[review sem spoilers]
Série divertida, com temperos de música, comédia, assuntos diversos - inclusive feminismo, diversidade e masculinidades - Zoey e a sua fantástica playlist ganhou meu coração em apenas alguns poucos episódios, misturando música e sentimentos. É uma pedida imperdível para quem está a procura de algo leve, divertido e musical para assistir.
A série Zoey e a sua fantástica playlist me chamou atenção logo de cara no catálogo da Globoplay. Sabe como, né? Cores vibrantes, músicas sendo cantadas aleatoriamente e um cast repleto de atores e atrizes excelentes, além de um visual que me lembrou Pushing Daisies, uma das minhas séries favoritas de todos os tempos. Sério, foi amor a primeira vista.
A premissa por trás dessa série é bem simples, na verdade. Zoey (Jane Levy) é uma programadora em ascensão em uma startup, ansiosa por ter uma oportunidade de conseguir uma promoção. Super dedicada, Zoey tem uma vida que gira em torno do seu trabalho, até que um pequeno acidente (que eu não vou explicar pra vocês, pq é bem interessante, rss) acontece e ela acaba com uma espécie de "superpoder", em que ouve músicas - em uma apresentação musical bem coreografada - cantandas por pessoas ao seu redor, quando elas estão passando por um emoção muito grande. Nessa situação, Zoey acaba descobrindo os dramas pessoais de seus amigos e familiares, além de se aproximar de Mo (Alex Newell), Simon (John Clarence Stewart) e Joan (Lauren Graham), que eram pessoas que não faziam parte de sua vida, pessoalmente.
Nesse cenário, Zoey começa a perceber que nem tudo são flores para todes ao seu redor e, até aquelas pessoas que pareciam seguras, felizes o tempo inteiro e transmitiam uma vibe de auto-suficiência, também são humanos, com diversas camadas, dias bons, ruins, sonhos, expectativas e vontades. Não é preciso dizer, também, que essa situação transforma completamente a vida prática dela, certo? Em meio a conversas e trocas com pessoas, ela se vê inserida em um um show de música, então é relativamente complexo lidar com isso.
Sem me deter em detalhes que possam estragar a sua experiência assistindo a essa série, gostaria de comentar 2 coisas que me chamaram bastante atenção nessa série e que eu acredito que valem a pena serem observadas:
1 - Tópicos importantes, tratados dentro da narrativa, de forma tranquila e sem "forçar a barra": é lógico que tratar de temáticas como feminismo, transfobia e masculinidades é importante, principalmente no contexto em que estamos vivendo, em que essas questões estão em voga, mas existe uma linha bastante tênue que muitas narrativas ultrapassam, que é a de "enfiar" essas temáticas ali, quase que de forma a ganhar visibilidade a partir delas e não para tratar do assunto com compromisso. Em Zoey, todos os elementos são postos com naturalidade e mostram o quanto certas questões estão tão enraizadas, que nem nos percebemos delas, até que somos questionados sobre. Um bom exemplo e que não dá spoilers é o próprio ambiente de trabalho da Zoey, em que temos apenas duas mulheres em uma equipe de programação, Zoey e a sua chefe, Joan, que em diversos episódios demosntra certo desconforto em ser dessa forma. Além disso, temos vários episódios em que essa questão aparece, buscando nos fazer pensar na razão disso acontecer e o que é possível de ser feito para mudar.
2 - Estereótipos desconstruídos: uma outra vitória dessa série, é que ela começa repleta de estereótipos. com vários personagens sendo apresentados como o que se espera deles: o bonitão do marketing super confiante e seguro; a chefe mandona e que chegou onde chegou por causa de um casamento; o garoto branco cis privilegiado que consegue tudo que quer etc; mas quebra com eles no andar da série. Mostrando que tem muito mais por baixo dos panos e que os estereótipos não dão conta de nos mostrar. Particularmente, achei esse jogo de desmitificar os estereótipos muito bom e enriquecedor para a série.
Com uma temporada toda já lançada, Zoey e a sua fantástica playlist já está na minha lista de aguardados para uma segunda temporada e na expectativa de que ela venha tão boa quanto a primeira. Vamos assistir?