Vingando as boas histórias

Uma salva de palmas por favor!
Neste final de semana começou a ser exibido nos cinemas de todo o país um filme sensacional, que conseguiu ser melhor que todas as expectativas. Um filme que trouxe a tona o adormecido roteiro em filmes de ação e, principalmente, um filme que da sua maneira marcou muita gente: Os Vingadores.
Para o bombardeio de filmes porradeiros, sem história e com efeitos especiais milionários, Os Vingadores conseguiu ensinar algumas lições e a principal delas é: nunca subestime um filme só por que ele é de ação.
Quem foi ao cinema achando que ia ver mais um daqueles filmes ruins e previsíveis, quebrou a cara bonito! O filme é uma alegria para os fãs de quadrinhos e também uma alegria para quem só quer ver uma boa pedida para o fim de semana. Ele consegue atender a vários aspectos de uma boa obra, pois é interessante, focado, inteligente, engraçado, emocionante e, principalmente, marcante.
A história parte de onde os filmes individuais do Capitão América e Thor pararam e continua com a vinda de Loki (irmão malvado do Thor) para a Terra. Sua intenção é a de governar este mundo depois de travar uma guerra subjulgando os humanos como seres inferiores.
É é neste contexto de provável catástrofe global que esses heróis e suas caminhadas individuais se encontram, tomamos conhecimento de que o projeto Vingadores existe há muito tempo (lembre-se dos filmes de O Homeme de Ferro e Hulk) e que é chegada a hora de colocar o plano em ação.
A partir deste gancho os personagens vão entrando em cena e eis a primeira alegria minha: o Gavião Arqueiro e a Viúva Negra, personagens que não tiveram suas histórias contadas individualmente, não são jogados para nós como se fossem velhos conhecidos. São apresentados para nós de forma interessante e real e temos a certeza que mesmo que se tratem de novos personagens, são interessantes e devem aparecer outras vezes. Mesmo que eu ainda sinta falta de um desenvolvimento maior deles.
Cada personagem tem seu momento de brilho, todos eles são incríveis a sua maneira e principalmente: eles se complementam! Para mim essa é a grande sacada que Os Vingadores teve e que faltou nos três primeiros filmes do X-Men, por exemplo.
Muitas vezes os roteiristas caem na besteira e achar que porque um personagem é mais popular, ele precisa de mais ênfase e mais cenas, no entanto não é exatamente isso que acontece. Alguns personagens não são populares por que não tiveram a chance de brilhar. Como eu acredito que aconteceu com Hulk.
Os dois filmes do personagem não fizeram sucesso. Foram mal visto e ele ficou quase que na obscuridade, no entanto em Os Vingadores, sob a maestral interpretação de Mark Ruffalo conseguiu, foi resgatar o personagem e lhe dar vida, corpo e status. Duvido que tenha uma pessoa que não tenha saído do cinema achando, o que eu já sabia: o Hulk é foda!
Além do estressadinho mostrengo verde, Homem de Ferro dá o ar de sua graça não perdendo o que ele sabe fazer melhor, ser egocêntrico ad extremo, playboy, bilionário, filantropo e fingir como ninguém que simplesmente não liga. Sua forma de lidar com a situação é alfinetando os companheiros (principalmente o Capitão e o Hulk) e por isso acaba sendo o personagem a dar ritmo a trama.

O Capitão e o Thor, mesmo sendo personagens que eu, particularmente, não tinha tanto carinho por, subiram no meu conceito. O Capitão é o primeiro grande heroi e tem toda uma simbologia nacionalista que não era muito fã, mesmo assim o roteiro (de novo) tirou um pouco desse tom do personagem, dando a ele uma característica mais atemporal e digna de um superheroi: a liderança. Mesmo que indiretamente, o Capitão assume a linha de frente, sendo o estrategista do time e é aí que ele passa a ser indispensável.
Chamo atenção para o "ser superheroi". O termo não foi muito explorado nos filmes individuais e nem o seu sentido foi trazido em foco e esta foi uma decisão compreensível durante Os Vingadores. Em suas histórias solo, não interessava se eles estavam querendo proteger o planeta. O que interessava era o que e quem eles eram, do que eram capazes. Tudo isto para que quando chegassemos na reunião de todos eles o indivíduo não interessasse, apenas o heroi. E esse foi mais um ganho do roteiro, que conseguiu traçar esta linha muito tênue deixando de lado o pessoal destes personagens e focando em suas potencialidades.
Fora o roteiro, a parte técnica do filme é absolutamente breathtaking, ou seja, de tirar o fôlego! Como acontece em filmes da Disney, todos os detalhes foram pensados com cuidado, de forma que só assistindo muitas vezes ao filme para encontrar algum erro nos efeitos. As coreografias das lutas são incríveis e em nenhum momento o espectador se sente 'vesgo' por que não entendeu nada. Quanto ao 3D, que eu pensei que seria forçadinho, como tem acontecido muito, foi usado com classe, todas as cenas tem profundidade e foco.
Muitos ganchos (inteligentíssimos, por sinal) são deixado a todo o momento durante o filme e por favor queridos, não saiam antes dos créditos. Assim como em todos os filmes de superherois até agora, este também tem uma cena bonus.
E agora ficamos no aguardo. Um possível Homem de Ferro 3, Capitão América 2 e Homem Formiga já estão sendo congitados. Os Vingadores já está no coração e nas mentes da galera, mas ainda vai demorar um pouquinho para temos a sequência. Só espero que seja, no mínimo, tão boa quanto a primeira parte.

Oswald, the Lucky Rabbit

Antes de Mickey Mouse e antes mesmo de Walt Disney se tornar uma companhia multimídia e multimilionária, Walter Elias Disney tinha um contrato com uma distribuidora que divulgava suas criações e que vendia suas obras para produtoras, como a Warner Bros., a Universal e Paramount.
Depois do sucesso de "Alice in the Cartoonland" fez, a popularidade de Walt Disney como um criador era divulgada e com o lucro que eles obtiveram a ideia de Walt e seu irmão Roy foi a de investir em um nome-marca e um transformar a pequena produtora em um empresa cinematográfica de verdade.
The Walt Disney Studios nascia.
Em 1926, Walt foi informado que a Universal Pictures procurava por um personagem novo e que eles já haviam decidido que se trataria de um coelho. Disney e Iwerks (desenhista principal dos estúdios) criaram então, um coelho esbelto e jovem chamado Oswald e os críticos e produtores da Universal se apaixonaram por ele.

De fato Walt não tinha se acostumado com o sucesso e não o queria, de forma que quando mais uma bomba coorporativa estourava em seu peito, ele conseguiu dar a volta por cima. Em 1928 Walt reuniu-se com a distribuidora para renovar o contrato com ela, só que neste momento ele descobriu que quando Disney assinou o primeiro contrato com Margareth (representante da empresa) não leu uma das clausulas que dava todos os direitos de personagens criados por ele e vendidos através de Margareth, para a empresa que comprou a ideia.
Ou seja, o Coelho Oswald agora pertencia à Universal e a Margareth.
Assim, Disney foi “intimado” a associar-se à Universal, ou eles ficariam com o Oswald e continuariam a série de desenhos sem ele. Disney não aceitou e descobriu que 14 de seus 17 desenhistas já tinham assinado contratos secretos com a Universal. Apenas 3 (incluindo Ub Iwerks) tinham ficado na The Walt Disney Studios.
A partir daquele dia Oswald virou peça exclusiva da Universal e Disney prometeu a si mesmo que nunca mais trabalharia para alguém.
Na volta para casa lembrava-se de seus tempos mais difíceis em que seu único companheiro era Mortiner (nome que ele deu ao ratinho que aparecia de vez em quando no escritório de Kansas). Foi ai que teve a ideia de criar um camundongo com feições humanas. Sua esposa Lilly não gostou do nome Mortiner e sugeriu o seu nome favorito, Michael.
“Que tal Mickey?!”, Disney concluiu.
Quando encontrou seu irmão e Iewrks disse entusiasmadamente: “Não temos mais o Oswald Rabbit, mas temos o Mickey Mouse!”.
Mas não pense você que Oswald ficou de mão beijada para a Universal. Walt Disney entrou com um processo pedindo o personagem de volta, porém não conseguiu resolver nada em vida e apenas em 2006 que o coelho voltou a ser da Disney e começou a integrar a turma de personagens criados por Walt e liderados por Mickey.
Oswald não foi usado em animações, mas hoje tem aparecido nos videogames da empresa, que investiu milhões na popularização do coelhinho em Epic Mickey 1, de forma que no novo jogo, Epic Mickey 2, os dois estão de volta. Na nova aventura, será possível jogar com os dois personagens em parceria. E em um lugar chamado Wasteland, abandonado há 80 anos e cheio de atrações da Disney, Mickey usa um pincel mágico e Oswald, um controle remoto que lhe permite dominar a eletricidade.

O game ainda está em desenvolvimento, mas promete ser um sucesso no próximo semestre e segundo a Disney o jogo terá versão para as plataformas: xbox360, Playstation 3 e Wii.

Colaboração em Matéria

De Jornalista, passei a Entrevistada e personagem de uma matéria. Confira "'Os Vingadores' chega amanhã", por Raíssa Lennon
Ou aqui, caso o link não abra.

Todos Comemora!

No ínicio do século XX, Belém já possuía 12 salas de cinema, mas foi em 1912 que Carlos Augusto Teixeira e Antonio Martins, donos de pontos turísticos famosos na cidade, decidiram abrir a primeira casa de luxo destinada a sétima arte. O cinema foi inaugurado para atender a uma elite local, que ainda ostentava as riquezas conquistadas no período do Ciclo da Borracha e que enxergavam o cinema como um espaço dedicado ao luxo, transformando o triangulo formado Theatro da Paz, o Palace Theatre e o Grand Hotel, em um quadrado. Este perímetro da Presidente Vargas era chamado de Largo da Pólvora.
No dia da sua inauguração, a exatos 100 anos, a programação foi composta por filmes em curtas-metragens, pois os longas-metragens só chegaram na cidade algum tempo depois, já que o transporte do material fílmico era feito por embarcações. No começo de sua história, as pessoas iam para o Olympia para serem vistas e não para verem filmes, por isso vestiam suas melhores roupas e diziam-se cultas o suficiente para assistirem a filmes europeus e mudos.
Nos anos que se seguiram, o Olympia foi perdendo um pouco do seu status social, mas as matinês que marcaram as programações fílmicas entre os anos de 40, 50 e 60, ainda eram o ponto de encontro dos jovens. Filmes que falavam da juventude, comédias românticas, chanchadas foram de grande importância neste período, ajudando até mesmo a ditar a moda e o comportamento da época.
Com o passar dos anos o Cine Olympia foi perdendo a sua viabilidade comercial, principalmente com a abertura de salas de projeção em Shopping Centers da cidade. A concorrência foi tanta que em 2006 ele quase fechou as portas. Foi graças a uma manifestação pacífica, liderada por cineastas, artistas, cinéfilos e fãs do cinema que houve uma resposta da prefeitura da cidade e o Olympia continua funcionando.
Hoje, sua abordagem é outra. Ele faz parte do circuito alternativo da cidade, mostrando filmes que foram sucesso da crítica, filmes de arte e também aqueles que não vão passar em uma sala convencional. O cinema também funciona em regime gratuito e por ser um espaço cultural, tem projetos de incentivo, como “A escola vai ao cinema”, além de mostras de curtas premiadas em festivais internacionais.
No ano de seu centenário a expectativa é pelo seu tombamento, afinal de contas, 100 anos ininterruptos de história, não para qualquer cinema!

*imagens do site do Cinema Olympia

Paris quando relembra

Ah o passado!
Quem nunca se pegou pensando em como seria viver em um período passado, onde não existiam tantas tecnologias, ou em um período em que as artes estavam se desenvolvendo, se descobrindo?! Quem nunca se pegou imaginando, também, viver em outra cidade. Outra realidade? Enxergar tudo dentro de outras expectativas.
A partir de um começo turístico e ao mesmo tempo apaixonante, mostrando a cidade de Paris, "Meia Noite em Paris" de Woody Allen, nos convida a agir como um turista apaixonado e ávido por conhecer cada beco e paralelepípedo da Cidade Luz. Paris anoitecendo, Paris acendendo, Paris chovendo e Paris enfervescendo. Estas são as "Parises" que mais do que simplesmente cenários, são personagens desta produção Woodyana.
E é neste cenário participante, que conhecemos Gil, um roteirista Hollywoodiano tentando encontrar o seu 'eu criativo', capaz de escrever um romance e abandonar as megaproduções cinematográficas. Gil, representado por Owen Wilson é noivo de Inez, personagem de Rachel McAdams, mas fica evidente para todos os espectadores que a paixão verdadeira de Gil é Paris. O que a cidade é, mas principalmente o que ela representou. Especialmente nos anos 20.
Gil tem uma verdadeira fixação pela cidade, pela nostalgia e pelos grandes nomes da cultura daqueles anos 20 e bem ao estilo Woodyano seu personagem é um incompreendido e um insatisfeito com a sua própria realidade, então o que torna o persoangem interessante é a vontade dele de se desvencilhar dos passeios pré-fabricados e do pseudo-inteligente e extremamente petulante Paul, colega de sua noiva na faculdade.
Paul parece ser a visão daquela crença elitista e high brow que parece sempre querer saber mais que os outros e ainda recebe ibope das 'mentes' vazias e céticas, que desconsideram experiências e novas situações como as molas de um conhecimento verdadeiro. O contraponto formado por Paul e Gil é algo que, mesmo sutil, ganha nossa atenção, principalmente por que da forma como Paul é apresentado a nós, Gil parece o melhor de todos os mocinhos, mesmo que ele não seja lá tão brilhante.
Assim a história se desenrola e em uma noite, depois de uma bebedeira, Gil acaba se aventurando em uma viagem no tempo, em que ele tem a oportunidade de conhecer aqueles tais mestres dos anos 20, como Ernest Hemingway, Pablo Picasso e Jean Cocteau. À princípio tudo parece um sonho (afinal, por que não poderia ser?!), mas depois Gil não mais questiona aquela realidade, apenas tira proveito dela.
Para nós, as personagens dos anos 20 são apresentadas como espirituosas, intelectuais e boêmias. E por serem mais divertidas e cativantes do que as personagens do século XXI, acabamos sendo apresentados para um possível speen (palavra que eu fui apresentada recentemente, e que basicamente significa uma exarcebada exaltação ao passado). Digo possível, pois Adriana aparece na história.

A personagem de Marion Cotillard tem as mesmas inquietações de Gil. Ela não consegue se enxergar inserida nesse período e deseja ter nascido na Belle Époque parisiense. Como uma espécie de reflexo, Gil enxerga suas próprias ânsias e desejos nostálgicos em Adriana e por fim compreende que nunca se sentirá totalmente satisfeito com o presente, simplesmente por ser o presente.
O filme tem aquele tipo de narrativa simples, sem muitos picos, mas muitas metáforas e dúbias interpretações. Talvez o grande barato dele, seja essa possibilidade de ser simples e complexo ao mesmo tempo, sendo que a complexidade não deve ser o ponto de separar as "alta" e "baixa" artes e sim de aproximar estas, que hoje não são mais conceituadas desta forma. São apenas, artes, como o passear pela cidade de Paris na chuva.
  

Rebeldes sem causa, mas com Voz

Que o Disney Channel, canal pertencente à empresa Disney Co., é um canal basicamente adolescente, isto é bem evidente, principalmente nos últimos 8 anos, em que a empresa, além de investir no canal, também investiu massivamente na formação destes atores/cantores/dançarinos. Sim, o "triplo ataque" é mais do que requerido como um dos prerequisitos para ser um jovem artistas disneyano e não isto não é de agora, artistas como Britney Spears, Justin Timberlake e Raven Simone são exemplos desta escola de formação de artistas remanescente das décadas de 80 e 90.
O fato é que a produção de filmes, seriados e cds com estes artistas adolescentes só aumentou, de modo que antes o Zapping Zone (programa diário que passa as sérias do canal) passava 3 seriados por dia e todos os dias eram os mesmo, hoje ele precisa se organizar para passar mais de 10 seriados durante a semana, de forma que cada dia passam 3 diferentes, o que é uma produção meio absurda se parar para pensar.
Além das séries que já passavam antes, como Hannah Montana, Feiticeiros de Waverly Place e Gêmeos a bordo, outras mais foram lançadas como No Ritmo, Jessie, Sem sentido e Peter Punk e isso só no Disney Channel, sem citar as que estrearam no Disney XD. Isto faz com que eu pense que este público está, não só dando retorno do lado comercial, mas também está pedindo por mais. E ao pedir mais, eles também pedem coisas diferenciadas, não querem mais saber de historinhas simples ou muito cheias de fantasia, parecem querer encontrar uma semelhança com seu dia-a-dia e também querem que a série dialogue com eles dando algum tipo de voz a estes jovens, talvez para que eles se sintam mais 'rebeldes".
Agora como assim?
Bom, saindo um pouco das séries e indo para os filmes, que são os que provavelmente a maioria de vocês tem mais conhecimento, os filmes produzidos para TV do Disney Channel são em sua maioria filmes de atitude, ou assim o tentam ser.
Suas histórias tem cenário denrto das High Schools e basicamente falam destes adolescentes e das suas relações (amizade, amor, rixa, etc), mas todos os filmes tentam trazer, através de seus personagens determinados e das suas tramas quase adultas, situações em que algum paradigma seja quebrado.
Normalmente se trata de panelinhas e status (como aconteceu no High School Musical e no Programa de Proteção a Princesa), ou falam de lutar pelo que se quer (Camp Rock 2, Jump In e Cheetah Girls) e mais recentemente, falar de fazer uma "revolução".
Lemonade Mouth é um dos exemplos desta revolução. O filme se trata de um grupo de amigos que resolvem montar uma banda e dar "voz" aos colegas rebaixados por que não faziam parte da "elite" do colégio (formado, é claro por Cheerleaders e Jockers). A história não foi novidade, mas não se parece em nada com Camp Rock ou High School Musical, pois conseguia falar de determinação e dizia para as pessoas exigerem ser ouvidas.
Na verdade, Lemonade Mouth conseguiu algo que talvez nenhum dos filmes anteriores tinha conseguido, mobilização. Exatamente, o filme deu frutos e hoje já existe site dedicado a divulgar as palavras 'revolucionárias' ditas no filme. O site http://lemonademouth.com/ foi criado por um grupo de jovens que queriam fazer a revolução de igualdade e liberdade de expressão (abordadas no filme) perto de casa. A iniciativa continua a todo o vapor e eles mesmo estão colhendo assinaturas para que a Disney produza o Lemonade Mouth 2.
Outro filme que estreou recentemente no Disney Channel Brasil foi Radio Rebel, baseado no romance ainda não traduzindo em português Shriking Violet. Ele volta a flertar com aquelas historinhas já manjadas de garota loser que se apaixona por cara popular, mas tem uma garota popular que não gosta dela e faz de tudo para separá-los. Apesar da temática bem igualzinha, Radio Rebel parece conseguir se diferenciar um pouco por se tratar de uma garota completamente excluida, mas que ganha voz ao montar um estúdio de rádio em casa e começar a expressar suas ideias para os colegas da escola.
Se este filme terá "ovinhos" como Lemonade o fez, isso só o tempo dirá, mas que esses rebeldes sem causa vão continuar sendo tema da Disney, isso eu tenho quase que absoluta certeza.

Modos da Moda - 2º Pré-CLIC

Este é o cartaz de divulgação do 2º Pré CLIC, que terá como tema "Modos da Moda: slow fashion, estética transgressora e a cultura contemporânea". A arte é de Yasmin Pires

É amanha, então aproveite para saber mais acessando o Portal CLIC

Entre mortos e mentirosos, todos sairam milionários


Na noite anterior, vimos uma nova novela que se foi. Novela, se pode dizer dentro do contexto brasileiro, praticamente como um pretinho básico dos canais abertos, todos eles tem, todos eles produzem e todos eles querem que a sua novela seja a melhor naquele horário.
Cada canal, de verdade, tem a sua forma de se fazer novela, como se fosse um linha editorial e talvez o mais conhecido e aplaudido seja o formato Globo de teledramaturgia. De fato mais conhecida, mas hoje aquele velho modo Mocinho x Bandido não mais me parece suprir as necessidades do homem contemporâneo.
Acho que hoje a nossa busca é atrás de boas histórias. Pessoalmente, fazia tempo que eu não tinha vontade de ficar na frente da televisão por pouco mais de uma hora assistindo uma novela e o bacana de redescobrir esta vontade é também redescobrir que ainda existe algo a ser explorado.
Não estou falando de ser original 100% ou de criar uma epopéia à lá tragédia grega. Estou falando de revisitar estes elementos que parecem já tão batidos, e apresentá-los de uma forma mais humana. Tenho observado que o grande "pecado" que a maioria das televisões é o de manter os mesmos formatos de 30 anos atrás e vender como uma novidade, ou pior ainda, dar espaço para novelas mais 'ousadas' em horários de pouca visibilidade, achando que não terá retorno favorável do público. Por incrível que pareça, as novelas dos horários da seis, por exemplo parecem ser muito mais instigantes do que as da nove, que sempre mantem o tema família.
Com todo o respeito que deve ser direcionado aos profissionais que escrevem novelas, já chega de Helenas, mocinhos tão bons que parecem anjos caídos do céu e vilões tão ruins que nada neles presta.
Bolão da Amizade, quando eles ganharam na loteria.
Em relação a novela que eu falava, espantosamente intrigante, ela começou com um ritmo bem fraquinho, parecia que repetiria a mesma fórmula de sempre, com personagens previsíveis e extremamente limitados, mas com o passar da trama, entre o momento em que eles ganharam na loteria e o momento final do pacto a gente se deparou com personagens muito mais do que inicialmente lhes parecia. Nos deparamos com personagens essencialmente: humanos.
Talvez o grande acerto da Record foi essa humanidade intríseca que todos os personagens carregavam dentro de si. Muitas vezes temos histórias interessantes, mas que não nos dá vontade de acompanhar, por que nada daquilo nos parece familiar. É tudo tão distante...
E esta humanidade foi colocada muitas vezes a prova pela autora da novela, quando situações de sobrevivência, insanidade, perda e alegria apareciam. E o que era o dinheiro na iminência da perda de um filho? O que é o dinheiro na iminência da perda da dignidade? E na perda da amizade?
Estas questões foram levantadas pela autora diversas vezes e no  episódio final revemos, através dos olhos das personagens todas estas coisas que fazem dos humanos, humanos.
O final da novela deixou a desejar em alguns aspectos, Carlos morreu (sendo que para mim ele foi o coração da trama toda) e mesmo que bem interessante a ideia do assassino do bolão não ser ninguém e se tratar 'apenas' de um plano, acho que a forma como isto foi conduzido deixou algumas lacunas ao longo da história que agora não poderão ser revestidos.
Erros e acertos a parte, Rita foi presa (como eu queria que acontecesse desde o começo da novela) dando muitos aplausos para a interpretação de Julianne Trevisol. Francisco e Patrícia ficaram juntos (isso eu amei muito), Ernesto era realmente o pai de Jaqueline, Wellington e Grace eram realmente filhos de Carlos e Zé teve filhotes. Um final família, feliz, mas nem um pouco clichê.

Interesse Pendurado

O que te estimula visualmente falando? Comida bonita que parece gostosa? Fotografia diferente? Arquitetura de vanguarda? Moda básica? Tudo isso junto?! 
Agora que tal colocar todos estes elementos em quadros de cortiça virtuais e tudo em um lugar só?!
O nome deste local é Pinterest, uma junção das palavras "Pin" (pendurar, pregar) e "Interest" (interesse) e se trata de uma rede social que nasceu em 2010 e hoje tem mais 10 milhões de usuário no mundo todo. Seu objetivo, diferentemente das redes como Facebook e o falecido Orkut, é o de fazer trocas de imagens, não de fotos pessoais, e este é o maior barato, a possibilidade de não se expor.
Na verdade trocam-se imagens de lugares, pessoas, momentos, formas, gastronomia, maquiagem, moda, e tudo o mais que possa te interessar e te estimular.
Um típico perfil do Pinterest. Perfil de /ohjoy
O estímulo visual é, de fato o mais importante dos efeitos desta rede e para que ele seja alcançado, um layout bem simples é nos oferecido. São blocos com temas escolhidos por quem usa (como pequenos quadros de cortiça), onde o internauta pendura as imagens e vídeos que o interessa. Quando organizado, o perfil desta pessoa se torna um verdadeiro mural de imagens variadas e, por que não, confusas, sem aparente link entre si.
Sim, concentrar todos os seus interesses em um só lugar parece loucura, até porque muitas vezes nem nos lembramos de todas as coisas que nos agradam, mas conforme você vai mexendo na rede, acaba descobrindo que mais coisas te estimulam visualmente e que a partir delas se torna possível, construir suas histórias em imagens.
Para fazer parte do Pinterest existem duas formas, ou você é convidado por algum usuário, ou pede para ser adicionado pela equipe administradora do site. É um processo bem simples e eles não costumam demorar para responder.
Uma vez lá dentro, encontre o que te interessa. Nesta rede não importa quantas pessoas te seguem, ou quantas te curtem. O que importa é o que você é capaz de fazer com quadrinhos e tachinhas virtuais e, claro, uma criatividade bem real.
Acesse o Pinterest.

Vorazes por uma novidade


Harry Potter acabou, Crepúsculo está caminhando para um fim. A Bússola de Ouro não rendeu e no final das contas nem Percy Jackson foi tão amado assim. E o que todos estes títulos tem em comum? Bom, todos são franquias literárias compradas pelas grandes produtoras de Hollywood para produzir filmes direcionados a um dos públicos que mais rende dinheiro: o público adolescente, ou menor de 25 anos.
Longe de achar que este público não é exigente, ou de pensar que esta faixa etária curte coisas "enlatadas" e pre-fabricadinhas, as produtoras estão investindo pesado nestes filmes, mas, por incrível que pareça, este investimento pesado nem foi tão forte na propaganda do filme.
Parece que eles estão vacinados: se é best seller no livro, é esperado que seja best seller nas bilheterias, também.
A máxima parece ter realmente dado certo para Jogos Vorazes, que estreou com algo em torno de 67 milhões de dólares, só na sessão de meia noite, ficando atrás apenas da estréia de Harry Potter: as relíquias da morte 2 e Batman: o Cavaleiro das Trevas. A trilogia, homônima, faz muito sucesso nos EUA, mas foi traduzido no final do ano passado, então a galera ainda está se inteirando desta nova febre, que pretende ser realmente a substituta dos vampiros politicamente corretos.

De certa maneira a ideia da história é interessante e particularmente ela despertou a minha curiosidade;
A história nos apresenta um futuro pós-apocalíptico, onde a nação de Panem é dividida em 12 distritos. Todo ano quando está para acontecer os Jogos Vorazes, um homem e uma mulher entre 12 e 18 anos é sorteado para representar seu distrito e isso é o maior dos temores da população. Os Jogos consistem em colocar uma dupla de cada distrito em uma luta sanguinária transmitida pela tv, até que somente um sobreviva. Katniss é uma corajosa garota que mora com a mãe e a irmã em uma cidade de mineiros. Ela se oferece como tributo do seu distrito, após sua irmã ser sorteada, e junto de Peeta, para por uma transformação para que o público se interesse por eles. Treinada para tentar sair vitoriosa e em saber o que esperar, Katniss entra para uma batalha contra 23 oponentes e precisa ser esperta o bastante ao tomar suas decisões para que assim, possa garantir sua sobrevivência, e quem sabe ser a vencedora dos Jogos Vorazes. (fonte)
Segundo a autora dos livros, Suzanne Collins, a história é uma crítica à sociedade em que vivemos, cercados de câmeras e ávidos por reallity shows. Talvez uma história mais bem escrita e com toques mais críticos do que estas grandes franquias estão acostumadas, Jogos Vorazes sabe dosar a inocência com a brutalidade.
Vale ressaltar algumas características bem interessantes sobre a história: neste mundo pós-apocalíptico as distinções entre classes sociais estão bem nítidas. Quem é muito rico se veste com extravagância e é reconhecido facilmente, enquanto que aqueles que tem um pouco menos precisam lutar todos os dias para sobreviverem. E isto é literal àqueles que são escolhidos em seus distritos.
Outra característica é que o show em que os jovens aparecem se matando (involutariamente) é sedento por patrocínio e altos investimentos, então para aumentar a audiência, além das mortes à lá gladiadores romanos, os jovens passam por uma transformação digna de Big Brother para aparentarem, além de saudáveis, belos.
Lógico que o romance está aí. Caso contrário não poderia ser tão querido pelos adolescentes, certo?! Existe uma espécie de triângulo amoroso entre os três protagonistas, sem que este seja o foco principal da história (mesmo que no trailer isto tenha sido dado maior ênfase), o que mostra certamente o apelo comercial da história, porém é importante dizer que Jogos Vorazes consegue surpreender pela sua destreza na hora de lidar com questões como a morte e perda da ingenuidade.
Achei, apenas, um pouco exagerada a forma como a história está sendo vista por algumas pessoas. Como se ela fosse uma espécie de grito de liberdade da alienação geral que o mundo vive e como se fosse uma espécie de primor adolescente que pode mudar a forma como eles vivem e veem o mundo.
Certo, de fato a crítica existe, mas só a interpreta e a vê quem quer. A história pode sim passar completamente despercebida para quem quiser assistir a um filme ou ler um livro apenas para se distrair.
Então queridos, muito mais do que pensar sobre as intenções da autora ou discutir sobre o que pode acontecer com a sociedade por causa do filme, pensemos sobre o nosso receptor. É ele quem decide o que vai fazer com tudo isso.
Afinal de contas, Jogos Vorazes veio para substituir Crepúsculo...
Todas as fotos: Divulgação