Desafio da Cápsula - VII

Quero começar esse post dizendo para vocês que os últimos três meses foram muito complexos! Sério! 
Fazia muito tempo que não aconteciam tantas coisas ao mesmo tempo na minha vida, o que é bom por um lado, porque permite que a gente se supere e se desafie, mas é muito complexo por outro, porque as vezes não temos nem estrutura para lidar com tudo. De qualquer modo, esse início serve para justificar a falta de posts por aqui e um pouco para colocar em perspectiva o papel de um guarda-roupas funcional na hora do corre-corre. 

Parece bobagem pensar que o que a gente usa pode ser tão significativo em momentos de correria e grandes mudanças, mas eu cheguei à conclusão que poder simplesmente levantar e pegar qualquer uma das peças da sua cápsula e vestir que dá certo é simplesmente tranquilizador e presta um serviço enorme para o bem estar.

Parte 7.1

Assim como eu comentei com vocês no post passado (clique aqui se você perdeu), precisei substituir uma das peças por causa do frio, estava sendo complexo (porém muito divertido) ser criativo com uma paleta de cores tão séria e eu promovi mais uma grande limpa no meu armário. 
Depois desse período, no um mês e meio que se seguiu desde aí, comecei a avaliar se estava cumprindo com os desafios que tinha me proposto, que eram: 
1 - Compor looks que tanto fossem adequados ao frio, quanto pudessem ser usados em sala de aula. // 2 - Ver o que conseguia fazer com elementos escuros em quase todas as minhas peças. 
Apesar de serem dois desafios até que simples, preciso admitir que alguns dramas tiveram que ser superados nesse período, sendo um dos mais importantes a minha falta de experiência em compor looks mais quentinhos (vim de Belém, aonde o frio mais pauleira que eu peguei foi de 21 grau), sem que eu me sentisse sem graça. Monocromia é bacana e eu até consegui fazer algumas coisas, mas ainda penei bastante para achar que estavam realmente bacanas.
Talvez o maior dos aprendizados desse trimestre esteja justamente na necessidade de entender melhor sobre terceiras peças e como comprar elementos adequados, que tanto são bons para o frio, quanto para o trabalho, quanto para o dia a dia. 

Calças estão ganhando cada vez mais espaço no meu coração. Em grande parte pelo potencial escondido nelas, de ser uma espécie de "paleta de fundo" prontas para serem trabalhadas e em parte porque as peças (principalmente desse trimestre) se encontraram com as calças e encaixaram como uma luva!

Estou repensando essa saia. Achei ela bem sem vida, apesar da estampa bonitinha, ela é meio complicada de combinar e fico sempre com a impressão de que é um "peso morto" no corpo. Repararam que eu separei as duas blusas que eram juntas? Pois é, descobri que dava para descosturar sem perder nenhuma das duas, e acabou sendo ótimo ter mais uma camiseta básica na manga.

Uma das melhores aquisições em tempos do meu armário, definitivamente, é essa saia preta! Impressionante como ela consegue passar diversas mensagens e ainda se adaptar a múltiplas situações. AMEI!

O Salopete foi uma peça nova no meu guarda-roupas, que eu ainda estou aprendendo a usar. vou ter que fazer uma pesquisa e pegar novas inspirações para explorar mais ainda a peça. 

Quase não tive combinações com o short, porque os meses foram bem frios...

Me senti orgulhosa de ter diminuído a quantidade de vestidos, normalmente eles predominam de longe no meu armário.

Parte 7.2 - Montagem para o próximo trismestre



Eu percebi que do dia 01 de setembro ao dia 01 de dezembro eu estarei fechando um ciclo importante de auto-conhecimento e de compreensão de mim mesma. Essa é quarta cápsula, fazendo com o que eu tenha concluído o primeiro passo em busca de um guarda roupas descomplicado, funcional e com peças realmente boas, da mesma forma como ao final desse trimestre eu terei muito o que relatar hahaha. 
Por isso também, resolvi me desafiar ainda mais esse período, indo sobre alguns medos, algumas pré-concepções e outras 'certezas' sobre o meu próprio estilo. Vamos em busca de quebrar certos paradigmas e ver se estou no caminho certo mesmo! Preparados?
01 - Peças separadas: Quem me conhece sabe que eu sou a doida do vestido e que é a minha peça preferida de longe. Então esse trimestre vou me desafiar a usar mais peças separadas e, principalmente, usar mais calças, *sonoplastia de surpresa*. Sim, também percebi que não sei ser muito criativa com calças, então esse vai ser o plus do plus do desafio...
02 - Camisetas: Não se alguém reparou, mas até então eu tive pouquíssimas camisetas entre o as peças da cápsula, como eu tive boas experiências com as pontuais que estavam espalhadas pelos trimestres, resolvi quebrar com o meu preconceito com camisetas e encher essa cápsula com elas! Bora ver no que vai dar!
03 - A terceira peça: Bom, como tive essa deficiência de uso de terceira peça no trismestre passado, neste eu quero investir em tentar descobri o que me complementa melhor e quais cortes eu devo apostar. Sendo assim, eu iniciei o trimestre com uma substituição de terceira peça para mostrar ao que vim e tentar descobrir o que é possível fazer com ela.

Vamos às peças: 
4 Casacos: tricô verde escuro; bolero de poá; bolero cinza vintage e terninho preto

9 partes de baixo: saia midi branca de neve; calça pantacourt azul marinho; calça jeans azul clássico; calça legging preta; calça jeans azul acinzentado; saia vermelha cintura alta; saia preta cintura alta; saia listrada azul e branco; short preto


16 partes de cima: blusa branca com tela; camiseta rosa; camiseta listrada preta e branca; camiseta de formigas; camiseta Barbara Gordon; camiseta listrada colorida; camiseta branca; camisa boyfriend quadriculada; camiseta audrey roqueira; camisa de corações; camiseta Leia e Han; blusa peplum de poá; blusa chapeuzinho vermelho; camiseta Peggy Carter
8 sapatos: sapato boneca branco; sapatilha listrada branco e preto; sandália bege; cool rosa; sapatilha preta; sapatênis bege; sandália azul marinho; all star clássico;

3 vestidos: tomara que caia flores; vestido de estampa de bailarina; vestido azul com gola peter pan.

Vale Conferir: a parte de moda sustentável da youtuber Marieli Mallmann, que fala de minimalismo e consumo consciente sem afetação. Atualmente ela está com projeto #1lookpor1semana, bem bacana!

40 e poucos anos

O sitcom Amigos de Faculdade traz consigo uma proposta interessante de referências ao estilo icônico, revisitando uma faixa etária um pouco diferente da que tem recebido atenção nos últimos anos, mesmo que alguns dos conflitos e algumas das pirações permaneçam (e talvez esse seja o problema...).

Se pensarmos em algumas das séries sitcoms que mais fizeram sucesso nos últimos anos, pensaremos rapidamente em How I Met your Mother, Friends, Will & Grace, entre tantas outras e o que elas têm em comum é muito fácil de notar: além da óbvia relação de amizade entre seus personagens protagonistas, outro fator é a faixa etária de seus personagens.
Pode parecer bobagem numa primeira visada, mas é bacana parar para olhar essas séries e notar como elas começam em alguma lugar entre os 20 e tantos anos de seus personagens e costumam finalizar perto dos 40, quando, teoricamente, estão mais estáveis financeiramente, encontraram seus grandes amores, realizaram-se profissionalmente (ou estão neste caminho) e, muitas vezes, já tiveram uma completude no que se diz respeito à vida pessoal.
É aí que Amigos de Faculdade conseguiu um filão ímpar, trazendo personagens com seus 40 e poucos anos, ainda em busca de uma estabilidade emocional e profissional, vivendo situações corriqueiras (sitcom) e colocando em pauta como "os 40 são os novos 30".

Com bom humor, mas notoriamente em processo de experimentação, essa nova série do Netflix mostra como é possível encontrar diferentes públicos em um formato já revisitado tantas vezes e enfatiza como é importante entrar em contato com as mudanças de expectativas e de objetivos de uma população que envelhece cada vez mais tarde e que amadurece cercada de frenesis midiáticos e visuais, vive na terapia e busca por razões para ainda seguir em frente.
Já com várias nuances que flertam com a profundidade, o objetivo claro de Amigos de Faculdade é o da diversão, onde, por mais complicada que uma vida esteja, sempre tem espaço para mais um pouco de confusão. E mesmo que as motivações e até mesmo o passado dessas relações (e objetivos) sejam entregados aos poucos para nós, nada parece realmente claro em meio as crises de "meia idade(?)", que tomam boa parte do enredo, ao lado de certos enlaces meio sem sal.
Os seis protagonistas (seria 6 um número cabalístico?), mesmo que amparados por ambientes que lhes cobram maior maturidade e por isso maior responsabilidade com suas ações, parecem ainda viver infiltrados pela vibe dos 20 anos, quando foram amigos presentes e quando tinham vidas que se cruzavam de verdade. Esse contesto me fez lembrar de About Alex e até me convenceu de continuar vendo a série, no entanto não senti conexão de verdade entre os personagens, ou mesmo uma identificação com as suas vidas. Talvez tenha um pouco a ver mesmo com a idade, ou talvez seja só o caso da série amadurecer com a sua proposta.

Mesmo assim, vale dizer que o elenco é interessante e que até mostra um entrosamento, especialmente Keegan-Michael Key (Ethan) e Fred Savage (Max Adler), que convencem nos papéis de melhores amigos, que faziam tudo juntos e que não conseguem se ver como adultos quando estão juntos. A amizade de Lisa (Cobie Smulders) e Sam (Annie Parisse) também é legal de ser apontada, porque mostra de modo bem claro aquele tipo de amizade que é rodeada de momentos de inveja passiva-agressiva, ao mesmo tempo em que rola uma consideração e até um carinho, o que é mais louco. Ainda assim, muito ainda pode ser explorado e muito pode ser aproveitado entre os quarentões, especialmente porque deixa a desejar quanto ao que se esperar dessa série, que fica meio boiando de um lugar qualquer, para um lugar nenhum.