Origens e Legados


Era uma vez uma garotinha. Ela tinha os seus seis ou sete anos quando reparou pela primeira vez em um jogo que viciava seus irmãos mais velhos. Os dois passavam horas procurando "macetes" e combinações para vencer a luta e chegar ao topo da torre. Uma torre cheia de personagens meio esquisitos que se vestiam de maneira fantasiosa, porém tinham poderes impressionantes. Principalmente a moça de azul que lutava com um par de leques, a policial que dava estrelas e camabalhotas como ninguém e o cara que jogava um chapéu circular para garantir sangue. Na verdade, mais do que violento, o jogo era divertido. Divertido mais ainda era se mexer junto com o controle, como se isso fosse fazer o personagem soltar um poder mais rápido, ou fazê-lo fugir com mais habilidade.
Bom, para uma menininha muitos teriam odiado a ideia de deixá-la jogar, seja por moralismos imbecis, seja porque era óbvio que ela ia perder para os irmãos mais velhos. Porém, um dia eles deixaram ela ficar na tão sonhada "grade" e jogar "Mortal Kombat" pela primeira vez.
A história não poderia ser diferente, e logo Kitana, Sonya e Kung Lao eram suas escolhas de sempre. Com o tempo ela aprendeu a jogar, aprendeu a socar e combinar golpes. De vez em quando conseguia um fatality e vez ou outra descobria um personagem diferente. Mesmo que fiel aos três personagens de sempre, lutou ao lado de Jade, Mileena e Raiden diversas vezes. 
E sim, a garota cresceu, ainda adorando "jogos de porrada" e mais ainda se eles envolvessem personagens como os que ela adora em "Mortal Kombat". Agora porque eu estou lhes contando essa história? Bom, porque essa história é a minha origem no mundo deste jogo. Foi assim que eu me inseri no torneio de luta e foi assim que meu interesse pelo assunto ficou sem limites, ao ponto de me fazer assistir a todos os filmes, acompanhar novidades dos games e, principalmente, odiar o fato de não ter conseguido parar para assistir a websérie "Mortal Kombat: legacy" até semana passada. 
Mas consegui!

Basicamente, "Mortal Kombat: legacy" é uma minisérie que conta a origem de alguns personagens do game, só que, nas palavras de seu diretor Kevin Tacheroen, a série trata-se de uma visão diferente sobre o universo do Mortal Kombat, "acredito que combina a perfeita dose de realismo brutal, misturado com uma pitada de misticismo", ou seja, muitas das histórias contadas são feitas de maneira bem diferente das que você pode ter imaginado. 
O que é especialmente legal no trabalho de Kevin, é que não foi recentemente que ele se interessou pelo universo do Mortal Kombat. Não sei quantos de vocês já tiveram a oportunidade de assistir ao curta-metragem "Mortal Kombat: rebirth" de 2010, mas por meses após a sua postagem na internet as pessoas continuavam comentando se seria um trailer de um filme que viria, ou uma divulgação de uma nova versão do game. Fosse como fosse, a repercussão foi grande e como tal, Kevin foi convidado a dirigir uma websérie produzida pela Warner Bros em formato para Web e assim nasceu a 1ª temporada, com nove episodios de 10 minutos (média) cada.
Uma das coisas mais legais sobre essa websérie é que ela se foca no universo de personagens não tão badalados do Mortal Kombat, personagens os quais você, provavelmente, nunca teve curiosidade de saber de onde vieram, tais como Kano, Cyrax e Sektor, não esquecendo daqueles personagens que deram a fama a franquia, como Raiden, Jax, Sonya, Scorpion e Kitana.
Devo dizer que algumas das origens propostas por Kevin são bastante pertubadoras. Raiden, por exemplo é tido como um doente mental por quase quatro meses; o motivo de Kano ter aquele olho de vidro vermelho; ou até mesmo o fato de Scorpion ver sua família sendo assassinada. Mas como "Mortal Kombat" não deixa de ser um jogo de luta, sangue e poder, estes tópicos não poderiam ficar de fora.
Bom, não posso dizer muito, se não estraga a vontade de vocês de assistir ao trabalho de Kevin, mas vale muito a pena dizer, que a 2ª temporada está prevista para sair ainda este ano e que ela já contará com o torneio em si. Assista ao trailer e fique roendo as unhas de curiosidade, assim como eu, mas não esqueça de ver todos os episódios (sem legenda) no canal do youtube.

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