Um dos mitos que, com o passar dos anos, tem conseguido se acabar é que o filme de animação é o mesmo de desenho animado, ou seja filmes (curtas ou longas) direcionados para o público infantil e que nada de "real" consegue ter. Apesar de ser um pensamento predominante, principalmente até Branca de Neve e os Sete Anões, o cinema de animação há muito tempo se emancipou do "bonitinho", "bobinho" e "extra-fantasioso".
A verdade é que o gênero de animação está cada vez mais forte, não só pela possibilidade de fazê-lo por computador, mas por que é uma alternativa livre de amarras e limitações humanas. Glenn Kane, ex desenhista da Walt Disney Animations Studio e um dos nomes mais significativos (foi o desenhista de personagens como a Fera, Pocahontas, Rapunzel...) ressalta que as animações são muito mais do que desenho que se movem. São desenhos capazes de mover as pessoas.
E de fato o é, pois as animações não só transmitem mensagens de superação e força, mas também conseguem dialogar com todos os públicos, trazendo uma linguagem à lá Charlie Chaplin, ou seja, compreensível para crianças e adultos.
Hoje estão passando no cinema 3 longa-metragens de animação, que eu vou ter o prazer de falar um pouquinho para vocês e tentar levá-los a querer assistir a essas demonstrações de tudo isso que foi dito aqui:
1 - Valente
O longa metragem da parceria Disney/Pixar tem os elementos que a maioria dos fanáticos por Disney mais gostam: superação e família. A história acontece em uma sociedade viking medieval, em que 4 famílias dividem o poder. Merida é a princesa e primogenita de uma dessas famílias e para manter a paz ela precisa se casar com o filho de uma das outras 3 famílias. O problema é que Merida não está preparada e muito menos acha certo um casamento arranjado, prefere mesmo ter a sua liberdade e escrever a sua própria história. Por causa de sua personalidade, entra em conflito com a sua mãe e ainda fragiliza ainda mais os laços de sua família, ao fazer um acordo com uma bruxa e a sua mãe acabar transformada em um urso.
Merida é daquelas personagens arrebatadoras. Mesmo que você não concorde com a forma como ela age, com certeza vai torcer profundamente por esta princesinha. Por falar em princesa, Merida é a primeira princesa de Disney que a sua história não gira em torno de um romance, de forma que foi possível se visitar outros valores, principalmente o da família (tão querido pelos criadores da Pixar).
Além do visual tradicionalmente belo (reconstruindo lugares da Escórcia medieval) e finamente acabado, a história é muito bem construída e tensa em alguns momentos, mas relacionável e muito bem linkada.
Valente é um daqueles filmes que você nem sente o tempo passar e principalmente te dá algo para refletir.
2 - A Era do Gelo 4
Mais uma animação da manada incomum de Manny e companhia. Não mais assinada pelo brasileiro Carlos Saldanha e rodada pela Blue Sky, A Era do Gelo 4 tinha tudo para se perder, já que para muitos a história já estaria saturada (principalmente depois de uma terceira parte que pareceu não agradar muito). Porém, nem os personagens se apagam e nem o filme tem menor qualidade técnica que os outros da série. Talvez a história seja um pouco mais fraca, já que desta vez eles apostaram em uma aventura um pouco mais mansa.
Na história, Diego, Manny e Sid se separam do resto de seus amigos (Ellie, Amora e os gambás) quando a Pangeia começa a se dividir. Em meio a isso os amigos são atacados pelo mal tempo e por um grupo de piratas, liderado por um macaco nada simpático, que oferece uma grande ameaça, tanto aos herois, quanto aos seus entes queridos. Falando em entes queridos, entre os personagens novos a avó de Sid se junta à manada e ainda é a responsável por salvá-los.
Cheios de piadas de duplos, triplos e até quartos sentidos, A Era do Gelo 4 é diversão na certa.
3 - Madagascar 3 - Os procurados
Madagascar melhora como um vinho, a cada longa metragem a história fica mais rica e os personagens mais cativantes. A animação da DreamWorks começou como uma historinha legal sobre um grupo de animais do zoológico que acabam perdidos na Ilha de Madagascar, onde conhecem o Rei Julian e com a ajuda do pinguins na continuação vão parar na África. Como eles são chiques e adora viajar no 3º filme eles circulam por Monte Carlo, Paris, Roma, Inglaterra e...finalmente Nova York.
Para conseguirem escapar de uma guarda do departamento de animais francesa eles se passam por animais de circo, até que resolvem comprá-lo para ter uma chance de voltar para Nova York. Acabam descobrindo que o espetáculo deles é terrível, então montam um novo e melhorado show.
Além de ter um roteiro cativante, os animadores investiram em cores fortes para ressaltar o ambiente circense e ainda por cima foram capazes de reabordar os temas de amizade, confiança, coragem e comédia pastelão, muita comédia pastelão.
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