Posts mais lidos de 2016

Nossa, que ano que passou voando foi esse, gente?! De repente já estamos no final do ano e de repente eu to aqui, me pegando prestando atenção nos posts mais acessados e vendo que alguns deles já tem bons meses aí!
Que doido isso, né?!

As expectativas para o oitavo ano do Mesa são as melhores e vocês podem ter certeza que ele continuará aqui, falando sobre cultura pop, coisas bacanas que a gente encontra por aí e muito mais. Também estou procurando fazer algumas coisas novas e diferentes para o blog se renovar e não parar no tempo, né gente?!
Então é chegado aquele momento, em que a gente revê o que rolou de bacana e quais os assuntos mais clicados por aqui! 
Vem comigo na ordem decrescente:



A crítica sobre o filme The True Cost deu o que falar aqui no Mesa, inclusive virando o motor para o #DesafiodaCapsula que está rolando aqui permanentemente. No texto eu falo sobre a questão do ciclo das marcas de fast-fashions e como essa indústria está seriamente engatada em problemas estruturais de trabalho, comércio, produção e destino final dessas peças. 



Nesse post eu listei as 5 maiores coisas que eu aprendi ao me mudar pela segunda vez, mas desta vez com muito mais coisas e móveis! Essas cinco coisas acabaram se tornando dicas preciosas para qualquer um que esteja pensando e/ou planejando uma mudança.


Apesar de ter morrido na praia, esse projeto de indicar filmes de fora do circuito conhecido no Netflix para parceiros blogueiros, foi um dos posts mais acessados do Mesa esse ano, provavelmente porque as pessoas ficaram curiosas sobre os tais filmes "diferentões" que estavam na proposta. Quem sabe a gente não retoma a ideia no ano que vem?!



Algumas das apresentações mais legais que eu já compartilhadas no Youtube. Algumas são de gravações profissionais, outras várias, são de shows e de apresentações que os cantores fizeram. Tem até cantores soltando o gogo em programas de TV e apresentações de tirar o chapéu! Confira!


Novamente, o texto da cafecólatra Amanda Mota bombou aqui no Mesa. Juntando Ciência e Cultura Pop, a colunista esporádica daqui, apresentou um super texto sobre o motivo de séries como Game of Thrones fazerem tanto sucesso e acarretar fãs "viciados". 


Falei de AnaVitória por aqui e não deu outra, uma enxurrada de leituras, porque não tem o que fazer, essas meninas cantam muito, cantam lindo e compõem que é só lindeza! No post eu fiz um levantamento sobre a história da dupla de Tocantins e compartilhei minhas impressões sobre o primeiro álbum delas.


Esse post foi resultado de um convite que eu fiz para Victória Costa, que estava à procura de referências de mulheres negras, com cabelo afro e que o usaram com o capelo no dia da formatura. O resultado foi um texto em que ela conta a sua experiência na busca por inspirações, os testes que fez e, finalmente, o dia da formatura em que cachos e capelo estavam presentes.


2 posts ficaram empatados no 3º lugar. O primeiro, foi o texto sobre o filme Drive com Ryan Gosling e Carey Mulligan, um filme com tempo próprio e que surpreende pela violência indireta. O segundo, foi o texto sobre A Vila, thriller psicológico dirigido por M. Night Shyamalan, imperdível para quem gosta de histórias misteriosas e que levam o mistério até as últimas consequências. 


O filme noventista Reality Bites foi o tema desse review que bombou em 2016. O filme conta os dramas e as tramas da vida de cinco amigos que vivem numa época de cobranças, liberdades, pressões e reposicionamento da categoria do que é ser "jovem". 


O Review do filme A Encantadora de Baleias foi o mais lido esse ano. Profundo, é um filme que fala sobre encontrar o seu lugar no mundo e lutar por ele, mesmo que outras pessoas tentem tirá-lo de você. É um filme belíssimo e que traz diversas questões importantes e que devem ser discutidas, especialmente numa época em que múltiplos interesses e múltiplas relações são fugazes e não se firmam. Belíssimo!

Séries que eu vou retomar em 2016 - o feedback

Podia chamar esse post de várias formas: "a hora da verdade", "olhando aquilo que você prometeu", "as séries (não) cumpridas de 2016", entre outras. A verdade é que, mesmo que o ano tenha começado super empolgante e com a prospecção de que eu poderia retomar algumas séries que eu tinha abandonado once upon a december, o restante do ano não foi tão favorável assim. Com a intensa dedicação ao Mestrado e a importância de fazer isso com excelência, o meu tempo ficou tão corrido (e passou tão rápido), que das 10 séries que eu tinha me prometido retomar esse ano, só consegui cumprir com 3 e meia
Sério, podem me julgar!! 

10 - Awkward

Resultado: Não voltei a assistir, na verdade nem procurei por episódios da série o ano inteiro... 

09 - Rizzoli & Isles

Resultado: Terminei de assistir a 5a temporada \o/ e cheguei a baixar os cinco primeiros episódios da 6a temporada, mas ainda não assisti. Ela faz parte da parte quebrada do feedback.

08 -  Game of Thrones

Resultado: Game of what?! A verdade é que eu nem me preocupei em recomeçar a assistir. Deixei de lado mesmo, especialmente porque os episódios são super longos e ainda tem o detalhe de que as pessoas ficam falando incessantemente durante um período longo do ano, aí fico com preguiça o resto dele...

07 - Orange is the new black

Resultado: Comecei a assistir a terceira temporada, mas quando percebi que estava cochilando em alguns trechos, vi que podia fazer algo melhor do meu tempo...

06 - Bates Motel

Resultado: Orgulhosamente uma das séries que eu verdadeiramente retomei! \o/ Já vi todos os episódios disponíveis no Netflix e estou esperando os mais recentes. O hiato é bom mesmo, para poder pegar fôlego e não me viciar tão completamente, rss.

05 - Doctor Who

Resultado: Mesma situação de Awkward...

04 - Grimm

Resultado: Terminei de ver a segunda temporada, mas não baixei mais episódios para continuar vendo. Também compõe essa fração meio feiosa do meu resultado...

03 - Black Mirror

Resultado: Muitas noites insônes, muitas teorias, ideias para artigos científicos e todo um repensamento sobre a vida e a tecnologia. Outra série que já vi todos os epis disponíveis no Netflix!

02 - Gotham

Resultado: Meu maior orgulho!! Terminei de ver a primeira temporada nas "férias" e a segunda temporada passou num tapa durante o período que fiquei pós-operada. Estou acompanhando ela enquanto sai, porque essa série tomou uma dimensão lindeza e que eu nem sei o que dizer...só sentir e fazer artigo sobre! 

01 - Mad Men 

Resultado: Terminei de reassistir a 4a temporada, mas não tive mesmo tempo de continuar. A quinta e, finalmente, a sexta vão ficar como promessa pro ano que vem.
Só espero não precisar fazer promessa, para cumprir essa promessa! 

E você, fazendo um balanço das coisas que se propôs em fazer esse ano, alcançou, pelo menos, 30% delas? 

Depois do Piloto 8

Então gente, tenho que confessar que esse mês eu dei uma super parada no consumo de séries, por diversas razões, mas talvez o tempo tenha sido o principal delas. Estou naquela fase crítica de finalização da dissertação, em que praticamente todo o meu tempo está voltado para aquele 'tiro' final, com força na peruca e muito foco para concluir mais essa etapa na minha vida.
Mas assim, esse post não é confessional e nem tem a função terapêutica de divã. Ele é para falar de mais algumas séries que cruzaram o meu caminho no Netflix e nos poucos tempos livres...vamos a elas:

Landgirls


Ainda na vibe de assistir séries feministas ambientadas nos antigamentes (como visto aqui), eu continuei na busca de mais algumas que me lembrassem as adoradas Agent Carter ou Bomb Girls, e acabou que me encontrei com as Landgirls, uma série sobre um grupo de mulheres que, por razões diferentes, foram trabalhar em fazendas durante a segunda guerra mundial. Com um figurino lindeza e ambientação cuidadosa, essa série britânica tinha tudo para cair nas minhas graças, mas a verdade é que achei as personagens apagadinhas e achei a história nem um pouco contagiante. Sinceramente, eu não fiquei animada para continuar vendo...
É legal, mas fica pra próxima, tá bom?!

Witches of east end 


Uma mistura interessante de Charmed e Buffy, ambientada nos tempos contemporâneos e narra as aventuras de uma família de bruxas imortais. Já achei bacana que logo no primeiro episódio somos tragados por uma curiosidade sem limites para saber o que vai acontecer em seguida! Então não preciso dizer que fiquei super afim de continuar acompanhando as aventuras de Joanna, Wendy, Ingrid e Freya, né?! Elas não colocam a questão da magia como sendo o principal, mas mesmo assim está lá e parece que foi muito bem explorado, o que foi outro ponto positivo, mas vi por aí que ela foi cancelada no final da 2a temporada. Só espero eu que tenha chegado em um final... 
Essa sou eu sofrendo por antecipação

The Librarians


Apesar do mote de "escolhido" e toda aquela coisa meio cheia de misticismo clichê, The Librarians me conquistou pelo simples fato de misturar um ar de Doctor Who com Instrumentos Mortais (não a série, ou o filme, mas como eu imaginei lendo os livros). Gostei muito da ambientação em uma enorme biblioteca que contém as maiores relíquias mágicas de todos os tempos (coleção ainda em construção), com uma pitada de teorias de conspiração e histórias antigas. Com certeza continuarei vendo! 
Quando o primeiro episódio acabou

Café para Ouvir #13

Playlist delicinha para passar o final de ano. Tem música pra dançar, pra curtir com o amorzão e pra refletir sobre a vida.
Se você quiser conferir as playlists que rolaram esse ano, basta clicar aqui e não perder nenhum som!

01 - Who Says - Selena Gomez
02 - Feels Like Loneliness - Sabrina Carpenter
03 - Lights On - Shawn Mendes
04 - Before I Let You Go - Colbie Caillat
05 - Let Me Love You - Dj Snake feat Justin Bieber
06 - Chuva no Mar - Carminho feat Marisa Monte
07 - Cheap Thrills - Sia
08 - Do You Miss Me At All - Bridgit Mendler
09 - Estado de Poesia - Chico César
10 - Espumas ao Vento - Luan Forró Estilizado
11 - Better - Guns n' Roses
12 - Closer - The Chainsmokers
13 - I'm Not Missing You - Stacie Orrico
14 - Minha Felicidade - Roberta Campos
15 - Down Down - Luthea Salom

Pense nos Pokemonzinhos...

Esse mês fui à Puc passar uma prova na graduaçõa e eis que, depois de um tempão, eu resolvi ligar o app Pokémon Go!. A minha curiosidade era, tanto de ver se ainda tínhamos Pokémons no pedaço (porque a Puc era um aglomerado desses bichinhos), quanto porque, de repente, bateu um saudosismo esquisito e eu tava torcendo para achar um Vulpix (que tinha me escapado numa das várias incursões anteriores - me julguem).

Daí uma coisa me ocorreu, enquanto eu me percebi sendo a única pessoa que andava e parava, e fazia caras e bocas para quando um Pokémon escapava da pokebola: realmente a febre passou.
Não que eu já não estivesse percebendo isso, na verdade todo mundo já percebeu que o boom do app já ficou para trás e que agora ele ficava naquele canto meio obscuro do celular das pessoas, que antes caminhavam quilômetros atrás de um Pikachu; mas foi naquele momento que eu comecei a refletir o tragicômico disso tudo.
Quantas pessoas que decretaram o "fim do mundo", causado pela "alienação" de uma "geração" que fica de cabeça baixa, capturando seres "inexistentes"?! Quantas pessoas que ecoavam aos sete ventos como eram advogados contra o Pokémon Go!?! Ou aqueles que aclamavam que o aplicativo seria a "nova" fronteira digital, e que nada seria o mesmo depois da sua criação?! Quantos não foram aqueles que apostaram suas carreiras acadêmicas pesquisando a interação que o jogo causava (ou deixava de causar)?! E quantos foram eles que acreditavam piamente estarem à frente de uma revolução?!
Pois é, muita coisa a gente afirma no calor do momento. Na hora da febre. E muitas vezes essas afirmações podem se voltar contra nós e até nos pegar pelo pé, uma vez que, como tudo que depende do ser humano, elas podem mudar de repente. E realmente mudam com força!
Tendência chega e vão na mesma velocidade com que novas ideias são postas em práticas, ou mesmo iniciadas. Muitas delas, inclusive, já têm a intenção de serem passageiras e fugazes. Coisas de momento mesmo, e se estabelecem como aquilo que não podemos perder de vista, até que algo melhor ou maior ou mais brilhantes surja. E isso inclui nossas relações, nossas opiniões, nossos dramas, nossas questões, nossos ídolos e até nossas vontades.
Para mim, isso é complexo demais, por passar pelas minhas pesquisas e pelo meu pessoal, mas sinceramente me deixa com a sensação de que podemos descartar qualquer coisa. E se nada é durável, porque os Pokémons também seriam?! 
Mas é aí que está! Eles vão continuar lá. À disposição. Prontos para serem capturados. Prontos para batalharem por nós e prontos para fazer uma caminhada conosco. Em algum lugar entre as realidades que nos inserimos, que interagimos e que existimos. Como pixels eles são moldáveis e podem estar em qualquer lugar, inclusive ali, aqui, acolá. Permanecem como dados na atmosfera de acesso e estarão para sempre onipresentes, mesmo que não mais acessados, não mais procurados. É, uma metáfora realmente serve por aqui... 

P.S - ainda estou à procura de um Vulpix...

Essa lista tá certa?

Da trilha sonora à direção; passando pelo enredo e os personagens. Requisitos para ser uma pessoa normal é uma delícia!

A história começa quando María (Leticia Dolera) vai a ma entrevista de emprego e se pega precisando responder à pergunta "O que é ser uma pessoa normal?". Em meio a esse dilema, María responde: ter uma família, um trabalho, uma casa, um parceiro, hobbies, vida social e ser feliz. A partir daí, a moça coloca toda a sua vida em perspectiva e conclui, com dor no coração, de que não é uma pessoa normal.
Então trava uma verdadeira luta para conseguir chegar a essa normalidade criada em sua própria mente, até que seu caminho se cruza com o de Borja (Manuel Burque), um complexado rapaz que acha que não consegue alcançar a felicidade, porque não é magro. Assim, num pacto, os dois decidem se ajudar e a partir dai uma série de situações cômicas, envolvidas em diálogos profundos e reflexivos dão o tom nessa comédia romântica espanhola.

Disponível no Netflix, o filme foi escrito, protagonizado e dirigido por Leticia Dolera e vale dizer que ele tem vários detalhes que o fazem um filme encantador. Talvez o primeiro deles seja o fato de que se trata de um jeito meio indie de se narrar uma história sobre a procura de si mesmo. Seu tom despretensioso e a forma meiga com que os personagens vão se tornando queridos para nós, só enriquece o ritmo que foi dado, de modo que todos os acontecimentos acontecem de modo elencado e natural.
A história, apesar de lembrar alguma coisa de Zoe Kazan (muito mais pelo jeito da protagonista), tem uma identidade e um ritmo próprios, que chegam muito próximos da comédia romântica, mesmo não sendo esse o foco central da narrativa. Na verdade, é possível dizer que a procura pela felicidade e pelo real sentido da vida é o que norteia essa narrativa, verdadeiramente. Assim como a eterna briga entre aquilo que é esperado que nos cause felicidade, em comparação com o que nos inebria desse sentimento, verdadeiramente.

Com alguns tons de Procura-se um amigo para o fim do mundo, as conversas do filme são o que nos fazem colocar nossas próprias questões a cerca de crescimento, felicidade e se colocar no mundo; em dúvida e faz a gente refletir sobre o que acreditamos ser verdade e o que aprendemos na prática. E com os personagens adoráveis dessa trama, vamos refletindo sobre todos esses 'requisitos' que fazem uma pessoa normal, ou não. Talvez concluindo que a felicidade, assim como a normalidade é uma questão de se permitir ser quem se é, muito mais do que marcar checks numa lista pré-definida. Prova disso, é ver que Alex (Jordi Llodrà) é a pessoa mais bem resolvida do filme, mesmo sendo ele, quem supostamente, teria mais dificuldades em o ser. 
Com diversas brincadeiras em uma câmera que se aventura em ângulos diversos, somos tomados por uma atmosfera em candy color e tons pastéis, quase infantilizados, mas que complementam a aura do longa e nos dão subsídios para compreendermos melhor quem é María e o que ela busca. Os figurinos são adoráveis, assim como o trabalho de fotografia e direção de arte, que complementam os diálogos e os enquadramentos do filme. Preste atenção na cena dos balões e tente não se emocionar nem um pouquinho que seja!
Vale aqui um destaque especial para a linda trilha sonora, composta por Luthea Salom, que conta uma história complementar à de María e Borja, ao mesmo tempo que nos conduz para dentro dos pensamentos dos dois. Linda!

Qual o seu propósito aqui?

Tem um quê de 2001 - uma odisséia no espaço, alguma coisa de Interestelar e muita influência da humanização da ciência, que vem se popularizando nos últimos anos. Este é A Chegada.


Imagine você se subitamente aparecessem 12 naves espaciais de mais de 400 metros de altura, espalhadas por 12 locais aleatórios no planeta Terra. Qual seria a sua reação? O que você pensaria sobre elas? Faria alguma coisa para tentar compreender a presença delas aqui? Sobre essas questões e algumas outras, o filme A Chegada marca presença nas telonas dos cinemas do Brasil. 
Isso e outras coisas, porque talvez a maior de todas as questões ali, além da humanidade em si, seja a ideia de uma não linearidade de pensamento e, por consequência, uma não linearidade de tempo. Mas calma, já estou tentando exercer essa motivação não linear, oferecendo informações que deveriam vir mais a frente nessa resenha...
Voltando ao que motiva a narrativa fílmica, baseada no livro "The Story of your life", de Ted Chiang, depois da chegada dessas 12 naves, Louise (Amy Adams) e Ian (Jeremy Renner), peritos e especialistas em áreas, aparentemente sem relação direta, (Linguística e Cosmologia, respectivamente) são colocados para trabalharem juntos e tentarem se comunicar com os extraterrestres que habitam uma dessas naves, a fim de perguntarem aquilo que todos querem saber: "Qual o seu propósito aqui?".

Conforme a narrativa caminha, algumas inserções de uma segunda (ou primeira) narrativa aparecem e é aí que a história fica realmente interessante, uma vez que elas podem se confundir e até trazer indícios errôneos sobre as nossas percepções. Mas esse é um dos maiores trunfos da história. Veja bem, começamos falando de uma tal de deslinearidade e ela nos conduz por um filme que não tem, exatamente, começo - meio - fim, mas tem inícios - meios - fins, quase sendo possível reacessá-lo continuamente.
E o tom de suspense, como bem vinha fazendo o canadense Denis Villeneuve nos últimos anos (diretor de Os Suspeitos, O Homem Duplicado e Sicario: Terra de Ninguém), marca presença através da psiquê dos personagens em grande peso, mas o que realmente brilha é a mão desse diretor no gênero sci-fi, que se deixa encantar, duvidar e até confundir ainda mais o que já estava em questão.

A sempre sólida Amy Adams dá à Louise um tom de desamparo, mas sem perder a ciência de sua capacidade profissional. Ela estabelece uma estranha conexão com os aliens, de modo que o entrelaçamento de sua vida pessoal, com a mensagem desses seres faz sentido, mesmo que não de maneira clara no início da trama. Além de um perfil levemente perturbado, Louise não deixa clara a sua história, suas motivações, seus sonhos e, talvez o mais importante, seu passadoComo um inteligente filme precisa ser, as ideias simplesmente se encaixam no final de tudo e a atuação de Amy simplesmente faz sentido. 
Enquanto Amy brilha na tela, por trás dos lindos enquadramentos, das lindas fotografias e de uma trilha que marca o filme genialmente, destacam-se os editores que deram conta de montar uma fluida, intensa e ao mesmo tempo envolvente história, que realmente bebe de muitas fontes, mas que se estabelece como si própria de modo sagaz e imperdível.



Pitacos: Acredito que A Chegada seja o vencedor da temporada em categorias técnicas, principalmente porque é um filme que exige um alto grau de edição de imagens e de som. Por isso estou apostando as minhas fichas em: Edição de Som, Mixagem de Som e Edição. Veremos os outros concorrentes. Apesar de ser um excelente filme em roteiro, não deve bater Cercas, ou Lion.
Indicações: Melhor filme; Direção; Fotografia; Mixagem de Som; Edição de Som; Direção de arte; Roteiro Adaptado; Edição.

Precisamos falar sobre Kara

Se você acompanha o Mesa, mesmo que só de vez em quando, deve ter visto a série de posts que eu venho fazendo, chamada "Depois do Piloto". E se você viu algum post da série, deve ter reparado que eu dou a minha primeira impressão sobre uma série, depois de ter visto apenas o 1º episódio dela. Nesse meio, já se passaram diversas séries (algumas muito conhecidas, outras que poucos ouviram falar), mas talvez uma das mais importantes tenha sido Supergirl.

Não porque é uma das mais conhecidas, ou por causa de ibope, gosto, ou algo assim; mas porque foi a série que desencadeou a ideia para os posts (caso você não lembre, clique aqui), sendo ela a primeira de todas! E o meu comentário sobre a série foi o seguinte:
Quando vi que iam fazer uma série sobre a prima de Kal-el eu fiquei super contente! Ainda mais porque já não era sem tempo que as super-heroínas invadissem as telinhas e telonas, com essas remodelações dignas de notabilidade. Então Kara é a estrela, mas pelo piloto eu achei a série um pouco chatinha. Fiquei com a impressão de que está fadada ao mesmo destino de Birds of Prey...mesmo assim vou assistir mais episódios. Não sei quando...mas vou... se eles seguirem por uma mistura bem dosada de Smallville em seus anos áureos e Flash no dinamismo dos episódios, acho que pode passar a ser um sucesso.
Só que os meus sentimentos relativos à essa série mudaram bastante e depois de dar mais uma chance à Kara e companhia, resolvi fazer esse post para tentar te convencer a também dar uma chance e perceber que além de querida, a Supergirl é simplesmente necessária.

Mas vamos lá, porque necessária?
Bom, para começo de conversa, Supergirl abre espaço para as brilhantes super-heroínas da DC, ao mesmo tempo em que estabelece um novo perfil para elas, que talvez incomode numa primeira visada, mas que é realmente essencial se queremos marcar nossa participação efetiva no mundo dos heróis e mostrar que somos mais do que a extensão dos interesses de namorados, irmãos, primos, pais, etc. 
Segundo, porque essa série realmente tem algo a dizer, mesmo que não pareça logo de cara. Então para argumentar de modo mais efetivo, eu fiz uma das minhas adoradas listinhas mostrando porque você deveria, de uma vez por todas, olhar para Kara de um jeito diferente.
Lembrando que toda a primeira temporada está disponível no Netflix.

1 - Pois é uma super-heroína:
Pode parecer uma argumentação não boa, já que eu venho repetindo isso consecutivamente, mas a importância dela é enorme! É uma série verdadeiramente feminina e feminista, que não cai no discurso fácil de colocar Kara sob a sombra do Superhomen e nem a torna uma "oponente". Kara ainda não é completamente auto-suficiente, mas isso é uma das coisas mais legais, porque mostra que precisamos dos outros para sermos mais e alcançarmos mais. Com o trabalho em conjunto, é possível ir além. 
Em seguida, a forma como a personagem passa a buscar o seu próprio lugar e a sua forma de trabalhar, sem querer ser comparada ou ficar tentando provar que é melhor do que seu primo, só mostra que na verdade, Kara quer ser reconhecida, mas suas reais motivações são de fazer a sua parte e, ao mesmo tempo, encontrar a si mesma. O que fala diretamente com a geração dos seus 20 e poucos anos, não é verdade?

2 - Pois é uma pioneira:
Não podemos dizer que é a primeira série de TV com super heroínas em papel de destaque, já que tivemos a clássica série da Mulher Maravilha, Xena, Birds of Prey, entre algumas outras, mas é importante a gente perceber que elas foram relativamente espaçadas umas das outras e por conta disso não houve uma real inserção dessas personagens no imaginário popular. Com o boom dos superheróis, houve uma real renovação ao acesso desses personagens e uma reformulação no fazer séries e filmes com eles como protagonistas, se pensarmos que essa renovação trouxe mais espaço para as mulheres, precisamos pensar que Kara (que era vista como uma personagem secundária) abriu seu próprio espaço e se torna uma referência. Agent Carter (que continua sendo a minha série favorita de heróis) também é uma pioneira, mas se difere de Supergirl tanto pela sua ambientação, quanto pelo seu enredo e o fato dela ser uma série que lembra mais o estilo policial, que de super-herói; logo não é uma comparação realmente efetiva.

3 - Pois ela não "gostosona"
Uma das lendas urbanas sobre personagens femininas em HQs, é que elas precisam ser gostosas. Mas assim, num nível superior de gostosice, desses que a gente não sabe nem como lidar! Se você pegar as Histórias em Quadrinhos que têm personagens femininas em lugar de protagonismo, ou mesmo de coadjuvante, vai perceber o quanto essas mulheres são desenhadas com músculos e "udas" (peitudas, bundudas, boazudas...) e uma das coisas mais interessantes em Kara é justamente olhar para ela e não ver toda essa "udeza". Na verdade, Kara, interpretada por Melissa Benoist é super normal e se tem um adjetivo que se encaixa muito bem nela é "fofa". Sim! E isso faz com que a personagem ganhe força muito mais pela sua personalidade, caráter, bondade e por resgatar os valores de um superherói, do que por ficar bem em um colán apertadinho.
Sua falta de gostosura também abre precedentes para que personagens mais "tímidas" e "desajeitadas" ganhem protagonismo e saiam do ostracismo, muitas delas, que tem o cérebro como arma principal (como a minha amada Bárbara Gordon) que vivem sob o falso pressuposto que não vão interessar o grande público. Vale dizer que personagens mais normais, representam muito mais a gente, do que seres inalcançáveis.

4 - Pois tem outras protagonistas, que mostram as múltiplas facetas do "ser mulher". Leia-se Cat e Alex.
Além da própria Supergirl, a série também tem como suas co-estrelas relevantes Cat e Alex. E o fato delas serem as verdadeiras regentes dessa história, ao lado de Kara, torna a série ainda mais interessante, porque representa a multiplicidade do perfil feminino, principalmente da mulher empoderada e que conquistou o seu espaço, traçando o seu caminho por mérito próprio, sendo, talvez, um dos trunfos da série, a não-romantização delas, deixando claro sua luta e o que tiveram que abrir mão para serem quem são. 
Pegue-se assistindo e levando os conselhos de Cat para a sua vida...

**Se você curte animação, aproveita para ver DC Super Hero Girls, uma série animada feita para o público feminino, principalmente para meninas de 5 a 10 anos. Vale muito a pena, já que o empoderamento começa desde cedo ;)