Interessantes do Mês

Uma coisa que eu sempre achei interessante em alguns blogs e que decidi fazer aqui no Mesa é um conjunto de links com informações e/ou novidades que tenham a ver com o blog e com o que a gente trata aqui no Mesa. Então vamos lá. (Clique nas imagens ou nos títulos para acessar os links).

Comercial de Audrey Hepburn para a Galaxy, companhia de chocolate. 

Audrey Hepburn foi recriada em computador para estrelar este comercial com o seguinte tema: "Para que se conformar com algodão, quando você pode ter seda?". O comercial causou polêmica, mas também muita nostalgia, por trazer de volta uma das mulheres mais belas e queridas de volta "a vida". 


 4 minutos, 84 filmes.

Se você ficou feliz (ou nem tanto) com Argo ter se juntado aos outros 84 filmes que já venceram o Oscar, pode se deliciar relembrando todos os outros que já ganharam a categoria em 4minutos de lembranças, boa memória e claro, vale uma colinha para relembrar dos mais antigos.


Mistura fotgráfica.

Já conseguiu se ver semelhante ao seu pai, irmão ou filho? Bom, o fotógrafo Ulric Collette resolveu tentar ver no rosto ante onde parentes diretos se parecem, juntando fotos de rosto desses parentes, inclusive a sua própria com seu irmão e pai. Com isso, ele criou a série de fotos "Retratos da genética". Vale a pena conferir para ver o resultado.

Solidão fotográfica

Laurence Von Thomas reuniu em um Tumblr imagens que inspirem a solidão. Mas não só a solidão e ela "sozinha", mas a solidão com algum sentimento. As imagens começaram a ser feitas em 2009 e logo foi arrecadando mais e mais colaboradore. Hoje é possível ver um acervo de solidão fotográfica, belíssimo.


12 rainhas

A fotógrafa Alexia Sinclair fez um belíssimo ensaio fotográfico em que recriava o ambiente e a pompa das rainhas absolutistas da Europa. Suas fotos são desde Elizabeth I, até Catarina a grande e Maria Antonieta. Com certeza vale conferir.


Página no Face dá espaço para músicos independentes e alternativos da América Latina.

O MIAAL inaugurou esta semana e com pouco mais de uma dúzia de seguidores, se propõe em divulgar a música nossa e dos nossos hermanos de maneira democrática e bem descontraída. A fanpage é escrita em três línguas e mostra um lado que talvez você não conheça da música latina. Conheça, clique, ouça e compartilhe.


50 anos de coelhadas.

Mônica foi criada por Maurício de Sousa no comecinho da década de 60, usando como inspiração a própria filhota. Anos se passaram e a personagem se tornou uma das mais queridas do Brasil e até hoje seu espírito se modifica e se adapta aos novos públicos. A inspiração, Mônica, deu uma entrevista bem legal para a Rádio Estadão falando sobre esses 50 anos. 

Parceria entre Disney e a produtora de Johny Deep produzirão Dom Quixote.

Cada vez mais clássicos da literatura infantil e Contos de Fada caem nas graças da contemporaneidade e são revisitados sob um roupagem bem pós-moderna e dada para o público dessa geração. Dessa vez quem vai passar por isso é a obra de Miguel de Cervantes, Dom Quixote. Apesar de estar ainda caminhando em águas confusas, o projeto tem tudo para dar certo. 

Princess style

Já pensou modernizar o look de Branca de Neve e usá-lo como uma peça do dia a dia? Ou sair para a balada com uma roupitcha que é cara da usada por Aurora? Pois é, alguém já pensou nisso e criatividade não faltou para vender a ideia, muito menos dificuldade, já que no fundo, no fundo, toda garota quer ser uma princesa.

Princess style 2

Muita moda é inspirada pelas princesinhas disneyanas, principalmente no que diz respeito a vestimenta. Porém a proposta de Becca Klein é de pensar na moda de sapatos. Isso mesmo, sapatos. Becca tenta traduzir o estilo, o ambiente e a história de cada princesa (e também suas vilãs) em sapatos belíssimos e que qualquer um gostaria de ter.

Musicais, queda e tons patéis

A premiação da noite passada não apresentou grandes divergências do que já se esperava. Pelo menos por mim. Os prêmios foram bem distribuidos e quase todos os filmes que concorreram em algo levaram pelo menos uma estatueta, inclusive aquelas consideradas "de menor peso" por se tratarem de prêmios técnicos. Mas como Oscar é um dos meus prêmios favoritos, aqui vão algumas observações que eu achei interessante dividir com vocês; 
A Disney, ontem, somou mais dois Oscars na prateleira pelas animações Avião de Papel (Melhor Curta de animação, que eu falei aqui) e Valente (Melhor filme de animação, que eu falei aqui e aqui). Os dois prêmios não foram nenhuma novidade, visto que hoje só temos três grandes estúdios produzindo animação recorrentemente: Disney/Pixar, DreamWorks e BlueSky; logo o prêmio não poderia ir para muito longe.  
Não vai muito longe também as premiações de Melhor atriz coadjuvante, Melhor Ator, Melhor filme estrangeiro e Melhor roteiro original, não poderiam ser diferentes de, respectivamente, Anne Hathaway, Daniel Day Lewis, Amour e Tarantino por Django Livre. Assim como não é surpresa que Adele tenha levado o de canção original, pelo ótimo Skyfall. 
Ela, inclusive, estava belíssima e cantou muito bem ao vivo. E claro, como eu falei no Twitter ontem, não basta Grammys e Globo d e Ouro, tem que ganhar o Oscar também.
Provavelmente o prêmio mais concorrido da noite passada, foi o de Melhor Atriz, que tinham entre suas concorrentes excelentes opções, mas quem levou a estatueta para casa, foi Jennifer Lawrence, por seu papel em "O lado bom da vida". Lawrence, inclusive, pegou uma quedinha na hora de ir receber o prêmio, provavelmente ela sentiu os comentários ferinos que foram disparados pelo Twitter, por Emmanuele Rivas não ter ganhado, mas assim...como eu falei aqui e também no twitter, esse prêmio era de Jennifer ou de Jessica. Entendam uma coisa, apesar de Emmanuelle ser linda, fofa, idosa e ter atuado de maneira tão forte em "Amour", ela ainda não teve muito destaque por trabalhos anteriores, o que leva a Academia não premiá-la ainda. Repito, AINDA. 

Algumas pessoas também acharam meio absurdo Spilberg ter perdido a estatueta para Ang Lee, mas sinceramente não acho tão estranho assim, pois a verdade é que Lincoln disparou na frente com 12 indicações, mas só levou 2 prêmios e isso mostra que apesar de o filme ser muito bom, não é excelente (o que é verdade) e que ele parece ter, na verdade, flopado entre os concorrentes. Como eu já havia comentado aqui, o que faz de Lincoln um verdadeiro bom filme é Daniel Day Lewis.
Minha única surpresa foi Argo ter vencido de Melhor Filme. Não porque o filme não merecesse, mas porque nunca vi um filme levar esse prêmio sem seu diretor concorrer na categoria de Direção. Tanto que fui pesquisar e a última vez que isto aconteceu, foi em 1989 com "Conduzindo Miss Daisy". Algo que também não acontecia há muito tempo, mas teve esse ano, foi um empate. A última vez que isso aconteceu foi na categoria de Melhor Atriz, entre Barbra e Kathryn Hepburn em 1969. Dessa vez o empate aconteceu entre "A hora mais Escura" e "Skyfall", que levaram para casa o prêmio de Edição de som, dois suecos, inclusive.
De modo geral, o Oscar que teve como tema musicais, foi uma cerimônia do tamanho que precisa ser, sem muita enrolação, mas com piadinhas bem sem graças do diretor de Ted (que apresentou a premiação). A única piada realmente engraçada foi a de Daniel Day-Lewis, em seu discurso cheio de sacadas engraçadas. Confere ai.

Favoritos ao Oscar

Como todo o ano, eu adoro dá pitaco em quem serão os vencedores do prêmio da Academia, achei legal compartilhar com vocês esse ano. Só aviso uma coisa. Não sei como avaliar quesitos e categorias técnicas, como efeitos sonoros, efeitos visuais e edição, mas acho que sei ver um pouco melhor categorias como direção, figurino, atuação e o melhor filme.
Claro que não vou só dizer quem eu acho que leva, vou dar as minhas razões e claro, quando vocês estiverem assistindo ao Oscar hoje a noite, não deixem de comentar comigo suas opiniões, pois eu estarei online no twitter (@oliviayale) comentando ;)
Bora lá!

Categoria: Roteiro Original
Olha, eu gostei muito, mas muito mesmo do roteiro de "A hora mais escura", mas acredito que quem vai levar esse Oscar para casa é Quentin Tarantino com "Django Livre".
Porque?: Bom, Quetin é o favorito nessa categoria todas as vezes que concorre, justamente por sua pegada trash pop, não leva para casa o de melhor filme. Mas Quentin tem um quê que transforma, justamente o trash pop em algo mais inteligente, com diálogos afiados e personagens complexos. Muito difícil não levar a estatueta.

Categoria: Roteiro Adaptado
A porrada vai ser entre os dois David da disputa. Um por "As aventuras de Pi" e outro por "O lado bom da vida". Os dois filmes vieram de histórias muito boas, então acabam sendo embebidos por isto em seus roteiros adaptados. Particularmente eu acho mais provavel "O lado bom da vida" levar a estatueta.
Porque?: Penso que a academia tem uma certa preferência por filmes mais psicológicos e mais próximos do homem. Principalmente se esse filme tem um roteiro que mostra que a loucura é algo mais humano do que anormal, como é caso de "O Lado bom da Vida". 

Categoria: Ator coadjuvante
Essa é uma categoria complicada para mim, pois ainda não pude assistir "O mestre" e "Argo", mas arrisco dizendo que Christoph Waltz vai levar a estatueta.
Porque?: Parece mais certo que ele leve, tanto por já ter sido premiado anteriormente em Cannes, por seu papel em "Bastardos Inglórios", quanto por já ter levado uma vez o Oscar para casa. Quanto aos outros concorrentes, sei que Philip Seymour é um fantásticos ator (que já foi premiado, por "Capote") e Robert de Niro está incrível em "O lado bom da vida", onde interpreta um homem viciado em jogos de azar e com alguns TOCs consideráveis.

Categoria: Melhor ator
Com cinco excelentes atores, três já indicados outras vezes ao prêmio, a categoria, para mim, já parece certa. Daniel Day-Lewis vai ganhar.
Porque?: Além da maquiagem incrível e do figurino estrelar, Lincoln só é realmente um bom filme por causa dele. Daniel atua de maneira convincente e, assim como Meryl Streep em "A Dama de Ferro", seu personagem é real. Tem toda uma história por trás dele e mais do que isso, existem registros de como ele era e como costumava se comportar. Interpretar pessoas que realmente existiram realmente merece mais esforço e bem mais pesquisa. Levando isto tudo em consideração, ele é o favorito.

Categoria: Atriz Coadjuvante
Nessa categoria nem tem graça. Anne Hathaway vai levar com toda a certeza o prêmio.
Porque?: Para mim, como eu já disse noutro post aqui no Mesa, "Os Miseráveis" só é um filme realmente bom por causa de Hugh Jackman e Anne Hathaway. Sua interpretação de Fantine é suave, bela e emocionante. Principalmente o momento em que canta "I dreamed a dream". Para mim este é o verdadeiro momento alto do filme, onde toda a tristeza e força descritas em Les Miserablès de Victor Hugo é realmente transportadas para a grande tela. Nesta categoria é bom ressaltar a participação de Amy Adams, concorrendo pela 3ª vez ao prêmio e Jacki Weaver, por "O lado bom da vida".

Categoria: Melhor Atriz
Esta é a categoria mais complicada de todas para mim, pois eu estou realmente dividida. Apesar de acreditar que tanto Jennifer Lawrence, quanto Jessica Chastain tem chances de ganhar, acredito que Jessica vai levar esta para casa.
Porque?: Como boa patriota que é, a Academia gosta de premiar filmes e atores que sejam e representem momentos da história norte-americana, ou que interpretem o bom e velho "espírito de luta" dos nacionalistas. Sendo assim, "A hora mais escura" seria o principal concorrente desse Oscar, se não fosse por "Lincoln". Fora a categoria de Melhor filme, a segunda maior categoria que o filme concorre é de melhor atriz, então Jessica é quase certa de vencer. Mesmo assim, Jennifer ainda é uma importante concorrente, isto sem desconsiderar Emmanuelle Riva (a mais velha atriz a concorrer a estatueta) e Quvenzhané Wallis (a mais nova atriz a concorrer ao Oscar). E claro, Naomi Watts, que já mostrou que não está de brincadeira.

Categoria: Melhor filme de animação
Uma das minhas categorias favoritas, eu fiz questão de assistir a todos os filmes que estão concorrendo e como sempre, a Disney saiu na frente com 3 indicações e 3 filmes muito bons! A começar por Frankwinnie (que é de Tim Burton) e Detona Ralph (que é o meu favorito para o prêmio). Mesmo assim, penso que quem ganha, é Valente. 
Porque?: Como bom filme de animação parece ter que ser para a Academia, Valente pode ser assistido por toda a família, traz mensagens belas no final do filme e ainda mostra aquele perfil mais recente que as princesas da Disney parecem ter adquirido no século XXI. O filme é muito bom, mas acho que não surpreende tanto quanto Detona Ralph, que parecia ser uma animação bobinha e consegue ir além do esperado.

Categoria: Melhor filme
São 9 concorrentes. Todos eles excelentes concorrentes e ótimos filmes. A complicação é realmente eleger um como o que você acha que vai ganhar, pois pode ser que o que você quer que ganhe, não leve a estatueta para casa. Bem, uma espécie de regra que eu notei em relação ao vencedor de "Melhor filme" é que seu diretor concorre à categoria de direção e como nem Bigelow, nem Tarantino e nem Affleck estão concorrendo, penso que "A hora mais escura", "Django Livre" e "Argo" não vão levar a estatueta. "Amor" deve ganhar o Oscar de Filme Estrangeiro, então penso que não vá levar o de Melhor Filme, também. O que nos deixa com "Indomável Sonhadora", "Aventuras de Pi", "Os Miseráveis", "O lado bom da vida" e "Lincoln". Entre esses o mais provável, ao meu ver, é "Lincoln". Não que este seja o que eu gostaria que ganhasse.
Porque?: Como já falei, filme patriotas e com um tom ufanista são sempre preferidos da Academia e seguindo este critério "Lincoln" e "A hora mais Escura" seriam os favoritos, mas como "Lincoln" trata de algo ainda mais querido entre os avaliadores (a história norte-americana) ele parece ser o mais provável vencedor. Quem corre por fora e tem possibilidades de ganhar é "Os Miseráveis", mas acho dificil porque não é nem um gênero adorado pelos avaliadores (musical) e nem é uma história que se relacione com a história norte-americana.

Bom, esses são os meus palpites. Compartilhe os seus comigo e vamos todos torcer pelos nossos favoritos!

Nem um pouco Miseráveis

Numa mega promoção, digna de muitos Oscars, a história de Victor Hugo sobre a escória da sociedade francesa pós revolução (1789), pode, facilmente, ser revista e revisitada em qualquer período histórico. Parece que é isto que acontece com clássicos. E como um bom clássico, "Os Miseráveis" mostrou a cara e fez questão de afirmar que o gênero musical não é só feito de baladinhas, musiquinhas chicletes e muitas cores.

"Os Miseráveis" acompanha a vida e pós vida de Jean Valjean, um homem preso por roubar um pedaço de pão e que passa 20 anos como um escravo desgrenhado e desrespeitado. Depois que é solto, Jean encontra redenção através do bom gesto de um cardeal e resolve mudar de vida e reacreditar nas pessoas. Neste processo ele ascende profissionalmente (tornando-se uma espécie de prefeito) e também socialmente, já que se torna um exemplo de moral, honra e boa índole. Também somos apresentados a Javert, um representante da polícia e nacionalista extremo. Enxerga a autoridade do Estado como soberana, inclusive sobre o próprio ser humano, por isso adere a todas as formas de opressão e é um cumpridor ferrêneo de suas imposições.
Jean Valjean e Javert são os antagonistas da história. Jean representa o pobre, miserável e desacreditado. Enquanto Javert é toda a glória de um Estado que se impões sobre os outros e que não enxerga mais do que a si próprio. A história de "Os Miseráveis" gira toda a em torno desses dois personagens, que entre obstáculos e libertação reencontram o sentido de viver, ou mesmo veem motivos para morrer.

Já deu para perceber que é uma história bem pesada e justamente por o ser, não poderiamos pensar que "Os Miseráveis" seria apenas mais um filme musical e que seria ofuscado por "Lincoln" e/ou "A hora mais escura". Na verdade, em certos termos "Os Miseráveis" é o melhor filme desta temporada de estréias, pois dada a complexidade de sua história e a profundidade de seus personagens, o filme poderia ter sido um fracasso. Mas não foi.
Graças em grande parte a dois atores simplesmente maravilhosos. Hugh Jackman e Anne Hathaway. Hugh Jackman interpreta Jean Valjean e como já disse, ele é o personagem central da trama. É ele quem sofre as maselas sociais, ele quem consegue se tornar alguém, ele quem salva a vida da pequena Corsette e é ele quem nós torcemos, no final das contas. Jean Valjean é um personagem intenso. Vai de um extremo ao outro, experimentando o bom e o ruim da vida e por isso parece ser ainda mais dificil. Mas Hugh Jackman conseguiu. Interpretou um Jean forte, destemido, mas verdadeiramente humano.
Anne Hathaway interpreta Fantine, uma mulher trabalhadora, que tudo que consegue envia para sua filha Corsette, que está sob os cuidados de um casal um tanto quanto duvidoso. Anne Hathaway é o motivo que as pessoas devem assistir a este filme, pois a cena em que ela canta "I dreamed a dream", além de bela e intensa, é a verdadeira tradução do que a obra de Victor Hugo se trata. A miserabilidade humana, a falta de crença em si mesmo e principalmente, a perda dos sonhos. Pessoalmente, penso que se você assistir só essa cena, vale pelo filme todo.
Falando em músicas, é admirável ver que o filme todo é cantado e que não houve nenhuma gravação anterior, ou seja, os atores cantavam conforme o filme transcorria e isso deve ter dado um trabalho imenso para ser feito, já que o filme tem uma duração de 2h43min. Pois é. E o tempo do filme é irritante. Principalmente por se tratar de um filme pesado com um história pesada, dá a impressão de que ele é mais longo do que realmente o é e existem cenas em que você simplesmente quer parar e assistir outro dia. E acho que esse foi o grande "erro" do filme, pois não conseguiu levar para as telonas o que é forte no musical, a capacidade de te prender até o final.
Me surpreendeu Amanda Seyfried no papel de Cosette. Acho que ela é uma ótima atriz e tudo, mas Corsette definitivamente não foi sua melhor atuação. Cosette está bem apagadinha e não a achei convincente. Bem diferente de Eponine. Uma personagem secundária que brilha intensamente, principalmente quando solta a voz e canta "On my own". Muito mais interessante que a apagadinha e sem gracinha Cosette, embora eu já tenha visto outras versões em que Corsette está bem mais iluminada e você compreende a razão de Marius ser completamente apaixonado por ela.
De maneira geral, "Os Miseravéis" tem todos os elementos de um melhor filme, é forte, pesado, melodramático e apesar de se passar em um dado período na sociedade francesa, é possível enxergá-lo acontecendo em outros períodos e em outros lugares. Seu ganho é sua megaprodução, atores geniais e aquela sensação de leve estuporamento, emoção e bom...cansaço quando o filme finalmente acaba.
A estatueta de Melhor atriz Coadjuvante para Anne é quase certa, a de melhor filme é duvidosa, mas a de Figurino é uma forte candidata.

Sorteio!

Está rolando um sorteio do livro "A Irmandade das Olivias" em parceria com o blog Espaço do Leitor. Saiba como participar!



SORTEIO A IRMANDADE DAS OLÍVIAS

Regras:

1. Ser residente ou com endereço no Brasil;

2. Curtir a FanPage do Blog Espaço do Leitor;
http://migre.me/dm5O9

3. Curtit a FanPage do Blog Mesa de Café da Manhã da autora Ana Carolina Almeida Souza;
http://migre.me/dm5Vi

4. Compartilhar a imagem do sorteio;

5. Na aba promoções, clicar em Participar.


O sorteio se encerra no dia 22/03/2013, e o resultado será divulgado no dia 23/03/2013.

O ganhador será comunicado por inbox e terá 3 dias para responder. Caso o ganhador não entre em contato, o sorteio será realizado novamente.

Obsessão digna de Oscar

Até onde se vai quando se está focada em conseguir alguma coisa? Quando não é possível dormir, comer, fazer sexo, conhecer gente nova e...viver se não for para ter/resolver aquela coisa. A sensação parece ser mais ou menos parecida com a de ser pertubada eternamente por um mosquito que faz questão de zunir todo o momento no seu ouvido, procurando te irritar e te lembrar, que ele está ali. O problema é quando o mosquito vai embora. Você fica com o zzzzzzzzz no ouvido ainda irritando e o sentimento de "perda" se mistura com o de vitória. E de repente você se pergunta, o que vai fazer em seguida? E se pergunta: "e agora?". Bom, é assim que o filme "A hora mais escura" termina. E é desse surpreendemente bom filme, que vamos servir um cafézinho agora.
O nome do filme em inglês é uma codificação para 00:30. A hora que o esconderijo de Osama Bin Laden foi invadido.
Muitas esposas de figurões de Hollywood passam anos sob o estigma de serem nada mais do que a esposa de seus maridos. A coisa piora quando o marido morre ou quando se divorciam, pois nem mais esposa se é. É apenas a ex esposa do fulano, ou a viúva do siclano. Verdade que poucas mulheres conseguem se desvencilhar dessa espécie de rótulo e uma que conseguiu fazer isso e de maneira bem forte é Kathryn Bigelow, a primeira mulher a ganhar um Oscar de direção e também, aquela que há muito tempo não responde mais como a "ex mulher de James Cameron".
Só que, ao contrário do que se possa esperar de uma diretora, seus filmes não tem nada de mulherzinha e na verdade mostram sempre um lado forte e destemido da socidade e como esse lado é capaz de aflorar em um momento de perda, desespero e medo. Foi assim que com "Guerra ao terror", Kathryn levou a estatueta para casa.
Porém, Bigelow gosta de filmes pesados. Gosta de histórias que se arrastam por muitos minutos e de grandes explosões. Gosta de misturar ficção com realidade e de fazer os atores sob a sua maestria se suprerarem, ultrapassarem limites impostos por suas próprias crenças para chegar ao momento chave, onde as coisas simplesmente se desenrolam e a própria história se responsabiliza em ser boa.
Mesmo que não goste muito de filmes de guerra e das películas que tendem ao lado ufanista da sociedade norte-americana, resolvi ir assistir "A hora mais escura", deparando-me com a grata surpresa de uma história muito boa e atores excelentes, que realmente dirigem o enredo de maneira digna de Oscar. Para quem não sabe, o filme conta todo o processo de investigação da CIA (que levou 10 anos) até localizar um esconderijo de líderes da Al-Quaeda, que acabou cuminando com a captura e morte de Osama Bin Laden. A história, simplificada desta maneira, parece ser básica e sem muito o que explorar, tornando-se uma narrativa simples de começo, meio e fim. Só que um dos grandes trunfos de "A hora mais escura" é o mesmo de "Guerra ao terror": o quesito homem.
No caso deste filme, o quesito mulher. Jessica Chastain está brilhante no filme. Sua personagem é quem investiga e descobre o esconderijo. Ela também é a reponsável por não deixar a pista se perder e nem cair em esquecimento, sendo completamente obcecada por capturar Osama. Detalhes sobre o passado de sua personagem não são revelados, mas existem motivos para acreditarmos que talvez suas motivações sejam muito mais pessoais que patriotas e talvez por isso, Maya (Jessica Chastain) seja tão querida durante o filme inteiro. Fica claro que a agente interpretada por Jessica é a mais destemida e empanhada em conseguir informações corretas e mesmo assim, para nós é completamente compreensível a vida que ela leva. O que nos deixa muito incomodados é o final em aberto, em que após capturar OBL parece se sentir mais vazia, que realizada. Mas é o que dizem, a guerra muda as pessoas para sempre. 
Com diálogos afiados e cenas de ação muito bem feitas, defendo que o grande "quê" do filme é realmente acompanhar o processo que Maya e seus companheiros da CIA passam até encontrar o esconderijo, pois a investigação é muito bem trabalhada e não fica com cara de seriado de investigação meia boca e sim mais palatável e verídico, e redundantemente, humano.
Apesar dos elogios, "A hora mais escura" tem em uma das suas principais características, seu principal inimigo. Como as cenas se arrastam, existem momentos que você pára e pensa: "Por que essa cena tá aí? Por que essa parte é tão longa e tão lenta?". A primeira parte do filme então, parece se prolongar e andar à passos de cágado. Mas segure-se firme na poltrona e não se deixe vencer pelo tédio. A segunda parte do filme é brilhante e as coisas que se demoraram no começo de repente fazem completo sentido no final e tudo se encaixa perfeitamente.
"A hora mais escura" é definitivamente um filme para ver no cinema e mais que isso, é forte concorrente para levar alguma(s) das 5 estatuetas para que foi indicado para casa. Meu palpite é que concorre principalmente pelas estatuetas de Melhor Atriz (Jessica Chastain) e de roteiro original. Para desbancar essas duas, só se Jennifer Lawrence ganhar por "O lado bom da vida" (que já falamos aqui) ou se Quetin Tarantino levar o de roteiro por "Django Livre". Vamos aguardar...

Gatinhas musicais

Existem alguns filmes, para mim, que marcaram e se tornaram muito bons, mais pela trilha sonora que pelo próprio filme. Não que essas películas sejam péssimas, ou não devam ser assistidas, porém o som é mais interessante e vale a pena ser conhecido. E para divulgar esses filmes e suas trilhas, abro uma nova sessão aqui no blog: filme para ouvir.

Esses dias me peguei ouvindo uma antiga trilha sonora do filme "Josie e as gatinhas". Uma tentativa de reacender um clássico da animação da década de 70, recolocando a história num contexto mais modernoso, onde Josie e as suas melhores amigas eram envolvidas em uma trama internacional, em que mensagens subliminares eram imbutidas nas músicas da cultura pop, de maneira a intensificar e influenciar no mercado da moda e demais consumos. No elenco estão Rachel Leigh Cook, Tara Reid e Rosario Dawson e na época de lançamento (2001), muitos filmes com trilhas sonoras musicais estavam em alta, principalmente destinados ao público infanto-juvenil.
Clique na capa para ouvir a trilha;
Mas o filme é meio lugar comum. Tem uma história engraçadinha, que você já sabe para onde vai. Aposta em alguns clichês de figuras do mundo pop (como a boy band, a produtora musical excêntrica e o grupo musical que veio do nada) mais para dar um tom de comédia, que mesmo para fazer qualquer tipo de crítica, mas vale para um filme para se divertir e simplesmente curtir uma ótima trilha sonora.
Falando sobre ela, "Josie e as gatinhas" parte de músicas originais dos desenhos animados para construir uma trilha sonora que, ao mesmo tempo, mistura músicas exclusivas com músicas consideradas excelentes do meio rocker, como "Real Wild Child", "I wish you well" e "Money (that's what I want)". Entre as originais do filme, vale um destaque muito especial para "Pretend to be nice", "Don't see me" e "Spin Around" e vale destaque para a participação especial dos atores que fizeram a boyband Dujour e que gravaram as músicas inéditas "Backdoor lover" e "Dujour around the world". 

Mesmo com tantas músicas, o filme não pode ser considerado musical, porque são poucas as cenas em que a música é o foco, sendo apenas BG (background) para a história se desenrolar. No entanto é bacana o cuidado que eles tiveram em regravar/gravar todas as músicas da trilha, de modo a serem os atores mesmos que davam o tom dos seus enredos e como eles se entrelaçavam. Outra coisa bem legal nesse filme, é que Rachel Cook está afinadíssima e além dela, todos os que cantavam e/ou tocavam algum instrumento no filme, tiveram aulas de música, de forma que Tara Reid realmente parece estar tocando bateria e de repente Rosario Dawson era a melhor baixista de todas.
Uma coisa bem curiosa, é que a série de desenhos animados da década de 70 tinha um trio de cantoras que faziam as vozes cantadas das três protagonistas, sairam em turnê e gravaram discos divulgando as músicas da banda, como se elas mesmas fossem as cantoras. Existem algumas dessas gravações espalhadas na net e é bacana ouvir, inclusive para pensar em como o estilo era lá e como ele se modificou nos anos que se seguiram. Então, a partir de "Josie and the pussycats" de 2001, recomendo também a trilha do desenho animado dos anos 70.

Krystal Cristão

Uma das coisas mais legais que o Orkut tinha, era o fato de você poder, através de um cantor, encontrar muitos outros que fossem parecidos em som, estilo e finalidade musical. Foi assim que ao descobrir Jadyn Maria, eu me deparei com alguns cantores cristãos que misturavam estilos interessantes, com letras de louvor e para transmitir as mensagens de Deus. Não que eu fosse uma cristã fervorosa, mas sempre gostei de conhecer as coisas, por isso ouvi um monte desses artistas misturebas e de todos uma das únicas que ganhou a minha admiração e que eu escuto até hoje, é Krystal Meyers.

Com uma pobre página no Wikipedia e poucas novidades sobre ela, Krystal Meyers é uma cantora que pouca gente já oviu falar. Hoje com 24 anos e três cds lançados, Krystal gosta de misturar estilos, cantando a palavra de Deus relacionando-as às situações do dia-a-dia, como namoro, briga com os pais e encontrar a sua própria voz. De uma maneira bem única, Krystal não tem a aparência que se espera de um cantor de gospel e nem mesmo fala de forma literal dela. O importante é trazer a mensagem para mais perto das pessoas e pensando nisso, ela criou um som próprio e conquistou um público que, apesar de restrito, é fiel.
O mais interessante é que se você parar para escutar Krystal sem pensar que se trata de música cristã, isto vai passar completamente despercebido por você, já que como eu disse, os ensinamentos e as palavras de Deus estão discretamente colocadas nas letras e você dificilmente vai ouvir "God" ou "Jesus". 
Em seu primeiro album, Krystal parecia bem mais rocker. Tocava guitarra pesada e lembrava bastante Avril Lavigne na fase Sk8er boy, mas conforme ela se encontrava no ramo musical, se tornou mais madura e descobriu seu próprio estilo. Ainda com acordes pesados, mas desta vez com sintetizadores e um teclado que mais lembrava pop, "Dying for a heart" chegou as lojas com um fracasso de vendas, mas com alguns hits que, para quem gosta, se lembra até hoje, como a própria musica título, "Love is on the run", "Collide" e "The beauty of grace".

Tentando algo ainda mais novo e deixando um pouco da guitarra de lado, Krystal flertou fortemente com o dance e o eletrônico e quando "Make Some Noise" chegou às lojas surpreendeu a todos os que estavam acostumados com a loirinha meio rock n' roll. O cd é um perfeito radiohit, quase todas as músicas tocariam facilmente nas rádios e seriam reconhecidas e cantadas como qualquer outra que faz sucesso hoje. As letras são mais simples, mais chicletes e o ritmo dá vontade de dançar, mas o principal é que "Make Some Noise" quebrou com algumas barreiras que existiam entre o gospel e a chamada "música de boate". Entre as melhores músicas desse album estão "Fell so right", "Make some noise", "beautiful tonight" e "S.O.S". 
Uma pena que depois de "Make some noise" Krystal meio que sumiu e as últimas atualizações que temos dela vêm das redes sociais (facebook/twitter) e até mesmo o seu site oficial está abandonado. Mesmo assim, Krystal é definitivamente alguém para se conhecer. Nem que seja só para ouvir uma vez e pensar em como o gospel consegue aparecer em tantas formas e que, definitivamente, para música, não existem barreiras.

Latinização da Telinha

Misture adolescentes que cantam, dançam e vivem situações divertidas, com uma grande "label" por trás, como Nickelodeon e Disney Channel. Você tem uma receita de sucesso garantido, especialmente se esses personagens são de origem latina. E não é de hoje que essa receita é possível de ser vista, mas não sei muito bem dizer quando que essa febre latina começou nas grandes emissoras. Penso eu que tenha se iniciado com o sucesso estrondoso de Rebelde, que tinha nos Estados Unidos um dos maiores públicos. Na época não precisava pensar muito para saber o motivo do sucesso. Tratava-se da grande maioria dos imigrantes habitantes dos Estados Unidos e como eles era um público expansão.
Some isso ao fato de que o público latino é o que mais cresce, tanto no consumo de produtos, quanto na produção cultural. Já que o espanhol ganhou proporções grandiosas, principalmente nas Américas (sendo a língua mais falada do território), onde conseguiu mostrar a cara com uma produção de telenovelas mexicanas para todo o canto, assim como as novelas brasileiras que hoje são as favoritas de muitos cantos do mundo.
Mas o que eu acho que começou com Rebelde foi o foco dado em produções destinadas a um mercado que cresce e que se torna cada vez mais cosmopolitano, os jovens. E para eles aquela receita de música, dança, amores dramáticos e situações bem caricaturadas parece funcionar muito bem, já que hoje, na América Latina, o programa mais assistido é o seriado Violetta. 

Com um elenco formado por atores/cantores/dançarinos argentinos, a história é bem boba, com a personagem principal que escreve canções através das suas experiências diárias e que sonha ser uma cantora muito famosa. Além dela, temos os personagens que são apaixonados por ela, a garota muito popular, que detesta Violetta e claro, o grande obstáculo que não a deixa realizar seus sonhos: seu pai.  Além de Violetta, é possível pensar em algumas outras produções latinas que encheram as telinhas e os olhos dos adolescentes, como Isa TKM, que tinha uma música muito parecida com a de Violetta, mas era da Nickelodeon e o elenco era Mexicano. Ou mesmo Sonha Comigo, que brilhava nas noitinhas contando a história da escola de artes. 
Para alcançar o gênero masculino, eles também apostaram em Jake e Blake, e Peter Punk, que apesar de focar em música, relações amorosas e aventuras, pretende ter uma abordagem mais masculina, com rock n roll como pano de fundo e meninos como personagens principais. 

Apesar dessas séries tentarem incorporar elementos culturais dos locais onde foram gravadas, é perceptível que elas ainda parecem muito mais com típicas histórias de adolescentes norte-americanos, do que algum país latino. Até mesmo Quando toca o sino, uma produção disneyana com atores brasileiros, o colégio é um típico High School, que de diferente só tem a língua. Todos parecem fazer grande sucesso, menos High School Musical: o desafio, que foi um fiasco de bilheteria e foi esquecido em algum lugar nas mentes dos brasileiros.
O investimento é excelente, é um público em expansão, consumidor ávido e que se sente mais próximo, mas penso que o dinheiro ia ser mais bem gasto, se tivesse sido algo realmente latino...ou será que não faria sucesso?

Excelsior

Somos todos um pouco loucos. Temos manias, superstições e buscamos, sempre, recomeços de nossos próprios atropelos. Queremos mais do que podemos alcançar e nos surpreendemos quando somos bem sucedidos. E simplesmente, é do ser humano lutar ao mesmo tempo que desiste. Desiste de lutar, de se superar e acreditar que pode fazer o que quiser, mas luta porque deve querer mais e acha que tudo vem em sinais. E é mais ou menos disto que se trata o filme "O lado bom da vida".

A história é bem simples. Trata-se de Patrick (Bradley Cooper) que passa algum tempo em um hospital mental e quando sai, resolve retomar a sua vida. No meio do percurso de redenção ficamos  sabendo mais sobre seu colapso mental e como ele foi parar no hospício, também compreendemos melhor como funciona o relacionamento dele com a família, que parece ser a única que realmente acredita que ele pode ficar melhor. Em um simples almoço de domingo ele conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), viúva de um policial e uma aparente tarada sexual e desajustada. Ninguém acredita que ela pode melhorar. Logo, o bipolar Patrick e a vizinha Tiffany encontram coisas em comum e podem seguir em um relacionamento cheio de diálogos incisivos e brilhantemente dirigidos por Lawrence.
Falando nela, Jennifer Lawrence concorre pela segunda vez ao Oscar pela sua atuação neste longa. E não poderia ser diferente. A atriz está brilhante em uma personagem com timing, enredo próprio e muita categoria. Tiffany, diferentemente de Patrick, não parece um clichê ambulante e nem se deixa levar por um sarcasmo forçado. Na verdade Lawrence dirige a personagem com uma destresa  que convence de que Tiffany é tão normal quanto qualquer pessoa pode ser, porém tem sérias perturbações, como o fato de se culpar pela morte do marido. Ela também é quem segura o ritmo das cenas em que aparece e deixa o filme não tão psicológico.
As cenas de relações humanas são as mais importantes de todas. Sejam elas sobre o relacionamento de pais e filhos através de Pat e seus pais, ou pelo relacionamento de casais, tanto no comportamento obsessivo de Pat para com a sua ex esposa, quanto de seu melhor amigo e a esposa dele. Quem está "por fora" de toda a confusão é Tiffany, que leva Pat a ver outras perspectivas da sua própria vida. E como faz isso? Com uma competição de dança, apostas e sinceridade.

Apesar de ter esse quê de filme psicológico, fica mais evidente para quem assiste, que na verdade trata-se de uma comédia romântica com toques de drama, o que faz da história bem confusa em alguns momentos e clara no seu final (ou seja, de ser uma comédia romântica, na verdade). E talvez este seja o maior dos seus ganhos. Poderia ser uma história boba sobre superação e o encontro do amor, mas se torna numa história que parece ter algo a dizer, mesmo que isto seja: "todos temos nossas loucuras, não tem porque pirarmos por conta das dos outros".

*Excelsior: segundo diz no filme, é pegar toda a energia negativa e transformá-la em gás para fazer algo melhor e posistivo.

Cara de papel

Nos dias de hoje, poucas coisas nos arrancam suspiros e fazem a gente pensar positivamente sobre a vida. Para mim, uma dessas coisas é o cinema e a magia que ele tem. Ela me encanta, me envolve e me dá algumas lições que servem para vida toda. Também consigo entender algumas coisas, que noutras circunstâncias talvez nem tivesse contato e, se não fosse o cinema, nem mesmo teria pensado sobre ela.
Esse suspirar se intensifica quando assisti a um filme em animação. Parece, para mim, que o desenho se mexendo, criando vida e se desenrolando em um enredo tão bonito e tangível é uma das coisas mais bonitas do mundo. Não só pelo desenho ser belo, ou por ser colorido e muitas das vezes ter uma musiquinha bonitinha envolvida. Não. A Animação me encanta pelo inanimado que ganha vida. Pelo sonho que se torna realidade em alguns traços, pela técnica minuciosa e característica daquela linguagem...mas principalmente, por que é só na animação que podemos nos permitir construir herois.
Não sei se entendem o que eu quero dizer com isso, então explico. Em filmes com atores de carne e osso, por mais que você seja transportado para aquela história e que realmente aprenda algo ou mesmo se identifique com ela, no final é só a Jennifer Lawrence de Kat, a Amy Adams de Giselle ou a Anne Hathaway de Mulher Gato. No final das contas são atores, fingindo ser alguém. Na animação isso não acontece. São personagens que são eles mesmos. Não podem tomar outra forma, mesmo que tentem, porque foram desenhados, criados e coloridos para serem aqueles personagens. Para serem herois, heroinas e vilões. E ninguém vai poder substituir a Minnie, mesmo que façam um filme com uma rata supercrescida.
Para ilustrar o que eu falei aqui, tanto sobre os suspiros, quanto sobre os personagens únicos, tem um vídeo de um curta da Disney chamado Paperman. Espero que gostem e que pensem um pouco mais sobre a magia da animação e não tanto ela como um filme para crianças...