28/10 - II


Há dois anos eu postei aqui no Mesa, um pequeno post fazendo uma breve introdução da história do cinema de animação, especialmente falando sobre Walt Disney e as suas obras. Este ano, em comemoração, novamente, ao Dia Internacional da Animação, quero compartilhar com vocês uma listinha de 10 filmes de animação (nacionais, internacionais, longa e curta metragens) que, se você ainda não viu, está mais do que na hora ;)

10 - Alice in Cartoonland (Walt Disney Studios)

Considerado uma das primeiras tentativas bem sucedidas de brincar com a mistura animação/live action (a série Fora do Tinteiro também foi muito bem sucedida nesse caso, mas a premissa era diferente), a série de curtas Alice in Cartoonland leva uma menininha de carne e osso, para um mundo novo feito todo de cartoons. Alice in Cartoonland teve em torno de 30 capítulos, hoje no Youtube é possível se ver quase todos.  

09 - Ed (Hype Studio)

"Ed viveu tantas vidas, que nunca viveu a sua". Esta foi a mensagem que passou pela minha cabeça, quando terminei de assistir ao curta-metragem Ed, vencedor do Festival de Audiovisual de Belém deste ano, além de ter faturado em sua lista diversas outras honrarias de mostras e festivais especializados. O curta metragem gaúcho "brinca" com a premissa de um mundo infantilizado para contar uma história deveras pesada e adulta, o que resulta em um trabalho, no mínimo, belo. Além disso, incomoda, levanta questões a se pensar e surpreende.

08 - Steamboat Willie (Walt Disney Studios)

Primeira aparição oficial de Mickey Mouse e o primeiro curta-metragem em animação com som sincronizado. O curta, de 1928, foi responsável, não apenas para alavancar os estúdios Disney, mas também para apresentar ao mundo, aquele personagem de animação que marca gerações, tornou-se sinônimo de magia e infantilidade, e que hoje é um dos principais e mais importantes personagens já feitos na animação.


07 - Muragens (Andrei Miralha - diretor)

O curta-metragem paraense Muragens é um dos curtas mais interessantes em animação da produção brasileira atual, uma vez que usa como BG algo não tão usual, como um muro de cemitério, além de conseguir universalizar uma proposta extremamente regional, que é a de recontar o que acontece num dia inteiro neste muro, através de seus personagens e momentos. Da animação, vem a possibilidade de aumentar ainda mais um mundo real e da realidade, a inquietação de observar esse dia a dia.

06 - O Mágico (Sylvain Chomet - diretor)

 É o primeiro longa animado do diretor desde As Bicicletas de Belleville (2003), o Mágico encanta a todos que assiste pela história delicada, porém bastante crítica de um ilusionista das antigas que precisa se adaptar e readaptar atrás de um público sedento de novidades barulhentas e dinâmicas. Com uma premissa muito mais realista, o filme conta uma história de adultos, num formato que (ainda) é visto como infantil, mesmo assim não perde em nada (nem sei porque perderia) ao fazê-lo. Também surpreende, aos desavisados da força desse gênero, como a animação pode ser utilizada como um auxílio de mensagem.

05 - Branca de Neve e os Sete Anões (Walt Disney Studios)

O longa metragem de 1937 foi o primeiro longa de animação de Hollywood e, por muita gente, considerado o primeiro mesmo, justamente porque os anteriores não conseguiram ser tão divulgados, muito menos se manter conhecido até os dias de hoje. Nesta animação, Walt, que ainda era vivo, queria contar a sua própria versão do conto clássico A pequena Branca de Neve, dos Irmãos Grimm e, sem querer, acabou dando início a um estilo de narrativa que é seguido pela companhia do Mickey até hoje. Vale ver, também, para conferir como as técnicas se alteraram e se transformaram de lá, para cá. (link sem alteração)

04 - Uma história de amor e fúria (Buriti Filmes)

Com um título que é capaz de resumir muito bem do que se trata, esse longa em animação brasileiro, passeia pela história do Brasil através dos olhos de um ser imortal, que precisa se manter assim para lutar contra as forças de Anhangá, que se manifesta das mais diversas formas. Além de passear pelo passado, o guerreiro tupinambá também precisará ir para o futuro, onde a guerra é pela água. O longa, que prima por um traço que lembra HQ, já esteve presente em diversos festivais, inclusive festivais especializados no gênero, ganhando reconhecimento e muitos prêmios.

03 - Shrek (DreamWorks)

O adorável ogro Shrek não é apenas uma mostra do trabalho de outros estúdios internacionais, além da Disney e sua capacidade de produzir grandes obras, mas também é uma obra para todas as idades, tendo uma essência, eu diria, até mesmo adulta. Shrek foi capaz de encantar profundamente o público, muito mais pela sua capacidade de identificação através do seu bom humor, irreverência e até mesmo ousadia, quebrando um pouco o protocolo do que se é esperado de um filme com seres animados, especialmente com um quê de contos de fada.

02 - Toy Story (Pixar/Disney)

Toy Story fez história, como sendo um dos primeiros (digo assim, pois há controvérsias sobre qual foi o primeiro, propriamente dito) trabalhos digitais na animação. Além de ter apresentado ao mundo a possibilidade de uma estética diferente, Toy Story marcou infâncias ao contar de modo delicioso e interessante, a história dos brinquedos vivos Wood, Buzz e companhia. Também foi um dos primeiros trabalhos de parceria que rolou entre a Pixar e a Disney, mostrando como pode ser bom unir duas empresas com estéticas e ideias semelhantes, em prol de um objetivo.

01 - Mulan (Walt Disney Studios)

A história da heroína chinesa, que vai para o exército no lugar do seu pai e acaba salvando a China inteira é a minha favorita, não só porque tem como foco algo muito maior do que uma história de amor, mas também porque é detentora de técnicas de animação primorosas, misturando as já usadas no período, em 2D, como também as digitais em 3D a partir de softwares inovadores (principalmente nas cenas de guerra, com muitos personagens e com cenários rebuscados). Mulan transita perfeitamente entre os clássicos disneyanos e o que viria a seguir, graças ao digital.

Flórida 103

Continuando o especial de viagem sobre Flórida, hoje tem dicas espertas para você aproveitar o melhor dos parques da marca "Sea World & Entertainment". Confira as dicas:



Sea World Parks & Entertainment
Quatro parques compõem o Sea World Parks & Entertainment e cada um deles tem um foco diferente, mas no final todos são voltados para a vida animal e em seus habitats naturais. 

Sea World

Provavelmente você deve se lembrar da baleia Shamu, que interpretou a orca Willie em Free Willie. Essa baleia é o símbolo do parque Sea World, dedicado totalmente à vida marinha e suas diversas espécies. Neste parque você dividirá o seu tempo entre apresentações especiais e brinquedos emocionantes.
Entre as apresentações se destacam a Blue Horizon, um espetáculo que mistura aves treinadas e golfinhos acrobáticos; e a famosa One Ocean, o show das orcas treinadas, que foi completamente reformado em 2011 e hoje mistura a tecnologia com a graciosidade desses mamíferos aquáticos. Durante o ano de 2014, o Sea World comemora aniversário com o show noturno especial Shamu’s Celebration: Light up the night, com uma nova produção e músicas inéditas.
Caso você esteja com crianças e não poça aproveitar as atrações radicais, o ideal são os programas para a família toda, como a Antartica-Empire of the Penguim, que você pode escolher se vai fazer o passeio a pé, apreciando cada parte da vista, ou se vai pegar um carrinho. De qualquer forma, ao final do passeio você encontra uma colônia de 250 pinguins de diversas espécies.
Outra atração para a família toda é a TurtleTrek, onde os visitantes ficam diante de 1,5mil peixes de agua salgada de diversas tartarugas marinhas, em meio a um filme 3D que o faz sentir como uma. O shark encounter promove um encontro entre os visitantes e os fabulosos tubarões. Tudo visto através de seguros túneis de vidro.
Para as crianças se divertirem muito, a Shamu’s happy harbor imita um navio pirata e tem várias atividades divertidas, como trombas d’água, xícara maluca e uma montanha russa infantil.
Falando em montanha russa, as duas principais do parque são: a Manta, uma montanha russa inspirada no deslizar delicado da Arraia Manta, uma gigantesca espécime marinha. Neste brinquedo você vai fazer uma viagem de peito para baixo, que sobe a uma altura de 43 metros, arranca a 90 km/h e encara loppings, inversões e curvas que passam próximo a água; já com sete loppings e um percurso longo, a Kraken é uma montanha clássica, que de novidade é o fato de você passear com os pés soltos.

Busch Gardens

Não exatamente em Orlando, mas em Tampa Bay (a uma hora de distância de Orlando), o Busch Gardens se ergue como a melhor opção para aqueles que gostam de emoção, adrenalina e montanhas russas incríveis.
Começando pelas atrações mais lights temos a Serengeti Safari, uma área de interação com animais, onde, em um carro aberto, você vê zebras, antílopes, avestruzes e girafas, sendo esta última possível alimentar pessoalmente. Vale ressaltar que o roteiro é a parte, mas a experiência é única; a Animal Care Center é um espaço em que você observa os cuidados e tratamentos dedicados aos animais de diversas espécies. Até mesmo cirurgias são possíveis serem vistas.
Se você quiser ver animais em momentos de total liberdade, então deve aproveitar o Cheetah Run, onde os guepardos treinados mostram toda a sua velocidade; o Walkabout Way é repleto de cangurus e você fica sabendo de todas as curiosidades que envolvem esse marsupial; o Tiger Trail é uma área dedicada aos tigres e a Myombe Reserve é a dos chimpanzés e gorilas.
Para quem está com crianças, a Jungala é muito divertida e mostra uma perspectiva avantajada do parque, sem grandes radicalismos. Também a Sesame Street Safari of Fun, guarda um playground com uma montanha russa infantil. Por fim, a Air Grover o Noe-Patra & the Hippos of the Nile, que apesar do nome complicado, nada mais é do que um passeio molhado pelo “rio Nilo”.
Agora vamos falar de pura emoção! Com 12 montanhas russas e mais algumas atrações radicais em todo o parque, o Busch oferece diferentes níveis de adrenalina, mas as que mais merecem destaque são: 
Falcon’s Fury, uma queda de 102 metros de altura, inspirada na queda do Falcão durante a caça. Esta atração é novidade no parque e levanta os cabelos até dos mais corajosos, quando despenca em uma velocidade de 96km/h. Falando em velocidade, a Cheetah Hunt, inspirada nos movimentos de corrida do guepardo, é uma montanha russa que pega velocidade em momentos distintos do percurso, mas o que mais é interessante é que os momentos de maior velocidade são os de subida.
A Kumba é uma montanha russa clássica, que tem várias subidas e descidas aceleradas, o que a diferencia é o desenho em espiral que leva seus viajantes a ficar diversas vezes de cabeça para baixo. Enquanto a Montu inverte seu sentido diversas vezes, deixando seus passageiros, que estão de pernas soltas, suspensos. Já a Sheikra leva todo mundo a um começo tranquilo, subindo até que chega a 60 metros de altura, ali, observando a imensidão do parque, todos ficam pendurados por 5 segundos, até que a montanha russa segue o seu percurso, até atingir 122km/h. Imperdível!
Para quem está mais a vontade com shows e espetáculos, o Busch oferece o Madagascar! Live! Operation: vacation, que leva os famosos animais do desenho animado à ganhar vida e contar uma história inédita. Ao final é possível tirar fotos com os personagens. O outro show do parque é Iceploration, que, durante meia hora, você acompanha patinadores profissionais dando um show de leveza e beleza, ao lado de fantoches divertidos de animais.

Discovery Cove

Para quem gosta de contato direto com animais, relaxar e ter bebida e comida em sistema all inclusive, o Discovery Cove é uma excelente opção. Além de um parque, propriamente dito, ele também tem um resort e um spa dentro das suas dependências. Entre as suas atrações, se destacam a experiência com golfinhos, onde os visitantes podem entrar em uma lagoa com treinadores que orientam sobre como lidar com os mamíferos, como alimentá-los e como brincar com eles. Também temos a Freshwater Oasis, um espaço com águas mornas, fontes de águas cristalinas e floresta tropical. Quem visita a área pode nadar próximo do habitat de saguis e lontras. Não muito longe dica o Explorer's Aviary, em que 250 espécies de pássaros exóticos chamam atenção para si.
No Grand Reef é possível fazer snorkel em arreciges inspirados em ambientes tropicais de todo mundo, em que peixes exóticos e arraias dão cor e vida ao local. O Sea adventure é uma experiência a parte, dentro da The Grand Reef, que você pode fazer uma trilha submarina, estando submerso por 30 minutos, enquanto chega bem pertinho de peixes, arraias, corais e até tubarões.

Aquatica

Com uma concepção similar à do Wet n’ Wild, o Aquatica é um parque de tobogãs, piscinas e muita água que diverte principalmente durante o verão. A atual principal atração é o Dolphin Plunge, onde o visitante mergulha em tubos de uma piscina habitada por golfinhos commerson, que parecem pequenas orcas. Em 2014 inaugurou o Ihu’s breakway falls, tubo no qual a pessoa despenca de 24m de altura. Três cabines individuais ficam no alto da plataforma de queda e o chão se abre sob cada uma delas sem ordem fixa. O Omaka Rocka é uma mistura de togoágua de alta velocidade e half-pipe, com sensações de andar de skate ou snowboarding.

Confira mais dicas:

O tempo e o conhecimento

Um filme que, à princípio, dialoga com o Sci-Fi, mas que não perde em nada no seu desenrolar para os grandões da aventura e ação. Lucy é redondo e levanta questões filosóficas, psicológicas e humanas.

Lucy é um ser humano medíocre, que usa menos de 7% da sua capacidade cerebral e não sente qualquer necessidade de ir além disso. Sua capacidade é tão limitada, que influencia até mesmo no seu julgamento, uma vez que se envolve com o patético Richard e cai em uma armadilha que, à princípio deveria se para ele. Desesperada, com medo e tomando todas as suas decisões a partir do que e como se sente, a moça acaba por ser levada ao extremo em diversas situações, quando é agredida, feita de mula de droga e quase violentada sexualmente. Quando se defente do capanga que quer violentá-la, ela é espancada e a droga que carregava em seu ventre estoura, causando uma reação em cadeia, onde cada célula do seu corpo se torna um autônomo ser, ao ponto dela não caber mais em si mesma. Assim como as descobertas que seu cérebro começa a fazer.
Logo Lucy não é mais um ser humano medíocre. De 7% ela passa a usar 15%, 20%, 40%, 60%, 80% e assim, até 100% de sua capacidade cerebral. O que pode dar em desfechos inimaginados e até então, impossível de serem medidos.
Luc Besson, que escreveu e dirigiu o longa, usa de artifícios da ficção científica para explicar como todas essas peças se encaixam, de modo a criar uma história verossímel, mas capaz de levar desavisados ao cinema, em busca de uma sexy Scarlett que se assemelharia à Viúva Negra. Não é o que acontece, então "esteje" avisado. Scarlett neste filme está muito mais ligada à verossimilhança criada por Luc, então prima por uma interpretação levemente bagunçada e existencialista, a qual, quase que friamente, vive alguém que passa por todos os estágios animalescos de sobrevivência, presa, caçadora, até se tornar um ser imaterial.
Imaterial porque a matéria não mais dá conta da mente que engrandece sem limites e não mais aguenta ser diminuída ao corpo. Sim, Lucy não é mais um humano medíocre, ela se torna muito mais do que isso, e para tal, sua condição se altera gradativamente alcançando consciência plena de si, do mundo a sua volta, do funcionamento das coisas e transcende o que se vê, chegando ao tempo, espaço e o inconsciente.
Falando assim, parece um filme extremamente complexo, mas na verdade sua história é bem redonda e as explicações de como as 'habilidades' de Lucy são adquiridas fazem sentido. O foco do filme está na irriquietação e incômodo que ele causa, uma vez que perdidos entre metáforas de nossas ambições, medos, desejos e questões mais primárias, percebemos que, provavelmente, sempre seremos seres medíocres, porque para ser algo há mais, teríamos que superar todas essas amarras que nos fazem matéria. E é aí que tudo faz mais sentido, então se você ainda não viu Lucy, mantennha a mente aberta para se deixar levar pelos questionamentos levantados por Besson e passe a se perguntar todas aquelas coisas que norteiam nosso subconsciente: "quem somos? o que somos? porque somos? o que seremos?"

O final em aberto é uma dica da possível crença de Luc Besson sobre tudo isso: somos indistinguíveis dos animais, a não ser pelo tempo e pelo conhecimento. Eles juntos são imparáveis e podem levar-nos a lugares incríveis e inimagináveis.