Mais lidos de 2012

2012:

01 - Especial Sobre Bonequinha De Luxo
02 - Sobre O Congelamento Dos Contos De Fada
03 - Ela Voltou A Ser Popular
04 - Imortalidade É Um Clichê
05 - Tudo Colorido
06 - Rebeldes Sem Causa, Mas Com Voz
07 - Oswald, The Lucky Rabbit
08 - Vingando As Boas Histórias
08 - Vorazes Por Uma Novidade
09 - Cheias De Cliques
09 - De Queridinho À Príncipe Negro
10 - Então Sou Uma Amélia

Posts mais lidos de 2011


01 - Faíscas
02 - Leyton E O Cometa
03 - Os Sapatos Perfeitos - Parte II
04 - De B. Para S.
05 - Sombrinha Vermelha
06 - Os Sapatos Perfeitos
07 - FNO
08 - Siempre - Only - Tu - You
09 - Você Existe?
10 - Demetria

Download - TCC

Como prometido, o link para quem quiser baixar o meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) já está disponível aqui no blog. E não se esqueça: se for baixar e usar algo, cite e dê os créditos ;)

Download de "E se não morreram, vivem até hoje": as experiências moderna e contempoânea em Branca de Neve.


Outros trabalhos acadêmicos, só clicar aqui.

Contos de Fada para adultos e crianças

Em 1812 Wihelm e Jacob Grimm lançaram uma série de compilações das histórias da tradição oral alemã, intitulado "Contos de Fada para adultos e crianças". Graças a essas compilações, histórias como Branca de Neve, Cinderela, A Bela Adormecida e Chapeuzinho Vermelho puderam chegar a ainda mais lugares do mundo, sendo readaptadas para as mais variadas línguas e com as mais variadas versões.
Hoje chama atenção a homenagem que o Google fez, colocando um doodle com a historinha da Chapeuzinho, mas talvez o que mais chame a atenção sejam os resultados da pesquisa que aparece logo depois. Muitas delas falam da importância dos Irmãos Grimm, como se tivessem sido autores desses contos e até mesmo os vitimiza, como se eles tivessem sofrido uma espécie de esquecimento por conta das adaptações feitas pela Walt Disney e por elas terem ganhado mais destaque. Porém, queridos, gostaria de chamar-lhes atenção para algumas coisas, as quais neste dia de comemoração, muitos parecem ter esquecido: 
1 - As histórias dos irmãos Grimm, na verdade não pertencem a eles. Estas histórias, muito provavelmente, nem mesmo vieram da raíz alemã. Algumas se tem registro de terem viajado milhares de quilômetros até serem compiladas por Wihelm e Jacob. A exemplo de Cinderela, que, pasmem, tem estudos que afirmam ser da tradição oral chinesa; ou O príncipe sapo, que parece ter vindo da África.
2 - Os Irmãos Grimm não eram poetas, eram linguístas que pretendiam fazer um registro da língua alemã da época, considerando suas influências e modificações. Tanto que essas histórias eram registradas da mesma forma em que eram contadas, respeitando a oralidade.
3 - A primeira versão do livro (que faz aniversário este ano) é na verdade uma compilação de histórias sem edição, que não só pretendia trazer versões infantis, mas servir de registro do que se passava de geração para geração. Apenas nas versões seguintes que os Irmãos Grimm perceberam que quem mais aproveitava os contos eram as crianças, então fizeram algumas alterações nas histórias para que ficassem mais infantis.
4 - As versões de Walt Disney são exatamente isso, versões. Não é certo atribuir aos estúdios a autoria desses contos, mas é certíssimo atribuir a eles a autoria das suas próprias versões.

A verdade é que o que esses contos tem de passados, talvez pela postura das personagens, ou pela linguagem; eles tem de atuais, quando lidam com elementos abstratos, sérios e de forte apelo humano, como morte, vaidade e confiança. Sendo assim, não devem ser esquecidos, nem desconsiderados. A verdade é que poucas são as histórias que são fontes de inspiração até hoje e que já foram reiterpretadas de tantas maneiras. Sejam nos filmes da Disney, nos desenhos de J. Scott Campbell, nas séries Once Upon a Time e Grimm, ou mesmo em quadrinhos da Turma da Mônica e novelas da Rede Globo.
Depois de ter feito o meu Trabalho de Conclusão de Curso sobre o assunto, sinto-me mais próxima de tudo isso. E principalmente, sinto-me ainda mais instigada por tudo isso.
Feliz aniversário "Contos de Fada para adultos de crianças" e muito obrigada Irmão Grimm, pela inspiração.

Quem tem medo do lobo mal?

Hoje peguei o meu TCC prontinho na gráfica e ai que coisa gostosa. Se deparar com ele nas minhas mãos, o resultado de um ano de luta, dedicação e muito Walter Benjamin na cabeça. 
Bom, diferente do que, normalmente faço aqui pelo blog, vou postar algo bem pessoal meu. Meus agradecimentos do TCC.

Capa e Contra-capa do meu TCC.


Se fosse para lhes contar uma história, definitivamente teria que iniciar por onde as coisas, obviamente, começaram. Começaram lá no passado, quando um garotinho na faixa dos seus 6 anos disse para a mãe que queria uma irmãzinha. Ele bateu o pé repetindo isso tantas vezes que a mãe não teve escolha a não ser prometer que um dia ele teria. Pouco tempo depois a mãe descobriu que estava grávida e logo a expectativa estava por qual sexo teria essa criança. Era menina. E em nove meses a menininha branquinha, de cabelos arrepiados e cara redonda vinha ao mundo. E sem o irmão “pentelho” e os pais ela não existiria. Mas nesta família não tinha apenas um irmãozinho. Tinha outro. Aquele que enquanto a menininha crescia, levaria ela durante quase todo o ensino médio para a aula, aceitaria ouvir as suas músicas no som do carro e ainda a chamaria para ser madrinha do seu casamento. Não a história não para por ai, tem a mãe heroína e o pai herói. Personagens importantes dessa história e que nunca a negaram de onde vieram nem como chegaram onde estavam. A mãe inclusive ainda espera que ela escreva a sua biografia. Mas isso é outra história.
Enquanto isso, irmão “pentelho” dava conselhos, falavam de lugares, pessoas, conhecimentos e dinossauros, povoava a imaginação da menina com imagens dançantes de coisas maravilhosas e sonhos gigantescos que culminaram com a vontade dela de ser escritora. Sim, ela de fato escrevia e também tentava recriar as mesmas coisas fantásticas que imaginava em papel e caneta. E era incentivada por uma babá que apostava todas as suas fichas na menina gorduchinha, que aprendeu com ela o valor das coisas que mais importam e dos Contos de Fada. Continuou assim, tanto que decidiu em algum momento que não mais só falaria de sonhos, mas também da realidade e foi assim, apoiada por todos naquela casa, que ela fez Jornalismo.
Entre seu caminho passaram muitas pessoas que significaram bastante, não só a sua formação, como também a sua pessoa e enquanto a menina se tornava mulher, quatro amigas também. E como cinco mosqueteiras elas seguiram fiéis seus caminhos, lutando pelo que queriam e procurando sempre estar lá, umas pelas outras. A Loira, a Maddie a Vivinha e a Siamesa, sempre com ela. Também tinha o escudeiro silencioso, que foi de advogado à dentista e que nunca vai esquecer que dará tratamento de graça para a menina pelo resto da vida. Não diferente, ou assim ela pensa, de suas novas cavaleiras. Cavaleiras do Jornalismo, que embarcaram nessa loucura da informação junto dela. Jasmine, Ariel e Minnie. Três personagens da Disney que a lembrariam todo o tempo porque escolheu aquela profissão e como veria nelas as suas próprias vontades.
E o que seria da profissão sem seus mestres? Aqueles que ligam seus sonhos no mode realidade e que a ensinaram a diferença entre ser só um jornalista e ser um jornalista comunicólogo. Para a menina, agora graduanda, foi a letra R que a conduziu por caminhos práticos e teóricos, simultaneamente. Uma, sua orientadora e um, seu orientador. Uma representava muito bem o seu lado ligado ao Jornalismo, o outro o seu lado mais comunicóloga, e mesmo assim os dois se completam. Jornalismo. A ânsia de escrever, de relatar, de contar, de tratar. De apurar, de revelar e de despertar. Se pudesse descrever a sua profissão em uma palavra, ela definitivamente descreveria como apaixonante. Mas tinha a Comunicação. Seus processos, seus enlaces, suas interdisciplinaridade e possibilidades. Se pudesse descrever a sua área de estudo, ela diria amante. E quando a Comunicação se encontrava com o Cinema, aí mesmo que as faíscas rolavam.
Faíscas. E ele se descreve com essa palavra. Como um vento gostoso de uma Boa Viagem de mãos dadas na praia. É quem se precisa para o conforto, para o cafuné, para a compreensão, para o beijo. E ele esteve com ela todo o caminho, sem nunca deixa-la duvidar, nem cair. Isso não é qualquer um que faz, e quem disse que ele poderia ser qualquer um?
Ninguém nessa história o é. Todos estão com ela, lembrando-a de quem ela é, de quem ela se tornou e até onde pode chegar e assim como Walt Disney, uma das suas maiores inspirações, enquanto ela escreve essas últimas linhas de agradecimento, lembra-se que “você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo…mas é necessário ter pessoas para transformar seu sonho em realidade.” (Walt Disney).
E vocês são as minhas pessoas. Obrigada pelo sonho. Obrigada por estarem comigo me ajudando a torna-lo realidade.

Dia de (des)profissionalização

Então, ontem começou a semana profissionalizante do Se Rasgum que normalmente traz uma galera muito bacana, para falar de temas bem interessantes. Só que a abertura não foi lá essas coca-colas. Por quê?
Bom, primeiro eu acho muito importante a gente pensar um pouco sobre o que o Se Rasgum representa para Belém. Não sob uma perspectiva de "ah, mudou a vida de tantas mil pessoas!", mas sob uma visão de uma espécie de grande catalisador de música e que ainda é o maior festival de música daqui e conseguiu em poucos anos, o que muitos festivais não conseguem, que é o de se estabelecer perante a um público fiel que comparece e que acredita na organização do evento. Passou por vários problemas esse ano, isso é verdade, tiveram alguns atropelos financeiros que acabaram "diminuindo" o festival, mas só pelo fato de eles terem metido a cara e terem feito, é digno de ter noso respeito e admiração.
A questão principal desse post não é "falar mal" de fulano, cicrano ou mesmo de movimentos e organizações, na verdade é um post de indignação.

Trabalhando há dois anos com a produção de eventos acadêmicos-culturais, posso dizer que muita coisa saiu errada ontem. Talvez por ego, talvez por falta de preparo, talvez por burrice, mesmo. O que importa ressaltar aqui, é que conhecimento é coisa séria e quando tratado de forma equivocada, pode, literalmente, jogar merda no ventilador. E esse é o primeiro ponto.
O segundo é que eu observo que as pessoas acreditam que ser Social Media é você postar. É você ir lá no facebook e criar uma fanpage que enche o saco de um monte de gente, postando 24h por dia as mesmas coisas; ou ir lá no twitter e fazer o mesmo (só que em 140 caracteres). Não. Social Media é o cara que entende de métricas, é o cara que sabe fazer monitoramento de rede, é o cara que sabe para quê usar AdWords, é o cara que pensa num conteúdo específico para cada meio e, principalmente, é o cara que "não marca todo mundo numa foto, por que mesmo que ele desmarque, ele vai ter visto".
Em terceiro lugar, eu gostaria de saber o que você, bebedor de café considera que seja uma oficina. O que lhe remete a palavra oficina? Para esta que vos fala, trata-se de uma espécie de aula prática, onde é possível você enxergar tudo o que já tinha visto na teoria, aplicado em alguma ferramenta legal, uma novidade, ou mesmo uma dica. Isso que eu compreendo por oficina. Não uma pessoa vir e explicar o que é o twitter e o facebook, ressaltando suas diferenças, dizendo que na "TL do Twitter, aparecem apenas as atualizações de quem você segue". 
Então, juntando os três pontos acima eu me deparo com uma tarde perdida. 
Perdida porque, na esperança de assistir uma oficina que me trouxesse algo de novo, ou mesmo uma ideia legal, me deparei com uma "oficina" dada por um skype sem vergonha, com uma pessoa que não consegui deixar de me perguntar "quem é você e porque é você quem está falando?". O incômodo não foi porque a "oficina" foi dada pelo skype, o incômodo foi ter me sentido enganada com algo que, claramente, era improvisado e mal planejado. Quisesse fazer algo diferente, fique a vontade, mas vamos fazer direito! Hoje você já tem tantas plataformas (gratuitas) que possibilitam fazer a mesma coisa e com melhor qualidade, como o Stoodos, antes de fazer merda, conheça suas opções.
Se você tá organizando um evento, de graça ou que custe uma fortuna, precisa ser bem feito. Ponto. Isso não tem que ser discutido. Primeiro porque o evento que você prepara é o reflexo do que você, como organizador e como associação (ou qualquer outra coisa que o seja) é. Se o evento é desorganizado e mal feito, então subentende-se que assim que você é assim. Dê-se respeito. Estilo não tem nada a ver com falta de qualidade.
Ao final, onde é que estava a oficina ali? Em "lalaland"? No mundo fantástico do Fora do Eixo?
Eu nem vou entrar no mérito de discutir a segunda "oficina" (também via skype)...Mas o que eu vou fazer aqui, é dar uma colher de chá para os briguentos de plantão (que podem estar achando que também sou uma) e dar algumas sugestões para que o ano que vem a gente não se depare com as mesmas porcarias que foram apresentadas ontem:
1 - Quer melhorar o que você tá fazendo? Organize-se. Se é um cara de São Paulo que vai falar, porque não fazer um bate-papo com uma pessoa aqui em Belém, de fato mediando (e não batendo papo no Facebook).
2 - Quer fazer algo à lá Web 2.0? Conheça suas opções. Todo mundo sabe que a internet em Belém é uma tristeza. Então investe em um modem 4G, compra um hotspot ou mesmo algo básico: testa o que você quer fazer na véspera.
3 - Entenda uma coisa, se você está se propondo a discutir Social Media, suponha que todas as pessoas que se inscreveram na "oficina" saibam o que são essas plataformas. Ninguém ali precisa que outra pessoa venha e lhes dê um "tutorial" de onde clicar para criar uma fanpage. As pessoas estão procurando por opções, querendo saber quais as potencialidades das redes e como se pode usar para tirar proveito onde se trabalha.
4 - Não amiga, só porque você alimenta a fanpage da sua empresa, não faz de você um Social Media. Se quer falar com propriedade sobre o assunto, se profissionalize. Seja capaz de me explicar como posso monitorar minhas redes e falar disso com propriedade. Seja alguém que valha a pena ser escutado.
5 - Conheça. Vai atrás de cursos online, de pessoas que DE FATO tem histórias de sucesso (não que começaram dia 28 de novembro). Fique por dentro do que está acontecendo, de quem realmente faz Social Media no país e porque eles fazem determinadas escolhas. Será que funciona para minha empresa? Será que posso usar tais ferramentas? Como descubro novas funções?
As coisas não são "Olha, se você seguir pessoas legais, você vai ter uma TL legal e vai gostar do twitter", a questão é o que EU posso produzir para a TL de quem me segue. A qualidade não é de lá para mim, é ao contrário. Preocupa-me seriamente que se pense dessa maneira...
E principalmente, não é marcar todo mundo numa fotinho qualquer que você vai ter sucesso, muito menos enchendo o saco de coleguinha para curtir e compartilhar. Não. Se o cara te curte e te segue, ele tem que continuar de curtindo e te seguindo. Produz conteúdo, fala de coisas interessantes e, principalmente, se você vai marcar alguém na foto, tenha um motivo para isso. Não é só "ah, se ele se desmarcar, pelo menos ele viu", porque mais cedo ou mais tarde, ele mesmo não vai mais querer ver.