Nota 10 em vilanice

Paola Bracho te despreza, Rubi de chama de estúpida e Soraya Montenegro te enche de tapas. Mesmo assim essas personagens exerceram e continuam exercendo verdadeiro fascínio nos telespectadores, com as suas tramoias, planos malignos e muita gritaria. 

Reassistindo Rubi e A Usurpadora, tive a oportunidade de parar para pensar no motivo dessas vilãs da tv mexicana fazerem tão sucesso e mesmo depois de mais de 10 anos, elas ainda habitarem as lembranças brasileiras e, principalmente, serem ícones de um tipo vilânico que, ao mesmo tempo é escraixado e caricaturado, também é relacionável e muito identificável.
Estas vilãs são de um tempo onde a internet não exercia a mística de propaganda fácil, mas elas se difundiram para além de seu tempo, inspirando memes, novas vilãs e muitas reprises na telinha do Silvio Santos. 
Importante notar, que mesmo na sua época, elas brilhavam já bem mais do que as protagonistas: as típicas mocinhas, donzelas em perigo e campeãs da bondade. Agora porquê?
Arquétipos descarados de maldade, dissimulação e deboche são capazes de falar o que todo mundo pensa, mas ninguém tem coragem de falar, talvez por isso pareçam bem mais próximas da nossa realidade (mesmo que de maneira exagerada). Vilões são reflexões humanadas das "leis" humanas, para o bem ou para o mal, sendo sempre antíteses completas de suas próprias histórias. Elas colocam a prova tudo aquilo que acreditamos ser certo e nos deixam mais próximos de questionamentos da nossa própria moral. 
Importante notar, que chega certo momento em que nos pegamos torcendo por elas. Não por que sejamos apenas maus e incapazes de nos vermos na personagem bondosa; penso que é porque é na vilã que vemos a fraqueza humana. É nela que podemos nos perder em pensamos malignos sem nos preocuparmos com o politicamente correto. 
Mais interessante ainda, notar que essas vilãs acabam sendo mostras de uma evolução no próprio conceito de ser má. Pegando apenas as vilãs mexicanas, Soraya era o suprassumo da maldade. Não havia nem um osso bom naquele corpo. Paola Bracho era debochada, mas até que tinha alguns surtos de bondade, mostrando que por trás daquele batom vermelho, ela ainda era humana. Rubi já era bem diferente. Não era boa, nem má. Era ambiciosa e fazia de tudo para ter o que queria. Ou seja, não era uma vilã clássica, era uma mulher e ponto. 
O conceito de vilanice realmente mudou significativamente, assim como o próprio ser bom. Os conceitos se misturaram, para as pessoas terem mais facilidade de se verem nesses personagens. Já falei várias vezes aqui, que apostar em símbolos perfeitos de bondade e/ou maldade acaba sendo uma ideia meio errônea e cada vez mais nos percebemos disso. 

Vermelho

"Amar você é vermelho...paparapara paparapara...amar você é vermelho."
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O som sai em tom repetitivo e tipicamente pop. É meio melodramático e romântico, mas tem personalidade. A personalidade é da cantora country Taylor Swift na música homônima ao 4o cd de sua carreira. E é dele que vamos falar agora.
Taylor Swift é uma daquelas artistas de talento inegável e que vem mostrado para o que veio. Desde o seu primeiro cd, até o anterior a esse, "Speak Now", Taylor mistura sonoridades, brinca com palavras e rimas espertas. Vende cd como quem vende água e cada vez mais lapida seu nome nas bilboards internacionais. Em "Red", Taylor é ainda mais audaciosa, misturando ainda mais estilos e buscando por novas formas de se fazer country. Falando nisso, o country não se encontra totalmente. Na verdade está mergulhando profundamente na influência pop que teve, principalmente do seu produtor neste cd, Max Martin, produtor que já trabalhou com Britney e com Christina.
O resultado é uma seleção de ótimas letras, em melodias meio "chiclete", perfeitas para implacarem nas rádio e ficarem nas nossas cabeças após uma ou duas escutadas, "Red", "I knew you were trouble", "We're a never ever getting back together" e "State of grace" já vieram com o rótulo de campeões das mais pedidas, ao lado de "22", "All to well" e "Begin Again" mostram mais o seu lado romântico e girlie, porém maduro e pós 20 anos. Taylor está, obviamente, adulta e decidida em testar cada vez mais a sua música. Com eclosões sonoras interessantes, mas não tão positivas, em alguns casos.
Casos como todo o resto do cd, afora as músicas aqui já citadas. O cd é um pouco cansativo, meio eclético demais e tem algumas músicas que ficaram "forçadinhas". Talvez na busca por novos públicos e conquistar mais ainda seus fãs, Taylor se perdeu um pouco, e, sinceramente, não achei o album melhor que "Speak Now" ou "Fearless", mas "Red" é corajoso e é aqui que está o seu maior ganho.

Nova Fantasyland - impressões

Dos rabiscos conceituais, até a concretização de parte do Novo Fantasyland, eu acompanhei ansiosamente todos esses passos até ter a oportunidade de ver com os meus próprios olhos. E agora eu tenho a oportunidade de dividir com vocês o que vi por lá.

Para começar é importante deixar claro que o Novo Fantasyland ainda não está completo, então vocês vão notar por todo o perímetro dessa área tapumes, recheando nossa curiosidade para ver a parte da Branca de Neve e a da Rapunzel que tem previsão para lançamento no ano que vem. Mas já é possível ter uma ideia do que via vir por ali. Para quem não sabe, esta parte do Fantasyland será destinada às princesas da Disney, com uma praça onde as personagens estarão para quem quiser tirar fotos e pegar autógrafos. Será também o melhor lugar para comprar fofurices da sua heroína favorita, principalmente porque cada uma das princesas terão um espaço próprio.
Falando em espaços próprios, a parte destinada à Bela e a Fera é lindíssima! O castelo da Bela e a Fera já está lá, com toda a sua glória, com uma fila gigantesca mesmo para quem só quer dar uma olhada no tão falado (e esperado) restaurante Be Our Guess. Por causa da fila, não vi a parte interna do restaurante, mas fiquei sabendo que no castelo, em si, não é possível entrar.
Ao lado fica a taverna do Gastão, com um estátua/chafariz do vilão da história, a taverna é, na verdade, uma lojinha recheada de coisas da Bela e a da Fera, e claro, do Gastão. Desde camisetas, até porcelanas (sério) imitando a louça da casa da Fera.
Não muito longe é possível já ver a torre da Rapunzel, da qual já estou cheia de ideias do que eles vão fazer ali. Caminhando um pouco passamos pela praça onde, a partir de 2015 todas as princesas ficarão para tirar foto e em seguida a parte destinada à Ariel.
Ali ainda é um verdadeiro canteiro de obras, o espaço é pouco para caminhar, mas as atrações já estão abertas (mesmo que ainda imperfeitas). Uma delas é a Under the Sea, uma jornada que você faz em um carrinho acompanhando a história de Ariel. O grande problema deste brinquedo é que ainda está cheio de probleminhas, que eles estão prevendo resolver até março deste ano, para na alta temporada estar tudo certinho, mas foi um pouco triste ver a perfeição da Disney um pouco "torta" neste brinquedo. Ele já tem Fast Pass (tem que ter) já que a espera da fila está beirando as 1:30h. A outra atração desta parte é uma fila de 40 minutos que você pega para tirar foto com a Ariel.
Em frente está a estrutura da montanha russa da Branca de Neve, que será o brinquedo mais esperado para 2014 e que nos dá uma expectativa muito positiva desse espaço. 

O espaço do Dumbo está lindíssimo. Para quem não sabe, o circo do Dumbo, ao lado do Tiki Room e do Hall of Presidents eram as atrações mais queridas por Walt Disney e que foram mantidas até hoje em homenagem a ele. Dumbo foi reformado, justamente para atender às novas gerações e também para transportar os personagens como Margarida, Pateta, Pluto entre outros, que ficaram sem espaço no Magic Kingdom, quando o Toontown fair foi retirado.

Bom, para uma primeira expansão os imagineers da Disney arrasaram! Adorei o espaço que está se tornando a nova Fantasyland. Está de bom gosto, mesmo com uns probleminhas (já esperados) e promete muito! Quero mesmo ter a oportunidade de ir em 2015, quando a expansão estiver completa. E você?

Her name is...

Lá pelo começo da década de 80, com o estabelecimento da Disney na televisão norte-americana, um conceito de entretenimento juvenil ganhava corpo e se tornava uma espécie de máxima nas produções desta empresa. O conceito se tratava de assinar e lançar jovens artistas que tivessem o "Triplo Ataque", ou seja, adolescentes que cantassem, dançassem e atuassem, e um dos maiores núcleos destes jovens foi a falecida "Turma do Mickey", que lançou artistas como Justin Timberlake, Britney Spears, Christina Aguilera e muitos outros.
Agora não é só a Disney quem faz isso, a Nickelodeon também se tornou uma label de lançamento de jovens talentos, a exemplo de Victoria Justice, Drake Bell e Miranda Cosgrove. E é interessante observar a força com que essas "escolas" de artes investem nesses jovens talentos. Normalmente eles estrelam filmes, séries, lançam cds, se tornam porta-vozes de causas sociais e fazem shows pelo mundo todo.
Mais recentemente a Hollywood Records (gravadora que a Disney lança seus artistas) lançou o cd de Bridgit Mendler, mais conhecida em seu papel cômico em "Boa sorte, Charlie" e também no corpo da tímida Olivia White, em Lemonade Mouth. E é dele que vamos falar sobre.
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Para quem já está desacreditado de artistas lançados pelos grandes conglomerados multicomunicacionais, achando que se tratam de cantores de um estilo só, voz parecida e cara igual uma das outras, vai se surpreender ao ouvir o cd de estreia de Bridgit Mendler. "Hello, my name is..." tem uma mistura bem dozada do pop Britney, com o Natasha Bedingfield, nos seus melhores sons de "Pirate's bone" e "Pocket full of sunshine"; além dos acordes que lembram The Corrs fazendo mashup com alguma banda de surf music que alguma vez na vida eu ouvi. Merece muitos aplausos quando brinca com instrumentos variados e sonoridades (que poderiam parecer) conflitantes.
A voz de Bridgit é bem mais madura das que muitos estão acostumados em ouvir da Hollywood Records, principalmente se comparando-a a Selena Gomez ou Miley Cyrus. Apesar de se tratar de um primeiro trabalho, ela convence que tem algo a dizer, mesmo que seja claramente despretensioso. Nas músicas "Quicksand" e "All I see is gold", os acordes ficam bem mais fracos que o tom da voz da cantora, o que leva a voz dela para cima e são aquelas músicas que quse é possível imaginá-la cantando ao vivo.
"Ready or not", single de lançamento, é uma daquelas músicas com um quê de final de tarde, dirigindo sem muita noção de onde se está indo, assim como "Forgot to laught" e "We're dancing". Nessas músicas a voz de Bridgit fica brincalhona e é possível reconhecer algumas das suas influências. Intencionalmente, ou não, "Hurricane" e "City Lights" continuam com o convite de ouvir este cd dirigindo pela cidade e decorar o quanto antes as músicas para curtir o vento na cara cantando juntamente com ela.
Fato que, apesar de levemente mais maduro que os primeiros cds de Selena Gomez e Miley Cyrus (por exemplo), Bridgit sabe muito bem quem é o seu público, quando canta sobre garotos, conquistas e draminhas escolares, o que não desmerece o seu trabalho, mas que a rendeu algumas críticas meio pesadas, chamando-a de "sem personalidade" e de "sombra de Britney Spears". Particularmente, não concordo e acredito que Bridgit ainda vai surpreender bastante...

A Irmandade das Olivias

Queridíssimos bebedores de café, é com muita alegria que eu convido todos vocês para o lançamento oficial do meu primeiro livro publicado, A Irmandade das Olivias: o diário da sonhadora. O lançamento será no dia 30 de janeiro, na Fox Vídeo da Dr. Moraes, a partir das 18h.


A cada 50 anos uma Olívia é escolhida para continuar a missão que Olivia Yale começou ainda no século XVI, lutar pelos sonhos dos outros. Mas a Olivia do século XXI não sabe muito bem como ligar com tanta responsabilidade. Sem contar que ela acabou de entrar para a faculdade, vai ter que começar a trabalhar e ainda tem Viktor. Esta jornada está apenas começando e no meio disso tudo Olivia vai precisar ter coragem, amadurecer e aprender que nem sempre é bom confiar nos outros.

O subtítulo do livro faz alusão ao objeto inestimável da confraria, que dessa vez chega nas mãos da Olívia do século XXI. O que ela vai fazer no primeiro momento que se ver frente a frente com o seu destino? Será que poderá lidar com ele? E como fica todo o seu futuro que parecia tão diferente do que está acontecendo agora?

Saiba mais sobre o livro no site oficial da saga e fique sabendo de todas as novidades: A Irmandade das Olivias


Besterol por excelência

Nos últimos anos os olhos da maioria dos adolescentes se viraram para acompanhar a saga dramática e fraquinha de Stephanie Meyer, elegendo os protagonistas como estrelas indiscutíveis de um talento único e todo aquele blah blah. Felizmente não são apenas eles que foram reconhecidos em meio àquela historinha ruim e mal contada, Anna Kendrick não ficou conhecida como a patricinha Jessica e sim por ter sido uma das atrizes indicadas ao Oscar de 2011 por sua atuação em "Amor sem escalas". 
Desde então Anna tem chamado atenação de produtores, diretores e da própria crítica cinematográfica ao escolher personagens tão díspares uns dos outros e por mostrar que consegue ter fôlego na telona. Recentemente, ao lado de Rebel Wilson, Elisabeth Banks e Brittany Snow, Anna estrelou o filme "A Escolha Perfeita" e, por mais simples que o filme tenha sido, vale um post aqui.

"A Escolha Perfeita" conta a história de Beca (Anna), uma aspirante a DJ que ao entrar (forçadamente) para a faculdade vê seu caminho a direcionando ao encontro das Barden Bellas, grupo feminino de A cappella, que compete em vários concursos, principalmente, contra o grupo masculino do campus, os Tremblemakers. Em meio a muita música, alguns dramas aparecem na história, como a tortuosa relação de Beca com o seu pai, a relação da moça com um competidor e claro, toda a competitividade do mundo dos corais de Acappella (quem diria que tem tanta). 

Juntando a história simples, com um diretor querido pelo meio (Jason More), uma pegada de comédia arrebatadora e um elenco afiado, "A Escolha Perfeita" consegue se destacar num cenário onde tudo parece muito parecido com todo o resto.
Não é dificil de imaginar de onde a ideia de investir em um filme desse estilo veio, tanto a série de TV "Glee", quanto filmes como "High School Musical" e tantos outros da Disney parecem fazer um sucesso desenfreado entre o seu público alvo, com o ganho de "Glee" em conseguir também, ser campeão de críticas positivas; mesmo que o filme em questão tenha muitas semelhanças entre os outros aqui citados, sua personalidade é bem distintiva, quando mesmo apostando na comédia, consegue também satirizar com o próprio público que ele estaria destinado para. 
É bem verdade que produções como esta são facas de dois gumes, pois correm um risco muito grande de tender mais para um lado que para outro. No caso deste filme ele, infelizmente, tendeu para o lado da competição. Apesar de ter dramas interessantes, elas não se sustentam no filme e acaba que as cenas em que eles são abordados serem relativamente vazias e parecerem áquem das capacidades do diretor e atores. 

Falando nos atores, eles sim levam a história para outro nível! Anna Kendrick está ótima, encarnando muito bem uma desajustada socialmente, tímida, porém muito talentosa. Ela consegue desenvolver a personagem, sem ultrapassar a fina linha entre uma boa atuação e afetação. Também Rebel Wilson brilha intensamente, conseguindo roubar a cena das magrinhas e lindinhas com uma personagem cheia de vida e muita coisa para dizer. A Amy Gorda, sua personagem, é inteligente, perspicaz e escraixada, quase beirando o ridículo. Quase. Quem também, na minha opinião se destaca é Mike Tompkins, que além de desenvolver o personagem de maneira bem inusitada é um excelente cantor.

Sobre a cantoria, é interessante e muito importante notar, que diferemente de Glee, os atores não são exímios cantores, na verdade tem vozes normalzinhas que juntas soam muito bem, o que torna o som muito mais relacionável e de certa forma, real. Inclusive as músicas que são cantadas tem essa pegada mais contemporânea, justamente por se tratarem de jovens cantores. Apesar de alguns clássicos serem citados e até cantados, o pensamento de que talvez o público não conhecesse aquelas músicas foi levado em consideração.
Relevante ressaltar que "A Escolha Perfeita", em nenhum momento, tem uma proposta inovadora. Na verdade nem o tenta. O entretenimento do filme pelo filme é o grande marco dessa história, o que não quer dizer que ele não tenha qualquer mérito por isso, acho importante compreender que não procuramos mais, necessariamente, por grandes histórias. Os filmes de finais de semana e de netflix não precisam ser aqueles psicológicos ou cheios de uma aura densa; na verdade, eles são aqueles que nos fazem rir, nos deixam mais leves e que nos mostram que a 7a arte também pode ser um bom e velho besterol.