Há dois anos eu postei aqui no Mesa, um pequeno post fazendo uma breve introdução da história do cinema de animação, especialmente falando sobre Walt Disney e as suas obras. Este ano, em comemoração, novamente, ao Dia Internacional da Animação, quero compartilhar com vocês uma listinha de 10 filmes de animação (nacionais, internacionais, longa e curta metragens) que, se você ainda não viu, está mais do que na hora ;)
10 - Alice in Cartoonland (Walt Disney Studios)
Considerado uma das primeiras tentativas bem sucedidas de brincar com a mistura animação/live action (a série Fora do Tinteiro também foi muito bem sucedida nesse caso, mas a premissa era diferente), a série de curtas Alice in Cartoonland leva uma menininha de carne e osso, para um mundo novo feito todo de cartoons. Alice in Cartoonland teve em torno de 30 capítulos, hoje no Youtube é possível se ver quase todos.
"Ed viveu tantas vidas, que nunca viveu a sua". Esta foi a mensagem que passou pela minha cabeça, quando terminei de assistir ao curta-metragem Ed, vencedor do Festival de Audiovisual de Belém deste ano, além de ter faturado em sua lista diversas outras honrarias de mostras e festivais especializados. O curta metragem gaúcho "brinca" com a premissa de um mundo infantilizado para contar uma história deveras pesada e adulta, o que resulta em um trabalho, no mínimo, belo. Além disso, incomoda, levanta questões a se pensar e surpreende.
Primeira aparição oficial de Mickey Mouse e o primeiro curta-metragem em animação com som sincronizado. O curta, de 1928, foi responsável, não apenas para alavancar os estúdios Disney, mas também para apresentar ao mundo, aquele personagem de animação que marca gerações, tornou-se sinônimo de magia e infantilidade, e que hoje é um dos principais e mais importantes personagens já feitos na animação.
O curta-metragem paraense Muragens é um dos curtas mais interessantes em animação da produção brasileira atual, uma vez que usa como BG algo não tão usual, como um muro de cemitério, além de conseguir universalizar uma proposta extremamente regional, que é a de recontar o que acontece num dia inteiro neste muro, através de seus personagens e momentos. Da animação, vem a possibilidade de aumentar ainda mais um mundo real e da realidade, a inquietação de observar esse dia a dia.
É o primeiro longa animado do diretor desde As Bicicletas de Belleville (2003), o Mágico encanta a todos que assiste pela história delicada, porém bastante crítica de um ilusionista das antigas que precisa se adaptar e readaptar atrás de um público sedento de novidades barulhentas e dinâmicas. Com uma premissa muito mais realista, o filme conta uma história de adultos, num formato que (ainda) é visto como infantil, mesmo assim não perde em nada (nem sei porque perderia) ao fazê-lo. Também surpreende, aos desavisados da força desse gênero, como a animação pode ser utilizada como um auxílio de mensagem.
O longa metragem de 1937 foi o primeiro longa de animação de Hollywood e, por muita gente, considerado o primeiro mesmo, justamente porque os anteriores não conseguiram ser tão divulgados, muito menos se manter conhecido até os dias de hoje. Nesta animação, Walt, que ainda era vivo, queria contar a sua própria versão do conto clássico A pequena Branca de Neve, dos Irmãos Grimm e, sem querer, acabou dando início a um estilo de narrativa que é seguido pela companhia do Mickey até hoje. Vale ver, também, para conferir como as técnicas se alteraram e se transformaram de lá, para cá. (link sem alteração)
Com um título que é capaz de resumir muito bem do que se trata, esse longa em animação brasileiro, passeia pela história do Brasil através dos olhos de um ser imortal, que precisa se manter assim para lutar contra as forças de Anhangá, que se manifesta das mais diversas formas. Além de passear pelo passado, o guerreiro tupinambá também precisará ir para o futuro, onde a guerra é pela água. O longa, que prima por um traço que lembra HQ, já esteve presente em diversos festivais, inclusive festivais especializados no gênero, ganhando reconhecimento e muitos prêmios.
O adorável ogro Shrek não é apenas uma mostra do trabalho de outros estúdios internacionais, além da Disney e sua capacidade de produzir grandes obras, mas também é uma obra para todas as idades, tendo uma essência, eu diria, até mesmo adulta. Shrek foi capaz de encantar profundamente o público, muito mais pela sua capacidade de identificação através do seu bom humor, irreverência e até mesmo ousadia, quebrando um pouco o protocolo do que se é esperado de um filme com seres animados, especialmente com um quê de contos de fada.
Toy Story fez história, como sendo um dos primeiros (digo assim, pois há controvérsias sobre qual foi o primeiro, propriamente dito) trabalhos digitais na animação. Além de ter apresentado ao mundo a possibilidade de uma estética diferente, Toy Story marcou infâncias ao contar de modo delicioso e interessante, a história dos brinquedos vivos Wood, Buzz e companhia. Também foi um dos primeiros trabalhos de parceria que rolou entre a Pixar e a Disney, mostrando como pode ser bom unir duas empresas com estéticas e ideias semelhantes, em prol de um objetivo.
A história da heroína chinesa, que vai para o exército no lugar do seu pai e acaba salvando a China inteira é a minha favorita, não só porque tem como foco algo muito maior do que uma história de amor, mas também porque é detentora de técnicas de animação primorosas, misturando as já usadas no período, em 2D, como também as digitais em 3D a partir de softwares inovadores (principalmente nas cenas de guerra, com muitos personagens e com cenários rebuscados). Mulan transita perfeitamente entre os clássicos disneyanos e o que viria a seguir, graças ao digital.