Vorazes por uma novidade


Harry Potter acabou, Crepúsculo está caminhando para um fim. A Bússola de Ouro não rendeu e no final das contas nem Percy Jackson foi tão amado assim. E o que todos estes títulos tem em comum? Bom, todos são franquias literárias compradas pelas grandes produtoras de Hollywood para produzir filmes direcionados a um dos públicos que mais rende dinheiro: o público adolescente, ou menor de 25 anos.
Longe de achar que este público não é exigente, ou de pensar que esta faixa etária curte coisas "enlatadas" e pre-fabricadinhas, as produtoras estão investindo pesado nestes filmes, mas, por incrível que pareça, este investimento pesado nem foi tão forte na propaganda do filme.
Parece que eles estão vacinados: se é best seller no livro, é esperado que seja best seller nas bilheterias, também.
A máxima parece ter realmente dado certo para Jogos Vorazes, que estreou com algo em torno de 67 milhões de dólares, só na sessão de meia noite, ficando atrás apenas da estréia de Harry Potter: as relíquias da morte 2 e Batman: o Cavaleiro das Trevas. A trilogia, homônima, faz muito sucesso nos EUA, mas foi traduzido no final do ano passado, então a galera ainda está se inteirando desta nova febre, que pretende ser realmente a substituta dos vampiros politicamente corretos.

De certa maneira a ideia da história é interessante e particularmente ela despertou a minha curiosidade;
A história nos apresenta um futuro pós-apocalíptico, onde a nação de Panem é dividida em 12 distritos. Todo ano quando está para acontecer os Jogos Vorazes, um homem e uma mulher entre 12 e 18 anos é sorteado para representar seu distrito e isso é o maior dos temores da população. Os Jogos consistem em colocar uma dupla de cada distrito em uma luta sanguinária transmitida pela tv, até que somente um sobreviva. Katniss é uma corajosa garota que mora com a mãe e a irmã em uma cidade de mineiros. Ela se oferece como tributo do seu distrito, após sua irmã ser sorteada, e junto de Peeta, para por uma transformação para que o público se interesse por eles. Treinada para tentar sair vitoriosa e em saber o que esperar, Katniss entra para uma batalha contra 23 oponentes e precisa ser esperta o bastante ao tomar suas decisões para que assim, possa garantir sua sobrevivência, e quem sabe ser a vencedora dos Jogos Vorazes. (fonte)
Segundo a autora dos livros, Suzanne Collins, a história é uma crítica à sociedade em que vivemos, cercados de câmeras e ávidos por reallity shows. Talvez uma história mais bem escrita e com toques mais críticos do que estas grandes franquias estão acostumadas, Jogos Vorazes sabe dosar a inocência com a brutalidade.
Vale ressaltar algumas características bem interessantes sobre a história: neste mundo pós-apocalíptico as distinções entre classes sociais estão bem nítidas. Quem é muito rico se veste com extravagância e é reconhecido facilmente, enquanto que aqueles que tem um pouco menos precisam lutar todos os dias para sobreviverem. E isto é literal àqueles que são escolhidos em seus distritos.
Outra característica é que o show em que os jovens aparecem se matando (involutariamente) é sedento por patrocínio e altos investimentos, então para aumentar a audiência, além das mortes à lá gladiadores romanos, os jovens passam por uma transformação digna de Big Brother para aparentarem, além de saudáveis, belos.
Lógico que o romance está aí. Caso contrário não poderia ser tão querido pelos adolescentes, certo?! Existe uma espécie de triângulo amoroso entre os três protagonistas, sem que este seja o foco principal da história (mesmo que no trailer isto tenha sido dado maior ênfase), o que mostra certamente o apelo comercial da história, porém é importante dizer que Jogos Vorazes consegue surpreender pela sua destreza na hora de lidar com questões como a morte e perda da ingenuidade.
Achei, apenas, um pouco exagerada a forma como a história está sendo vista por algumas pessoas. Como se ela fosse uma espécie de grito de liberdade da alienação geral que o mundo vive e como se fosse uma espécie de primor adolescente que pode mudar a forma como eles vivem e veem o mundo.
Certo, de fato a crítica existe, mas só a interpreta e a vê quem quer. A história pode sim passar completamente despercebida para quem quiser assistir a um filme ou ler um livro apenas para se distrair.
Então queridos, muito mais do que pensar sobre as intenções da autora ou discutir sobre o que pode acontecer com a sociedade por causa do filme, pensemos sobre o nosso receptor. É ele quem decide o que vai fazer com tudo isso.
Afinal de contas, Jogos Vorazes veio para substituir Crepúsculo...
Todas as fotos: Divulgação

2 comentários

Lívea Colares disse...

Adorei o filme e fiquei louca pra ler o livro! Mas acho que o público de Crepúsculo é levemente diferente do de jogos vorazes e o que eu mais gostei na história foi justamente o caráter crítico e esse enfoque diferente que a autora parece dar à história romântica, não sei pq só vi o primeiro filme, mas esse pelo menos não parece ser exagerado e piegas como o de Crepúsculo.

Ana Carolina disse...

Concordo com você em termos baby. Pode parecer que o publico seja diferente, pq assistimos com um pouco mais de cautela a estes filmes do que a "média", mas pode ser que para eles pareça bem similar.
De qlquer forma, ainda não vi o filme, mas pretendo ver esta semana para dar uma opinião ainda mais redonda sobre.
Obrigada pelo Coment.