Lá pelo começo da década de 80, com o estabelecimento da Disney na televisão norte-americana, um conceito de entretenimento juvenil ganhava corpo e se tornava uma espécie de máxima nas produções desta empresa. O conceito se tratava de assinar e lançar jovens artistas que tivessem o "Triplo Ataque", ou seja, adolescentes que cantassem, dançassem e atuassem, e um dos maiores núcleos destes jovens foi a falecida "Turma do Mickey", que lançou artistas como Justin Timberlake, Britney Spears, Christina Aguilera e muitos outros.
Agora não é só a Disney quem faz isso, a Nickelodeon também se tornou uma label de lançamento de jovens talentos, a exemplo de Victoria Justice, Drake Bell e Miranda Cosgrove. E é interessante observar a força com que essas "escolas" de artes investem nesses jovens talentos. Normalmente eles estrelam filmes, séries, lançam cds, se tornam porta-vozes de causas sociais e fazem shows pelo mundo todo.
Mais recentemente a Hollywood Records (gravadora que a Disney lança seus artistas) lançou o cd de Bridgit Mendler, mais conhecida em seu papel cômico em "Boa sorte, Charlie" e também no corpo da tímida Olivia White, em Lemonade Mouth. E é dele que vamos falar sobre.
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Para quem já está desacreditado de artistas lançados pelos grandes conglomerados multicomunicacionais, achando que se tratam de cantores de um estilo só, voz parecida e cara igual uma das outras, vai se surpreender ao ouvir o cd de estreia de Bridgit Mendler. "Hello, my name is..." tem uma mistura bem dozada do pop Britney, com o Natasha Bedingfield, nos seus melhores sons de "Pirate's bone" e "Pocket full of sunshine"; além dos acordes que lembram The Corrs fazendo mashup com alguma banda de surf music que alguma vez na vida eu ouvi. Merece muitos aplausos quando brinca com instrumentos variados e sonoridades (que poderiam parecer) conflitantes.
A voz de Bridgit é bem mais madura das que muitos estão acostumados em ouvir da Hollywood Records, principalmente se comparando-a a Selena Gomez ou Miley Cyrus. Apesar de se tratar de um primeiro trabalho, ela convence que tem algo a dizer, mesmo que seja claramente despretensioso. Nas músicas "Quicksand" e "All I see is gold", os acordes ficam bem mais fracos que o tom da voz da cantora, o que leva a voz dela para cima e são aquelas músicas que quse é possível imaginá-la cantando ao vivo.
"Ready or not", single de lançamento, é uma daquelas músicas com um quê de final de tarde, dirigindo sem muita noção de onde se está indo, assim como "Forgot to laught" e "We're dancing". Nessas músicas a voz de Bridgit fica brincalhona e é possível reconhecer algumas das suas influências. Intencionalmente, ou não, "Hurricane" e "City Lights" continuam com o convite de ouvir este cd dirigindo pela cidade e decorar o quanto antes as músicas para curtir o vento na cara cantando juntamente com ela.
Fato que, apesar de levemente mais maduro que os primeiros cds de Selena Gomez e Miley Cyrus (por exemplo), Bridgit sabe muito bem quem é o seu público, quando canta sobre garotos, conquistas e draminhas escolares, o que não desmerece o seu trabalho, mas que a rendeu algumas críticas meio pesadas, chamando-a de "sem personalidade" e de "sombra de Britney Spears". Particularmente, não concordo e acredito que Bridgit ainda vai surpreender bastante...
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