Buscando algum texto marcante que já tinha publicado no Livros e Afins, encontrei este, que além de ser um dos melhores temas que eu já abordei, marcou a minha entrada como colaboradora deste site.
Em 1946, Disney ouviu uma canção chamada Destino (uma canção mexicana composta por Armando Domiguez) e teve uma ideia parecida com a concretizada em Fantasia. Walt resolveu que queria atrelar música erundita, animação e artes plásticas.
Se em Fantasia (1940) Disney ousou com a pintura abstratas e as pinceladas fortes do expressionismo, nesta nova obra ele queria algo ha mais. Ele queria o Surrealismo. Então, convidou Salvador Dalí para um projeto caro e arriscado. Desenhar quadros surrealistas para compor um curta de 7 minutos em cima da canção escolhida. Os dois ficaram debruçados sobre o projeto por 9 meses, mas infelizmente tiveram abortar a missão, uma vez que a empresa de Disney estava se recuperando do pós-guerra e Dalí não tinha condições de tocar o projeto sozinho. Assim, Destino foi engavetado.
Felizmente, o projeto foi retomado em 2003 pelo sobrinho de Disney, Roy Disney Jr. sob os atentos olhos da 1ª dama de Dalí, Gala. O projeto, desta vez não levou tanto tempo para ser finalizado, até por que tinha o envolvimento de 25 cabeças geniais e empenhadas em terminar. Quando finalmente o curta saiu, foi premiadíssimo pelas críticas de festivais de cinema, ganhando destaque no gênero e também premiações na Austrália e nos EUA, sendo considerado o melhor curta-metragem de 2003. O curta também concorreu ao Oscar como melhor curta de animação.
O curta conta a história de amor entre Chronos – Deus do tempo na Mitologia Grega – e uma mortal. Os personagens dançam em um ritmo que parece balé e se chocam em momentos de pura magia e surrealismo. É impossível não enxergar os “dedos” de cada um dos artistas, basta reparar nos traços característicos de Dalí e Disney. Ambos artistas deram seus toques pessoais, tornando o curta uma obra prima de duas mentes obstinadas e ousadas.
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