Nos últimos anos os olhos da maioria dos adolescentes se viraram para acompanhar a saga dramática e fraquinha de Stephanie Meyer, elegendo os protagonistas como estrelas indiscutíveis de um talento único e todo aquele blah blah. Felizmente não são apenas eles que foram reconhecidos em meio àquela historinha ruim e mal contada, Anna Kendrick não ficou conhecida como a patricinha Jessica e sim por ter sido uma das atrizes indicadas ao Oscar de 2011 por sua atuação em "Amor sem escalas".
Desde então Anna tem chamado atenação de produtores, diretores e da própria crítica cinematográfica ao escolher personagens tão díspares uns dos outros e por mostrar que consegue ter fôlego na telona. Recentemente, ao lado de Rebel Wilson, Elisabeth Banks e Brittany Snow, Anna estrelou o filme "A Escolha Perfeita" e, por mais simples que o filme tenha sido, vale um post aqui.
"A Escolha Perfeita" conta a história de Beca (Anna), uma aspirante a DJ que ao entrar (forçadamente) para a faculdade vê seu caminho a direcionando ao encontro das Barden Bellas, grupo feminino de A cappella, que compete em vários concursos, principalmente, contra o grupo masculino do campus, os Tremblemakers. Em meio a muita música, alguns dramas aparecem na história, como a tortuosa relação de Beca com o seu pai, a relação da moça com um competidor e claro, toda a competitividade do mundo dos corais de Acappella (quem diria que tem tanta).
Juntando a história simples, com um diretor querido pelo meio (Jason More), uma pegada de comédia arrebatadora e um elenco afiado, "A Escolha Perfeita" consegue se destacar num cenário onde tudo parece muito parecido com todo o resto.
Não é dificil de imaginar de onde a ideia de investir em um filme desse estilo veio, tanto a série de TV "Glee", quanto filmes como "High School Musical" e tantos outros da Disney parecem fazer um sucesso desenfreado entre o seu público alvo, com o ganho de "Glee" em conseguir também, ser campeão de críticas positivas; mesmo que o filme em questão tenha muitas semelhanças entre os outros aqui citados, sua personalidade é bem distintiva, quando mesmo apostando na comédia, consegue também satirizar com o próprio público que ele estaria destinado para.
É bem verdade que produções como esta são facas de dois gumes, pois correm um risco muito grande de tender mais para um lado que para outro. No caso deste filme ele, infelizmente, tendeu para o lado da competição. Apesar de ter dramas interessantes, elas não se sustentam no filme e acaba que as cenas em que eles são abordados serem relativamente vazias e parecerem áquem das capacidades do diretor e atores.
Falando nos atores, eles sim levam a história para outro nível! Anna Kendrick está ótima, encarnando muito bem uma desajustada socialmente, tímida, porém muito talentosa. Ela consegue desenvolver a personagem, sem ultrapassar a fina linha entre uma boa atuação e afetação. Também Rebel Wilson brilha intensamente, conseguindo roubar a cena das magrinhas e lindinhas com uma personagem cheia de vida e muita coisa para dizer. A Amy Gorda, sua personagem, é inteligente, perspicaz e escraixada, quase beirando o ridículo. Quase. Quem também, na minha opinião se destaca é Mike Tompkins, que além de desenvolver o personagem de maneira bem inusitada é um excelente cantor.
Sobre a cantoria, é interessante e muito importante notar, que diferemente de Glee, os atores não são exímios cantores, na verdade tem vozes normalzinhas que juntas soam muito bem, o que torna o som muito mais relacionável e de certa forma, real. Inclusive as músicas que são cantadas tem essa pegada mais contemporânea, justamente por se tratarem de jovens cantores. Apesar de alguns clássicos serem citados e até cantados, o pensamento de que talvez o público não conhecesse aquelas músicas foi levado em consideração.
Relevante ressaltar que "A Escolha Perfeita", em nenhum momento, tem uma proposta inovadora. Na verdade nem o tenta. O entretenimento do filme pelo filme é o grande marco dessa história, o que não quer dizer que ele não tenha qualquer mérito por isso, acho importante compreender que não procuramos mais, necessariamente, por grandes histórias. Os filmes de finais de semana e de netflix não precisam ser aqueles psicológicos ou cheios de uma aura densa; na verdade, eles são aqueles que nos fazem rir, nos deixam mais leves e que nos mostram que a 7a arte também pode ser um bom e velho besterol.
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