[review sem spoilers] Betty Cooper tem tudo o que uma garota boazinha precisa. É filha de um casamento estável, super envolvida com as questões da escola e muito bem tratada pelos seus pares na escola.
#sqn
Betty esconde um conflito interno e uma intensa confusão sentimental, que talvez seja destoante demais da aparente natureza dessa doce criatura. Esse é outro ledo engano, achar que uma fofa como ela, não pode ser uma bomba como outras almas torturadas...
Isso porque Betty é uma bomba, tanto no sentido de ser uma "bomba relógio", prestes a explodir a qualquer instante, quanto uma "bombshell", femme fatale, empoderada.
É até surpreendente, porque, se você conhece Betty (ou conhece alguma Betty, ou é uma Betty), pode achar que ser uma bomba nunca vai fazer parte da vida dela. Pode achar que ela não é capaz de ousar, de dizer não é até de gozar.
Mas Betty nos dá esperança!
A nós, garotas do "mundo real", que têm a aura da "garota da casa ao lado", que crescemos sendo castradas emocional, física e mentalmente. A nós, que não podemos e nem queremos ser uma Veronica, uma Cheryl, uma Josie.
Ela nos representa, pois não mudou suas crenças só as aprimorou. Nem anulou sua história, apenas seguiu construindo a sua própria. Betty não precisa ser ninguém além dela mesma e por completo. E ela quer se conhecer a fundo e se permitir errar, explorar e experimentar.
shippamos bughead com todoas as forças existentes nesse blog! |
Vocês conseguem entender o que isso representa em uma personagem de série, que está fazendo tanto sucesso?
Se ainda assim não te convenci de que Betty Cooper é essa puta personagem, que merece ser acompanhada, levada como referência e até discutida num post de review sobre Riverdale, no lugar de falar sobre a série como um todo, então fica aqui o meu comentário geral da série, que provavelmente você já viu algo parecido:
Para quem cresceu com as referências de séries teens dos anos 00s, Riverdale é uma grata surpresa, tanto pela sua fotografia chuvosa e levemente melancólica quanto porque dá conta de trazer um frescor na complexa teia de usar adolescentes e seus dramas de idade para construir o corpus de uma série.
Diferente de algumas séries teens mais recentes, que logo saíram do radar e não conseguiram ganhar os corações do público, Riverdale tem uma cadência que mistura os tais dramas, com uma colcha de retalhos de mistério, política e interesses. Apesar de adolescentes, esses personagens precisam tomar decisões muito importantes e ao mesmo tempo, enfrentar o que está acontecendo com eles mesmos. É cobrada uma atitude mais adulta deles, mesmo assim os hormônios estão a flor da pele e a fase de amadurecimento está acontecendo.
É dessa questão que vem um dos maiores pontos positivos dessa narrativa: é possível ver humanidade nesses personagens, sem perder a coerência deles, muito menos se tratar de um lapso temporário e incoerente de personalidade. Tudo o que eles vão se tornando vem deles, mesmo que sejam influenciados por fatores externos, cada um dos personagens é uma cebola cheia de camadas, que vao sendo retiradas aos poucos...
E Betty é o nosso maior exemplo.
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