanto tudo ficava escuro. Meu coração dava saltos de agonia e uma série de dúvidas começou a aparecer para mim: quem eram aqueles invasores? Eles estavam atrás de nós? Porque tínhamos de fugir? E a principal de todas: onde estava a minha família? 


Cap. 1

Eu sempre gostei muito de saltos altos. Achava os sapatos mais elegantes que uma mulher poderia usar. Principalmente para uma moça da realeza como eu. Gostava como me sentia esguia, alinhada e nobre usando saltos. Mas tinha que admitir que correr e depois se esgueirar por um túnel escuro usando saltos não era uma boa ideia. Era, na verdade uma péssima ideia! Mas fazer o que, sapatos de salto sempre foram predominantes no meu armário, mais ainda depois que fui coroada…
É, a confusão realmente começou depois que fui coroada princesa e próxima na linha de sucessão no trono do reino de Althea. Minha irmã tinha acabado de receber a coroa de rainha, depois de se casar com o nosso primo Douglas, mas ainda nem tinha tido tempo de “esquentar” o trono, uma vez que a coroação tinha sido noite passada.
Noite passada foi uma desordem sem tamanho. A organização da cerimônia de coroação começou na semana anterior, com várias pessoas correndo de um lado para o outro, testando cores, tons, vestidos e decorações. Mas por mais que eu adorasse saltos altos, não suportava os exageros da minha família. Pior ainda eram os exageros de Soleil, minha irmã mais velha. Seu casamento, no mês anterior, já tinha sido considerado o evento do século em Althea, mas ela precisava fazer da coroação maior ainda! Eu até compreendia a necessidade que ela tinha em aparecer e se destacar, mas será que ao ser coroada rainha ela já não teria toda atenção do mundo naturalmente?!
Soleil não se contentava com tons pastéis, queria vermelho, amarelo ouro e pontos brilhantes. Queria que sua coroa fosse polida diversas vezes, só para ter certeza que ela brilharia mais do que o próprio sol e não deixava de exigir mimos significativos como presentes de súditos por sua coroação. Ontem deve ter sido a gota d’água para muitos dos criados, que tiveram que lidar com os gritos descontrolados de Soleil, que dava ordens em cima de ordens e com isso não deixava as criadas fazerem seus deveres.
Respirei fundo me perguntando por que eu procurava tanto por minha família mesmo?
Acho que acabava esquecendo que a minha avó tinha abdicado no ultimo mês, se mudando para o castelo de verão para curtir sua aposentadoria, e que tudo que me restava era Soleil e o bobo da corte, Douglas. Acho que quando chegasse ao final daquele túnel o que eu queria encontrar, era a vovó e não Soleil, então diminui o passo e encostei-me a uma das paredes frias e úmidas do túnel. –O que será que está acontecendo? Se Marie pudesse ter vindo comigo, tenho certeza que ela me daria uma explicação plausível para toda essa agitação!
Não percebi muito bem como aconteceu, mas acabei cochilando lentamente, encostada na parede. Meu sono era leve e descompassado, até que percebi os sentidos ficando mais lentos e meu corpo todo se entregando ao cansaço de ter dormido muito pouco, misturado ao cansaço da correria. Não pode ter nenhum problema se eu cochilar um pouquinho…

-Acorde! –ouvi alguém dizendo próximo de mim. –Acorde! Você precisa estar acordada! –alguém insistia. Só que eu não seria mandada por ninguém, principalmente por alguém que eu não fazia ideia de quem era!

-Você não tem o direito de falar assim comigo! Sou uma princesa! –exclamei sonolenta e ainda de olhos fechados.

-Luna! –ele me segurou pelos ombros. Sua voz era mais forte e ele me sacodiu levemente até eu reagir com os olhos bem abertos. –Houve um golpe de estado! Você não é mais da realeza que eu ou um saco de batatas! –meus olhos demoraram um tempo para distinguir as formas, mas era ele. Com certeza era ele! Eric, o meu primeiro amor e um dos guardas mais novos do palácio. Em outras palavras, alguém que, mesmo apaixonada, eu não poderia pensar em construir um relacionamento com.

-Eric, o que está acontecendo? Eu fui deixada aqui sozinha e ninguém me explicou nada…golpe de estado? Como assim?!

-Você já ouviu falar dos Revoltos de Althea? –ele me perguntou, enquanto pegava a bolsa que eu levava comigo e pendurou no ombro.

-Já, claro! Meus avôs e pais lutaram contra eles diversas vezes. Até dizem que foram eles que…bom…explodiram o avião que meus pais estavam. –falei com tristeza. –Não me diga que eles estão por trás de toda essa bagunça?

-Luna. –Eric parou de repente. –isso não é apenas uma bagunça. Eles estão assumindo o Estado.

-Como assim?! E onde está Soleil? Ela não deveria estar lutando pelo seu trono?!

-Soleil foi a primeira a fugir. Eles capturaram Douglas e o matem refém até que Soleil volte. Não sei o que vão fazer quando encontrarem vocês duas, mas não consigo achar que isso vai terminar bem!

-Eric…e como você está aqui? 

-O que quer dizer?

-Como você sabia desse esconderijo? Por que veio aqui?

-Falei com Levon e ele me ordenou vir atrás de você. Os Revoltos estão no palácio e exigem a sua presença e a de sua irmã. Precisamos manter você a salvo, já que se capturarem sua irmã e a matarem, você é a próxima na linha de sucessão.

-Espera! Você acha que existe essa possibilidade? De Soleil ser capturada e…morta? –não tinha a melhor das relações com a minha irmã, mas já tinha perdido muita gente que eu amava.

-Se for desta maneira, então você com toda a certeza precisa estar preparada e salva! Não podemos deixar esses Revoltos assumirem o controle do Estado. Também não podemos os deixar chegar perto de você! 

-E como vamos fazer isso? –perguntei desistindo de caminhar em cima dos saltos altos.

-Eu vou te proteger, Luna. E não é só porque eu prometi a Levon, mas é porque eu sei que você é muito mais especial e tem muito mais capacidade para liderar Althea, que sua irmã ou qualquer um dos Revoltos!
Com toda esta certeza, não poderia pensar diferente, se não confiar piamente e cegamente em Eric.

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