Sem tempo

Seguindo na mesma linha do primeiro filme da franquia, Vingadores: a era de Ultron é um ótimo longa do gênero, mas não traz nada de novo, exceto talvez, uma possível necessidade de começar a pensar se essa fórmula já não tá ficando meio chata.

O caso é que começa a ficar repetitivo demais ver tantos filmes do mesmo estilo, feitos com as mesmas estruturas e ainda por cima girando em torno das mesmas ideias. Na verdade isso acontece com bastante frequência em sequência de filmes que fazem um grande barulho e isso não é demérito algum, se servir para inspirar a tomada de certos riscos e uma repensada em estruturas de uma linguagem já consolidada e segura, que tem sido a assinatura dos estúdios Marvel
Novamente, é de elogiar com veemência a forma como a gente fica apaixonado pelas cenas de ação e a forma como as lutas foram coregrafadas, montadas e finalizadas, deixando-as flúidas, incríveis e de cair o queixo. Essas cenas de ação, inclusive, são o grande motor do filme, fazendo com que consecutivas vezes, fiquemos sem nem vontade de piscar, fora que chega a ser impressionante como elas significam o espírito dos Vingadores: trabalho em equipe.

Equipe que é muito bem explorada na película, onde, pela primeira vez, ficamos sabendo um pouco mais da história de Clint, o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) e de Natasha (Scarlett Johansson), a Viúva Negra. Deixando a mim e outras pessoas que também "reclamaram" pela falta de um desenvolvimento nas suas origens, mais felizes. É claro que o romance, ou pretenso romance, entre a Viúva e o Hulk (Mark Ruffalo) fica em segundo plano, mas nos deixa (a mim com certeza) mais leves ao acompanhar as entre-cenas que seguem as de porradaria, sabendo que existem histórias secundárias entre sangues e socos. 
As tensões entre os personagens diminui substancialmente, o que nos leva a crer que eles aprenderam mesmo as suas diferenças e conseguiram passar por cima delas.

Feiticeira Escarlate conseguiu me deixar felicíssima (como falei aqui, é uma das minhas personagens favoritas do mundo da Marvel) e até superou as minhas expectativas anteriores, ao optar por fazer uma personagem muito mais mental, do que sensual. Vale dizer que a novata Elizabeth Olsen criou uma assinatura magnífica para essa personagem. Mercúrio (Aaron Taylor-Johnson) conseguiu transmitir todo o deboche e a sua, digamos assim, danadice nata, mesmo que por pouco tempo.
Com, novamente, uma cena pós créditos, temos a certeza de que em 2017 teremos mais um filme com esses personagens, boa narrativa, jogos de palavras e piadas internas (que só quem se lembra dos outros filmes e/ou acompanhou os quadrinhos identifica), além da pré determinada porradaria. Do jeito que a Marvel tem feito. Sem tempo para grandes complexidades, sem tempo para grandes dramas. 
E como se diz: em time que está ganhando, não se mexe. 
Será?

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