Sentir
28 de out. de 2011
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Se existe algo que me surpreende a cada momento é o sentimento. Não o sentimento tolo e inocente, quase virginal de alguma coisa platônica e não completa, este não me interessa. Eu falo do sentimento instigante, daquele que te faz passar alguns minutos (ou até horas) do seu dia pensando nele. No sentimento.
Penso que grande parte das coisas que sentimos são causadas pela própria necessidade de sentir algo. É como se dentro de nós existisse uma válvula de liga/desliga que nos diz: hoje você precisa estar bem, hoje você pode ser triste, hoje você tem que estar feliz...e essa válvula precisa ser calibrada de tempos em tempos para manter a sua utilidade, da mesma forma que ela também precisa ser desligada de tempos em tempos.
Quando esta válvula é desligada algo bem esquisito acontece: você fica entorpecido.
Não desprovido de sentimentos, mas parece que fica sem sentido você sentir alguma coisa. Seu norte está desligado e logo a necessidade de sentir não mais te arrebata. Você passa um período vivendo apenas por viver, com aquela impressão de que está faltando alguma coisa...e está faltando: o sentimento.
Se você passou ou está passando por este momento deve entender que não é culpa de ninguém seu entorpecimento. Assim como uma espécie de músculo, a válvula de sentimentos acaba fatigando de vez em quando, já que ela tem que fabricar sentimentos para que você sinta algo.
No entanto existem momentos em que você consegue simplesmente sentir. Pode ser por ter encontrado alguém, pode ser por ter assistido a um filme emocionante ou ouvido uma música marcante. Quando estes momentos afloram, significa que você está pronto para sentir de verdade.
Quem sente de verdade não tem medo de sofrer, nao tem medo de cair. Joga-se naquele sentimento como em um pulo de paraquedas, claro que, abre o paraquedas para um pouso mais suave, mas se joga de verdade em busca daquele quase nada.
Quem sente de verdade deixa-se englobar por uma vontade insana de ser feliz, de realizar sonhos e desejos que em momento algum pensou que seriam possíveis. Sente uma vontade de fazer as coisas e um ímpeto de mostrar que é capaz, capaz principalmente para si mesmo!
Quem sente de verdade consegue ser meloso, consegue ser exagerado, consegue ser apaixonado e consegue ser tudo isso, sentindo...e com sentido.
Sentir não significa ser alucinado e fazer tudo sem pensar, sentir significa saber dosar um pouco de cada coisa, ter a consciência de que está sentindo, mas nunca estar sem razão.
Isto é sentir.
E pode ser todos os sentimentos juntos e misturados, pode parecer um pouco confuso e até inesperado...mas ao ter consciência deles e se sentir confortável e seguro com eles, você tem certeza de que é para sempre que não vai mais precisar daquela válvula de escape.
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Um comentário
Gostei muito do texto, tá lindo!
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