8 minutos

Achando que está no meio de uma simulação militar dentro de um trem, Colter Stevens não faz ideia de quem é aquela mulher que fala com ele com tanta intimidade. Ela fala algo sobre entrar para a universidade de direito e passar um tempo sebático na Índia. Fala em como ele foi parte importante naquela escolha e como ela está grata. Uma lata abre, uma mulher derrama café em seu sapato, o fiscal pede o bilhete do trem e não demora muito para acontecer uma explosão.
Inconsciência, perda de foco, morte. Tudo junto acontece com Colter, enquanto ele acorda novamente. Uma voz o recepciona de volta, Collen Goodwin e o chama de capitão. Agora sim faz sentido. Aonde ele estava?
Este é o clima que se instala logo nos primeiros minutos do filme "Contra o Tempo", um thriller de Sci-fi do ano passado que eu descobri por acaso zapeando pelos canais. 

Colter Stevens, interpretado pelo talentosíssimo Jake Gyllenhaal, é um militar preso em uma cápsula e sendo parte de uma missão ultra-secreta. Esta missão se resume em viajar para uma espécie de realidade paralela do passado, onde um trem sofreu um ataque terrorista. Ele precisa descobrir quem é o terrorista e avisar seus superiores para evitar novos desastres. Para tudo isso, ele tem 8 minutos dentro da mente de outra pessoa.
Apesar de viagem no tempo não ser lá um ponto de partida muito original, o diretor Duncan Jones conseguiu dar à temática um ar diferente, uma espécie de "A Origem" misturado com "Em Algum Lugar do Passado", trazendo o melhor dos dois filmes de uma maneira bem dosada e quase possível, já que existe uma explicação da "viagem" de Colten no tempo. 
Existem algumas lacunas que são bem comuns em filmes como este - por exemplo não sabemos o que acontece com a consciência e sentimentos do homem que é "incorporado" por Colten -o filme tem um enredo coeso, que apesar de ir nos explicando as coisas em conta-gotas e ter, basicamente dois cenários, é estimulante e nos leva a querer descobrir junto com Colten o que realmente está acontecendo com ele.
Cristina, a mulher que conversa com ele de forma íntima, exerce sobre o capitão uma atração intensa e o faz querer salvá-la em todos os momentos do filme. Apesar de ser um romance impossível para os dois (já que ambos morrem na explosão do trem), nesta realidade paralela Colten luta com todas as forças para evitar que o pior aconteça.
De forma brilhante somos levados a crer que existem mais dúvidas a serem respondidas que as perguntas apresentadas no filme e que assistir só uma vez, não é suficiente.

Último Pré-CLIC do Semestre


Comissão Organizadora do CLIC 2012realizará o 5º Pré CLIC do ano com o tema O oriente é logo ali... ou está aqui?, no dia 25 de setembro, no Espaço Benedito NunesnaLivraria Saraiva. Os convidados do bate-papo serão:
- Tárcio Galvão, bacharel em Publicidade e Propaganda pela Unama, que pesquisou o movimento Superflat, iniciado pelo artista plástico japonês Takashi Murakami no início do século XXI. O Superflat, entre outras coisas, busca criticar os vícios de consumo e o excesso de fetichismo da sociedade japonesa, seguindo a visão apocalíptica de que no futuro o mundo todo será “perdido” nos tais excessos e num fluxo de informações sem fim.
- Carlos Henrique Brandão, o DJ Masa (foto à direita), graduado em Administração e em Comunicação Social. Masa, que iniciou sua carreira em 2005, atualmente é uma referência mundial em K-pop – a música produzida na Coréia do Sul – e já se apresentou em cidades como Budapeste, Lima, Cingapura, Buenos Aires, São Paulo, Recife e Brasília. Tendo como base o K-Pop, o DJ e produtor cultural mistura músicas e videoclipes de intérpretes e bandas do Oriente e do Ocidente e ainda faz mashups inusitados, misturando ícones musicais pop como Lady Gaga e Madonna até Nirvana e Muse. Recentemente, DJ Masa ganhou destaque nacional ao fazer um mashup com trechos da novela Avenida Brasil.
A mediação do próximo Pré CLIC será de Camila Sousa, graduanda no curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Socias da UFPA, colaboradora do blog Belém Otaku, integrante do coletivo #SalaLivre e do grupo de estudos de cibercultura Realidade².

SERVIÇO
5º Pré CLIC O oriente é logo ali... ou está aqui?
Quando? 25 de setembro, 19h
Onde? Espaço Benedito Nunes, na Livraria Saraiva
Entrada franca com direito a certificado.

A arte de "estragar" uma música



Tem gente que acredita que não tem nada melhor que algo original. Uma melodia como foi concebida, a voz com que foi primeiramente gravada, ou a 1ª maneira como foi editada. No entanto com essa quantidade altíssima de versões, remixes, acapella e afins, a força do original parece um pouco, digamos, borrada.

Então, se de fato vivemos no tempo das reinterpretações, do dito, visto e copiado, talvez devêssemos nos questionar se de fato existe esse negócio de “estragar” uma música. Falo isso primeiro por que sou de Belém do Pará, a terra do Tecnomelody, que, trocando em miudos, se trata de colocar uma letra em português (as vezes com o mesmo sentido da original), com a mesma melodia, mas encoberta com a batida dançante do brega.
A verdade é que de onde eu olho, estas versões acabam tendo o poder de reviver canções há muito já esquecidas, o que pode ser muito bom, uma vez que vivemos em um período em que tudo é tão fugaz. Sem contar que reacender estas músicas nos dá algo importantíssimo: repertório, afinal de contas, como dizer que algo é repetição se não se conhece o que foi feito antes. Quem faz isso muito bem é o show de TV Glee, que apesar de reinterpretar tunes bem atuais, também visita os clássicos da música e homenageia grandes cantores que se consagraram de alguma maneira na história da música, como é o caso de Michael Jackson, Liza Minelli, Madonna e Rolling Stones. Isso sem contar das músicas da Broadway e de musicais marcantes do cinema. Glee vive de versões, mesmo assim implacou grandes sucessos em rankings mundiais, como a Bilboard.
Isso sem falar dos DJs (os de verdade, não os que apertam o play nos finais de semana), que sempre estão procurando opções e inspirações para criar um remix exclusivo, ou alguns mashups, que se utilizando daquela ideia de ser híbrido, em que uma terceira música é criada a partir da mistura de uma primeira e uma segunda. Assim, com a internet e as muitas possibilidades tecnológicas versões única são criadas e graças a plataformas digitais, com o ITunes eles podem ser vendidos e divulgados juntamente com as versões originais, ficando na responsabilidade de quem ouve escolher.


Postado por mim no Livros e Afins dia 16/07

Do (G)local

"Como sempre digo, a UFPA precisa de uma estratégia política de projeção internacional. No cenário brasileiro sempre seremos vistos como um espaço a ser colonizado. Num cenário global, temos condições de nos instituirmos como parceiros de primeira ordem, primeira grandeza."
O que ficou do curso introdutório e da palestra de Maffesoli. Obrigada pelo texto, Fabio Castro. 


Veja o post completo aqui.


Skye: the rockdoll

Uma das coisas que eu mais gostava na época do Orkut, eram as comunidades de compartilhamento musical, em que, através de um gênero musical você podia ir conhecendo muitos outros artistas, inclusive uns que estavam saindo do forno, ou aqueles que você só tinha ouvido através de uma trilha sonora que não saia da sua cabeça.
Por isso agora vou abrir uma nova categoria aqui no blog, chamada Música de Orkut, em que colocarei estes artistas que conheci nessa rede social e que, de certa maneira, se tornaram marcantes na minha biblioteca musical.
Para inaugurar esta categoria apresento para vocês Skye Sweetnam:

A inspiração dessa cantora de 24 anos vem dos mais diversos cantos do mundo. Ao mesmo tempo em que ela canta em um ritmo que mistura rock, pop e até punk, se veste como uma boneca japonesa e exagera nas cores fortes, o que inclui seu cabelo rosa chock, roupas bufantes e sua guitarra em forma de borboleta.
Skye Sweetnam começou a sua carreira mais ou menos no começo dos anos 2000, quando Billy S, seu primeiro single, implacou nas paradas canadenses e acabou indo parar na trilha sonora do filme "Meu novo amor" com Mandy Moore em 2003. Foi ai que ela foi avistada pela Disney, que a convidou para participar de alguns albuns de coletâneas disneyanas como Disney Jingle Jams e Disney Mania 4, em que cantava Part of Your World (da trilha de A Pequena Sereia).
Sua fama cresceu no gênero trilha sonora e acabou sendo um nome muito requisitado para séries adolescentes (fez a abertura de Radio Free Roscoe, The Buzz on Maggie e Wayside), além de ter feito a voz cantada de Barbie em The Barbie Diaries; sua vontade mesmo era conseguir independência musical, que só veio em 2005 com o lançamento de Noise from the basement, que tem as faixas que estouraram: Tangled up in me, Number One e Billy S, principalmente no japão, em que ficou em 5º lugar nas paradas.
Com a boa repectividade do album, Skye saiu em turnê com Britney Spears e mais ou menos nessa época ela conseguiu renovar o contrato para lançar o Sound Soldier que só foi oficialmente lançado em 2007, com os sucessos Human e My boyfriend is music.
Apesar da boa receptividade, também, deste album Skye resolveu tentar algo novo e junto com três roqueiros independentes e criaram a Sumo Cyco e agora Skye é Sever. 


Agora, por que vale a pena conhecer a Skye?
Bom, não se trata de uma cantora inovadora ou que de alguma forma mudou significativamente o mundo da música, mas que traz consigo algumas características que não passam despercebidas. Tem uma personalidade musical presente, principalmente na contemporaneidade, que se modifica como uma camaleoa e tenta estilos misturados que podem não ser tão agradáveis a ouvidos viciados.
Uma das maiores demonstrações dessas transformações é a diferença entre Noise From the Basement e Sound Soldier. Quem ouvir os dois cds vai perceber uma clara mudança do Rock adolescente, típico de filminhos High School para uma brincadeira entre Pop e Punk (e até um pouco de Rap) em que a estrela principal é o ritmo frenético que as músicas tem.
De fato, ela aposta em uma estética, tanto visual quando sonora, que flerta bastante com o K-Pop (talvez por isso tenha feito tanto sucesso no oriente) e brinca com rimas inusitadas e brincalhonas que podem, facilmente, serem interpretadas com duplos sentidos.
E ainda com a pegada experimental de sempre, dessa vez Skye (Sever) está fazendo um som mais pesado e que pode parecer, a princípio, que não combina com a sua voz, mas depois de um tempo ouvindo você entende o que ela quer dizer quando diz que seu estilo é uma mistura de Nine Inch Nails, Quentin Tarantino e Britney Spears.